Poesia

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Perfeição

Olha a perfeição,
Rebolando,
Dançando,
Cantando,
Como se fosse uma rosa,
Olha a perfeição rosa,
Morta em sua direção como
O céu ao vento
Olha a perfeição tranquila
Beijando o relento.
Olha a perfeição vermelha cor
De guerra chorando a beleza…
Olha a perfeição como o sótão
Escuro; como a cortina da noite,
Suja; como o branco de um assento,
Visível; como a transparência
Do dia.
Olha a perfeição jogando tudo
Pra trás e se entregando ao seu
Inverso…
Olha a perfeição
Não está mais perfeita.

Dia do escritor-25 de julho de 2019
Dia daquele que lê mais fábulas que o próprio leitor.
Escritor acende em suas linhas escuras,
Um mundo de clareza.
Escritor escreve história de si e de todos,
Ele é um mundo de encontros e desencontros.
Em seus mundos absorve as vidas,
Nelas traduz a magia chamada humanidade.

aviso I:

este livro não é
um conto de fadas.

não há nenhuma
princesa.

não há nenhuma
donzela.

não há nenhuma
rainha.

não há nenhuma
torre.

não há
dragões.

há apenas
uma garota

diante da
difícil tarefa

de aprender a
acreditar

nela mesma.

a princesa conta:

1- as cicatrizes no seu joelho.
2- o número de vezes em que o
balanço vai la no céu.
3- os livros na sua estante.
4- os fios soltos na sua blusa.
5- as letras na suas palavras.
6- as telhas no teto.
7- os segundos que passam por ela.
8- os deveres de casa esquecidos.
9- as horas que faltam para ela voltar para a cama.
10- os quilos na balança.
11- o número de vezes que ela mastiga.
12- o som suave dos seus passos.
13- as marcas de contar que faz no seu corpo.
14- os fios de cabelo que caem.
15- as estrelas que se apagam.

& depois começa de novo
& depois começa de novo
& depois começa de novo
& depois começa de novo
& depois ela começa de novo

por um tempo
me parecia
que éramos pelas estrelas.
iluminados
sem conseguir
perceber que
éramos na verdade
amaldiçoados pelas estrelas.

não deixe que comparem amor
com abuso ou controle
porque são coisas diferentes

enquanto o amor constrói
o abuso quebra e te deixa aos cacos

Existem dois momentos onde a inspiração me abandona.
Quando estou extremamente feliz e quando a dor me invade.
Em ambas situações, eu não observo e nem analiso. Apenas sinto.
A dor e a extrema felicidade, não resultam em poesia.
A tristeza e a saudade sim!
Tristeza e saudade são pérolas da melancólica e do entusiasmo.
A tristeza é o que fica, depois que a dor passa... e saudade é o que fica depois que a felicidade termina.
Sorte tem, quem não se inspira por estar ocupado demais, sendo apenas feliz.

(Inpiração / Fernandha Franklin)

mas querida
você é um lobo
não precisa uivar
pela perda
de homens fracos
incapazes de
te aceitar.

Ai dos homens que errôneos por natureza e desgraçados pela vida idealizam para além de si mesmos.
Eis vossa maior angustia ,a ânsia pela gloria que crava com seus afincos o egoísmo impertinente e sedutor.
Eis de vossa fúnebre reflexão que a tona traz o homem que infeliz pelos erros encontra-se o seu conforto nas ilusórias crenças que lhe desabrocham um amargo sorriso
Ai de vossa imaginação avassaladora que nos guia ao abismo com sua sua aura sinistra oculta em vossa alma que nos oferece tal como uma oferenda as trevas ,conforto tão ilusório capaz de desvanecer-se sendo constituído apenas de seus esboços ,ademais abismos negros que famintos anseiam por outras ilusões e desgraçados pela fome insaciável ,destroem-se a si mesmos.

Seja rica numa bela mansão
ou pobre numa casa de periferia,
Mãe é sempre igual no coração,
tem no filho sua maior alegria

COR & GOSTO

Eu queria que poema tivesse cor
Escreveria um bem vermelho
Que lembrasse gosto de beijo

Se poema tivesse gosto
Escreveria um salgado
Meio molhado
Com gosto de corpo suado

Só pra lembrar de você.

Mãe não tem definição,
seja biológica ou aquela que adota e cria,
todas são iguais e merecem nosso amor,
respeito e eterna gratidão todos os dias.

Não vi em minha vida a formosura,
Ouvia falar nela cada dia,
E ouvida me incitava, e me movia
A querer ver tão bela arquitetura.

Ontem a vi por minha desventura
Na cara, no bom ar, na galhardia
De uma Mulher, que em Anjo se mentia,
De um Sol, que se trajava em criatura.

Me matem (disse então vendo abrasar-me)
Se esta a cousa não é, que encarecer-me.
Saiba o mundo, e tanto exagerar-me.

Olhos meus (disse então por defender-me)
Se a beleza hei de ver para matar-me,
Antes, olhos, cegueis, do que eu perder-me.

e eu gostava de chorar a fio
e chorava
sem um desgosto sem uma dor sem um lenço
sem uma lágrima
fechada à chave na casa de banho
da casa da minha avó
onde além de mim só estava eu

Não gosto tanto
de livros
como Mallarmé
parece que gostava
eu não sou um livro
e quando me dizem
gosto muito dos seus livros
gostava de poder dizer
como o poeta Cesariny
olha
eu gostava
é que tu gostasses de mim
os livros não são feitos
de carne e osso
e quando tenho
vontade de chorar
abrir um livro
não me chega
preciso de um abraço
mas graças a Deus
o mundo não é um livro
e o acaso não existe
no entanto gosto muito
de livros
e acredito na Ressurreição
de livros
e acredito que no Céu
haja bibliotecas
e se possa ler e escrever

Sou feita de muitos
nós
desobediência e meio-dia
Sou aquela que negou
aquilo
que os outros queriam
Disse não à minha sina
de destino preparado
recusei as ordens escusas
preferi a liberdade
e vivo deste meu lado

Nada mais de mim
haverá memória
-sei-
só os poemas darão conta
da minha avidez
da minha passagem
Da minha limpidez
sem vassalagem

A Defesa do Poeta

Senhores juízes sou um poeta
um multipétalo uivo um defeito
e ando com uma camisa de vento
ao contrário do esqueleto.

Sou um vestíbulo do impossível um lápis
de armazenado espanto e por fim
com a paciência dos versos
espero viver dentro de mim.

Sou em código o azul de todos
(curtido couro de cicatrizes)
uma avaria cantante
na maquineta dos felizes.

Senhores banqueiros sois a cidade
o vosso enfarte serei
não há cidade sem o parque
do sono que vos roubei.

Senhores professores que pusestes
a prémio minha rara edição
de raptar-me em crianças que salvo
do incêndio da vossa lição.

Senhores tiranos que do baralho
de em pó volverdes sois os reis
dou um poeta jogo-me aos dados
ganho as paisagens que não vereis.

Senhores heróis até aos dentes
puro exercício de ninguém
minha cobardia é esperar-vos
umas estrofes mais além.

Senhores três quatro cinco e sete
que medo vos pôs em ordem?
que pavor fechou o leque
da vossa diferença enquanto homem?

Senhores juízes que não molhais
a pena na tinta da natureza
não apedrejeis meu pássaro
sem que ele cante minha defesa.

Sou um instantâneo das coisas
apanhadas em delito de paixão
a raiz quadrada da flor
que espalmais em apertos de mão.

Sou uma impudência a mesa posta
de um verso onde o possa escrever.
Ó subalimentados do sonho!
A poesia é para comer.

De tanto pensar na morte
Mais de cem vezes morri.
De tanto chamar a sorte
A sorte chamou-me a si.

Sentimento Novo

Estou gostando de algo novo
Estou gostando de você
És a criatura mais bela
Meus olhos a te ver

Meu sorriso florescer
Minha mente a se perder
Seu sorriso monótono
Seu jeito é ótimo

Sua voz me alivia
Seu olhar me contagia
Alucinado por você estou

Garota eu não vejo a hora
Quero te ter ao meu lado agora
Admirado por você estou