Poesia Completa e Prosa
Soneto de metamorfose
Vida de lagarta.... Total limitação...
A sina de uma existência asquerosa,
de uma condição naturalmente desairosa,
melancólica, frágil e sem opção...
Destino de incomoda sujeição,
uma vida sofrida, triste e morosa,
de uma falta de perspectivas pavorosa,
onde há apenas a morte como solução...
Quando minha alma, este fulgor tépido;
de meu velho corpo irá se separar;
meu caixão, morada do cadáver fétido;
será o casulo que irei abandonar;
e estarei livre, me sentirei lépido;
borboleta pronta para voar.
Normose
Uma triste epidemia assola a humanidade,
sintomas claros, quase sempre ignorados,
produzindo indivíduos massificados,
destruindo toda e qualquer individualidade...
Um distúrbio coletivo de personalidade,
criando humanos cada vez mais alienados,
com estilos e pensamentos padronizados,
Impostos por nossa hipócrita sociedade...
Condenando-os a este mar de mediocridade,
onde impera uma absurda falta de criatividade,
aliada a medo, conformismo e incapacidade...
Eu... Tento preservar a minha integridade,
permanecendo fiel a minha própria identidade,
mas isso soa para a maioria como insanidade.
A deusa da perdição
Teu charme é algo indescritível,
é devastador, pura dinamite.
Faz jogo... Sua beleza lhe permite;
demonstrando um cinismo terrível.
Ela se diverte por ser irresistível,
sou mais uma presa fácil... Acredite!
Personificação de afrodite,
cai em sua armadilha invisível...
Frente a ti, eu só penso em sexo...
A ponto de me tornar outro se te vejo,
fato natural, nada há de complexo.
É a força ódica do desejo,
me perco em atitudes sem nexo,
e tudo começou em um simples beijo.
" Linda como ninguém
e eu tive a sorte de te conhecer
de te ver sorrir
quem no mundo que te conhece, ousaria dizer que não sou abençoado
por isso meu amor, quero te desejar toda felicidade possível, que o impossível, teus olhos possam ver e tua alma sentir.
Te amo, te amo e te amo e quero mais...
Por favor,
sejas muito feliz por nós dois...
A vida não tem volta.
Sobra o séquito de sombras
e uma canção trôpega
atravessada no peito:
espada, rubra espada
cravada de mau jeito.
Aqueles rapazes esbeltos
ai, estrangularam-se
nas gravatas da rotina.
Ai, crucificaram-se
no lenho das doenças.
Aqueles rapazes tão belos
não fazem mais acrobacias
nem discursos inflamados
Arrastam chinelos e redes
ruminam silêncio amargo.
Um dia fui bela, filha,
digo a surpreendê-la.
Devo provar com retratos
o que tem ar de mentira.
Áureos tempos aqueles
quando na manhãzinha goiaba
colhíamos no cerrado gabirobas
ainda vestidas de orvalho.
Pés e patas competiam no capim
pródigo de carrapichos.
Gestos elásticos ultra-rápidos
assustávamos insetos e aves.
Um séquito de suaves súditos
nos seguia em semi-adoração
nós, os príncipes daquele feudo.
Depois, o asfalto rasgou o campo.
Cogumelos de concreto brotaram.
Cresceram as crianças e a cidade.
Anãs ficaram as árvores aos pés
de edifícios colossais. Sumiram
pássaros gabirobas araçás.
Fim de passeios e piqueniques.
Só ficou a fome funda das frutas
no vão sem remissão das bocas .
Reconheço, sou difícil de lidar. Talvez seja meu jeito ou quem sabe a minha falta de jeito. Vai ver, eu tenha desaprendido a entender essas coisas de sentimentos. Ou, quem sabe ainda, eu não queira ou não esteja preparada para o tanto que me ofereces. Pode ser alguma coisa ainda doendo aqui dentro, que me impeça de acreditar novamente em palavras bonitas. Sou meio quebrada, sabe? Me colei ao longo dos dias com persistência e coragem. Juntei um caco aqui, outro ali, não deu pra consertar inteira, mas me reconstruí da melhor forma que pude. Não sou triste nem descrente, muito pelo contrário. Apenas estou reorganizando o meu lado de dentro.
- Flavia Grando -
Estrela Guia
Queria ser um viajante
E coisas lindas avistar
Pra depois voltar
E ir correndo te contar
Ia sair pra ver o mar
Só pensando em te contar
Coisas lindas que vi lá
Mas que nada é melhor que te ver e te abraçar
Vem comigo
Vamos sonhar
Vamos juntos olhar o mar
Vou comprar um buquê de flores
Pra te agradar
Nossas dores e desamores
Erradicar
Vem meu amor
Vamos pra um lugar sonhar
Vamos construir um lar
Não importa onde seja
Porque somos viajantes
Vou ter amar
Onde quer que a gente esteja
Vou te esperar
No altar de uma igreja
Vamos casar
Porque eu te amo muito
Minha estrela
Menina Da Sacada
Tá vendo aquele vidro?
No 15° andar
Ele foi quebrado
Alguém se jogou de lá
Era uma linda moça
Parecia ser muito forte
Mas a vida é traiçoeira
Ela preferiu a morte
Ela não aguentou
Saber que sua família
Não tinha salvação
Aquilo a abalou
Mas ninguém percebia
Indefesa e sozinha
Não aguentou a pressão
Ela não se suicidou
A sociedade a matou
Ela só terminou
O que a família começou
Os vidros foram trocados
O suicídio esquecido
Mas o lugar foi marcado
Por uma fuga desse inferno
DOM DE AMAR
Quem tem o dom de amar
Ama sem conveniencia qualquer
Não confunde amor com emoção
Ama sem leviandade nem paixão
Creia è assim que Deus quer
Enquanto o verdadeiro amor
Reveste a alma de belas poesias
O falso amor ilude , gera torpor
E se enche de palavras vazias
Quem tem o dom de amar
Sabe respeitar limites e diferenças
Busca compreender e perdoar
Amor è dom de Deus e não crenças
Amar não è ter a pessoa perfeita
Aquela que na mente projetamos
Também não existe receita
Para conquistar aquele que amamos
Quem tem o dom de amar
Não tem a formula do amor
Apenas sabe compensar
A dadiva que recebeu do Criador
Fatima Queiroz
Tu amas
Tu podes atè não se dar conta disso...mas amas.
Tu amas ...porque amar è a essência da vida humana.A finalidade da vida
è aprender a amar...fracassar no amor è fracassar na vida.
Sei e tu sabes também que não è fácil amar,muitas vezes nossos amores fracassam;
talvez por um simples desentendimento,depois vem o egoísmo de uma das partes;ou mesmo o orgulho que nos impede de pedir desculpas...afinal o conselho antigo
da Escritura sagrada que diz: “que o sol não se ponha sobre vossa briga” será sempre atual.Nao se deve padecer por amor,quando se confunde amor com sinônimo de posse, aì sim;aparecem os mais atrozes sofrimentos,o que nos faz sofrer è o instinto de propriedade,que è o oposto do amor.
Entendo que o amor è um fogo,que necessita ser alimentado continuamente,pelo combustível que se chama carinho,elogios,entusiasmo,atencão...essa è a condição da autentica felicidade,pois o amor não è apenas dois numa so carne,è mais.È dois numa so personalidade,sua expressão total não se encontra em dois coracões que batem unanimemente,mas em duas vontades que buscam sempre a harmonia e os mesmos ideais.
Pesquisas cientificas provam que as pessoas que amam
e não tem dificuldade em demonstrar esse amor,são bem mais felizes...nao deixe de declarar seu amor nem um dia sequer,encontre sempre uma forma de faze-lo.
Amar faz bem para a alma,para o corpo e para o espirito.
Fatima Queiroz
Bem casados sem casar
Tem quem jure que para um casamento dar certo é obrigatório ter uma cerimônia perfeita, vestido branco, benção na igreja, muitas testemunhas e o sobrenome do outro agregado ao seu.
Acho tudo isso muito bonito, mas o que faz dar certo mesmo é bem mais simples e se chama AMOR.
Porque no fundo, bem no fundo todo o resto não faz diferença alguma.
Alguns momentos não se repetem.
Pelo menos não com a intensidade que gostaríamos.
As vezes estamos no lugar certo e com a pessoa certa...
E simplesmente deixamos o momento ir embora.
Cada momento é único e ninguém pode vivê-lo por nós.
Por isso entregue-se inteiramente a cada instante.
A vida não oferece replay.
A SEPARAÇÃO
De repente e não mais do que de repente,
tudo converteu-se em pranto,
e aquela profunda admiração
Esfarelou-se em desencanto.
Onde havia risos e descontração,
hoje nem tanto
E do casal que estava sempre junto
Não há nada que lembre aquela paixão.
As juras eternas de amor
Que desbravaram pelo amanhecer
Deram lugar a palavras de mágoa e rancor
E os amantes já nem parecem se conhecer.
Quem um dia os viu se declarar e dizer
Palavras doces e promessas de felicidade
Jamais poderia conceber
Que dessa relação não reste um fragmento de saudade.
Se o futuro que se desenhava prometia
Um laço eterno de profunda harmonia
Esse elo um dia se quebrou, desafinou
E daquele casal em que predominava a alegria,
sequer o respeito sobrou.
Cantemos pois (fragmento dos Três Contos)
Trôpego à esmo em labirínticas vielas.
Corpo em espasmos devido à frialdade.
Pensamentos inconsistentes à realidade,
São lindas pinturas de feias aquarelas.
São olhos que vêem qual anjo o algoz.
O qual tece a arte tão bem aceita,
"se há o plantio tem de haver a colheita ",
E deixam aos deuses a vergonha por nós.
E choram um brado de ignota agonia.
Se sofrem é de uma mental patologia.
Prefiro a poesia que há no caixão.
Deita ao lixo tua bela sinfonia.
Guarda teu canto, amante da hipocrisia.
Chegada é a hora de cantarmos podridão.
Versos Podres - fragmento dos Três Contos
Quão podres são estes meus versos,
Que quando os recito me vêm ânsias de vômito.
Após o término revivo atônito,
Outrora felizes, momentos perversos.
Me vêm à tona pensamentos submersos,
Estando desperto ou num sonho cômico,
Peço mais um litro de meu forte tônico.
Nos meios que busco tenho resultados inversos.
E o quanto peço, e à quem peço nem sei mais.
Vejo-me abandonado em labirintos desconexos.
Não sou ator e nem participo de meios teatrais.
E me acho nestes sonhos não-complexos,
Pesaroso pelos sonhos não serem reais.
E constato quão podres são estes meus versos.
- Fim sem Início
Do fim ao Inicio
poemas que levam ao vício ,
Quedas da vida mais um início ,
Levantar sem ser Oprimido ,
Opressores não se expressão falam
Falam asneiras e se acham em vantagem ,
A vida de uma pessoas não passa de uma mera miragem ?
Você levanta e nada disso aconteceu
Somente sua mente mente pra você .
Dominador Solitário
Ela tão viciante, sentir
Tudo em mim implorava, pensei
Aguardei por dias não ligou
A companhia da sala muda
Nunca mais tocou, silêncio
Nada disso queria, angustiava
Quanta impotência, medo
Tão linda sem mim, perfeita
Era o que escreveu num papel
Onde embrulhou sua indiferença
Quando acordei, atordoado
Apenas o chicote me esperava
Relatou da minha insensatez
Descreveu com exatidão
Disse-me que ela implorou
Gritou a safe, não foi respeitada
Amarrada não pôde se defender
Que gemia não pela dor
Pelo desprezo sem explicação
Pela falta de segurança
Nem mesmo era humilhação
Não era uma punição
Ela na última chicotada sorriu
Que depois de desamarrada partiu
Calçando seu salto Chanel
Desfilando sua bolsa sexy Prada
Dizendo que nunca voltaria
Recompondo sua liberdade
O largou prostrado no piso
Altiva escrava foi embora
Agora ele era o escravo
Da vergonha que passou
Como um filme de cinema
Viu o chicote sorrir
Apesar de ser dia, acordou na escuridão
Leopardo Dom
Soltem-se todos os pássaros presos,
que existem dentro de nós!
Para que enfim desfrutemos,
a solidão do voo a sós!
Que possamos planar sobre um mundo
todo azul, verde, branco.
Onde o silêncio lá no fundo
Tem em si um doce encanto.
O encanto de conhecer,
Independente do ser
e até do mais saber,
a delícia do Viver!
O grande ato
Todos os dias conto as horas, minutos e segundos, aguardando Ansiosamente o cair da noite. Para poder me ver diante do esplendor do universo.
[...]
Deitado no gramado, sentindo o vento batendo no meu corpo, vejo estrelas cadentes caindo sobre o infinito; Admiro a beleza reluzente da Lua, na noite serena o orvalho cai sobre mim, e esfria o meu corpo quente que pelas estrelas foi tocado.
[...]
A beleza do cosmos me fascina loucamente, de uma maneira tal que o tempo passa tão rápido que nem o percebo.
[...]
E quando dou por mim, o espetáculo da noite vai chegando ao fim, e com o raiar do dia as palmas são os cânticos dos pássaros; que iniciam o segundo ato do espetáculo.
(Juliano B. Fraissat)