Poesia

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Caçadores de coisas
impossíveis. Eu canto
os dedos que transformam
e se transformam. Canto
as marítimas mãos
de Magalhães. As mãos
voadoras de Gagárine.

Procurai-me no mar
procurai-me no espaço.
Estou no centro da terra.
Meu nome é cinza. E espalha-se
no vento. Sou adubo
fermentação floresta.
E cintilo nas armas

Inserida por pensador

Entre aquém e além ser e não ser
tantas portas abertas ou talvez nenhuma.
Não há senão um verso por escrever
e sobre a areia branca a breve espuma.

Inserida por pensador

Da tua vida o que não podem entender
Nem oiro nem poder nem segurança
Mas a paixão do Tempo e de seus riscos
Tu buscaste o instante e a intensidade
E foste do combate e da mudança
Por isso um rastro de ruptura e de viagem
Ou talvez este fogo inconquistado
Como breve eternidade
De passagem

Inserida por pensador

Eu sabia que tinha de haver um sítio
Onde o humano e o divino se tocassem
Não propriamente a terra do sagrado
Mas uma terra para o homem e para os deuses
Feitos à sua imagem e semelhança
Um lugar de harmonia
Com sua tragédia é certo
Mas onde a luz incita à busca da verdade
E onde o homem não tem outros limites
Senão os da sua própria liberdade

Inserida por pensador

Todo o homem tem um navio no coração
todo o homem tem um navio
tem um país a descobrir em cada mão
tem um rio no sangue tem um rio
todo o homem tem um navio no coração.

Todo o homem tem um onde e tem um quando
um tempo de partir um tempo de voltar
sete palmos na terra mil caminhos no mar.
Todo o homem se perde.
Todo o homem se encontra.
E tem um tempo em que se mostra.
E tem um tempo em que se esconde.
Todo o homem tem um por e tem um contra.
Todo o homem se perde.
Todo o homem se encontra:
todo o homem tem um quando e tem um onde.

Inserida por pensador

E contudo perdendo-te encontraste.
E nem deuses nem monstros nem tiranos
te puderam deter. A mim os oceanos.
E foste. E aproximaste.

Antes de ti o mar era mistério.
Tu mostraste que o mar era só mar.
Maior do que qualquer império
foi a aventura de partir e de chegar.

Inserida por pensador

As coisas não são assim como estão
Mas o tempo está como sempre deveria ser
Sabemos que o mundo
Gira em torno do sol
E dar tantas voltas que hoje não dá pra entender...

Inserida por rickrd001

" sob o telhado, leopardo urbano mia de amor
a cidade dorme, o caos dá um tempo
solidão acorda o poeta
que acostumado torce para que o romance dê certo
mas parece que ela, hoje não quer
resignado,vaga pelos muros
cantando, madrugada afora
sua triste canção...

Inserida por OscarKlemz

VALENTE MOÇO
Valente moço!
Por aturar rabujas
Deste ser sem alcunhas
Nem de ao menos aguarrás.

Valente moço!
Tolera coisa alheia
Faz de te luz que incandeia
E deixa os sonsos se debaterem.

Inserida por Janeilson

Nadando no ar
Voando na água
Caçando tesouros onde tudo é calma
Outono sereno
Entre risos e olhares
Vida que passa entre milhares e milhares

Mente lutando
Corpo enfraquecendo
Medo efêmero
Desejo passageiro

Buscando o que é puro
Em meio a tantos devaneios
Quase sempre me perco
Em concupiscências enxofrais

Persistência alcança
Quebra paradoxo
O Mal se acanha
Leva embora o opróbrio

A razão se constrange
Ao encontrar o inexplicável
O verbo se alegra diante de tamanha simplicidade

Desde o começo Ele tudo sabia
Sem verbo não há rima, nem poesia
Nele tudo se justifica
Traz sentido a vidas vazias

Inserida por umloucoqualquer_

" Revoltada,
ela vem buscar
tudo que o homem tentou tirar, sem permissão e desamor
entre ventos e tempestades
vossa majestade cria controversos
para renascer...

Inserida por OscarKlemz

Pode ser linda como o mar, porém fria como sua brisa..
Pode ser mágica como fogo, más na cama quente como sua brasa..
Com olhar de natureza ela encanta..
Como a bela sereia, ela canta..
Até me encantar, mas já me encantou..
Mano aquele olhar, a cada vez que eu olhava sentia me conquistar e me conquistou..
Droga.

Inserida por YanPoppe

Filho da lua, vivo na madrugada..
Vivo na madrugada pos ao dia tudo não se demostra ser o que é..
Mas na madrugada..
Tudo bem vem átona..
Na madrugada que choro, dou risada, sofro..
Tudo sozinho..
Sem precisar de ninguém fingindo se importar com meus problemas..
Só a lua pra me escuta e me entender..
Já que somos iguais, transmitimos um brilho que não é nosso, e quando estamos sem esse brilho somos esquecidos..
Ela ao dia..
E eu a noite..

Inserida por YanPoppe

Você não me leu direito. Não entendeu quando falei que não me mostro pra qualquer pessoa. Eu quis dizer que me revelo para poucos. Você fez uma leitura rasa e míope. Que pena... pra você.

- Flavia Grando -

Inserida por flavia_grando

Muito me cabe, pouco me convém
Sem tempo para seletivas
Estou ficando onde o santo bate (... amém)

- Flavia Grando -

Inserida por flavia_grando

O mundo ta se acabando
E eu acabei me acabando
Junto de nada
Sem nada
Jogada, drogada
E entrege a ninguém
Ferida, mordida, finjida
Que ainda sorri
E pensa na encrenca
Em que se meteu
Que quase morreu
Depois de perdeu
E ninguém vai ser teu
E nada foi teu
Mas quero que penses
Que tu te preenches
De ti e mais nada
Pois sabes de tudo que há
Que podes amar
E sentir o amor
Como uma brasa
Estou queimando e sangrando
Pois meu medo é de meu proprio destino
Que sempre menino
Criança ranzinza
Destino de cinzas
E a cada cigarro
Mais um pigarro
E um adeus a mim mesmo....

Preciso conhecer os templos dos algozes
Lugares de carnificina humana
O sofrimento alheio meus pés no chão fincar
E entender que a vida é feita de refletir
Momentos de viagens para fora de si
E outras viagens dolorosas
Para entender o ser humano que está dentro de mim

Inserida por Poetaantonioferreira

Oposição e incoerência
Julgamentos e julgamentos
Se é amigo, não há crime
Se não é amigo, não há livramentos
Nosso maior crime é não nos aliar
A pensamentos vãos e sem argumentos
O mundo molda nossa mente
Antes de julgamento, do mundo o conhecimento

Inserida por Poetaantonioferreira

Voz Interior
(A João de Deus)

Embebido n'um sonho doloroso,
Que atravessam fantásticos clarões,
Tropeçando n'um povo de visões,
Se agita meu pensar tumultuoso...

Com um bramir de mar tempestuoso
Que até aos céus arroja os seus cachões,
Através d'uma luz de exalações,
Rodeia-me o Universo monstruoso...

Um ai sem termo, um trágico gemido
Ecoa sem cessar ao meu ouvido,
Com horrível, monótono vaivém...

Só no meu coração, que sondo e meço,
Não sei que voz, que eu mesmo desconheço,
Em segredo protesta e afirma o Bem!

Inserida por pensador

Mea Culpa

Não duvido que o mundo no seu eixo
Gire suspenso e volva em harmonia;
Que o homem suba e vá da noite ao dia,
E o homem vá subindo insecto o seixo.

Não chamo a Deus tirano, nem me queixo,
Nem chamo ao céu da vida noite fria;
Não chamo à existencia hora sombria;
Acaso, à ordem; nem à lei desleixo.

A Natureza é minha mãe ainda...
É minha mãe... Ah, se eu à face linda
Não sei sorrir: se estou desesperado;

Se nada há que me aqueça esta frieza;
Se estou cheio de fel e de tristeza...
É de crer que só eu seja o culpado!

Inserida por pensador