Poesia
ELEGANTE
É manter a cortesia, seja
Noite, ou seja dia, é fazer
Gentileza onde quer que
Tu estejas, é ter singeleza,
É desenvolver a delicadeza,
É só falar quando solicitado,
É mais do que calar, escutar,
É liberdade sem libertinagem,
É comentar só após ponderar,
É juízo sem ganho ou prejuízo,
É vontade de praticar bondade,
É ter ímpar habilidade como par,
É ser tolerante e não arrogante, é
Atitude de solicitude, é jamais ser
Rude, é quem se compensa porque
Pensa, é pedir perdão de coração, é
Exercitar o lugar do outro ao falar e é
Respeitar gente, seja igual ou diferente!
Guria da Poesia Gaúcha
O DESENCANTO
O desencanto corrói tão fundo que
Na alma lembra ferida que a gente
Sente, vira em decepção ligeirinho
E em uma depressão rapidamente.
Quando tantas coisas no mundo,
Compram -se com tão vis metais,
O desencanto enaltece, aparece e
O encanto num canto desaparece.
O desencanto é a amargura pura,
É tristeza que não tem cura, pois
Tudo parece que foi programado
Como em real e sazonal carnaval.
Escondidos atrás de máscaras,
Confetes e serpentinas seguem
Antônimos, anônimos encenando
Fantasias e camuflando a alegria.
Gesticulam, pulam, agitam e gritam,
E parece que creem na folia, mas na
Real, meu pierrô carnaval sem cinza
Ranzinza, dura mesmo só três dias!
Guria da Gaúcha Poesia
Pedaços de Mim,
Página 57
1999
O DESENCANTO
O desencanto tão fundo corrói que
Na alma feito ferida dói, pois a gente
Sente a decepção que cresce e que
De depressão nos padece e adoece.
Quando tantas coisas neste mundo,
Compram-se com tão vis metais, o
Desencanto acontece enquanto em
Um canto, seu encanto desaparece.
O desencanto é a amargura pura, é a
Tristeza que não tem cura, é a ilusão
Disfarçada, fantasiada com a máscara
Que cai ao chão quando a cara é lavada.
Desencanto lembra mesmo fim de festa
De carnaval, onde magia, performance,
Luz atenuada, meio apagada e fantasia
Mudam completamente à luz do novo dia
Até então, gesticulam, se agitam e gritam,
Parecem acreditar nesta folia, mas na real
Meu pierrô, carnaval sem a cinza ranzinza,
De verdade, dura mesmo só uns três dias!
Guria da Gaúcha Poesia
Pedaços de Mim,
Página 57
1999
HOMEM FRUTA, NÃO!
Cara, assuma ou suma,
Pois chega de lero-lero,
Até porque se tu ainda
Não sabe o que quer,
Eu sei muito bem o que
Quero e, cá entre nós,
Papo furado e enrolão
De um homem-banana,
Molengão feito mamão
E azedo que nem limão é
Um abacaxi que não quero!
Guria da Gaúcha Poesia
HOMEM FRUTA, NÃO!
Cara, assuma ou suma,
Pois chega de lero-lero,
Afinal, se tu ainda não
Sabe o que quer, eu sei
Muito bem o que quero
E papo furado, enrolão
Não! Pois não é bacana,
É vacilão de um covarde,
De um homem-banana,
Molengão feito mamão
E azedo que nem limão,
Enfim apenas um abacaxi,
Cascudo e espinhento, que
Tem a cara bem igualzinha
Ás costas que é para tentar
Entrar já saindo de todo e
Qualquer relacionamento!
Guria da Poesia Gaúcha
HOMEM FRUTA, NÃO!
Cara, assuma ou suma,
Pois chega de lero-lero,
Afinal, se tu ainda não
Sabe o que quer, eu sei
Muito bem o que quero
E papo furado, enrolão
Não! Pois não é bacana,
É vacilão dum covarde,
De um homem-banana,
Molengão feito mamão
E azedo que nem limão,
Enfim, é só um abacaxi
Cascudo e espinhento,
De cara igual às costas
Que não presta pra se
Ter envolvimento, pra
Manter relacionamento!
Guria da Poesia Gaúcha
Deus me abençoa e, por favor, me perdoa se
não quis, mas inimigos fiz, pois só Tu sabes o
quanto ainda estou pequena para merecer só
com os meus amigos queridos poder conviver!
HOMEM FRUTA, NÃO!
Cara, assuma ou suma,
Pois chega de lero-lero,
Afinal, se tu ainda não
Sabe o que quer, eu sei
Muito bem o que quero
E papo furado de enrolão?
Negativo, comigo não, já
Que é coisa de um mero
Vacilão, de covarde vazio
De coragem, que tão cedo
Chega bem tarde porque é
Só um homem-banana só,
Bem molengão como um
Mamão e tão azedo como
Limão, então, não! Não me
Interessa, afinal não presta,
Já que na real não passa de
Um guri-abacaxi sem graça,
Que sequer conhece ou que
Reconhece qualquer mulher
E não merece, nem mesmo,
Uma mulher qualquer, pois é
Muito verde para envolvimento
E podre demais pra dar fruto em
Qualquer tipo de relacionamento!
Guria da Poesia Gaúcha
AGORA
Vem, bem agora meu bem,
Não demora, e também vê
Se não sai logo porta afora,
Afinal há muito já passou da
Hora de te ocupar com culpa,
Preocupar com mil desculpas,
Então basta de tantas farsas,
Te assume e não some, pois
O covarde jamais vira homem,
Então anda, pelo menos tenta,
Pois sem tentar não há como
A gente adivinhar ou saber no
Que poderá dar, e, além disto,
Aproveita e te aceitas, centra,
Chega de tanto mas e chega
Mais, para de ficar suspenso,
Tão denso e tenso todo tempo,
Sai desta janela, tua vida está
Pra o comando do teu mando,
Então conduza, assuma ela e
De vez, vê se tu aprende que
A mulher quer homem intenso,
Com solicitude e muita atitude
Para plenitude, então pensa e
Experimenta, sustenta, cresça
E melhor apareça, afinal odeio
Gente lenta, covarde e molenga
E tem mais, esta é minha última
Chamada, afinal ando cansada
De tanto esperar sentada pra tu
Acordares pra poder te amar, já
Que ligeira e bem louca quero a
Tua boca encher com desejo de
Beijo pra ver se nós vamos além
Deste vil vaivém, então meu bem,
Vem, chega, me aprochega bem
Gostoso, apertes bem, pega e te
Apega, te integra e entrega a tua
Quimera, teu lado fera, tua utopia
De fantasia pra gente viver à beça
Esta vida que é uma festa e festa
Melhor quando tudo é mútuo, junto,
Reto, bem direto, concreto, ilimitado,
Ousado, liberto e bem aberto, enfim
É assim que quero pra mim, mas se
Não quiseres, vou respeitar, mas já
Aviso pra surpresa não te pegar, não
Quereres virar mesa, pedires tempo
Pra pensar, então fica a dica, se quer
Vem agora ou de vez cai fora, vai te
Embora, pois assim como tá não dá,
Afinal cheguei a conclusão que mais
Que besteira, é burrice não saber ou
Querer o melhor da vida curtir e levar!
Guria da Poesia Gaúcha
Pedaços de Mim,
Página 76,
1999
AGRADECIMENTO
A Jesus, pela luz tão prematura do amor pela
Poesia que me conduz a transgredir de modo
Atemporal na linguagem do pensamento meus
Sentimentos e ter como instrumento de poder,
Poder desenvolver o meu talento a bel-prazer.
Agradeço a oportuna fuga e folga da dualidade
Que me deixa concretizar a digressão teórica e
Metafórica através do romantismo amoroso que
É capaz de domar até o mais tenebroso verso da
Complexa realidade do meu tão adverso universo.
Agradeço até o alvará do amor pela licença poética
Que traz paz pela felicidade da facilidade, da gratuita
Sensibilidade de ouvir a inspiração bonita e infinita do
Amor, capaz de eternizar o sentir da flor tão fêmeo e
Efêmero e o voar livre da ave tão ágil quanto frágil!
Guria da Gaúcha Poesia
À Flor da Pele
2002
Se o Sul não fosse o meu norte, eu
Pediria a sorte pra eu nascer no Rio
De Janeiro onde o Cristo aparece e
Parece que abraça o mundo inteiro,
Mas não descuida, pois escuta, ajuda
E abençoa, uma a uma, cada pessoa!
Guria da Poesia Gaúcha
Por fora, era terna, quieta, discreta, calada e
Até meio parada, mas por dentro tensa, densa
E intensa se movia e moía, afinal não entendia
O custo pra este amor injusto, já que noite e dia
Sorriso vestia e carinho vertia ao homem de igual
Sobrenome, e que do seu pensamento não some,
Pois deixou dor, sentimento vazio de frio amor no
Inverno e ressentimento cheio de ardor do inferno!
Guria da Poesia Gaúcha
À Flor da Pele
CORAGEM, COVARDE!
Sabe, jamais pensei, mas hoje decidi e
Te larguei, porque eu não aguento mais
Te sentir ainda tão pequeno neste plano
Terreno, tão cheio de segredos e medos,
Tão denso, tenso, doente, meio demente,
Afinal há anos, arredio e fugidio, cometes
Tantos, mas tantos enganos que beiram a
Desumanos, pois envolves gente inocente
De forma incoerente e indecente, e isto eu
Não aturo, pois se vives em cima do muro,
Com medo de repetires teu errado passado
No futuro, devias antever, saber ou ter até
Previsto que não tenho nada a ver com isto,
Até porque, sou bem ao contrário de ti, guri,
Pois valente jamais temi ir à frente, inclusive
Para alada voar com quem a meu lado ficar
E não pra viva me sentir enterrada e até de
Covarde eu ser chamada, total, com mais de
Meio século já deu pra perceber que mais da
Metade da vida eu vi morrer, então para que
Adiar como se fosse pra sempre durar, como
Se numa coma vegetativa pudesse um dia o
Tempo parar pra ganhar tempo dum amor só
De ardor sem dor vivenciar, e está aí só mais
Um ledo engano do teu plano, de seres 100%
Feliz como sempre quis, então esquece, pois
Não é assim que acontece a quem nem a vida
Merece, portanto agora te aviso que estou indo
Embora, pois eu tentei, te esperei e até sei que
Insisti, resisti, mas desisti, total como mulher eu
Sequer senti um pouco de afeto afim em ti, então
Como não quero esperar, nem me desesperar por
Não te fazer 100% feliz como tu sempre quis, abro
Mão de ti sim e a partir de hoje, vou cuidar de mim,
Então, tchau, bye, bye, au revoir, adeus e deu pra
Ti guri, vai, segue sendo covarde daí que seguirei
Cheia de coragem daqui, viva, bem afetiva, ativa
E propensa a querer ser a cada dia mais intensa
E serena até me sentir plena, mas jamais menos
Aguerrida para todo e qualquer desafio que achar
Que vale a pena arriscar pra mais e melhor amar!
Guria da Gaúcha Poesia
À Flor da Pele
MULHER
A mulher é a mais perfeita obra-prima
Do criador, afinal é feita toda de amor,
De coração, doação, oração e emoção
A flor da pele onde for, é a parte da sua
Arte mais feminina e divina, sua suprema
Impressão de expressão, a mais intensa,
Serena, imensa e plena, o seu soberano
Jeito de provar que dá pra ser aguerrida e
Afetiva, ter singeleza, altruísmo, grandeza,
Delicadeza, beleza e nobreza até mesmo na
Pobreza, pra deixar claro que a mulher é um
Ser tão especial que somente a ela concedeu
A benção gigantesca de poder ser mãe, de ser
A vida que dá a vida pela sua natural fortaleza,
Pela sua emocional, visceral e normal natureza!
Guria da Poesia Gaúcha
HOMEM FRUTA, NÃO!
Cara, me assuma ou suma,
Fica de vez ou te afasta, já
Que se não me quiser como
Mulher, saiba que tem quem
Quer, então vai, chega, vaza,
Basta, pois ando farta do teu
Blablalá que a nada vai levar,
Cansei do teu velho lero-lero,
Até porque pensando bem se
Tu com esta idade ainda não
Sabe o que quer, eu sei muito
Bem o que quero e papo fiado,
Bem furado de homem enrolão?
Não! Não senhor, negativo, não
Comigo, pois não tolero vacilão,
Odeio homem vazio de coragem
E que vem com aquela conversa
Mole de covarde, que cedo chega
Sempre tão tarde, que de verdade,
Só enrola, mente e disfarça, mas o
Dia que cai sua máscara se vê que
É tão somente um homem-banana,
Molengão como o maduro mamão
E tão azedo como um verde limão!
Eeeeeeeeeca! Então não! Não me
Interessa, pois não presta, quando
Sei que é só um velho metido a guri,
E o pior, jura que tá agradando, que
É malandro, quando na real é só um
Abacaxi que não quero nem de graça,
Que mando embora, jogo fora na hora,
Afinal tão bronco, o tonto não conhece
Ou reconhece o valor do amor de uma
Mulher, e então, nem mesmo pagando,
Merece uma mulher qualquer, afinal é
Mole, duro para envolvimento e já está
Muito passado, molenga, podre demais
No sentimento pra poder ter futuro e dar
Fruto em qualquer tipo de relacionamento!
Guria da Gaúcha Poesia
À Flor da Pele
ADORMECIDA
Mora em mim uma artista
Adormecida que pretendia
Acordar, expressar sua arte
E assim, ficar conhecida e
Até reconhecida nesta vida.
Mora em mim a melodia da
Poesia que não escrevinhei,
Um quadro que jamais pintei,
Uma dança que nunca ousei,
Um teatro que não representei.
Mora em mim adormecida esta
Medrosa em verso e prosa, que,
Temerosa de errar, borrar a tela,
Torcer o pé, de esquecer o texto,
Entorpeceu tão fugidia e arredia.
Mora em mim esta artista ainda
Adormecida que, pelo seu sono
Profundo não havia encontrado
Na magia do sonho da poesia o
Sentido da sua vida neste mundo.
Já que dormindo adormeceria seu
Medo, seu segredo, seu pesadelo,
Pois seria utopia viver só da poesia
Que rondaria sono, sonho e que lhe
Assombraria dia e noite, noite e dia.
Mora em mim diariamente este medo
Na mente, afinal lúcida, fingia mesmo
Dormir pra ludicamente poder aprontar
O despertar até então, adormecido pra
Que a esmo não tivesse vindo e vivido!
Guria da Gaúcha Poesia
Lavando a Alma,
Página 09,
1989
ELEGANTE
É manter a cortesia, seja
Noite, ou seja dia, é fazer
Gentileza aonde quer que
Tu estejas, é ter singeleza,
É desenvolver a delicadeza,
É liberdade sem libertinagem,
É comentar só após ponderar,
É juízo sem ganho ou prejuízo,
É vontade de praticar bondade,
É ter ímpar habilidade como par,
É ser educado e não afetado, é
Ser atencioso sem ser pretensioso,
É ter atitude de solicitude, é não ser
Grude ou rude, é se compensar por
Pensar, é saber pedir perdão com o
Coração, é menos falar, é bem mais
Escutar, é se colocar no lugar antes
De criticar, é ser comedido e nunca
Metido, é aceitar e respeitar qualquer
Tipo de gente, sempre, independente
Se é literalmente, igual a gente ou se
Ela é total e completamente diferente!
Guria da Gaúcha Poesia
À Flor da Pele
ADORMECIDA
Mora em mim uma artista
Adormecida que pretendia
Acordar a sua arte e assim
Ser conhecida e quem sabe
Até reconhecida nesta vida.
Mora em mim a melodia da
Poesia que não escrevinhei,
Um quadro que jamais pintei,
Uma dança que nunca ousei,
Um teatro que não representei.
Mora adormecida em mim esta
Medrosa em verso e prosa, que,
Temerosa de errar, borrar a tela,
Torcer o pé, de esquecer o texto,
Entorpeceu tão fugidia e arredia.
Mora em mim esta artista ainda
Adormecida que, pelo seu sono
Profundo não havia encontrado
Na magia do sonho da poesia o
Sentido da sua vida neste mundo.
Já que dormindo, adormecia este
Medo de escrever poesia que lhe
Torturaria na mente, diariamente,
Que no sono rondaria seu sonho
E lhe assombraria diuturnamente.
Lúcida negava, fugia e dormir fingia,
Enquanto o poetar até então dormido,
Ludicamente, pronto se quis descrito,
Escrito e amanhecido pro medo ficar
Desaparecido e pra sempre vencido!
Guria da Gaúcha Poesia
Lavando a Alma,
Página 09,
1989
Ela imagina, cultiva, cativa, enraíza, irriga e até
fertiliza enquanto ele o sentimento racionaliza e
o pensamento analisa pra ver se lhe oportuniza,
se namora na boa ou vai só ficando à toa na sua
Vida como um amigo, como semente de namorido!
Guria da Gaúcha Poesia
À Flor da Pele