Poesia Completa e Prosa
Completo mas não por inteiro
Em minha vida não falta nada
Mas mesmo assim me falta você
Olho nos seus olhos e te quero
De um jeito que nunca quis
Olho o seu corpo e te desejo
De um jeito que nunca desejei
Sinto seu perfume e me deixo levar
De um jeito que nunca me deixei ir
No seu beijo me entrego por inteiro
De um jeito que nunca me entreguei
No nosso amor, amo e me deixo amar
De um jeito que nunca pude imaginar
Em nossa vida, somos felizes
De um jeito que nunca sonhamos
Em nossas vidas não faltava nada
Mas mesmo assim, nos faltávamos
""FIDELIDADE""
O cardeal lá da colina...
Abre asas sobre nós
quando o sol descortina
felicidade se arrima entre aspas
tanto nos foge como abrange
o pensamento de nós
Vai das entranhas ás falanges
e voa feitas as aves de rapina...
Mas feito o galo da campina
e o pintassilgo lá longe...
Nos encanta...
Entorpece em clorofílica
numa poesia à beira etílica
em verdade com fidelidade
fidedigna da tinta acrílica
da poesia exposta
da lírica artista que amostra
a natureza que pinta.
Ainda que chova e esteja a trovejar
Sempre saberei ao meu lar retornar
Lar doce como mel
Onde descanso e reparo com o remover deste véu
Eternamente apaixonado por minha mulher e natureza
Aprendi que para manifestarmos o bem é preciso nos sentirmos iluminados por tamanha beleza
Como um raio a cair
Fazendo-nos compreender que tudo tem sua função
A minha é amar e permear tudo aquilo que é de coração
Sou feliz por ter a você do meu lado
Nunca foi dor, abandono ou pecado
Tenho você em minha alma a todo momento
Seja como brisa ou vento forte em ventania
Chega em nosso casamento como a beleza de almas gêmeas que se juntam em terra fria que está a se aquecer
Com o nosso amor tudo somos capazes de harmonizar e envolver
Eu te amo e para sempre vou te amar
Minhas inspiração, mulher da minha vida com quem muitos filhos e filhas eu vou criar.
As vezes me perco
as vezes me acho
no meio do embaraço
Como pode duas pessoas pensar assim??
Será que vivem no mesmo corpo
dividem a mesma alma?
têm tantas coisas em comum
ao ponto de se tornarem um?
O seu jeito é o meu jeito
sua fala é a minha fala
a sua sinceridade é a minha sinceridade
a cada dia que passa te amo de verdade
Um dia ele postou um casal dançando
em uma cadeira de rodas
e ela já havia separado uma imagem de um casal a dançar
meu Deus como pode duas pessoas assim tão bem se completar
Um encontro de dois poetas
com ideologias tão completas
Aproxima-te
leva-me em tuas mãos
para o labirinto secreto
do sentimento maior
lá onde somente nós
saberemos decifrar
os sentidos e a beleza
do brilho das estrelas,
nos olhos um do outro.
Aconchega-te
leva-me em teu abraço
ao caminho certo
a um voo incerto
carregado de sonhos
e planos pouco riscados
arriscados isso sim
sem pressa de planar
só voejar pelo azul infinito.
Nesse voo suave
para o éden iremos
mãos dadas
corações saltitantes
felizes de sermos nós.
E isso basta,
meu grande amor.
Flor da noite
A misteriosa flor da noite
Perfume exuberante com cheiro encantador
Vista maravilhosa para quem a vê
Sensação única e perfeita
Noites de lua cheia ilumina sua cor branca
Vento suave leva sua essência
Pessoas param para admirar sua beleza
Alegria imensa em toda noite e antes de sua abertura espetacular
Tristeza vem pela manhã, pois, só dura à noite
Mas deixa lembranças e a tristeza fica no esquecimento
Lembranças essas que passa a cada broto novo de sua flor
Pessoas vão e vem, passam e almejam uma nova noite iluminada e repleta de flores.
Daniel Gonçalves
Fim do mundo
Dias vão e vem
Noites que passam aceleradamente
Dias de lutas e noites aterrorizadas
Meses calmos e meses agitados
Anos que passam rápidos como um avião caça
E outros atribulados que duram uma eternidade
Quem sabe o dia de seu fim?
Será que terá um fim?
Talvez assim como a alegria de um ser se renova a cada amanhecer
Assim também a vida de nosso mundo possa se restabelecer
Ou simplesmente, acabar.
De forma vagarosamente ate as pessoas derem conta de si
E não puder mais voltar atrás
E nosso planeta com revoltas dos seus moradores
Assim como do pó viera
Retornara para seu criador
Assim como forma de uma poeira estrelar
Deixando para traz um espaço vazio no universo
Vazio esse que fica em nossas mentes
E nos enganam como filme de ficção
Mente insana
Promessas são feita, mentes controladas
Fatos são apenas ilusões
E ilusões são tidas como verdade
Verdade essa que confundem multidões
Levando- as ao extremo após descobrirem a realidade dos fatos
Criando pessoas que se tornam furiosas
Gerando uma sociedade descontrolada
E cidadãos que não confiam mais em politicas
E que de tal forma destroem centros públicos
E gera desconforto a minoria que não ligam para a sociedade
E que exerce função de cidadãos por ser obrigado a por um humano no poder
Geram pessoas que não acreditam na força militar e os apedrejam como se eles fossem os culpados
Palavras essas ditas que nos revela a realidade de um país chamada Brasil
E que se trata da mente insana de alguns políticos
A lua e o Sol
De horizonte a horizonte o sol com toda sua forca, traz a luz
Luz essa que nos gera calor e acediam os corações
Trazendo um fogo que aquece nosso planeta
E tira toda escuridão que antes era iluminada pela lua
Que clareia as noites frias mais não as permite total escuridão
Pois fica sempre em harmonia com o sol e reflete seu calor e luz num período noturno
Esses dois astros sol e lua a maior estrela que já vimos
Trabalham duro para nos manter vivos neste planeta
E nos faz habitar com zelo e com amor
A lua, com sua grande capacidade de nos clarear a noite
Nos faz caminhar com tranquilidade
Sendo sol e lua em um só casamento que foram nascidos juntos
E não se separam com seu amor vitalício
Sou fã da escrita,da palavra e da frase.
Da vírgula e da crase.
Da letra e do ponto.
Hiato e Ditongo.
Consoante e vogal.
Exclamo de onde isso vem.
Esse amor pela Lingua.
Pelo A,pelo B.
Por que amo escrever?
Interrogo as palavras para obter respostas.
Mas sou impaciente,quero saber agora!!
Somos jovens,a vida apenas está começando.
O mundo gira,e nessas voltas vamos acabar nos encontrando.
Eu tento fazer você voltar.
Mas você quer andar por ai,se aventurando.
E eu ainda tenho alguma esperança de te reencontrar.
Enquanto isso fico aqui te esperando.
Não é uma espera obsessiva,eu não vivo em função disso.
É apenas algo que meu interior acredita,e eu finjo que acredito.
Sei que você busca esperiências,isso é normal você tem muito o que viver.
E do que vale a vida se não tem o que aprender?
Somos tão jovens,já dizia Legião,e tudo isso serviu de aprendizado.
Temos um futuro pela frente e quem sabe lá na frente vamos ter nos encontrado.
Até lá vou terminar de me encontrar,seguir minha busca por auto conhecimento.
Continuar nessa ilusão de te achar,e até isso chegar vai demorar bastante tempo.
Se é que um dia vou te reencontrar,pois a vida passa rápido demais.
E quando menos perceber tudo isso que eu disse ficou para trás.
Somos tão jovens,mas ao mesmo tempo maduros,pois passamos por tempos complicados.
E soubemos lidar com isso,tirando proveito e aprendizado.
Temos pessoas ao nosso lado: mãe,irmão,amigos e até amores.
Mas temos sonhos e ambições,carater,livre-arbítrio e valores.
Não temo mais o desconhecido,não temo mais ser esquecido.
Não ligo se eu for pra ser um mero alguém que com o tempo foi perdido.
Somos tão jovens e infantis,discutimos por motivos banais.
Não nos importamos com as consequências dos nossos atos,não ligamos para finais.
Somos tão jovens...
PereiraVinny
O tempo
O tempo passa rápido demais,em um piscar de olhos tudo fica pra trás.
As feridas se curam,os pensamentos mudam,você muda.
E quando você muda as coisas que te faziam mal não te afetam mais.
Você deixa tudo para trás.
Suas fobias pessoais somem,você descobre quem é você mesmo,os seus limites,defeitos e qualidades.
Os erros que você cometeu normalmente você não comete novamente,pois sabe como corrigir eles.
Porém uma coisa fica: A saudade.
Pessoas que passam na sua vida e depois,nem que seja por um curto tempo,somem e te fazem pensar: Onde foi que errei?
E você acha a fonte dos seus erros,e sabe como corrigir.
Porém é quase tarde demais,você acaba falando coisas que não queria,tudo porque temia esse abandono.
E como resultado disso as pessoas que você queria próximas acabam se afastando mais ainda de você.
Mas isso não é culpa sua,não é culpa de ninguém.
É apenas o tempo.
As pessoas precisam dele.
Para pensar,para seguir a vida,para refletir sobre as coisas.
Confesso que me perdi no tempo,e por causa desses afastamentos eu não seguia em frente.
Não conseguia tocar a vida.
Sofria,achava que eu era o culpado por afastar amizades.
Mas depois de muito tempo eu enxerguei: não tenho que me sentir culpado.
Passei a me sentir bem sabendo que tenho muito tempo pela frente.
Sabendo que o tempo que passou me fez ser o que sou agora.
E que,mesmo que ainda tenham pessoas que não desejam falar comigo agora,não é o fim do mundo.....
Pois é tudo questão de tempo.
PereiraVinny
VALA DE OSSOS
Descobriram n'aquela vala antiga
uma pia de ossos de gente...
E algumas casas de formigas.
Os ossos, todos iguais,
com exceção, da diferença de tamanho
mas na cor, todos brancos e com certeza
... As lagrimas de todos, eram d'água.
Ossos, todos esqueléticos,
sem pele, sem sangue, sem carne
Não dá para saber as cores dos
olhos e da vida dos donos...
De quem vivia em castelo
ou de quem vivia em abandono,
quem era pobre ou rico...
Católico, crente ou descrente
quem nasceu primeiro, ou depois
a única diferença que se dá para notar
é d'aqueles que urinavam no penico.
Aquela vala cheia de ossos de gente
é mesmo aquilo que pode se falar...
Que aqui, somos todos inocente!
Que somos iguais perante a terra
e que todos um dia, irão se acabar.
Antonio Montes
TRUPE DE VENTO
Um trupe de vento passou por aqui
vindo, não sei de onde,
Indo... Sei lá e não sei se esconde
... Sem asas sem bonde,
Sem respeitar saia de moça
nem charuto de conde.
Esse vento, ouriçou placa...
Bandeira, roupa no varal!
Provocou... Carreira em potro,
tombo de bêbado
e voar de pombos.
Levantou pipas da molecada
poeira das estradas e atiçou...
Atiço areia sobre as águas.
Aquele trupe de vento que passou por aqui
.... Vindo não sei de onde...
Fazendo corrupio no cisco,
alegrando, cardumes de piabas dos rios...
Pássaros no estio,
farfalhou as folhas
disparou as hélices eólicas
espatifou o bocado da farinha antes da boca
ouriçou os cabelos da velha louca
e badalou os sinos das igrejas.
Aquele trupe de ventos que passou por aqui...
Passou trazendo águas e nuvens
levando as chuvas
alegrou, melou os olhos
Destampou as rolhas,
farfalhou as folhas...
Aquele vento que passou por aqui,
abrindo porta e fechando janelas...
Serpenteou por todas vielas!
Urrando que nem lobo...
Rangendo que nem dentes
esturrou, como se fosse um leão.
Aquele vento que passou por aqui
chiou venenoso, que nem serpente
desfez, procissões e saravas
jogou cisco na cuia do almoço
no momento de cear...
Despedaçou exame de abelhas
desmanchou rasto de ratos,
destrambelhou, voar de pato
provocou e oscilou as ondas do mar.
O bando de pássaro se foi com ele
voltou por causa dele
as borboletas ficaram alem dele
aquele vento, levou as velas da canoa
e o canoeiro, perdeu o dia de chegar.
Antonio Montes
Tua Falta
Tanta falta tua sinto...
Pergunto-me o que te falta?
Qual enigma abre-te labirinto...
A resposta meu som de flauta
Há revolta no meu pensamento
Só a falta que me faz não me cabe
Tanto tempo d’amor sedento...
E o vento passageiro só ele sabe...
A falta nossa é tecido tempo falta
Mantendo a eterna escassez
Feito sempre afamado tempo
Querer fazer tudo d’uma só vez
Tua falta é me fazer nunca que já fez
Quem sabe um dia quem sabe jamais...
Eu saiba que sou Sô simples talvez...
Tua indisciplina que Minh ‘falta faz
Quem saberá sempre se doce deleite...
Eu ‘anarquia que tu’ alma harmoniza
O sol levante que no ventre se deite
O doce delirante que tua boca precisa...
Tua falta é saber que me apetece...
A seiva bruta d’tua fotossíntese
Saber sô semente que tu’ árvore floresce
Acresce tronco e ramos em síntese...
O Sol Me Diz Poetisa
Sinta a brisa... Há intenção no ar...
Tocar os lábios de um poema beijar...
Respirar o branco daquela nuvem de pluma
Pairar nos ramos gatuna, despida, vestida d’puma...
Tigresa acesa avermelhada pardacenta...
Felina, aflita, caçada ciumenta e sedenta...
Gata atenciosa desatenta aos pudores audaciosa
Uma onça pintada com batom purpúreo calorosa...
Maturada, amada n’alvorada elegante...
Louco é o desejo da silhueta e boca minguante
Acolhida feito pedra escolhida em xeque mate
O feitiço vem do trilho do raio do sol escarlate...
Abre os olhos e descortina aproxima há lágrima virginal...
O coração parte ao meio como um cristal no centro
Transborda em amor ás bordas ás beirada por dentro...
Integralmente há sintonia poesia emocional...
Há tempestade a saudade invade intensa transita
Transmutam labuta os sentimentos de ternura
O sol feliz diz bravura respira inspira loucura...
Valoriza poetiza e a poetisa entende estende escrita...
Espanta-se se encanta com o amor que expande...
Acorda concorda alimenta o fogo abrasa e acende
Diz o pecado é original a maçã simbiótica carnal...
Ar singular dita poesia e a magia do poema sem plural
O verbo me despoetiza... O sol diz poetisa...
Potencializa faz calor, faz amor sinta a brisa...
Avisa que o dia começou e poetiza..
Vozes perseverantes
És deficiente, claro amigo!
Sim, uma casa bem construída,
Mas não se faz um abrigo,
Não sentes o amor desmedido...
Verdade! Meus olhos não veem.
Confesso, sonhei enxergar,
Vejo com o coração, não minto!
Enxergas, mas teu afago não sinto!
Não tenho pernas fortes!
Cadeira, rodas... Sina minha.
Você comigo não caminha
Mas sou asa mesmo sozinha!
Dizem que é lindo o cantar.
Gonzaguinha, Keréto, o sabiá...
Mesmo sem ouvir, voam cantos.
Muitos me ignoram, são tantos!
Sei que a fala sempre me faltou,
Nunca a encontrei na língua.
Deixas-me no silêncio profundo
Mas meus gestos reviram o mundo!
Estou na estrada e sou como você,
Nado, brinco, faço o acontecer...
Do cume ao fundo profundo do ser
Surfo, paraquedas... Menos temer
QUANDO MORTO
Claro que os animais,
com alma ou sem alma
quando morto, suas almas,
não nos assombram...
Nem nunca irão nos assombrar!
Pois vivos, são ininterruptamente,
assombrado por nós.
Nós os assombramo-los
o tempo todo, todo tempo...
Com nossas ações, nosso dividir
e nossas ganâncias para com eles.
Os animais vivos...
Vivem o mártir o flagelo
a prisão sem condenação
noites longas de escuridão
e dias muitos amarelos.
Muitos das vezes
eles vêem a óbito amarrados,
fechados, engaiolados
e tudo isso é claro...
Sem nunca terem sidos, condenados.
Antonio montes
DEPORTAÇÃO
Eu vou me candidatar! É... E se eu ganhar...
Não vou aceitar imigrantes clandestinos,
zanzando por aqui, no meu lugar.
Se eu ganhar...
Mandarei expulsar, as areias e as pedras
as chuvas, que cruzam as fronteiras, todos
os dias... As enxurrada as encosta dos morros
o temporal com trovoadas os relâmpagos, os
degelos, e também as labaredas dos fogos.
É... Eu vou me candidatar, e se eu ganhar...
As águas dos oceanos, que fiquem por lá
não quero leito de rios, cruzando p'ro
lado de cá. Não quero, voar de águia imigrando
ou voou de falcão, peneirando no meu ar.
Não quero, tempestades de chuvas de lá...
Nem assopro de tufão ou ciclone, cruzando
a cerca da minha nação. Se eu ganhar!
Não quero lua de lá, com seu lençol de prata,
prateando o lado de cá! Nem esse sol de lá...
Atrevido! Olhando meu torrão tão belo, com
esses seus raios amarelos, todos descabidos...
Cruzando a minha fronteira sem nunca
bisbilhotar. Se eu ganhar...
Mandarei expulsar, as chuvas e os temporais,
o anoitecer e o amanhecer que não tiverem
passaporte, assim também, como os rumos
do sul, e do norte. Se eu ganhar...
Deportarei as estrelas de lá, esse tempo
dividido, que por aqui apareceu, e essa
velha estação do ano, filha de outra nação,
essas religiões e os afoito de Deus.
Deportarei as doenças de lá, as curas e os
remédios com, essa dama da foice que nos
visita pelos momentos baixos dos dias...
E pelas altas horas das noites.
Deportarei as modas as poesias as musicas...
Deportarei as artes cênicas o humor o riso
a alegria, vindos de outras terras, pousando
em nossos dias. Se eu ganhar... Deportarei
os pássaros e o arco-íres esse céu que
também cruzou o mar, com o seu azul incrível.
Antonio Montes
INVISIVEIS
Pelas ruas, em seus trapos...
Lá vão eles, lá vão eles com sacos nas
costas, rostos no embaço e passos fracos
... Mãos ao se estender, almeja um pão.
Sob o espaço da praça, lá estão!
No peito uma paixão... Alguns...
Apresentam, uma mímica,
uma musica uma poesia, uma expressão,
nunca apresentam uma ludibriação!
A fala, é uma fala com o coração.
Em seus rostos sobre o vento...
Duas lagrimas forma rios, expelindo
pelos fios das suas mãos.
Uma flauta no tempo... Assopra algumas
cordas velhas de um violão.
Uma canção no peito,
sorriso ao vento, choro na escuridão.
Passadas fracas, lá se vão, pelas noites
pelas ruas do frio... Ou um sonho
sob a velha caixa, de papelão.
Ali, sob relento, encontram-se com o abrigo.
Os olhos te olham, mas não te vêem...
Sua fome, ninguém sente!
Quando te olham, fingem não te perceberem.
Ali na rua escura, sob frio sob chuva
estas alheio em meio as suas agruras...
Estas alheios nos enleios das amarguras.
Alheio, a toda essa gente! Não chore,
não chore, siga em frente...
Um dia você irá morrer, eles irão morrer!
Todos irão morrerem, e os seus ossos...
Irão ser, como os ossos de todos eles!
Não chore... Não chore, a noite...
A lua deles, é sua também, de dia, o sol deles...
É seu também, não chore... Esse caminho
de quinquilharias... Roupas furadas
sapatos rasgados, pés descalços...
Ninguém vê! Ninguém vê seu medo tremulo
suas pernas mancando, cambaleando...
Ninguém vê o caos da sua miséria...
Nem a degradação do seu ser.
Sim, sim! São humanos também...
Mas não te ouvem, não te vêem,
não escutam o seu pedido de socorro!
Assim como não escutam o seu soluço
desesperançosos, ou sua fé descendo
o morro. Não chore, não chore... Você não
tem partida, não tem bom dia, não tem
boa tarde, boa noite... Eles também não
tem bandeiras, nem percebem que a vida
por aqui, é passageira. Sabe... Eles estão
esquecendo suas vidas, junto a sua alma
Não sabem que sua alma grita por amor
por coerência, não sabem, que suas noites
são desprovidas de sorrisos, de asas e de
sonhos... Não sabem que sua alma grita pela,
incompetência humana, nem que você vaga
por ai como se fosse fantasma em plena luz
do dia! Não sabem que seus dias soluçam
de medo de desespero, Não sabem que
sobre seus braços o futuro vem a óbito, a
todo momento dos seus dias... Não chore,
não chore eles te olham, mas não te vêem
te ver, é apenas mais uma faceta da agonia,
mundana.
Antonio Montes