Poesia

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Vejo-te na minha retina dia após dia
Vejo-te nos meus pensares noite após noite
Vejo-te, vejo-te, vejo-te.

Vejo-te longe dos meus braços
Longe dos meus abraços
Longe dos afagos.

Triste fim deste
Só por pensar no deleite
Em amar quem desvanece dele.

Inserida por Janeilson

A Luz que Vem das Pedras

A luz que vem das pedras, do íntimo da pedra,
tu a colhes, mulher, a distribuis
tão generosa e à janela do mundo.
O sal do mar percorre a tua língua;
não são de mais em ti as coisas mais.
Melhor que tudo, o voo dos insectos,
o ritmo nocturno do girar dos bichos,
a chave do momento em que começa o canto
da ave ou da cigarra
— a mão que tal comanda no mesmo gesto fere
a corda do que em ti faz acordar
os olhos densos de cada dia um só.
Quem está salvando nesta respiração
boca a boca real com o universo?

Inserida por pensador

Amar-te era lembrança e profecias,
uma porta já feita para abrir,
e encontrar o lar ou música lavada
onde, se nasces, vives, duras, moras
— meu nome exacto e pão
no chão das alegrias

Inserida por pensador

TIETÊ

Meu paladar não é mais tão infantil
Tudo me irrita.
Tudo me entoja
Bambolês, pandeiros, gritarias...
Marshmallow, chocolates
Cortei o açúcar
E as conversas sobre tempo e clima
Tudo me irrita!
Água fria, estabelecimentos de má qualidade.
Política chula...
Odeio, detesto, odeio e ainda detesto
Bijuterias, loterias...
Tudo que é de má qualidade.
E a injustiça fere !Fede!
Fede justamente por não ter qualidade.
Meu nariz não aguenta.
Perdeu o prazo de validade
Você venceu.

Ádyla Maciel 04 de 2019

Inserida por adyla_maciel_emediato

Abril

Se o sorriso bonito fizesse feliz quem lhe dá atenção
Valeria o risco, dos versos escritos em cada canção, não são noção
Quando amor de um só se resume em paixão é ilusão...

Sentimento profundo em menos de um segundo pode naufragar,
Tempestade de areia
Não impede a Sereia de cantar, encantar...

Foi na troca de olhares que o papo fluiu
Sem jurar lealdade, um beijo sem maldade, assim ela partiu, sumiu!
Disfarçando o romance
Me trouxe as nuances de abril

Inserida por derick_sander

Borboletas No Jardim
Borboletas lindas que ja foram largartas, agora enfeitam jardins...
Borboletas ...
Coloridas, cheias de vida que não tiveram medo da transformação...
Borboletas no jardim anuciam a nova estação...
Borboletas no jardim
simbolizam transformação...
Borboletas no jardim
Ensinando amor, com sua canção...
Borboletas no jardim
voam e vivem a libertação...
Borboletas, borboletas, borboletas...
Cantam que amor traz libertação...
Borboletas suas cores iluminando jardins...
Escutem a própria canção...
Borboletas borboletas
Sem medo de transformação!
Borboletas borboletas...
Voam livre com amor no coracão.
Borboletas borboletas
Amor é o ciclo vida, que ensina que libertação
exige transformação...
Voa borboleta estás...
Livre.

Inserida por RafaelLemosFernandes

Super Herois

Todos nós conhecemos super herois...
Eles marcaram a nossa infância...
Super-homem, mulher maravilha, capitão America, o Incrivel Hulk...
E o meu preferido Mestre dos Magos do desenho caverna do dragão ...
Mestre dos magos é um super Heroi diferente...
Ele oferece orientacão a um grupo de jovens perdidos no submundo...
Enfim eles estavam na montanha russa e acabaram passando para um outro mundo...
O mestre dos magos alem dos seus conselhos sabios, da a cada um desses jovens armas magicas e eles unidos conseguem enfrentar os monstros que surgem em sua caminhada...
O mestre dos magos sempre ouve e as vezes não da respostas....
as vezes a resposta dele é o silêncio ...
ou palavras calmas e sabias...
Eu conheci super herois na infância, tenho o meu preferido ...
E agora olho para o meu mundo e encontro jovens perdidos nas telas de seus celulares .... estão em um outro mundo??
Mas quando olho ao redor encontro super herois...
Que lutam pela vida...
pela superacão...
Lutam por sabedoria...
Por um mundo melhor e com menos sofrimento...
Lutam contra monstros reais e imaginarios contra monstros que destroem vidas ...
E são esses os super herois de carne e osso que se monstram fortes e cheios de coragem, mas que choram a noite em seus travesseiros porque não suportam a dor do sofrimento humano....
Choram porque não são apenas super herois choram porque são humanos...
São mestres...
Em varias areas Educação, Psicologia, Enfermagem, nutrição, medicina etc...
São homens e mulheres que lutam contra monstros internos e externos....
São super Herois reais, são vocês que lutam por um mundo melhor.

Inserida por RafaelLemosFernandes

AMOR À VISTA

Entras como um punhal
até à minha vida.
Rasgas de estrelas e de sal
a carne da ferida.

Instala-te nas minas.
Dinamita e devora.
Porque quem assassinas
é um monstro de lágrimas que adora.

Dá-me um beijo ou a morte.
Anda. Avança.
Deixa lá a esperança
para quem a suporte.

Mas o mar e os montes...
isso, sim.
Não te amedrontes.
Atira-os sobre mim.

Atira-os de espada.
Porque ficas vencida
ou desta minha vida
não fica nada.

Mar e montes teus beijos, meu amor,
sobre os meus férreos dentes.
Mar e montes esperados com terror
de que te ausentes.

Mar e montes teus beijos, meu amor!...

Inserida por pensador

Felizes. Porque, ao fundo de si mesmos,
cheios andam de quanto vão pensando.
E, disso cheios,
nada mais sabem. Dão para aquele lado
onde o mundo acabou, mas resta o eco
de o haverem pensado até ao cabo
e irem agora criar o movimento
que subsiste no tempo
de o mundo ainda estar a ser criado.
Por isso são felizes. Foram sendo
até, perdido o tempo, só em memória o estarem
habitando.

Inserida por pensador

A solidão é sempre fundamento
da liberdade. Mas também do espaço
por onde se desenvolve o alargar do tempo
à volta da atenção estrita do acto.
Húmus, e alma, é a solidão. E vento,
quando da imóvel solenidade clama
o mudo susto do grito, ainda suspenso
do nome que vai ser sua prisão pensada.
A menos que esse nome seja estremecimento
— fruto de solidão compenetrada
que, por dentro da sombra, nomeia o movimento
de cada corpo entrando por sua luz sagrada.

Inserida por pensador

O TEMPO VIVE

O tempo vive, quando os homens, nele,
se esquecem de si mesmos,
ficando, embora, a contemplar o estreme
reduto de estar sendo.
O tempo vive a refrescar a sede
dos animais e do vento,
quando a estrutura estremece
a dura escuridão que, desde dentro,
irrompe. E fica com o uivo agreste
espantando o seu estrondo de silêncio.

Inserida por pensador

A velhice é um vento que nos toma
no seu halo feliz de ensombramento.
E em nós depõe do que se deu à obra
somente o modo de não sentir o tempo,
senão no ritmo interior de a sombra
passar à transparência do momento.
Mas um momento de que baniram horas
o hábito e o jeito de estar vendo
para muito mais longe. Para de onde a obra
surde. E a velhice nos ilumina o vento.

Inserida por pensador

Se em nós a solidão viver sozinha,
sem que nada em nós próprios a perturbe,
cada figura passará rainha
na antiguidade súbita da urbe.

Um acento de pena irá na linha
vincar a eternidade de figura
a um rosto que quase só caminha
para dentro de o vermos pela pura

substância em si que vive a solidão
dentro de nós. E sendo nós só margem
do seu reino de ver por onde vão

as figuras passando na paisagem
de um antigo fulgor de coração
aonde passam desde sempre. E agem.

Inserida por pensador

Lentos nos fomos esquecendo. Quando
o tempo da velhice nos foi vindo
a tez apareceu amorenada de anos
e afeita ao espírito.
A lavoura sabia aos nossos passos.
Até os desperdícios
iluminavam debilmente o armário
e a penumbra dos rincões escritos.
Mas nós só estávamos
em nos havermos esquecido.
Ou, às vezes, a aura do trabalho
quase fazia com que na mesa o sítio
aparecesse coroado de anos
sobre a mão a mover-se pelo seu próprio espírito.

Inserida por pensador

Com a altura da idade a casa se acrescenta.
Não é que aumente a quantidade ao espaço.
Mas, sendo mais longínquos, o desapego pensa
maior distância quando se fica a olhá-lo.
Ou, se quiserem, uma realeza
se instala à volta dessa altura de anos,
de forma a que os objectos apareçam
na luz de quase já nem os amarmos.
Então a casa distende-se na intensa
inteligência de estarmos
a ver as coisas amarem-se a si mesmas.
Ou com a forma a difundir seu espaço.

Inserida por pensador

Os vivos ouvem poucamente. As plantas,
como o elemento aquático domina,
são dadas à conversa. A menor brisa abala
a urna de concórdia estremecida
que, assim, sensível, se derrama
e é solidão solícita.
Os vivos não ouvem nada.
Mas, havendo acedido a essa malícia
de experiência cândida,
os mortos deixam que o ouvido siga
o fluvial diálogo das plantas
umas com outras e todas com a brisa.
Melhor ainda. Quando, nas noites cálidas,
as plantas se sentem mais sozinhas,
os mortos brincam à imitação das águas
inventando palavras de consonâncias líquidas.
E esse amoroso cuidado de palavras
a urna de concórdia vegetal espevita
até que, a horas altas,
a noite, os mortos e as plantas
caiam no sono duma luz solícita.

Inserida por pensador

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Inserida por pensador

POEMA POUCO ORIGINAL DO MEDO

O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no teto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos

O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
ótimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projetos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles

Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados

Ah o medo vai ter tudo
tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)

O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos

Inserida por pensador

Com a tristeza acender a alegria
Com a miséria atear a felicidade
E no céu inocente da visão
Fazer pulsar um pássaro por vir
Fazer voar um novo coração

Inserida por pensador

Que mil flores desabrochem. Que mil flores
(outras nenhumas) onde amores fenecem
que mil flores floresçam onde só dores
florescem.

Que mil flores desabrochem. Que mil espadas
(outras nenhumas não)
onde mil flores com espadas são cortadas
que mil espadas floresçam em cada mão.

Que mil espadas floresçam
onde só penas são.
Antes que amores feneçam
que mil flores desabrochem. E outras nenhumas não.

Inserida por pensador