Poesia Completa e Prosa
Quantos Judas vi!
Fiquei pasmo,
melindrado,
me senti encurralado...
Vi o mundo cão.
Um susto me ocorreu:
Vi muita gente correndo,
gritando, xingando...
Queriam o Judas linchar.
Vi trinta moedas ao chão, largadas
ninguém se atreveu a pegar...
Vi muita gente tremendo,
com medo e achando
que iriam pagar o preço.
Entre elas também tremi,
(não pude, pra mim, mentir)
Lembrei que também beijei,
e como Judas, eu sei
que tantas vezes traí.
Beto Acioli
21/04/2014
Aquele lugar...
...não era só o piano...
Havia algo mais... Talvez...
Tudo em volta irradiava encanto... Harmonia...
Era como se o tempo tivesse parado ali...
Notas musicais... Dançavam quais pêndulos...
Pareciam com suas melodias
Sonorizar aquelas paredes brancas...
O teto com grandes lustres de cristal antigo
Cujo tilintar ao vento acompanhava
Aquela canção de amor tão doce
- Talvez executada por anjos –
Olho ao meu redor
É tudo tão transcendente... De uma misteriosa beleza
... Sinto a presença marcante do amor... Da paixão...
Tudo irreal... De sentimentos tão antigos...
Hoje, este piano guarda na memória as digitais das almas...
Que dedilharam aquelas teclas alvas
E de cada canção tocada naquele lugar ...!
Acho escroto amor ser compartilhado em rede social,
acho que uma conversa a dois no ouvido e olhando um para o outro fica mais bonito!
Bacana é ver a mina sorrindo contigo e deixando nego na curiosidade daquele amor. Afinal, ninguém precisa saber. Né?
Palavras ditas de coração, com verdades. Qual mina que não gosta?
Chamar pra dar aquele rolê inesperado, mandar um buquê de flores, rosas vermelhas, com um bilhete na mão e ela recebendo com sorrisos.
A mina quando recebe esse valor, ela te ama de verdade.
Toda mulher gosta de ser compreendida, gosta de apoio, gosta de carinho, e principalmente de um homem de verdade para ama-lá e compartilha com ela esse amor.
A BELA SENHORA
Perguntou-me a bela senhora
A que horas o trem passava...
Lhe mostrei o relógio no alto
Que o minuto somente indicava
Ela me olhou e um sorriso surgiu
Pois não entendeu o que eu estava indicando.
Respondi-lhe com um gesto sutil
Que o trem estava chegando.
Continuou me observando a bela senhora
Enquanto o relógio prosseguia o tempo urgindo
Somente o segundo marcava, menos a hora.
Indiquei-lhe que o trem já estava partindo.
Parada ficou a bela senhora
Que os olhos vasculhavam-me em profundo;
Já não mais intencionava ir embora
Pra viver comigo um segundo.
No quadrado dos teus dias
traça círculos abertos
Na rotina do teu desenho
inventa matizes diversos
e se não cabes no quadro,
violenta as molduras, espraia-te nas paredes,
fura tetos, quebra telhas,
veste asas, voa alto
e vai completar-te no espaço"
("Receita livre" - Balina Bello Lima)
Amor Musical
Instrumento,
Que tenho em minha alma
Que vivo e sinto enquanto dedilho
As notas com precisão
Paixão,
Que ressoa em meus ouvidos
O som do piano
Suave a cada batida
Ritmado com meu coração
O instrumento mais sublime
Composto do branco e preto
Das teclas feitas com maestria
O toque que traz a vida
Uma simples canção
Pelo mais humilde músico
Executada com o coração
Dama da Noite
Dama da noite
Que surge vagarosamente
Irradiando sua luz e beleza
Chamando atenção para si
Dama da noite
Que brilha
Onde quer que esteja
E encanta com sua aparência
Dama da noite
Que ganhou meu coração
E o tem em suas mãos
Me hipnotiza com seu resplandecer
Dama da noite
Sem ti não sei viver
Não deixes que um dia
Seu brilho não mais possa ver
Diáspora Alemã
Tudo era tão normal
Apenas pessoas comuns
Mas de repente tudo mudou
Quando um homem aqui chegou
Um símbolo em mim colocaram
Já não sou mais bem aceito
Todos somos desprezados
E tratados com falta de respeito
Nossa vida abandonamos
De nossas casas fomos tirados
Nosso povo que era rico
Agora é tratado como lixo
E então somos levados
A lugares bem apertados
Onde outros de nós estão
Dizem se chamar Campos de Concentração
Quando sairemos?
A morte ou a libertação?
Vivemos esperando...
Não temos outra opção
Um dia soldados chegaram
Muitos de nós arrastaram
Estou em meio a multidão
Que marcha sem saber a direção
Tudo escurece pra mim
O ar começa a faltar
Já não aguento mais resistir
E tudo termina aqui...
Céu
À noite,
O clarão do luar
Estou a admirar
Observo o céu
E todo seu esplendor
As estrelas cintilantes
O tapete do céu
Estão a enfeitar
As belezas do universo
Foram feitas para apreciar
Mesmo não podendo tocar
Posso contemplar
Me chamam louca
Ou dizem isso ser ridículo
Mas sei o quanto me sinto honrada
Por admirar esse infinito
Império da Escuridão
Os bons tempos se foram
A escuridão domina
A maldade impera
E a humanidade extermina
Chegou um novo tempo
Tempo de escravidão
Tempo das sombras
E tempo de solidão
Chore o passado vivido
O mantenha vivo na memória
Por que os bons tempos se foram
Agora são só história
As trevas chegaram
O mal se alastrou
O mundo que você conheceu
Saiba amigo,ele acabou!
Amiga (para Leila)
Amiga do coração
Te quero como uma irmã
Sua companhia gosto de ter
E a ti só tenho a agradecer
Nos bons e nos maus momentos
Você está sempre presente
Quando estou contente
Ou quando estou doente
Apesar de estar distante
Me sinto feliz em te conhecer
Por que quem disse que na amizade
Precisa estar perto para se viver?
Apaixonada ou enraivecida
Sempre vem me alegrar
Tudo o que posso dizer
Ter sua amizade,
Pra mim é um prazer!
Espero tê-la pra sempre
Até quando envelhecer
Pois alguém como você
É impossível de esquecer
Recordação
Frio na terra - e sob tanta neve
Tão longe estás na tumba desolada!
De amar-te me esqueci, sequer de leve.
Pelas águas do Tempo separada?
Quando estou só, minh'alma não responde
Voando aos montes dessa costa ao norte.
Nem fecha as asas onde o verde esconde
Teu nobre coração dentro da morte?
Frio na terra - e quinze Invernos foram
Aí, nos pardos montes. Primavera:
Fiel é uma alma que as lembranças douram
Após tanta mudança que sofrera!
Ó doce Amor, perdoa, se eu te esqueço.
Ida que vou nesta maré do mundo.
Desejos me distraem, que aborreço,
Mas nenhum deles é que tu mais fundo.
Que luz brilhou no meu azul celeste,
Ou nova aurora para mim raiou?
O bem da vida é o bem que tu me deste,
E o bem da vida em ti se consumou.
Mas quando de áureos sonhos soou o regresso
E nem já Desespero me vencia,
Eu aprendi como o existir tem preço,
E quanto val' viver sem alegria.
E as lágrimas sequei do amor inútil -
Calei minh'alma de por ti ansiar,
E dura lhe neguei esse ardor fútil
De em tumba mais que minha me deitar.
E enlanguescer não ouso mais agora,
Nem dar-me à dor extasiada de lembrar-te:
Bebi da mais divina angústia outrora -
Em que vazio mundo hei-de encontrar-te?.
O Lago Morto
O lago morto, o céu cinzento ao luar;
Pálida, lutando, coberta pelas nuvens,
A lua;
O murmúrio obstinado que cochicha e passa
(Dir-se-ia que tem medo de falar em alta voz).
Tão tristes agora,
Recaem sobre meu coração,
Onde a alegria morre como um rio deserto.
Minhas pobres alegrias...
Não as toqueis,
Floridas e sorridentes.
Lentamente, a raiz acaba de morrer.
O Vento da Noite
À meia-noite de verão, mole como um fruto maduro,
A lua sem véus lançou a sua luz
Pela janela aberta do parlatório,
Através dos rosais onde o orvalho chovia.
Sentada e perseguindo o meu sonho de silencio,
A doce mão do vento brincava em meus cabelos
E sua voz me contava as maravilhas do céu.
E a terra era loura e bela de sono.
Eu não tinha necessidade do seu hálito
Para me elevar a tais pensamentos,
Mas um outro suspiro em voz baixa me disse
Que os negros bosques são povoados pelas trevas.
A folha pesada, nas aguas da minha canção,
Escorre e rumoreja como um sonho de seda;
E ligeira, sua voz miriápode caminha,
Dir-se-ia levada por uma alma fagueira.
E eu lhe dizia: "Vai-te, doce encantador.
Tua amavel canção me enaltece e me acaricia,
Mas não creio que a melodia desta voz
Possa jamais atingir o meu espírito.
Vai encontrar as flores, as tuas companheiras,
Os perfumes, a árvore tenra e os galhos debeis;
Deixa meu coração mortal com suas penas humanas,
Permite-lhe escorrer seguindo o próprio curso".
Mas ele, o Vagabundo, não me queria ouvir,
E fazia seus beijos ainda mais ternos,
Mais ternos ainda os seus suspiros: "Oh, vem,
Saberei conquistar-te apesar de ti mesma!
Dize-me, não sou o teu amigo de infância?
Não te concedi sempre o meu amor?
E tu o inutilizavas com a noite solene,
Cujo morno silencio desperta minha canção.
E quando o teu coração achar enfim repouso,
Enterrado na igreja sob a lousa profunda,
Então terei tempo para gemer à vontade,
E te deixarei todas as horas para ficar sozinha"...
Estâncias
Já me reprovaram e volto sempre
Aos primeiros sentimentos que nasceram comigo;
Deixo de correr atrás do ouro e do conhecimento,
Para sonhar apenas com maravilhas impossíveis.
Mas hoje,
Não descerei mais ao império das sombras;
Tenho medo da sua frágil e decepcionante imensidão,
E meu sonho, povoado com legiões inumeráveis,
Torna este mundo sem forma estranhamente próximo.
Caminharei,
E ficarão para trás as antigas veredas do heroísmo,
E os caminhos já exaustos da moralidade,
E o imprevisto aglomerado de faces obscuras,
Ídolos em bruma de um passado já longínquo.
Caminharei,
Onde só agradar à minha alma caminhar,
(Não posso suportar a escolha de outro guia)
Onde os rebanhos se acinzentam no verde das campinas,
Onde o vento alucinado vergasta o flanco das montanhas.
Que pode revelar a montanha solitária?
Nada exprime sua glória e sua dor.
Minha alma dormia, quando a terra despertou,
E o círculo do Céu ao círculo do Inferno
Confundindo-se, à terra deram nascimento.
A Morte
Ó Morte! Feriste,
E eu estava confiante,
Tinha posto minha esperança nas alegrias a vir...
Tu, ó ceifadora, fere ainda,
Tu que cortas do tempo os ramos ressecados
Enquanto reverdece a fresca Eternidade!
Sobre o galho do Tempo cresciam as folhas claras,
E sua seiva se alimentava de um branco orvalho.
Aí os pássaros procuravam um asilo noturno
E a abelha selvagem, apaixonada pelo dia,
Voava circulando acima de suas flores.
Porém, de passagem, a desgraça feneceu o ouro florescido
Depois a maldade pilhou o esplendor da folhagem.
Mas nos flancos generosos que lhe tinham dado nascimento,
Sem fim a Vida lançava uma vaga reparadora.
Derramei algumas lágrimas pela alegria desaparecida,
Sobre o ninho morto entoei a canção do silêncio.
Todavia a esperança que velava
Acabou por expulsar a tristeza com o seu riso.
Baixinho ela murmurava:
"Dentro em pouco o inverno itinerante deverá retirar-se!"
E eis aí!
A primavera multiplicou os seus favores,
Enquanto o ramo vergava de enorme beleza;
Os ventos, a chuva, o fervor do sol,
Para saudar este ouro Maio,
Prodigavam sem descanso suas carícias gloriosas.
Ele se elevou muito alto.
Mesmo assim, a desgraça alada ainda não o podia tocar.
O Mal não podia vencer o brilho de seus raios.
O amor, a vida secreta de seu ser,
Teriam sabido preservá-lo deste golpe ultrajante,
Do estigma,
Se tu não tivesses vindo.
Ó Morte cruel!
A folha ainda inclina sua mocidade languescente.
Talvez ainda... espere um pouco na doçura da noite...
Não!
O sol da manhã zomba das minhas angústias.
Ai de nós, para mim o Tempo acabou de florescer!
Apressa-te a ferir:
Outros ramos poderão desabrochar,
E compensar a morte deste pobre embrião.
Ao menos este corpo alimentará com sua poeira
O princípio eterno que lhe deu a luz!
Vida... Vida
Quanto mistério, tantas perguntas!
E as respostas
Onde estão?
O amor se fortalece
solidifica-se
o feto cresce, se desenvolve
na barriga de uma mulher
Criança nasce
alma tão calma
tamanha inocência em sua face.
O tempo passa
gestos tão meigos
atos tão doces
perde a virtude
semblante cai
mãos violentas
armas nas mãos
sangue nos olhos... Lamentação!
Vida... Vida
Melhor não tê-la!
Mas, se a temos
quanta vontade
quanto anseio
como a queremos
Imenso medo... Perdê-la?
Nem em pensamento!!!
Que viagem louca
Que coisa boa
Tão transitória... Misteriosa, a vida é
Muitas perguntas e as respostas?
Onde estão?
Tudo que nós temos são meros segundos. Pegue o que é seu. Pegue o que é meu. E, o que é nosso. Leve tudo, e se possível me tome como brinde. Percorra milhas e milhas com seu mustang velho e chegue ao início do oceano. Eu não tenho nada. Mas, será que juntos não temos a chave? Graciosidade nos momentos que deixaremos para trás. Seremos como Bonnie e Clyde. Quebre as malditas regras! Que você será o meu "tudo". Consegue ver aonde estamos? Meu cabelo ainda está pressionado contra meu rosto. Eu adormeci. E, sonhei. "Clarity" no rádio ajuda um pouco. A situação não é uma das melhores, mas não tem como piorar. Palavras bonitas já não me iludem, e suas atitudes bombeiam vitalidade. Tudo que nós temos são dez pratas, duas barras de cereais, um chapéu de praia e as chaves. Dá pra seguir viagem? Precisamos viajar por mais de cinco horas até chegar lá. Aonde? Gasolina no zero, chuva caindo e capota quebrada. Eu não me importava mais com a água, já tinha me molhado fazia tempo, e não era da chuva que eu estava falando. Vire à direita e estacione. Eu não quero parar, mas preciso fazer uma coisa antes de continuarmos. Irei me resfriar e consequentemente você também, mas esse é um dos itens da nossa lista. Da enorme lista que fizemos algumas horas atrás antes de sairmos com mais pressa do que dois foragidos. Fuga momentânea, confere. Um conversível, confere. Pouca grana no bolso, outro confere. Chuva, confere confere. A terceira coisa da lista, debaixo para cima, um beijo quente e molhado sob a tempestade durante uma estúpida loucura, confere!
A lista de Katherine.
Confere!
Aos Olhos do Coração!
Guardo o invisível, que chamo de meu melhor,para os olhos do coração de quem me observa com ternura e verdade. Guardo a impressão gravada do meu sentir,os dados completos de minha existência, para quem com amor me observa junto a suas verdades. Guardo-me na espera infinita,de ser lida,decifrada e entendida com os olhos do coração que nada cobra e nem impõe direitos que desconhece. ___Eliani Borges.
VOCÊ EM MEUS VERSOS
Tento descrever a forma que sinto,
tento coloca-la em meus versos usando minhas palavras
porém quando você fica em meus pensamentos,
é um completo desperdício
vejo o que faço para preencher o lugar que você deixou
vejo que é inútil preencher seu lugar
vejo que é inútil até tentar
compreendo o que é falta
compreendo o que solidão
compreendo que a falta de você me faz
me faz ver que falta algo em mim
falta que cada vez mais acostumo com ela
cada vez mais acostumado com a monotonia
acostumado ter a solidão em minha vida
quando se acostuma com a solidão
se fica cada vez mais frio
frio a ponto de não se importar com as coisas
frio a ponto de me afastar da vida
tentando deixá-la se esvair para não ter dor
vejo e lembro do calor da tua presença
seu olhar direto me deixava atento
seu olhar tímido me deixava feliz
dele via o quão pura você é
quando não conseguia me encarar
você me enchia de confiança
mas ao mesmo tempo de confusão
já que não via o fundo dos teus olhos
quando está longe procuro saber se está bem
para ficar em paz
e poder seguir com a minha vida
já que a considero parte dela
vou te conhecendo mais e mais
vendo admirado quem você é
vejo e quase desabo nas suas qualidades
principalmente em uma delas
a de chamar minha atenção
fazendo isso de modo natural
quase sobrenatural
sempre fui um mero mortal em sua presença
sua presença puxa o sentimento mais humilde que tenho
o sentimento que tenho por você
o frio na barriga que só você é capaz de me fazer ter
é uma singela mas pura sensação
que traz para mim uma liberdade quase inimaginável
penso quando a terei em meus braços
penso na forma que segurarei você
para que fique em segurança, e de forma que deixe
pelo menos seu cheiro comigo
para que leve algo de você comigo
para que sinta menos sua falta
quando você sair