Poesia Amanda
Fecho meus olhos de toda maldade, meus ouvidos de toda calúnia e minha boca de toda blasfêmia.
E eu repito, quero ainda crer que é possível.
Crer no impossível.
Faça-me crer, faça-me crer.
Faça-me acreditar.
SENTIR.
Verbo impossível e longe de uma definição.
Sentir é eufórico,
é como estar em êxtase puro e há de se escrever para diminuir a ânsia e febre de sentir.
Sinto tanto que chego a ter pena de mim mesmo quando “estes sentimentos” derem por um fim, quando o oco predominar e a consciência pesar, novamente.
Será doloroso, pungente.
Permita-se a sentir, vivenciar, colocar em prática.
Sinta como se não devesse sentir, como não houvesse obrigação de senti-lo.
Sinta como quem nada sem saber se a água é de fato fria, mas “pula de cabeça” nela.
Sinta como quem sente por não saber o que vem por amanhã, mas está satisfeito só por haver um.
Alie-se à esperança e siga de mãos dadas com ela.
Empregue o imperativo.
E sinta como quem sente tão livremente para só se sentir bem.
É bem aquele momento que você sabe que não deveria esperar nada, mas mesmo assim, se ousa ter certeza de que algo irá acontecer ...
Agente vai levando a vida, devagar, um dia após o outro, as vezes adiando decisões, parando e avaliando questões, todos os dias, uns fazendo o que gostam e outros nem tanto. E nessa jornada acabamos por adquirir a arte de ingerir coisas indigeríveis, coisas das quais ninguém deveria ouvir, ver ou até mesmo compartilhar. A cada dia que passa nos apegamos a algo que acreditamos valer a pena, nos apoiamos a cada vestígio de esperança que resta em nós mesmos para acreditar que algumas coisas irão realmente mudar. Hoje foi assim, mesmo que todos os fatos, escrachados, constatados e verificados apontassem que nada iria acontecer, me apeguei a pequenas esperanças ilusórias que criei.
E quando naquela tela ( que para mim parecia estar em branco) não vi o que esperava, por mais insignificante que pareça, meu mundo interno entrou em conflito, de repente eu vi que estava tudo errado.
Perguntas que frequentemente eu respondo de forma vaga, de forma errada, de forma inadequada se puseram em frente a mim.
Quais os motivos que me prendem aqui já que tudo se foi? O que estou de fato esperando? De quanto tempo mais eu preciso?
Em meio a esse tumulto pessoal, já não conseguia conter as lagrimas, a voz no telefone não saia, e como explicar o que acontecia comigo naquele momento? Eu queria um abraço, qualquer um que fosse, perdido, mendigado, qualquer um de bom grado... mas não havia ninguém ..
Na verdade .. não há ninguém !
... Talvez seja hora de partir ...
Tudo tem um fim com qualquer pretexto, mas as estradas não terminam quando a janela está aberta porque você realmente quer que ela esteja assim. Eu não escolho tanta coisa, nunca encontrei tão raro valor em nada, nada que tampa meus olhos e me faz entender que sentir não e uma escolha.
A cama não precisa ser mais que seu profundo conforto, o dia não pede pra no talo porque você precisa de algo bonito, compreenda sua capacidade de não aceitar que tudo e simples de começar, e mais fácil ainda de não existir. Todas as vontades surgem da não vontade de querelas controladas.
O espelho do universo que cada um vive, reflete exatamente o que somos em pensamentos e vibrações sobre nós mesmos os outros e a vida ; Logo se atente a emanar o melhor que houver em si para tudo e todos ...
Adestre tua mente, vigie as ações ; Pois não conheço ninguém que queira viver a sombra e seus dissabores ...
Para as leis divinas não existe o *Se* é sim ou não.
A escolha é de cada um.
Por que só Gostar e Amar não basta?
Basta sim se você só quiser Gostar e Amar.
Só não basta quando se quer viver um Relacionamento, com bases bem solidas na amizade no carinho na confiança e no respeito.
Para isso tem que existir uma via de mão de dupla entre os sortudos, que preferem arriscar para o prêmio de serem felizes, á que se contentar com o medo de perder sem nem ao menos terem tentado...
Tem que haver companheirismo, uma boa dose de paciência com o outro e com a agente mesmo. Tem que ter respeito, carinho e cumplicidade. Não vamos nos iludir dizendo que é fácil. Uma vez que a grande maioria de nós já viveu um relacionamento onde a via que era pra ser de mão dupla se tornou uma só e agente se magoou se feriu...
Mas humildemente prefiro essa falta de facilidade toda e ter toda a FELICIDADE . Com um “alguém” com quem contar que se preocupe com comigo, que seja meu parceiro, que se sente ao meu lado por horas sem precisar dizer uma só palavra e sair com a impressão que lavei a alma em horas de conversa.
Que me faça surpresas pra me ver feliz, á quem eu faça surpresas só pra ver ele feliz de novo. Com que eu discorde e discorde de mim em vários pontos e assim vamos, nos lapidando a cada dia mais.
Ai como eu prefiro encontrar todos os dias um encanto diferente no mesmo ser; Há ter de encontrar vários seres diferentes dias para me encantar...
Prefiro ter uma discussão e fazer as pazes com o maior prazer do mundo ,á nem discutir com alguém tão substituível por preguiça ...
São destas coisas que são feitas as boas lembranças e as pontes que nos levam a frente...
É ,eu sou dessas que preferem as pontes, a ficar á margem solitária, mesmo cercada de tanta gente .
A minha essência pura é a minha maior busca... O paladar da minha alma anseia ,por tudo o quanto lhe for dado a provar.
E assim se aprimorar a cada dia mais e mais...
Quantos risos? Quantos choros?Quantos medos?Quantas paixões?Quantos amores?Quantas tristezas?Quantas alegrias? ...Não quantifico no paladar eu qualifico; cada gosto, sensação por sensação e vou chegando mais próxima ao objetivo de minha busca. Creio aprender mais no caminho do que no alcançar da meta em si. Me delicio ,me surpreendo a cada dia comigo mesma neste universo infinito que há em mim ...
E da intensidade e profundidade de tudo que sou bebo da minha fonte de felicidade... Nada quero do superficial, fácil, dócil e acomodado, pois *No meu mundo nem o copo é raso*.
E volto a dizer:
- UM DIAMANTE NADA MAIS É QUE UM CARVÃO PERSISTENTE.
Muito cuidado com pessoas que vivem arrotando “santidades amorosas”... E dizem ter ou que tiveram um relacionamento onde o parceiro era um dito carrasco...
LEMBRE-SE ;UMA MAÇÃ NUNCA VAI CAIR DE UMA LARANJEIRA. “SEMELHANTE ATRAI SEMELHANTE.
- Pincel de blush, papel de bombom, uma dose no copo baixo, marca de batom, no ultimo suspiro ou no fim do trago ? Tanto faz...
-Se perdeu?
-Não. Quebrou o encanto.
-Não brilha mais...
Amor não da samba e nem faz poesia ; Isto é obra da paixão meu caro . De seus devaneios e suas manias.
Mania de chover e fazer sol no mesmo instante ,mania de entorpecer a cabeça do amante, mania de rasgar o lençol,hora de desejo, hora de ira ... E em seus devaneios querer de noite para desdenhar de dia.
“Amor”, no verso e na melodia, serve mesmo só pra fazer rima.
É a paixão quem vive,quem sente ,que rouba da gente qualquer tipo de razão ...
E de protagonista quem leva a fama, sem nem si quer ter deitado ou desfrutado da cama é o “Amor”.
E agente junto, lado a lado, parece certo, parece errado.
Um na mente do outro, ambos sintonizados no pensamento, mas você com ela, e eu com ele na realidade, no atual momento.
É simples a verdade, é inexplicável o sentimento, a gente na verdade gosta, de viver em tortura, de amar em tormentos.
E as pessoas nos moldam, nos constroem, e nos destroem diariamente.
Levam algo de si, deixam algo delas.
Todos sempre vão partir, mas alguns não vão querer te deixar, algumas vão voltar, e outras já não vão fazer o mesmo.
E eu ainda sonho, em entrar na igreja de branco, com um buquê enorme nas mãos e dizer sim ...
Eu ainda sonho em fugir de casa, escondido de todos, e me refugiar o resto da vida ao seu lado.
Eu sonho, sonhos diferentes, mas sempre contigo.
Eu queria te privar, te esconder, te trancar dentro de um quarto, para te ocultar de toda a maldade do mundo.
Queria ir na frente, certificando de que o caminho é seguro, e que no final você jamais sairia machucado.
Mas eu não posso fazer isso, eu não sou a sua dona, ninguém é dono de ninguém.
Eu esperei.
E comigo a janela, a calçada, o portão. A casa esperou. Ansiosos pela chegada. Sonhei com a presença, meditei na conversa, envolvi minhas mãos no vazio. Falei ao vento, mirei-me ao sol, sorri para a nuvens brancas. Brinquei com a primavera, e chamei, chamei...
A chuva caiu e a tristeza com ela chegou, eu estava eufórica, ria da chuva, das poças que se formavam. E, no entanto, eu não te vi. Meus olhos vagavam, minhas mãos buscavam.
Eu não te vi.
Olhei pra tua janela e nada, nada de ti. Senti teu perfume que na minha mente se fez de homem, poesia e nós. Embriagava-me a vida. Mas não te vi.
Espelhei-me em vitrines, vi teu nome em diversos cartazes, soletrei letra por letra, cada uma com um carinho intenso, procurando gravar em cada uma as parcelas do meu sentimento. Em cada porta aberta tua pessoa era uma pergunta sem resposta. Um ponto de interrogação disperso em um vazio imenso, as beiras de um precipício insondável.
Meio sem jeito, olhei para o lado. Sorri. Pisquei. Não iria chorar, deixaria as lágrimas pra mais tarde. As paredes do meu quarto, os móveis, o silêncio, seriam testemunhas de mais uma desilusão.
E eu não te vi...”
“ – Na melhor das hipóteses, eu não te esperava
O entardecer era sempre uma incógnita. As horas passavam, sucediam-se perdidas em milhões de pensamentos que não eram, nem poderiam ser traduzidos para o real. O sol declinava lentamente, acompanhando a espera. Querendo presenciar o encontro, as nuvens passavam rápidas, uma empurrando a outra. Todos queriam ver.
O encontro não se deu.
Não ri. Nem chorei. Senti um vazio imenso, como se alguém absorvesse tudo de bom que eu tinha.
Na melhor das hipóteses, eu não te esperava.
Sentia-me leve, caindo sem ter um apoio, um chão, um fim para a descida.
A casa tornou-se grande e a minha solidão ecoou em cada canto dela. Ouvia. Conseguia perceber os lamentos que por ali perambulavam. As paredes estavam impregnadas de desilusões, alimentando-se das alegrias que antecederam ao encontro.
Que não se deu.
Andei de lá pra cá levando a solidão e a amargura. Foi então que minha amargura contida de repente explodiu em fases distintas e desconexas. Era um riso escabroso, um choro enfurecido, imprecações injustas. Briga com tudo e todos. Pisei na flor que se abria cálida para o orvalho. Desabafei em prolongadas falas, gestos carregados que denotavam tudo o que tinha de você em mim. Senti desejos arrasadores, explosão de ser o que não era. Desejei transpor o invisível que, aos meus olhos, eram enormes e insuperáveis. Eu sinto falta do inexistente. Do sonho que não consegui sonhar. Do amor que nunca tive. De um passado ausente.
A espera que virou espera.
Na melhor das hipóteses, eu não te esperava.”
Utopia
Ela tem uma constelação tatuada um pouco a baixo da costela e eu me pergunto se faria mal eu dedilhar aqueles traços escuros em uma noite qualquer. Ela tem calos nos dedos da mão esquerda e eu nunca tinha associado as coisas. Ela canta baixinho na cozinha quando faz o café e cruza os braços quando aparentemente está sem paciência. Ela traz o tom do fogo nas tramas do cabelo e a relva nos olhos. Ela é diferente, quando a tristeza lhe inunda a vida, ela não alaga os olhos, ela apenas escreve, escreve, escreve... Ela é perfeita. É o que completa a minha insuficiência. Logo eu, vazio da realidade, tratei de ocupar-me com os sonhos. E a quem engano? Ela não existe. Ela é minha realidade inventada. E me aventurar num mundo perfeito sem sair da minha zona de conforto não me transtornava tanto. Por ora.
A Solidão
O que significa solidão?
Será simplismente
o fato de estar
sozinho e abandonado?
Será o simples fato
de não ter ninguém
para escutar suas
confições e desejos?
Você pode estar
repleto de amigos
ao seu redor.
Porém se estes não
lhe compreendem
Isso é solidão...