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MEU CICLO DA FELICIDADE

Aventuras me fizeram ficar longe,
Longe do teu cheiro de jasmim,
Da tua pele branca como o leite da flor,
E ao despertar, nunca mais te vi (tive)...

Hoje só me resta sonhos perdidos,
Noites sem você, é tortura
Sem teus beijos é dissabor,
É tudo sem encanto, sem fascínio, sem sonhos...

Só um abraço teu quero sentir,
Mesmo isso me fará feliz,
Por um segundo destruir minha solidão,
Conspirar contra teu desprezo, teu desdém...

Oh meu Lírio branco, meu doce Lírio
Espero um dia estar ao seu lado,
Sem você não há sol nem girassóis,
Não há estrelas e nem luar...

Veja em mim a marca da contrição,
O sentimento confuso, escuso, triste e irreverente
Veja que a lua falou, o sol cantou e as flores choraram meu lamento,
Veja o que se esconde na dor, no descontentamento da saudade...

Venha Lírio, inicia meu ciclo de felicidade,
De prazer e juvenilidade,
Venha, simplesmente abra seu coração,
É com você que quero eternizar a palavra AMOR!

Quando perder
O medo de mudar
Encontro meu lugar
Sem querer

Quero mudar
O medo de lugar
Até não encontrar
Até perder

Eu já usei gravata, e até topete
Já joguei fora o meu trompete e os discos do Alceu
Eu já ganhei emprego e perdi o sono
Correndo atrás de um sonho que não era meu

Mas hoje eu larguei tudo e virei poeta
Eu não quero ser atleta, nem médico ou juiz
Eu moro numa ilha e tô me acostumando
Para quem nasceu chorando, até que eu tô feliz

⁠- amor e dor;
Não rimam atoa
Um cura e o outro, o outro se torna
A dor só é curada com o amor
E o amor quase sempre que se acaba se torna dor.

⁠ANTIGOS DEUSES
Desmoronou sobre mim o mundo
do meu passado, tira-me do sério os pensamentos...
Frustrou o meu ser envelhecido E pegou-o pela mão.
Mostra-lhe agora momentos que ele esqueceu, como se fosse ontem
Sem perceber que o dia se foi
Que memória e lembrança são deusas...
de um mundo,
Há tanto..., tanto tempo... abandonado!!!

⁠CANTO II

Janela d'alma, visão
Íris líquidas pingantes
Longe, longe, coração
Ah, distâncias distantes.

Na ronda teu juízo
Envolto em madeira e terno
No bosque paraíso?
Na floresta inferno?

Se com luz,
Voo alto
Asas de Ismália.

Se na cruz,
Não falto
Mortalha.

⁠RUSH

Quando passei nas Andradas
Uma quinta-feira dessas
Caminhando com pressa
Vi os carros parados
Olhando pros lados
Ansiosos
Rosnando.

E no meio da rua
Um mulato vestindo verde
Com a carne nua
Sangrando
Morto.

E nas calçadas, nos andaimes
Doze menos um operários
Todos temporários
Trabalhavam.

E os caros com pressa.
E o mulato não saiu.
E como não saiu,
Passaram.

⁠VALSA

No morrer da lua alva
Giram
Dois pares apaixonados
Olhando-se apaixonados
Querendo-se apaixonados
Perdendo-se entrelaçados e chorando apaixonados
E ninguém, no mundo ou nas estrelas, os salva
Giram apaixonados
Dois pares coitados
Dois pares trocados.

⁠PAIXÃO

Semente da obsessão
Geradora de devaneios
Encantadora de imagens
Velha irmã da loucura

Manipuladora do caráter
Destruidora da razão
Indutora de vontades
Mescladora de sentidos

Por favor, apareça!
Mas que seja,
Que somente seja,
Quando for correspondida!

(Guilherme Mossini Mendel)

⁠Os dedos entrelaçados ao vazio da lembrança dele denunciava alguma tristeza agigantada por engenhosos artifícios da sua prodigiosa imaginação.
Pela janela do seu quarto fitou a lua e imaginou a sua rede franjada amarrada em duas estrelas.
Abraçou o travesseiro e mais uma vez olhou para o céu escuro todo cravejado de estrelas com ar de quem acabava de inaugurar um planeta novo.
Naquele dia, ela adormeceu soluçando com o olhar úmido nos olhos ausentes dele

MATURIDADE

Maturidade é você reconhecer o que não está dando certo…
Maturidade é você não procurar quem errou depois de uma decepção…
Maturidade é você não cobrar e nem pagar na mesma moeda…
Maturidade é você saber a hora certa de se afastar…
Maturidade é você se permitir a recomeçar…
Maturidade é você entender e compreender com quem você está perdendo o seu tempo…
Maturidade é você ser feliz com o que te faz feliz.

⁠Canto da dor

Quando a dor é muita
o medo desaparece,
e o caminho que se mostra
diante do perigo, o abismo,
passa-nos despercebido.
Quando a dor é muita
sufoca por dentro e por fora,
e o sentimento que banha o âmago
é uma amarga desesperança.
Quando a dor é muita,
a música mais ouvida é um soluço
não reprimido, é um gemido aflito
gritando forte no coração ferido.
Quando a dor é muita,
sangra o coração
e o espírito aflito
se angustia.
Quando a dor é muita
aniquila a alma enferma,
anula a razão e a fantasia,
ceifa a essência da vida.

Umbelina Marçal Gadêlha

⁠Anseio

Sabe o que eu anseio agora?
Encontrar alguém
Que não me diga nada
Não me pergunte nada também
Alguém que me ofereça colo
Para eu verter todo o desencanto.
Sabe o que eu mais desejo agora?
Esconder-me de mim no interior
Do meu universo particular
Para se eu quiser chorar
Chorar até me cansar
Ou quem sabe eu possa
Simplesmente divagar.


Umbelina Marçal Gadêlha

⁠Alma terna flutuante

Abnegadamente eu mergulhei
plena de convicções,
às profundezas da minha alma
para mostrar as minhas cristalinas emoções.
Eu me rendi candidamente, despi o âmago,
o mais profundo do meu ser, e revelei
a minha alma original de forma integral.
Intrepidamente fui mais além e desnudei-me
do meu intelecto e mostrei avesso do avesso.
E após despir meu adverso, foram-se os mistérios.
Desfez-se o encanto e não me consenti verter
nenhum pranto para o meu próprio espanto.

Umbelina Marçal Gadêlha

⁠⁠Luz de Sol Poente —

Ultimamente,
eu tenho saído de casa para andar.
Chega aquele horário — aquele próximo
ao de fim de tarde — e eu sinto uma necessidade de sair e ir até
o outro lado da cidade para
caminhar — sozinho — sob a
branda luz de sol poente.

Caminho olhando o horizonte
alaranjado (se assim está);
Olhando as pessoas que cruzo
e me passam, sentindo o
vento virgem e comum
de cada instante.

Às vezes,
apresso-me — dou alguns
piques — para poder voltar
antes do escurecer
total.

A volta leva-me até o pico mais alto da cidade, de onde se vê tudo ou quase
tudo: as avenidas e ruas;
As casas, comércios e igrejas;
Os postes e suas luzes;
O vai e vem dos carros, dos animais
e das pessoas minúsculas;
Menos o coração de
um homem.

Depois retorno,
descendo pelo lado oposto
ao que subi, cruzando a rua
onde mora um sonho.
E ainda que eu passe, é nessa rua
que o meu coração fica.

⁠Amar

Não posso te dar o sol, a lua nem o mar. Mas te mostrarei o verdadeiro significado de amar.

Por onde anda aquilo tudo?
Sou de paixão,
de gostar muito.

Se fora sem explicação,
sem adeus,
nem abraço.
Metade que vai,
metade que chega.
Conformismo ou cansaço?

Olho pro alto,
Observo o céu noturno
E me sinto de Urano
Mercúrio, Júpiter,
Ou quem sabe de Saturno.

Esse sentimento
Me faz parecer um ET.
Acredite, eu não minto
Ao dizer que sinto sua falta,
Mesmo que nunca tenha tocado em você.

Qual gotas de orvalho na seca
Temperança no desespero,
Luzes na escuridão,
As doces lembranças que ficam
Trazem Paz ao coração.

Em teu abraço encontro sossêgo
a vida teve mais sabor
ao encontrar teu beijo
quero em ti, ter amor

Quero ter você por um dia
no dia seguinte também
tudo vira poesia
quando você, me tem ...

⁠Aeronaves
Somos aeronaves.
Estamos voando.
Com nossas idéias até o céu.
O terreno tem seus limites.
Mas o céu não.
Nossos sonhos podem subir até alturas.
Podemos elevar voos gigantes ao infinito.
Podemos nos sentir livres com asas.
Também podemos nos sentir limitados em terra.
É necessário ter sabedoria no controle.
Para levantar voos e pousar bem.
Não estamos voando sozinhos.
Sempre há uma tripulação em nossa aeronave.
E outras aeronaves no espaço aéreo.
Que voam livremente e precisam saber pousar.