Poesia Completa e Prosa
A vida é Ferreira e tão sinGullar
A dor é o que te faz sofrer em dor ou a amplitude da razão sem ser
Perder é transferir a conquista do nada para coisa alguma colher as flores que não plantou
Tristeza é "Ferreira" a perda de tão singular pessoa que na arte fez a virtude do escrever e transformar amor em terra pátria.
Iluminação do poeta e tantas outras virtudes de um genial gesto de sua alma alada num céu de flores refletidas no pântano reluzente
Segue seu trilhar com toda poesia és e sempre será a construção da invenção do bom e belo olhar poetizar o mundo e semear sementes propulsão dos ventos soprados em brisa de seu falar gestual
Ferreira Sim Gollar esta é sua expressão sua intensa maneira de ser referência nos trejeitos de sua escrita prazerosa leitura verdadeira modernidade com sabor de letras de macarrão e luar num dia de Sol
Tristeza é a inspiração da poesia é a arte do arteiro que transforma tudo de todas que forem as formas concretas ou bizarras a fervura da alma artista reflete os tons das cores e sabores que traduz as flores com cheiros ou odores és tão singular.
Pra onde vai Ferreira Gullar, pois estás em tudo e pra sempre não haverá um só dia sem que a poesia traga seu nome ao ser homem trazer o artista em um lindo ensaio traduzido em língua e linguagem sabor e saudades.
Hélio Ramos de Oliveira a vida é Ferreira meu amigo poeta tão sinGullar.
CABEÇA DE VENTO
Cabeça de vento
voando aos sonhos
não pousa em seu tempo
nem vive tristonho.
Vaga aos sorriso
sem que sem pra que
com pouco juízo
sorrir pra valer.
Cabeça de vento
não pensa em mandões
não vive atento
e faz seus bordões.
Não preocupa com voto
nem com o amanhã
vive o hoje devoto
o seu tempo é divã.
Antonio Montes
HOMOCROMIA
Ao comando de uma voz...
leva se elevas e galga, léguas
atira se atira e arranca as tiras
projeta flecha nas fresta e nos caminhos
assina e determina a própria sina
sacode as ordens as desordens...
Ativa o tino dos assassinos
Ao comando de uma voz...
Atira-se ordens voraz
projeta dardos do sul ao norte
desperta pesadelo e a peleja
edifica favas, e as igrejas
passa, calote e o trote
e acorda o ódio, para morte.
Ao comando de uma voz...
Se ama se esgana, engana
ganha grana edifica gana
bota carranca e desengana
voa livre, e perde as asas
se tranca nas trancas da casa
aperta se aperta e se esgana.
A voz... Determina os fortes
recebe os bons e os fracos,
não burla os ventos...
Mas comanda pensamentos
polui todos os sentimentos
e camufla obedientes no saco.
Antonio Montes
CABELOS
Cabelos tê-los, sem apelos
com cascos,todos cheios
despachando,belos zelos
sem permeação dos meios.
Solto... Aos ventos espatifados
amarrado com fita, penteado
feito cocó,estiradas tranças
esbanjando simplicidade
ou esperança de uma criança.
Cabelos ao tempo na tinta preta
cabeça descabelada sem nada,
despenteada lenta,aos ventos...
Caretas palhaços rindo voando,
no tempo tudo, no mundo, fado.
Antonio Montes
CARLOTA
... Carlota de roda
que roda ao rodar
Voando por baixo
sem asas no ar.
Com odômetro que marca
esmurrando seu tempo
agrega quilometro
sem nunca voar...
Carlota de roda
faz vento e soprar
saudade, levou pra lá
sem nunca chorar.
Já levou o amor
no passeio do amar
maltratou, confortou
já correu, foi buscar.
Carlota de rodas
já fez meu sorrir
com essas margens florida
avistadas daqui.
Antonio Montes
CARNAVAL NO QUINTAL
Carnaval no meu quintal...
desabrocha flor, e troca pólens
frutos maduros, sucos, goles
triturados, sustenta a vida
de muitas barrigas, mole.
Aos ventos, farfalha folhas
e enche os olhos com as cores
d’aqueles que lhe convir,
filtra enfim o ar impuro
de um coração e como rolha...
ninam os sonhos ao dormir.
No meu quintal o carnaval...
é feito por asas aladas
cantos que, no entanto encantam
em seus cantos... As passaradas.
Antonio Montes
DE VOLTA, O MEU OLHAR
Aqui vai o meu olhar de volta, que brade
pois pra mim o céu aquietou, emudeceu
depois que o seu silêncio me escreveu
só distâncias e, pouca reciprocidade
Se me deu o melhor, em mim só doeu
ao deixar teu gosto na minha vontade
ao sentir que foi um amor na finidade
e que no teu amor, não tem mais o meu
Olha pra mim, só restou a imensidade
dum coração vazio, onde, eu sou réu
num dia de sol que virou tempestade
Se ainda ouve de mim uma canção, eu
ouço o teu suspirar na minha saudade...
Que grita, uiva, na poesia dum plebeu.
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 2016
INQUIETUDE
Vejo todo mundo do mundo
... No fundo do posso:
Ouço vozes inocentes
com sentimentos atrozes...
implorando sonhos:
Em meio a leões medonhos.
A mala dos desenganos
esta carregando planos
tanto grito por nada
tanto choro! Enxurradas...
Desperdiço de lagrimas
tanto contos... Fadas.
Vejo para onde vai o mundo:
Seus destroços... tanto ossos!
Se transformando em fossos...
Perderam a medida do sal
tudo esta, indevidamente insosso.
As promessas...
Não manterão as pilastras
moedas, não comprarão o sol
quanto custa a torre de babel...
A realização do grande sonho,
um pequeno pedaço do céu?
Antonio Montes
UMA PENA
Com uma pena...
Escrevia um poema
o poeta do tempo,
os olhos dos sentimentos...
Registrava o presente
ressaltava o passado,
destrinchava os galhos
de um amor confinado.
Com uma pena...
esboçava as tristezas
inoculava o amor
dava cor a beleza
expressava a dor
e as ordens da realeza.
A pena, que esboçava rima
registrava ira o alto estima
assinava sina
esvoaçava a sorte...
o óbito a morte
planava pela imensidão
demarcava o sul
rascunhava o norte.
Com uma pena, uma pena
... Aterrorizava o forte
o poeta e seu tema...
refletia as contendas
registrando o milênio
apenas com uma pena.
Antonio Montes
SONETO DE NATAL
Se fez homem, é noite de reflexão
Fé cristã, Menino Deus, Nazareno
Enfeitam o memorial de pequeno:
Família reunida, cantiga e afeição
É berço de amor, doce e ameno
Exaltado em versos do coração
Nesta noite cristã, de intenção
Aniversaria, Jesus, o Nazareno
É vida na vida em comemoração
Gesto de afago, de carinho pleno
Noite feliz, noite de total gratidão
É Natal, é sal do indulto terreno
Confraternização, e compaixão
Do pobrezinho que manou no feno...
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
O SILÊNCIO QUE INCOMODA
O silêncio meu
está em erupção
e escorreu
pela ilusão
Matou os sonhos
matou a quimera
jorrou dias tristonhos
e vida, em espera
Hoje, um vazio
solidão
tácito e frio
Num silêncio
que incomoda
a mansidão...
Luciano Spagnol
Dezembro, 10 de 2016
Cerrado goiano
Poeta simplista do cerrado
"" Então eu vi o céu abrir e deixar passar um vento e era um vento impregnado de amor, carinho, respeito. Onde passava, mudava as pessoas, tomava conta do lugar, todos sentiam algo novo naquele que não era apenas.
Era um toque, como se fosse a mão de um ser superior a afagar todas as dores. ninguém mais precisaria ter medo, então vi o raiar do novo dia...
"" Me quis tão assim, completo
repleto de mim, transbordei
feito água cristalina, feito menina
cabelos ao vento
me quis macho e acho que quase consegui
subi montanhas, montei artimanhas, sobrevivi
então o fardo pesou e uau!! eis-me aqui
me desejei plenitude, felicidade
e não por maldade, amei quem não me quis
mas mesmo assim continuo
tentando ser feliz...
SONETO ORANTE
Em teu louvor, Senhor, estes meus versos
Aqui a teus pés, minha fé, para cantar-te
Neste soneto em rogo, orante... Destarte
Aqui as falhas mortais, na prece imersos
Humildemente o meu olhar a adorar-te
Ó Sacrossanto que reina os universos
E põe a margem os corações perversos
Os meus erros para ao Teu perdão parte
Diz-me o necessário dos maus anversos
Pra que possa me redimir em descarte
E ter comunhão, caridade n'alma emersos
No merecimento do Céu inteiro, fartes
Meu coração de paz e bem, dispersos
Nas boas ações, e na fé como baluartes (Amém!)
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
Poeta simplista do cerrado
ACIDEZ
Quando aporta em minha porta
com suas perguntas,
atrás de respostas...
Tem gente que não se importa
outras, simplesmente dão as costas.
Todavia a mim, importa...
os desfecho d'essa vida torta
o amargo d'essa torta,
nem todos gostam...
A falta de rumo
a barriga vazia
o ruído da broca
o estrago do dia,
as agruras da vida...
nunca estão de partida!
Antonio Montes
DE MARIA
Enquanto a ladeira do morro descia
Maria crescia, Maria corria,
saltitante saldava o povo e dizia
bom dia! Bom dia...
Maria dava bom dia e sorria
Ladeira abaixo descia
toda feliz a cantar
o povo do lugar aplaudia
... Maria vai encantar.
Maria já bem crescida
aos passos.galgando o declive
as luzes do morro acendiam
e os olhos com risos nos rostos
alegria, alegria... Alegria.
Maria fazia folia
Maria dançava de dia
era samba no pé era bamba
de salto e do alto olhava
por cima do ombro sem tromba
Maria agora namorava.
Um dia...
Maria virou mulher
cresceu o ar de sua graça
dava passadas na praça
Maria toda empinada
até parecia uma garça.
Amou e casou por amor
tão logo teve a sua cria
cheia de alegria e dor
o conforto desconfortou
Maria na chuva tremia.
O morro molhado desabou
e passou reto pelas curvas
e o povo gritando... Que horror!
Meu Deus, meu Deus nos acuda!
O sol raiou no amanhecer
em seu clamor, Maria entristecia
Maria então chorou
com lágrimas de chuva que corria
pelo quinhão,
pela vida que não tinha
Maria sabia, Maria sabia...
Que viver, todavia valia.
Meus versos são sempre iguais...
Não me ouves... Minhas palavras pra ti são mudas...
Mesmo que eu te fale de pássaros de flores e de amor...
Teu coração pra mim é surdo!
Eu contava todas as estrelas que via
Mas numa delas quase te vi...
Caminhei sobre a onda fascinada pelo mar...
Achei que te encontraria no mar
Mas era tudo fantasia... Sonhos de uma poeta...
Ironias do destino!
Assim daqui pra frente te darei o meu silencio...
Saberás então que este amor poderia ter sido eterno...
Se mais tarde pensares em mim podes lembrar-se
***de ti já me esqueci!***
E em doce murmúrio ouvirás minha voz que
Cantava pra ti noutras eras!
"" O amor é um auê
é você
é o quê
o amor é um dengo
um chamego
um vem cá
o amor é a loucura
um pouco de procura
é um sei lá
o amor é a fantasia
a própria ironia
de ser sem se saber por quê
e quando é
adora cafuné
que dirá algo mais
o amor é mais que um bem querer
talvez seja simplesmente
a magia que faz tudo de bom acontecer...
Canção dos passarinhos
Nada abranda a canção dos passarinhos nas manhãs...
parecem cantatas de saudades infindas...
Eu da minha janela
Viajo no topo da brisa... Sou vagante no enigma da vida...
Ou talvez uma semente deixada ali e que germinou da melancolia...
E ficou a recordar doces momentos...vividos!
"" E se eu disser que é amor
pedir para você voltar
trazer o sorriso, a luz
seria pedir demais
e se eu sussurrar que é para sempre
mesmo que seja uma pequena mentira (desculpe,não posso perder a fama de malandro)
e se eu mudar, comprar um terno
ler um livro
pentear o meu cabelo
te honrar
deixar de lado a minha vontade
para ser a sua
o que seremos???