Poesia Completa e Prosa

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identidade

foi uma mulher negra e escritora
de pele e alma como a minha
que me ensinou
sobre os vulcões e as rédeas e os freios
sobre os tumultos dentro do peito
e sobre a importância de ser protagonista
nunca segundo plano

se você encostar a mão entre os seios
vai sentir os rastros de nossas ancestrais

somos continuidade
das que vieram antes de nós

Seu sorriso é o meu favorito
Ele tem um jeito único, despido de ser
Destrói entre-linhas, tornando você meu bem querer
Meu bem querer que não me quer,mas confesso que ainda amo essa mulher
Mulher sem razão,como não consegue sentir as batidas do meu coração ?
Ah sim,por que não ? aproxime-se de mim junto com teu coração
E agora ? consegue ver as batidas que são como pequenos poemas para você?
Ah sim! foi sem querer,na garoa vi seu maior poder
Poder que não vejo,apenas sinto,de homem me tornei um menino
Simplesmente lindo... conseguir olhar para seus olhos mesmo com meu jeito tímido
Olhares límpidos,seus olhos pareciam não refletirem a maldade
Mas confesso talvez seja delirio da minha idade
Seu amor se acabou e em mim,só sobrou a saudade

Feliz Natal

E o coração humano cada vez mais duro,
Por entre o ego e a vaidade a hipocrisia.
O amor a cada dia é assassinado, não
Mais se sabe o que é amor!?
E a vida custa muito caro, e a gente
Sempre se mostra não ter valor.
E o Natal nem sempre é de alegria,
O mundo em guerra, seres pedindo paz,
Gente passando fome,
E o Papei Noel não desce pela chaminé
Para entregar presentes
Para o rico e muito
Menos para o pobre,
Mesmo assim tudo tem suas diferenças.
Bombardeios, tiroteios, carnificina humana,
Desgraça alheia, miséria,
Descaso social - O mundo perdido,
E pouco se importa,
Os seres se mordem,
Matar parece que se tornou "humano",
E sempre há um dia especial,
Desejo de Feliz Natal,
Nem sempre é dado com amor,
De coração - a falsidade
Muitas das vezes se encontra no olhar.

E se pudéssemos nascer novamente
Viver a vida e amar a vida,
Viver a vida, e respeitar a vida,
Viver a vida, saber os limites - e ter consciência,
Viver a vida, e viver um pouco de tudo
Consigo mesmo e com todos.
Matar o preconceito dentro de si,
Matar tudo aquilo que é capaz de matar
Os outros e a si mesmo,
Ter misericórdia, compaixão,
Sentir o que o outro sente,
Amenizar as dores, perdoar,
Amar, brincar, abraçar...
E o Natal não é mais o mesmo,
O natal é o dia que morre e renasce,
As espécies deveriam amar
Uns aos outros eternamente.

E toda a fé somente é digna
Se nela existir amar,
Caso contrário toda sua fé
Pode se tornar uma doença.
Minha sociedade está doente
Na fé, muito se deixaram levar
Pelas palavras, cegaram os olhos,
Se acomodaram...
E dizendo ter fé, não deixam de lado
A vaidade, o ego, a falácia.
As igrejas das espécies
Deve ser o universo,
E não palácios,
Construído pelo suor dos
Que nada tem,
Para o sustento dos usurpadores
De ideia, senhores
Do sistema, comprados pelo Estado.

E Cristo foi um ser simples,
A espécie humana - tola
Sempre quer ser mais
- Falta humildade na gente!
- Falta simplicidade na gente!
- Falta amor entre a gente!

Não sei mais o que pode vim
Lá na frente, a juventude perdida
Formando uma nova política,
Ou a juventude rica e podre dominando
A juventude perdida (tudo tem a sua diferença),
A gente tem que limpar a sujeira deles,
A gente tem de ser analfabeto,
A gente tem de viver no desequilíbrio,
É o que o sistema pede,
A gente é escravo do sistema,
Nossa opção? A rebeldia em nosso olhar,
E o medo também...
A tristeza, e a falsa felicidade nos bares
E bordéis da vida.

E o fim do mundo?
O fim provocado
Pela própria espécie!
E o fim do mundo?
Quem liga? As pessoas
Matam e se matam!
E o fim do mundo?
Que mundo vivemos?
(Lágrimas presas por dentro)
(Sufocado).

O PINTOR E O POETA

O poeta tece em palavras
Como o pintor retrata em cores
Uma bela aquarela...paisagem da janela!
Um doce poema. vislumbres da alma...

E assim, sorrateiramente
O poeta vai buscando os versos e as rimas
lembranças de um passado presente
Como tinta fresca, misturada no quadro.

E a arte vai imitando a vida
e a vida inspirando a arte...maravilha!
O poeta escreve nas linhas
...E nas entrelinhas!
O que o pintor pinta na tela.

Seu nome! é minha glória, é meu porvir,
Minha esperança, e ambição é ele,
Meu sonho, meu amor!
Seu nome afina as cordas de minh'harpa,
Exalta a minha mente, e a embriaga
De poético odor.

Seu nome! embora vague esta minha alma
Em páramos desertos, - ou medite
Em bronca solidão:
Seu nome é minha idéia - em vão tentara
Roubar-mo alguém do peito - em vão - repito,
Seu nome é meu condão.

Quando baixar benéfico a meu leito,
Esse anjo de deus, pálido, e triste
Amigo derradeiro.
No seu último arcar, no extremo alento,
Há de seu nome pronunciar meus lábios,
Seu nome todo inteiro!...

⁠Um coração para duas alma
sentimento compartilhado.
Falo que a amo, sinto que sou amado.
Já não tenho ideias para escrever.
Mas esse poema é pra você.

Posso escrever mil rimas sobre seu sorriso.
Nenhum irá dizer o quanto vale seu brilho.
Posso escrever mil letras falando sobre nossa paixão.
Nenhuma irá conseguir dizer o que realmente tenho no coração.

Imagino nós dois, em beira de mar.
Somos livres para viver, livres a amar.
Sinto seu amor no teu abraço.
Vamos fortalecer nosso laço.

Quero novamente sentir seu calor.
No seu beijo quero sentir o amor.
Nossa relação não tem falhas.
Realmente é como se fosse… Um coração para duas almas.

Quero pedir desculpa a todas as mulheres que descrevi como bonitas antes de dizer inteligentes ou corajosas. Fico triste por ter falado como se algo tão simples como aquilo que nasceu com você, fosse seu maior orgulho, quando seu espírito já despedaçou montanhas. De agora em diante vou dizer coisas como, “você é forte” ou “você é incrível!”, não porque eu não te ache bonita, mas porque você é muito mais do que isso.

Rupi Kaur
Outros jeitos de usar a boca. São Paulo: Planeta, 2017.

O homem sempre busca um colo de mulher para deitar; um carinho para sonhar; e uma lágrima para pensar em quanta dor ela apazigua no toque; em quanta magia ela encanta no olhar; e quantas tristezas ela abafa no peito. Nossas paixões são imagens maternas; nós, homens, somos carentes eternos de cuidados maternos.

Você me diz para ficar quieta porque minhas opiniões me deixam menos bonita, mas não fui feita com um incêndio na barriga para que pudessem me apagar. Não fui feita com leveza na língua para que fosse fácil de engolir. Fui feita pesada, metade lâmina, metade seda. Difícil de esquecer e não tão fácil de entender.

Quando a primavera chegava, mesmo que se tratasse de uma falsa primavera, nossos problemas desapareciam, exceto o de saber onde se poderia ser mais feliz. A única coisa capaz de nos estragar um dia eram as pessoas, mas, se se pudesse evitar encontros, os dias não tinham limites. As pessoas eram sempre limitadoras da felicidade, exceto aquelas poucas que eram tão boas quanto a própria primavera.

⁠SOLIDÃO
"No avançar da vida aprendi a sofrer calada,
a chorar quietinha,
eu e minha alma sempre aos pedaços,
sozinhas...
Por qual razão sofreria mais agora
com teu amor tão medroso,
com teu querer mentiroso
e tuas fugas mesquinhas?
Prossigo ao meu modo, sofrendo calada
e chorando quietinha.
No meu mundo, com minha alma em pedaços,
silenciosamente eu curo minhas dores... sozinha."

Lori Damm ("Solidão", Contos, Crônicas & Poesia)

⁠"Já não te faço poesia,
Já não moras aqui dentro.
Da casa do amor, vazia,
Joguei teu retrato ao vento
Do fogo antigo que ardia,
Sobrou cinza, desalento,
E uma história tardia,
De vida e pertencimento.
Já não te faço poesia,
Não te lembro, nem lamento
Rasguei o sonho que havia
E enterrei no esquecimento."

Lori Damm ("Leaozinho", Contos, Crônicas & Poesia)

⁠Hoje sou o que você fez
De mim.
Você chegou e diluiu
meu passado.
Sendo passageiro
Veio para ficar.
Desfez quem eu era
e me reconstruiu.
Ergueu-me num pedestal
adorou-me
e depois me fez andar
na estrada
sem olhar pra trás.
Conectou
nossos corações
e assim me mantêm
presa a um encanto,
volúvel e volátil
que se tornou
necessário e permanente!
As vezes,
Dá-me as costas
Mas nunca me esquece
Com os olhos da alma
me vigia
e não me deixa
desaparecer,
Faz que me perde
e depois me acha
e me ama
além de seus limites
e de minhas permissões.
Quem eu era já não importa
nem é possível lembrar.
Foi-se aquela que eu fui
chegou a que ficará.
Gosto de mim
assim
E desse jeito ficarei
e assim agora serei.
Amo-te pelo que fez
e pelo que ainda fará
por mim
hoje, amanhã,
não sei quando
no tempo que ainda virá.
Que Deus o abençoe
e proteja.
De alguma forma sou tua
De alguma forma agora és meu.
E que assim seja.
"Sou Tua, És Meu"

⁠"Aos quatorze anos eu coloquei um chapéu de flores na cabeça e nunca mais tirei!
Lembro até hoje: era branco com rosinhas cor de rosa. Fiquei muito feliz quando o comprei, me senti o máximo porque aquele chapéu estava super na moda na minha cidade, rs
O tempo levou o chapéu físico embora mas ele prossegue na minha cabeça, enfeitando meus dias de branco e rosa e muita felicidade!
O que os outros pensam? Ah, não sei, isso é problema e direito deles, de pensar o que quiserem. Respeito. Mas meu chapéu da alegria não tiro da cabeça de jeito nenhum.
A vida é minha, a vida é bela e eu a saúdo com o meu melhor sorriso todos os dias.
Por isso prossigo com quatorze anos. E você?"

Os sonhos quando jogados ao vento, vaga sem destino e pode se perder a qualquer momento.
Pois sonhos são como as areias do deserto, com apenas um sopro do vento ganham um rumo e um destino incerto,
Não deixe que seus sonhos sejam varridos pelos ares, se seus sonhos são grandes... corra atrás e os agarre!!!

Inserida por pjaypoesiadeconcreto

Lágrimas caem
sinto o gosto amargo no canto da boca
Mais seu gosto não é nada perto do sufoco que já passei por essa vida loca.
Hoje eu paro penso e reflito...
Só dando graças a Deus por hoje estar aqui vivo!!!
Me dando forças e inspiração
pra que de uma forma ou outra você seja tocado pela minha canção,
mais pra que isso aconteça, faço musica com a alma, musica de verdade...musica do coração!!!

Inserida por pjaypoesiadeconcreto

Engraçado como tudo pode mudar em um simples momento
quando tudo parecia bom...nosso sorriso se vai com as asas do vento.

Difícil de entender muito menos explicar
somente Deus nesse momento pra poder me confortar

Porque palavras tão pequenas tem tanto poder
essas palavras pequenas são aquelas que podem te destruir
e as mesmas te reerguer...

Inserida por pjaypoesiadeconcreto

Éramos eu e tu
Dentro de mim
Centenas de fantasmas compunham o espectáculo
E o medo
Todo o medo do mundo em câmara lenta nos meus olhos.

Mãos agarradas
Pulsos acariciados
Um afago nas faces.

Éramos tu e eu
Dentro de nós
Suores inundavam os olhos
Alagavam lençóis
Corriam para o mar.
As unhas revoltam-se e ferem a carne que as abriga.

Éramos tu e eu
Dentro de nós.

Inserida por amiltondecristo

⁠Conto do Pato

Jô Bragança




Chegou o grande dia; Pato Haroldo, criado com todo carinho pela família, ja estava no ponto para ir a panela. Era Círio em Belém do Pará:

- Haroldo! meu filho, cadê você?
- Cadê você? Sou pato, não sou pateta.

Haroldo saiu correndo, desembestado, pelo quintal. Saiu pela tangente. Pulando muro feito louco.
Família, vizinhança e amigos, e quem nem sabia da história, começaram a perseguição.
Pato Haroldo correu mais que os carros, e se duvidar mais que os aviões. Passando pela feira, derrubou tudo no chão. Se armou, criou a maior confusão. Quebrou barracas, até as crianças não escaparam, e carroças. Tamanha foi a lambança que o dito Pato causou. Também pudera, eu também não quereria ir pra panela.
Depois de mais de uma hora de caça e quebradeira. Chegou o batalhão. Tropa de choque e cavalaria. Capturaram Haroldo, o pato fujao.
Não teve acordo. O delegado decretou "Pato Haroldo, por desordem e destruição, escapou da panela. Mas não escapará da prisão".

Inserida por braganca

⁠Era truque

Caí no truque da ilusão
Nem dei por conta que a capa
De propósito, cobria o ilusionista
Para confundir o espetáculo
Da platéia ao palco
Da confiança ao engano
Do que via,agora sendo visto
Do conforto da cadeira
Ao vexatório de um palco
Deu errado
Vaias...
O que o ilusionista fez?
Fui mero alvo
Na fumaça de meias verdades
Envolvi às cegas
Quando completamente crente de sua presença
A fumaça evapora
O corpo gira, buscando olhos abertos...
No inacreditável, um vapor que desce à mente
Revirando sombras em vultos
No coração, poeira de passos marcados
Dissolvendo-se pelo vento que sopra
Na descoordenada confusão
A fatal fumaça que cobria o ilusionista era farsa
Com um único intuito:
Fazer, de um espectador, palco de uma ilusão
Que devasta...

Márcia G de Oliveira

Inserida por marciagdeoliveira