Poesia
Minha Bagunça
Desculpe a bagunça da minha vida
Não imaginei receber visita
Principalmente nessa hora
Que tanta água cai lá fora
Mas o que te traz aqui ?
Já deseja ir ?
Não é sempre que alguém entra
E me traz boa presença
Mas se quiser faço um chá
Para a gente relaxar
E enquanto a água cai
Toda preocupação se vai
E quando a água parar
E o tempo se acalmar
Você pode partir
Para onde quiser ir
Divino
Que aprendas a alimentar tua alma
Com a certeza de evoluir
A cada final do dia.
A sabedoria é uma grandeza
Feita de pequenos grãos;
É preciso se ter humildade genuína
Lapidada no peito para saber reverenciar
O instante quântico com extrema gratidão;
Pois, se há algo divino, é o momento.
Acorde feliz
com a imponência
do maestro Sol,
Lá fora,
regendo a canção
do novo dia,
todo cheio de Si ...
Nos ocasos, nos causos e que tais
a poética é mesmo pura nascente,
deságua d'alma, não cessa jamais
e as vezes incomoda muita gente...
" Por que não choras
Curitiba.
esta secura não te faz bem
nem combina
e vamos combinar
tuas águas são deliciosas
meu medo é que depois, um pouco nervosa
virem pedras
ou desaguem de uma só vez
todas as lágrimas do teu chorar...
Se eu te amasse, me amaria?
mas amaria de verdade?
porque tudo pode ser utopia
e falta de seriedade...
Quisera poder abrir tua alma
Folhear as páginas da tua essência
Desvendar cada capítulo teu
Decifrar tuas metáforas
Sublinhando versos inteiros...
...Então me deleitaria em ti
Na leitura dos teus dias
Nos mistérios ocultos em cada verso
Não acrescentaria nada!
És uma obra perfeita
Bem acabada
À qual eu recitaria vezes sem fim
Até que saberia de cor cada parágrafo
Deste livro de poemas que és para mim!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
SONHO
Danço
Me distraio do mundo
Me solto, presa aos teus braços
Consciente da tua respiração morna
Entrecortada
A música ao fundo
Cadenciada
Nem sinto meus pés
Deslizo pelo assoalho
Voo por teus universos
Teu cheiro de âmbar
Alucinante... Cantante... Dolente...
Em ti bailo
Desfaleço
Sonho flutuante
Esqueço do mundo
Das dores do mundo
Em ti desfaleço
És tudo
Nesta dança em que me enlaça perco o tempo
Perco o siso e o juízo
Chego ao meu fim
Enquanto te faço meu eterno,
breve, recomeço.
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
BENDITO AMOR
Nossos corpos entrelaçados
Neste espaço ambíguo
soltos um no outro
Universo perpendicular
Particular à nós somente...
O ar viciado
Contaminado pelo nosso hálito
Dentro, compasso ritimado
Espaços preenchidos
Arfar, gemidos
Conexão dislexia...
Bocas que se encontram
Lábios que se chocam
Peles que se abrasam
Um universo em movimento
Completo
Cármico...
Em nós toda forma de amar é bendita!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
Teu cheiro inebria meus sentidos
Narcótico alucinógeno
Me deixa quente
Carente
Dolente
Dengosa
... À mercê do teu querer
Isso,
é tudo o que desejo!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
FANTASIAS
Ah, se tu chegasses
nesse instante chamado agora,
sem nada dizer me calasse a boca
de uma forma muito louca
com sua boca a me beijar!
...E vestisse a minha pele
com tua nudez a me roçar...
Bem passiva eu ficaria
Escrava de um só dono
Sussurrante, latejante,
rouca...
Sem nada pedir
Tudo entregar, tudo aceitar!
Eis meu devaneio mais profundo,
pertencer-te neste mundo,
tirar-te das minhas fantasias.
Me entregar sem reticências
( Inocente indecência)
Ao meu homem
Ao meu amante
Ao meu senhor.
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
"Gosto do gosto da tua boca não somente na minha saliva
Sua boca tem gosto de estrelas
E estrelas nas nossas noites meu bem,
excita meu universo sem fim!"
Elisa Salles
não se banhe no deserto
abraça-te em um mar aberto
beija-te com um oceano infinito
se envolve num jardim bonito
Vento... carinho
que despenteia os cabelos,
mal sabe ele que
da vida tentamos
desfazer os nós de novelos
que ela faz sem receio
sob fortes ventos emocionais
que muitas vezes...
nos deixam de joelhos !
CONSTRUÇÃO
Quero ser assim
Tal qual passarinho que constrói seu ninho
Um graveto por vez
Cada qual com seu tamanho
Uns fortes
Outros delicados
Pedacinhos de galhos que pareciam perdidos
Juntos viram ninho
Quero ser assim
Tal qual colcha de retalhos
Com tantos pedaços
Remendos
Que cresce aos pouquinhos
E sua beleza é trazer em si
Pedaços que não eram seus.
ITINERÁRIO
Hoje eu escolhi o caminho mais longo.
e deixei ser apenas um cisco
o objeto da minha distância.
Hoje eu quis ter asas e romper setembro.
como icaro querendo morada no sol .
Mas como fugir daquilo que levo por dentro?
se sempre me perco entre prédios famintos ,
engolidores de gente.
Com suas sombras gigantes
e suas solidões geométricas.
Outrora me debati em perdição
Como irmão
Lhe dediquei o mais puro amor
Era pouco não havia calor
Pouco depois em devaneio e prosa
Me esclareci em versos
E clara como verdade
Descobri meu amor
Perfeição
Em meio a tanta sinceridade
Eu amor de tenra idade
Me enamorei como menina
E em loucura e chacina
Fui aos poucos me tornando vazio
E perdida em concessões
Me vi sem vida
Tudo era você
Tudo era para você
Tudo em vida
Que em peleja só teve ida
Por enquanto em força quente
Eu ministra de vontades próprias
Me vi em rasteiro diário
Já não era eu
Era um trapo em aceite escancarado
Que um tudo um farrapo melindrado
Fui secando
De generosidades
Hoje sou pedaço
Fragmento de alegria à procura de um sorriso
Me exauri
Sou um ar viciado
Que balança calado
Prestes a cair
Me seguro em podre
Um amor magoado
Que nem em dia sem medida
Reza e deseja a despedida
Fruto de meu maior valor
Cai em buraco
Era tão fundo
Que nem cavaco
Dava conta de puxar
E lá era escuro
Mas tão escuro
Que por mais maduro
Não conseguia enxergar
Minhas roupas rasgadas
Meu corpo surrado
Mostrava mesmo
Que era fundo o danado
Nada cooperava para a saída
Nada gelava minha investida
Que quente ficou
Quando o desequilíbrio fincou
Debati daqui
Debati dali
E fui amolecendo meu couro
Que me falaram vale ouro
E não abra mão
Mas eu coração de peão
Força de leão
Subi num cavalo alto
Me vesti de virtudes
Não me enamorei de vissitudes
Olhei horizonte afora
E a bondade de quem me namora
De longe a olhar minha vida
Não me dou audácia de meter
Falou calmamente
Estarei aqui quando você entender
Que o direito é direito
E não faz sofrer
Que o buraco fundo
Te faz tecer
Grandes correntes te amor
Grandes colchas de ternura
Enormes rotas para fugas de amarguras
E a gente vai e volta
Volta e vai
Até que com puxão continuo
Saímos da deflagração com mimo
E fortaleza de farol
Enxergando tudo de longe
Sem prejudicar
Sem se abalar
Sem vangloriar
E segue estrada
A certa não a errada
E vai na certeza que quem ama cuida
Nada esconde
Não arrepende
Não mente
Como demente a simular
Que o amor não gera tristezas
Gera a nobreza
A gentileza de entender o acabar
A ternura do formar
E a alegria do compartilhar
24/01/18
Paixão
Engraçado como em nossas vidas transgredimos nossas próprias regras.
Temos valores arraigados em nosso psique que permeiam toda a nossa trajetória de vida.
Acontece que nosso cérebro é ardiloso e nossas imagens de pensamentos mudam.
No decorrer de nossas vidas vamos nos desenvolvendo sobre vários aspectos,entretanto existem evoluções que nos leva a uma consciência sofrida. Nesse decorrer, os valores mudam,as vontades mudam,assim, a análise muda , a utopia passa a fazer parte de um cognitivo distante.
Se não vivemos nossas vontades mais íntimas, transgredimos em um velado sofrimento. Tudo tem que ser averiguado dentro de uma tremenda responsabilidade porque uma vez vivida certas intenções, nos debatemos com o livre arbítrio e com consequências que permeiam essas atitudes. Impensadas ou não, existem seguelas irreparáveis em nossas mentes.
Analisemos a paixão: Sentimento extremamente prazeroso que segundo psiquiatras, passa .Desta forma,sendo um sentimento passageiro não podemos tomar nenhuma atitude estando sob o seu efeito . Entretanto, acabada a paixão , se existe persistência no sentimento temos o amor e esse basicamente é paltado pelo equilíbrio. Assim , só teremos a concepção correta se a paixão se transformar em amor e se estivermos plenamente envolvidos em una relação, ou seja,se estivermos livres para ela. Desta feita, só chegaremos ao amor se a paixão passar e,para que ela passe precisamos vive-la mesmo que em pensamento e ,se ela passar estaremos aptos ao amor .
Todos os conflitos da paixão terão sido vividos e suas cicatrizes desenvolvidas.
Assim o segredo para se viver bem tanto a paixão como o amor é saber distingui-los para distinguir suas limitações e os dissabores advindos de suas audácias.
Não me venha com Abraços empoeirados de infidelidade
Isso me amassa o coração
Faz meu ar em falta
Já não tenho idade
Não tente calçar-me sapatos apertados
Sua dedicação que sufoca
Me finca uma cobrança diária
E me custa alto preço
Entenda a leveza que existe na doação
Ela é nuance
E se muito falta
ah ! É vida em remoção
Não me venha com nós
Arremates grosseiros em linha fraca
Que ao primeiro suspiro
Se arrebenta e me mata
E se ficar pesado
Pode ir estarei firme
Posto que a vida é pluma
E não um estado cansado
Não sou de reticências
Posso até usar vírgulas por quantos as renovacoes
Só se fazem com pontos finais e grandes saltos