Poesia Completa e Prosa
Meu poema é lixo
É quintal
É sanitário
Tu podes dispensá-lo- eu vou entender
Meu poema é esgoto
Flui restos de mim
Nele coloco o que ninguém sabe
Minhas miudezas de pensamento
O pior que está em mim
Está aqui- e tu o lês
Meu poema é retrato do odor que mora na escuridão da minha alma.
Ela é daquele tipo de mulher que tenta se camuflar nas coisas
Passar desapercebida
Mas sua singularidade é tanta
Que é impossível que não se destaque
Tem gosto excêntrico,
É desajeitada para algumas coisas,
Adora gente que rema contra a maré,
Que tem caráter.
Ela é simples de coração,
Porque sabe que simplicidade é sinônimo de sofisticação.
Ela não abre mão de ouvir Zeca Baleiro e Chico Buarque antes de dormir,
De sonhar com seu lugarzinho no mundo,
De fazer a diferença e cantar sua infinitude.
Ela é, por dentro e por fora, uma extensão da liberdade.
Vírgula, Começo depois da pausa que você não leu.
Não interrogue meus pretéritos.
Dois pontos já prenuncia uma nova história, seja em parágrafos ou versos livres.
Ser ponto sozinho no final, te deixa mais próxima da oração seguinte, com seus novos adjetivos e predicados, mas desta vez não será mais subordinada a mim.
O verbo que escolhemos é irregular e não se conjuga no presente.
Por hoje não exclamo nada, apenas lhe ofereço minhas sinceras reticências…
Desilusão.
Iludir-me por você.
Pensando encontrar em você felicidade.
Perdi o colorido da vida.
Você foi só falsidade.
Passei a não sorrir.
Chorar foi meu passatempo.
Dormia acordado e sonhando chorava.
Você foi o meu lamento.
Pensei que era doce seu amor.
Mas muito me enganei.
Hoje só tenho lembranças.
Das lágrimas que chorei.
A cada dia que passa,
O mesmo sol aparece.
Lembranças boas ou ruins,
Do passado não se esquece.
Ontem te vi
Ontem a vida
Ontem já é tarde
Ontem passei direto pela cidade
Ontem luzes no amor
Ontem foi ontem
Ontem é descaso com o agora
Ontem é só
Ontem a lua morava de frente pro sol
Ontem os dois se beijavam num raro eclipse
Ontem não era tão ruim
Ontem sabia que a lua depois de tanto tempo declararia seu amor pelo sol num singelo beijo
Ontem não foi tão ruim
Ontem desci do ônibus na sua estação
Ontem me perguntei porque você não estava lá
Ontem você foi de avião
Ontem passa das 00:00
Ontem já é hoje
Hoje não se levanta sem abandonar seu rosto no passado
Hoje é triste
Hoje estou sem você.
Enquanto você cantava
Eu me definia
Não na doce letra da música
Muito menos em sua voz desafinada
Eu pressentia sua intensidade
Na melodia que em seu coração retumbava
Tu me causavas suspiros, arrepios, e as vezes crises de risos
Me entreguei ao teu perfume
Até me misturei as suas lagrimas
Já não podia fazer nada
Entre todas as distrações
Você era a melhor
Talvez a mais fantástica
Você, meu amor.
Seu sorriso encantador,
Por ele me apaixonei.
com esse olhar lindo e profundo,
Por você me encantei.
Cada poema que escrevo,
É só pensando em você.
O amor que sinto,
Por você, nunca vai morrer.
É desse jeito que te amo.
E nem sei o quanto mais.
Só sei que sou feliz,
Poque te amo demais.
Te amo ao alvorecer do dia.
Te amo ao anoitecer.
Te amo dia e noite.
Pois você é minha razão de viver.
Tens medo do amor...
Mas ele existe quanto maior mais profundo
Pelo mar onde reflete o azul do céu
No nascer e do por do sol
O sorver da terra... E as flores de todas as cores...
Das canções cujas melodias falam de encanto e nostalgia...
Enquanto o teu coração temeroso arquiteta uma saída
Teus lábios sussurram não...!
Mas teu coração... Quer o meu amor...
E fazes poemas que a cada dia
Vão-se inflamando sozinhos
Em sopro de ventos estranhos
E eu falo-te de amor em mansa oração
Pela solidão que me toma por dentro
Um vazio triste oculto de inquietude e revolta
Deste amor por ti que nunca terá fim!
Tempos de trovoadas
A trovoada,
De tão medonha que é,
Ao mesmo tempo,
Encorajadora é,
Ora,
Será?
Trovoada que nasce,
Que Sol empanece,
Que de baixo aparece,
Que o céu escurece,
E que antes,
Lá longe aparece,
Trazida pelo vento,
Vento à ventania,
Faz do sopro poesia,
Pela noite,
Pelo dia,
Trazendo à navegar,
A trovoada...
Devagar,
De tão medonha que é.
LULA MOLUSCO DA SILVA
Lula cefalópode
Não aquele que tudo pode
Aquele de pés na cabeça
Como o náutilo, choco e polvo
Com muitos braços
O da Silva tem dois
Mas é como se tivesse oito
Molusco carnívoro
Mandíbulas em forma de bico
Corta, rasga e tritura
Não sobra nada
Só herança maldita
Molusco contagioso
Doença viral
Se espalha, contamina
Mesadinha, mensalão
Olho grande e petrolão
Bandidagem que dá rima
Fez da esperteza
Não mais inteligência
E sim corrupção
Hino de guerra
Lula lá
Lá longe
Nesse mar de marolinha
Tomara que venha
Um tubarão bem grande
Para comer esse molusco
Boi-gordo gigante
Com alma de lulinha
Mas coitado do tubarão
Mesmo com tanto apetite
Ainda vai ter que Deus o livre
Uma baita indigestão
O casebre do João
Sou feito o João de barro
Tenho asas para voar
Aonde a vontade me dar
O céu inteiro à disposição,
Mas prefiro construir minha casinha
Nesta árvore sozinha
Enchê-la com tudo que me agrada
Aconchegar-me em seu interior
Vê o sol se pôr
De lá só sair
Para a saudade vir
E retornar logo depois.
Queria ser só Teu...
Queria ser o teu sono
Para contigo adormecer,
Ser a tua alegria que lhe
faz sorrir todo dia
A cada amanhecer
Queria ser todo teu
Sem medo de te perder,
Ser o ar que tu respiras
Teu verso em poesia
Tua razão de viver
Queria ser teu universo
Tua própria constelação,
Aquela estrela cadente
Que após o sol poente
Ilumina-te na escuridão
Ah ! Como eu queria
Ser teu jardim em flores,
Ser regado com carinho
Ser o teu próprio caminho
Que lhe conduz ao amor.
Preciso sonhar...
(...) quando te vejo entre brumas nas noites
de meus sonhos mais profundos
Tenho vontade de pintar-te em tela
Ao amanhecer...
Iria inventar teus olhos e a
Boca mais linda para que tenham sorrisos... E palavras de amor
E se mesmo assim você não existisse...
Fala-me por que eu iria existir
Teria de inventar também o amor
Faze-lo nascer a cada dia nas cores da primavera...!?(...)
Deixe morrer
Morte ao que te segura,
Morte à frase bonita na sepultura.
Deixe morrer...
Morte ao falso amor,
Morte para tudo que nos causa dor.
Deixe morrer...
Morte a ele, a ela, a vós.
Morte para todos aqueles que nos deixaram sós.
Deixe morrer...
Para que, finalmente,
você possa
viver.
Noturnas...
Eu me lembro de seu sorriso
vc é a única pessoa que jamais poderei esquecer...
Vc é o melhor que já tive...
Quando a noite e as estrelas aparecem...
E não tem ninguém para enxugar suas lágrimas...
Com certeza você vai lembrar-se de mim...
Eu sempre enxugava suas lágrimas...
Com meus beijos à luz do luar!
Hoje respiro o silencio...
No relento da noite...
Adornada de princesa... Para deixar transparecer minha alma
Para que a vejas... Qual me viste em sonhos...
Deste-me as mãos e percorremos oceanos inteiros e
Viajamos nas ondas... No marulhar das águas...
Fizeste-me promessas... Nunca mais saudades ausentes...
E, deixei-me sonhar. ...
Escutando uma doce melodia até o amanhecer...
Poemas foram ensejados para ti...
Vem precisamos sorrir... Vamos atirar ao mar nossas dores...
A partir de hoje...
Espero-te!
Não me omitirei
Serei o martelo que golpeia a tua consciência
Te perseguirei pelas ruas e gritarei teu crime,
Te incomodarei de mil maneiras, não te darei paz.
Quanto te olhes no espelho, serei o teu reflexo,
te apontarei o dedo e te chamarei covarde,
covarde por viver só para ti, covarde por não agir,
por pensar que o pouco que faria não seria nada;
quando o teu “nada” poderia ser o tudo para alguém.
Publicarei nos jornais tua cruel omissão,
porque tuas palavras vazias e teu olhar de pena,
não alimentam a fome dos flagelados do mundo.
Te caçarei no cinema, nas lojas, na academia,
em todos os lugares onde alimentas a tua futilidade.
Te farei lembrar da mão estendida, do prato vazio,
das noites escuras de outros, que dormem sem teto,
que já não têm mais lágrimas para derramar.
Aliança com a paixão...
Contemplo as verdades lúcidas do tempo...
E falo do suspiro de um lindo pássaro...
Parei meus olhos nesse doce momento...
Vivi nas areias da praia essa longa espera...
Chegaste voando nas asas de uma gaivota
E te fiz perguntas vindas do coração
E me olhaste em Silêncio...
E eu escrevi metáforas impenetráveis
E desejei ser pedra em mar profundo
Elevo os olhos aos céus mais infinitos...
deles soltam-se arco íris
De muitas cores...Fantasiando sonhos...
E renovo a aliança com a paixão...!
João-de-barro , meu amigo
Queria na tua casa morar
Certo é que ali estaria seguro
Seguro na certeza de ter um lar
João, reforma tua casa
Aumenta as paredes, faz tudo bem certo
Me dê um quarto, serei teu inquilino
Ao menos, terei sobre mim um teto
João, é bom contigo morar
Nem me importo com você viver
Aqui é quentinho, aqui é gostoso
Aqui vou ficar e aqui vou morrer,
Mas não se mude e me deixe só
Pois morrerei a não mais te ver
João é o ser mais próximo da humanidade
Para inicio, carrega o parecido no nome
E se houve inspiração humana em João
Houve inspiração de João no homem
João estava aqui desde a moradia das cavernas
Viu a formação da primeira cidade
E antes mesmo de “criarem” o elevador
Ele já subia, mostrando sua superioridade
Inspirou desde a mansão até a cabana
Modelo europeu , tendência americana
É o responsável pelas estruturas que temos hoje
Mesmo nunca tendo levado um pingo de fama
Mas a fama até que não te interessa
O mais importante é o barro, o trabalho
É a proteção, pois lá vem a chuva
Sei que não gostas de estar molhado,
Mas também é esteticista
Muito preocupado com o formato
És o João-de-barro Niemeyer
Ou faltou em Niemeyer o sobrenome de João-de-barro
João-de-barro que tudo faz pelo trabalho ,
Mas também faz pelos filhos seus
João-de-barro, o segundo engenheiro do céu
Atrás apenas e somente de Deus.
João-de-Barro , o “faz tudo” da natureza.
O “faz tudo “ ,sim senhor!
João-de –barro engenheiro , arquiteto voador
João-de-barro aviador , compositor e pai protetor
João, o divino
Facilmente associado aos santos
João não é limitado como os humanos
João voa, João é anjo
Ele tem tudo o que alguém quer
João tem instinto, tem engenharia, tem alturas
Ele é naturalmente e por vocação
Perto de Deus e próximo das criaturas
Isso mesmo,João, o perto de Deus
Até no barro há o que se comparar
E se um se ocupou e com ele fez a sua obra-prima
O outro usa como matéria-prima para se ocupar
Pro João-de-barro só presta o barro
Molhado, ligado, pesado
Com dor, com esforço, com entrega
Aos muitos, aos poucos, revezados .
Não dói e nem reclama
Nem ao menos ele sai aos berros
João-de-barro pra fazer o que é de barro
Precisa se transformar em João de ferro
João das classes sociais
João, o falso-verdadeiro
João rico , é arquiteto
João pobre , é pedreiro
João, reforma essa tua casa
E aprende a alicerces colocar
Pois daqui há um tempo não muito distante
Não acharás altura onde morar
João , reforma tua casa
E nem precisa mais nela eu caber
Se apenas couber a ti
Conseguirás então sobreviver
João , reforma tua casa
Mas tente fazer tudo bem certo
Não quero te olhar e perceber
Que agora transitastes para João-sem-teto
João, reforma essa tua casa
Se quiseres, podes comigo morar
Pois pelo que és , seria a coisa mais triste
Se eu visse o João-de-barro sem lar.
Triste Realidade
Sonhos vem
Sonhos vão
Como compreender este mundo
Tão cheio de ilusão?
Um olhar inocente
Um mundo imprudente
Cedo começam as decepções
Nesta vida de emoções
Me pego então
Perdida na desilusão
Deste mundo já sem valores
Onde nos olhos de uma menina
Se encontram cedo decepções
Uma luz na escuridão
No ato de uma canção
Uma razão pra tentar
Um mundo pra enfrentar
Terei eu
Motivos pra lutar ?