Poesia Completa e Prosa

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" Não marque territórios se não tiver intenção de ocupar.
esse negócio de latifúndio é para quem tem vontade de trabalhar, conheço gente que só de ouvir a palavra, já quer descansar
tem medo dos bichos,da noite do sol
como cultivará a enseada
se no pensamento
nada quer mudar...

Inserida por OscarKlemz

" Saibam todos quanto este poema virem
ou conhecimento tomarem
que em determinado tempo, houve alguém
que por ser mais que meu bem
povoou-me de versos
e foi só o que pude fazer
transcender
dedicar-me ao querer
ser merecedor
caminhar
nesta estrada de carinho e ternura
decifrar
a eternidade e a beleza
do verbo amar...

Inserida por OscarKlemz

" Já não consigo definir
o começo e o fim,
parece tudo misturado
jogado à própria sorte
já não existe o medo
daquelas luas da infância
dos lobos que vigiavam as esquinas
acho que foram todos mortos
já não há desejos intensos
apenas o caminhar lento
procurando tua mão
que em vão o coração
ainda tenta encontrar...

Inserida por OscarKlemz

neste lugar solitário
o homem toda a manhã
tem o porte estatuário
de um pensador de Rodin

neste lugar solitário
extravasa sem sursis
como um confessionário
o mais íntimo de si

neste lugar solitário
arúspice desentranha
o aflito vocabulário
de suas próprias entranhas

neste lugar solitário
faz a conta doída:
em lançamentos diários
a soma de sua vida

Inserida por pensador

Eu vi um ângulo obtuso
Ficar inteligente
E a boca da noite
Palitar os dentes.

Vi um braço de mar
Coçando o sovaco
E também dois tatus
Jogando buraco.

Eu vi um nó cego
Andando de bengala
E vi uma andorinha
Arrumando a mala.

Vi um pé de vento
Calçar as botinas
E o seu cavalo-motor
Sacudir as crinas.

Vi uma mosca entrando
Em boca fechada
E um beco sem saída
Que não tinha entrada.

É a pura verdade,
A mais nem um til,
E tudo aconteceu
Num primeiro de abril.

Inserida por pensador

Um homem
que se preocupava demais
com coisas sem importância
acabou ficando com a cabeça cheia de minhocas.

Um amigo lhe deu então a ideia
de usar as minhocas
numa pescaria para se distrair das preocupações.

O homem se distraiu tanto
pescando
que sua cabeça ficou leve
como um balão
e foi subindo pelo ar
até sumir nas nuvens.

Onde será que foi parar?
Não sei
nem quero me preocupar com isso.
Vou mais é pescar.

Inserida por pensador

Voe!


Com amor,

Pedi a Deus

Pra te levar em paz

E me trazer o meu eu

De volta pra mim

Com amor,

Eu disse Adeus

Entreguei a Deus

Os caminhos seus

Com amor,

Prometi a mim

Que seria assim

Fechei a porta.

Com amor,

Escrevi o poema

Para nenhum sussurro

De contrário vir

Voe,

como pássarinho cego

Que perdeu a rota

Sem saber da partida

Voe,

como falcão rápido

Cuja presa fácil

está bem distante

Voe depressa!

Se não, voarei

De receio já voei

Mas, voe,

não perca a vida.

Inserida por LimaJ

As vezes sinto meus pés se afundarem na massa gosmenta dos dias, que se arrastam intermináveis, em tons de cinza. Nesses dias, não me peça nada, não me cobre sorrisos cheios de dentes, nem falatórios desnecessários. Meu corpo, minha catedral. Meu silêncio, minha religião. Deixe-me aqui, é transitório feito as fases da lua, e eu estou na minguante, encolhendo, secando, me diluindo. Por ora, apenas me deixe dormindo aos pedaços.
- Flavia Grando

Inserida por flavia_grando

Chatos deveriam ser excluídos por score
chato geral 1 ponto
chato amigo 2 pontos
chato amoroso 3 pontos
chato falso 4 pontos
e o chato politico 5 pontos
Agora se o cara é chato no geral, se faz de amigo,dá uma de amoroso e sabemos que é um tanto falso, ai só pode ser o ...
ia assinar, melhor não

Inserida por OscarKlemz

NAÇÕES NO CLÁSSICO
(15.03.2019).

É a alegria de duas nações,
Que transcende a rivalidade.
Dois eternos corações,
Que querem o gol como liberdade.
O furacão se lança para frente,
Desejando no final chegar...
E com sua história,
A taça do catarinense ganhar.
Os versos não mentem!
E sabem descrever,
O Leão da Ilha,
Rugindo pra vencer.
Destemino, se impõe!
Sendo o Rei da Selva e,
Desejando o primeiro lugar.
Ir com tudo para alcançar.
Esse é o clássico a nos resgatar,
No tempo e no espaço.
Buscando-nos presentear,
Com a glória de um espetáculo.

Inserida por ricardo_oliveira_1

Vejo que nós, negras meninas
Temos olhos de estrelas,
Que por vezes se permitem constelar

O problema é que desde sempre nos tiraram a nobreza
Duvidaram das nossas ciências,
E quem antes atendia pelo pronome alteza
Hoje, pra sobreviver, lhe sobra o cargo de empregada da casa

É preciso lembrar da nossa raiz
semente negra de força matriz que brota em riste!
Mãos calejadas, corpos marcados sim
Mas de quem ainda resiste.

Inserida por pensador

Gentes estranhas com seus olhos cheios doutros mundos
quiseram cantar teus encantos
para elas só de mistérios profundos,
de delírios e feitiçarias...
Teus encantos profundos de Africa.

Mas não puderam.
Em seus formais e rendilhados cantos,
ausentes de emoção e sinceridade,
quedas-te longínqua, inatingível,
virgem de contactos mais fundos.
E te mascararam de esfinge de ébano, amante sensual,
jarra etrusca, exotismo tropical,
demência, atracção, crueldade,
animalidade, magia...
e não sabemos quantas outras palavras vistosas e vazias.

Em seus formais cantos rendilhados
foste tudo, negra...
menos tu.

E ainda bem.
Ainda bem que nos deixaram a nós,
do mesmo sangue, mesmos nervos, carne, alma,
sofrimento,
a glória única e sentida de te cantar
com emoção verdadeira e radical,
a glória comovida de te cantar, toda amassada,
moldada, vazada nesta sílaba imensa e luminosa: MÃE

Inserida por pensador

Somos fugitivas de todos os bairros de zinco e caniço.
Fugitivas das Munhuanas e dos Xipamanines,
viemos do outro lado da cidade
com nossos olhos espantados,
nossas almas trançadas,
nossos corpos submissos e escancarados.
De mãos ávidas e vazias,
de ancas bamboleantes lâmpadas vermelhas se acendendo,
de corações amarrados de repulsa,
descemos atraídas pelas luzes da cidade,
acenando convites aliciantes
como sinais luminosos na noite.

Viemos ...
Fugitivas dos telhados de zinco pingando cacimba,
do sem sabor do caril de amendoim quotidiano,
do doer espáduas todo o dia vergadas
sobre sedas que outras exibirão,
dos vestidos desbotados de chita,
da certeza terrível do dia de amanhã
retrato fiel do que passou,
sem uma pincelada verde forte
falando de esperança.

Inserida por pensador

Súplica


Tirem-nos tudo,
mas deixem-nos a música!

Tirem-nos a terra em que nascemos,
onde crescemos
e onde descobrimos pela primeira vez
que o mundo é assim:
um labirinto de xadrez…

Tirem-nos a luz do sol que nos aquece,
a tua lírica de xingombela
nas noites mulatas
da selva moçambicana
(essa lua que nos semeou no coração
a poesia que encontramos na vida)
tirem-nos a palhota ̶ humilde cubata
onde vivemos e amamos,
tirem-nos a machamba que nos dá o pão,
tirem-nos o calor de lume
(que nos é quase tudo)
̶ mas não nos tirem a música!

Inserida por pensador

Lição


Ensinaram-lhe na missão,
Quando era pequenino:
“Somos todos filhos de Deus; cada Homem
é irmão doutro Homem!”

Disseram-lhe isto na missão,
quando era pequenino.
Naturalmente,
ele não ficou sempre menino:
cresceu, aprendeu a contar e a ler
e começou a conhecer
melhor essa mulher vendida
̶ que é a vida
de todos os desgraçados.

E então, uma vez, inocentemente,
olhou para um Homem e disse “Irmão…”
Mas o Homem pálido fulminou-o duramente
com seus olhos cheios de ódio
e respondeu-lhe: “Negro”.

Inserida por pensador

Quero o teu sorriso, o teu olhar, quero todos os teus beijos, quero teu coração
quero a alegria que me contagia, quero a sabedoria de te entender e te fazer sonhar, quero meus braços te procurando, quero o amor nos encontrando, quero tudo e um pouco mais, quero andar de mãos dadas, acordar ao teu lado, sentir teu cheiro, quero te amar, de corpo inteiro, quero o desejo que ninguém jamais viveu, quero teu colo, somente meu, quero virgulas e ainda que um ponto final pareça querer existir, vou insistir e se o que quero for demais, saiba que é o coração quem diz, que tudo que quero é ser e te fazer feliz...”

Inserida por OscarKlemz

Cicatrizes Saradas

Hoje posso não mais te amar
Acho que um dia te amei
Mais agora tenha a certeza
Que em breve te esquecerei.

Hoje eu já percebo
Que nenhum esforço valeu
E o que fiz no passado
Pouco a pouco se perdeu.

Hoje eu já consigo
Fingir que não mais conheço
Agora minha história
Terá um novo recomeço.

A partir de agora
Sem você vou caminhar
E então te mostrarei
Que consigo assim brilhar.

Hoje meu grande amor
Não passou de ilusão
Hoje minhas grandes dores
Curadas e saradas ficarão.

As feridas cessarão
Cicatrizes gerarão
Acho que um dia te amei
Mais em breve te esquecerei.

Inserida por RianCarlos123

O amor que não me dedicastes
eu guardo em meu coração
o amor que jamais pronunciastes
está na poesia de minha oração

Ah! este amor que não mereci
o afeto do tamanho de minha ilusão
o amor que não conheci
se acabará comigo dentro do coração.

Ao amor, amor e amor
dedico-lhes uma flor.

Inserida por gnpoesia

Luz é você?

Esta tudo escuro, estou cego
Tudo esta coberto, meu coração eu checo
ainda bate? ou acabou de parar?
a verdade, não sei falar.

Minhas emoções, agora sem valor
Foram sufocadas pela dor.
Ainda vivo ou sinto?
também não sei, por que ainda existo?

A luz me sufocou
E aos poucos me matou
A escuridão foi o que me restou
Mas no momento crítico algo me segurou
será que a luz para mim retornou?

Estava certo de que faria o melhor
Mas nestes momentos perco a noção do certo ou errado
Pois a escuridão está sempre ao meu lado.
não consigo evitar
ela sempre está lá
Soprando no meu ouvidinho
para minha vida tirar

Mas de uma coisa tenho certeza
Quando a luz a mim retorna
ela reinará
e a escuridão, coitada
Não mais vaga achará

Luz, por que me abandonaste?
Me despedaçou e depois me deixaste.
Não quero a escuridão
será que o que eu fiz foi tudo em vão?

Luz é você?
Veio me resgatar?
Sorrindo ela me disse:
"Não se preocupe,
Final feliz Haverá"

Este será o desfecho?
Sabe, não sei lhe dizer
mas para ser sincero
este é o meu querer.
Luz, cadé você?

Inserida por Democritas

Dessa vez eu dei tudo de mim.
Os fragmentos contidos no ser, restantes de todas as tentativas em vão, juntei um a um com o resquício de força e a última esperança.
Mas não formam suficientes. Suficientes o bastante pra suprir todas as dores já suportadas, todas as lágrimas já derramadas, todas promessas descumpridas, todas expectativas frustradas. Não foram suficientes para conseguir ficar o tempo bastante pra se fazer presente, pra ter o contentamento de estar e permanecer. Dessa vez, finalmente vejo um fim, porque tudo que tinha findou-se, de todas as formas e maneiras possíveis deixei...
Deixei ir e não quero voltar, não quero o novo porque tenho medo de vê-lo partir novamente, e já não se fazem mais corações como antigamente.

Inserida por Valente_nika