Poesia Completa e Prosa

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Ah como é um engano esta vida...
Como é amargo solver a ingratidão...
Esmago este dia ...E outros também...
No meu silêncio guardo a dor do teu desamor...
De quem nunca deixará de te amar...(filho)
E recordo palavras quais punhais em meu peito
No entanto esta poetisa louca vive... Ainda não virou estrela
Mas conto-as todas as noites e as transformo em dia
E choro nas aguas negras do Rio...!

Inserida por celinavasques

Constatação

Onde estão, meu bem...
Onde estão os nossos momentos?
Aqueles tempos tão cheios de sonhos
Carregados de uma eternidade tão latente
Tão potente,que poderia mudar nossos mundos
apenas com o toque dos nossos dedos...?

Nossos desígnios, meu amor, onde estão?
A realidade deles era tão tangível...!
Perderam-se em meio às brumas do tempo?
No esfacelar das horas...Dos anos
Da nossa juventude
Perdida, ainda que não esquecida.

Mas o amor se perde?
Quando o amor se perde?
Desde quando o amor se perde?!!
Talvez o amor não se perca
Apenas desista
...Ou ainda nem desista
Deixa de acontecer
Simplesmente...
Veementemente
Como o cessar do bater das asas da crisálida
Inevitável.

...Então que cessem meus devaneios
Meus questionamentos
As " coisas" são como tem que ser
E o amor...Ah, meu amor...
O amor tem lá os seus mistérios
Tão insondáveis quanto a própria vida...

Inserida por ElisaFlor1973

Espiritualidade

Das alturas Celestes
Ao ser expresso em cada verso
Como toda gratidão
Ao Universo.

Através de uma íntima intenção
De uma sutil energia
Que propicie uma atmosfera
De encanto e magia.

Ao contemplar a Natureza
Assim como a beleza de uma Flor
Que tão delicadamente
Expressa silenciosamente o amor.

Tal como a espiritualidade
Em sua delicadeza
De modo único
E com infundível Nobreza.

Numa clara demonstação
De sempre estar reservada uma terna inspiração
E que espontaneamente possa ser refletida
Pelo próprio coração.

Igualmente a uma grande missão
Que seja conduzida por um belo talento
De um modo incondicional
Através de um Admirável Sentimento.

Inserida por regisassuncao

Bem me quer, mal me quer

Bem me quer, tenho aqui o meu cantinho
Mal me quer, ao dormir preciso de carinho
Bem me quer, de amizades não tenho fome
Mal me quer, não sei escrever teu nome
Bem me quer, paternidade é com meu cachorro
Mal me quer, na solidão eu peço socorro
Bem me quer, divido a opinião comigo mesmo
Mal me quer, a partilha permanece a esmo
Bem me quer, amo, a tudo e todos, sou feliz
Mal me quer, tudo é tão rápido, por um triz
Bem me quer, como é bom apreciar o amanhecer
Mal me quer, a cada dia veloz é o envelhecer
Bem me quer, sei mastigar a vida de solitário
Mal me quer, não tenho ninguém no itinerário...
Bem me quer...

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

singular

no caminho singular
fui plural
tentando me encontrar
entre o bem e o mal

na variante
do acaso
calmaria e vendaval
ao longo prazo
nunca fui total
no lusco fusco
sou igual
o afeto que busco

fui silêncio e barulho
probabilidade
e neste embrulho
deserto e diversidade
de prosa e verso
realidade
de um comum universo

plural ou singular
existiu amizade
e pude saber o que é amar

só o amor nos faz eternidade!

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

dorido

a lágrima exibi
o silêncio, é palavra, ato
o revés, bisturi
que corta de fato

teu sentido, teu tato

a emoção contamina
perfura a razão
nos olhos neblina

sofreguidão

na despedida
no gemido
na partida
no laço corrompido
na magoa proferida
no desejo proibido
na luta vencida
o não no pedido

sem amor
é dorido
nunca acolhedor...

do perdão devedor

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Fogão de lenha

Ah! O velho fogão de lenha
O fogo estalando o graveto
Panelas empretejada e prenha
Exalando seu tempero secreto
Só saudade, razão quem o tenha
Na fornada os biscoitos de goma
D. Celina. Quem duvidar, que venha
Provar, do pão de queijo, puro aroma
Velho fogão, assim, faz sua resenha
Envolta os causos e mexericos soma
Ao café no bule, que na alma embrenha
Só tu pode e guarda em seu fogo lento
O poetar que meus versos ordenha
Lembranças de um tempo de contento
És tu velho e bravo fogão de lenha!

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Passa

o tempo por nós passa
passa o ser sem tempo
num delírio e arruaça
o fado sem passatempo

o futuro
longe ou perto
fácil ou duro
sempre incerto

e tudo passa
mágoas passam
a perda a caça
pessoas passam

é ventura é pura graça
a existência é oblação
a vida passa...

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

O tempo prostrado

a inação
está parada
no céu são

nuvens em silêncio, calada
lutuosa trova uma canção
numa voz desafinada

é o tempo prostrado, catão
os olhos do pensamento
fixos na imensidão
sem qualquer argumento
sem ocupação

seria a perfeição
este estado
da alma em infusão
do corpo amuado
submerso em meditação

ou será o pecado
da solidão...

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

De par a singular

Depois do teu olhar
O meu corpo se calou
A saudade faz aumentar
O vazio que você deixou
Não era para ser, mas foi
Aquela música silenciou
Não mais terei o teu oi...
Nem sei mais onde estou
Perdido está o ansiado projeto
O coração não mais disparou
O pesar não sabe ser discreto
Quer o que nunca mais chegou
Sem você o amor não é completo
E os sonhos sonhados acabou
Ter você é de paixão estar repleto
Pois pensei um dia ser minha, ou
Que éramos par, não singular o afeto.

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Primaverar

Como é bom primaverar
Estar ao som das flores
Se enfeitar e reverenciar
A beleza e os amores

Sentir o perfume no ar
O vento, olhar o colorido
Da diversidade, elevar
O âmago nela embebido

E neste clima é elementar
A sensibilidade, assim ter
Harmonia e bem estar
Trazendo essência no viver

Vamos primaverar!

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Inscrição para uma lápide

Aqui jaz um sonhador
Que hoje cinzas sobejou
Pela vida foi um cantador
E na sorte se desdobrou
Entre aspas vai o “amor”
Por ter sido um solitário
Sem velas, choro, por favor
Fui um fausto no itinerário
Se quiserem homenagear
Tragam folia no comentário
Pra este galhofeiro escutar
Ao estar aqui, tenham horário
Pois é meu retiro pra repousar

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Verso e trova

O poeta trova o seu verso
No reverso de sua sofreguidão
Sofrendo para não ser perverso
Com a alma de sua inspiração

Cada trova na carne é cortada
Em cada corte sangra a rima
Rimando palavra encantada
Pra encantar a sua estima

Nesta de ser um simulador
Simula tão perfeitamente
Lagrimas de alegria e de dor
Que perfeito é o que sente

E assim por ser um sonhador
Sonha e no sonho se renova
Desenhando poemas de amor
Em amorosos versos e trovas

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Ventania no Cerrado

Chia o vento no cerrado seco
Num grito fugaz de melancolia
Zumbindo a sequidão num eco
Nos tortos galhos em poesia
Este vento que traz solidão
E também traz especiaria
Dando aroma a esta emoção
E combustão a esta ventania

Calado pelo canto da seriema
Que com o sertão tem parceria
Choraminga o cerrado em poema
Das folhas secas em sua correria
Desenhando no vasto céu dilema
Do rústico e o belo em poesia
Musicando a natureza suprema
Da diversidade em sua agonia
(Vai o vento em sua romaria.)

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

VINHO

Escorre na taça o fim do dia
Num buquê de chuva que cai
A consciência então se inebria
Em goles de saudade que abstrai

E nesta sonolência complexa
Relaxa o sonho no tinto vinho
Quando faz a quimera perplexa
E os pensamentos em desalinho

Mergulho no meu eu, sem data
Nada encontro nem a mim mesmo
É como caminhar em virgem mata
Ou escorrer no meio fio a esmo

Tudo é início e fim de festejada festa
Nos basta: varanda, cachorro e taça
De tinto vinho, sabe-se lá o que resta
Dá-me mais vinho pois a vida passa

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Poema consternado

Neste poema triste
A esperança chora
A inspiração insiste
As rimas em metáfora
Ora fé, ora incerteza
O prazer quer ir embora
Deixando só fraqueza
Nas velhas rimas afora
Onde se quer lindeza
Onde se quer aurora
E eu, nesta correnteza
Consternado, sou fiel
Então, aqui escrevi tristeza
E delas faço barco de papel!

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

No aguardo

Eu quero mais que um olhar
Quero teus beijos nos meus
Poder a solidão dizer adeus
E o vazio poder transformar

Te quero assim ao meu lado
Andar de mãos dadas no amor
Uma canção poder te compor
Rimadas em sintonia no fado

Aceite, não pense em nada
Venha até mim, do seu jeito
Vamos juntos nesta estrada

Vamos nos perder na emoção
Traga o sorriso pro meu peito
Acalme o meu que é seu coração

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto nostálgico

Solitário passei a falar com a solidão
A lua passou a me ver amanhecer
E o brilho do sol a me ver anoitecer
Então o repesar instalou no coração

Via a noite, as estrela e a escuridão
Na comitiva o ontem, hoje o porvir
Tentando comigo alvos para sentir
E nos cochichos nenhuma questão

As lágrimas não mais querem falar
Para que chorar, naquele momento
O vazio é quem veio em mim poetar

E neste total silêncio do pensamento
A viga do tempo e que veio escorar
A saudade, pois o fado é seguimento

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Poema para um bom dia

Amanheça radiante como o sol
Cante como os pássaros no alvorecer
Saia de seu caracol
Abra a janela do viver
Sorria, irradie felicidade
A vida é para valer
Agradeça esta oportunidade
Só quem quer terá o saber
Terá serenidade.... Harmonia...
Bom dia!

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto variante

Hoje sou diferente do ontem
Ontem eu era diferente do hoje
Amanhã serei díspar no reloje
Variamos no tempo, outrem

De manhã sou um de tarde outro
Se vivo! Diferente anoitecerei
É o destino em seu decreto lei
Sou um, sou vários, aqueloutro

Passo a passo na cadência
Rugas, choros e sorrisos
E assim parindo essência

E nestes todos atos incisos
Ando onde me há subsistência
Até quando tiver regência e improvisos

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol