Poesia
HOMEM FRUTA, NÃO!
Cara, me assuma ou suma,
Fica de vez ou te afasta, já
Que se não me quiser como
Mulher, saiba que tem quem
Quer, então vai, chega, vaza,
Basta, pois ando farta do teu
Blablalá que a nada vai levar,
Cansei do teu velho lero-lero,
Até porque pensando bem se
Tu com esta idade ainda não
Sabe o que quer, eu sei muito
Bem o que quero e papo fiado,
Bem furado de homem enrolão?
Não! Não senhor, negativo, não
Comigo, pois não tolero vacilão,
Odeio homem vazio de coragem
E que vem com aquela conversa
Mole de covarde, que cedo chega
Sempre tão tarde, que de verdade,
Só enrola, mente e disfarça, mas o
Dia que cai sua máscara se vê que
É tão somente um homem-banana,
Molengão como o maduro mamão
E tão azedo como um verde limão!
Eeeeeeeeeca! Então não! Não me
Interessa, pois não presta, quando
Sei que é só um velho metido a guri,
E o pior, jura que tá agradando, que
É malandro, quando na real é só um
Abacaxi que não quero nem de graça,
Que mando embora, jogo fora na hora,
Afinal tão bronco, o tonto não conhece
Ou reconhece o valor do amor de uma
Mulher, e então, nem mesmo pagando,
Merece uma mulher qualquer, afinal é
Mole, duro para envolvimento e já está
Muito passado, molenga, podre demais
No sentimento pra poder ter futuro e dar
Fruto em qualquer tipo de relacionamento!
Guria da Gaúcha Poesia
À Flor da Pele
ADORMECIDA
Mora em mim uma artista
Adormecida que pretendia
Acordar, expressar sua arte
E assim, ficar conhecida e
Até reconhecida nesta vida.
Mora em mim a melodia da
Poesia que não escrevinhei,
Um quadro que jamais pintei,
Uma dança que nunca ousei,
Um teatro que não representei.
Mora em mim adormecida esta
Medrosa em verso e prosa, que,
Temerosa de errar, borrar a tela,
Torcer o pé, de esquecer o texto,
Entorpeceu tão fugidia e arredia.
Mora em mim esta artista ainda
Adormecida que, pelo seu sono
Profundo não havia encontrado
Na magia do sonho da poesia o
Sentido da sua vida neste mundo.
Já que dormindo adormeceria seu
Medo, seu segredo, seu pesadelo,
Pois seria utopia viver só da poesia
Que rondaria sono, sonho e que lhe
Assombraria dia e noite, noite e dia.
Mora em mim diariamente este medo
Na mente, afinal lúcida, fingia mesmo
Dormir pra ludicamente poder aprontar
O despertar até então, adormecido pra
Que a esmo não tivesse vindo e vivido!
Guria da Gaúcha Poesia
Lavando a Alma,
Página 09,
1989
ELEGANTE
É manter a cortesia, seja
Noite, ou seja dia, é fazer
Gentileza aonde quer que
Tu estejas, é ter singeleza,
É desenvolver a delicadeza,
É liberdade sem libertinagem,
É comentar só após ponderar,
É juízo sem ganho ou prejuízo,
É vontade de praticar bondade,
É ter ímpar habilidade como par,
É ser educado e não afetado, é
Ser atencioso sem ser pretensioso,
É ter atitude de solicitude, é não ser
Grude ou rude, é se compensar por
Pensar, é saber pedir perdão com o
Coração, é menos falar, é bem mais
Escutar, é se colocar no lugar antes
De criticar, é ser comedido e nunca
Metido, é aceitar e respeitar qualquer
Tipo de gente, sempre, independente
Se é literalmente, igual a gente ou se
Ela é total e completamente diferente!
Guria da Gaúcha Poesia
À Flor da Pele
ADORMECIDA
Mora em mim uma artista
Adormecida que pretendia
Acordar a sua arte e assim
Ser conhecida e quem sabe
Até reconhecida nesta vida.
Mora em mim a melodia da
Poesia que não escrevinhei,
Um quadro que jamais pintei,
Uma dança que nunca ousei,
Um teatro que não representei.
Mora adormecida em mim esta
Medrosa em verso e prosa, que,
Temerosa de errar, borrar a tela,
Torcer o pé, de esquecer o texto,
Entorpeceu tão fugidia e arredia.
Mora em mim esta artista ainda
Adormecida que, pelo seu sono
Profundo não havia encontrado
Na magia do sonho da poesia o
Sentido da sua vida neste mundo.
Já que dormindo, adormecia este
Medo de escrever poesia que lhe
Torturaria na mente, diariamente,
Que no sono rondaria seu sonho
E lhe assombraria diuturnamente.
Lúcida negava, fugia e dormir fingia,
Enquanto o poetar até então dormido,
Ludicamente, pronto se quis descrito,
Escrito e amanhecido pro medo ficar
Desaparecido e pra sempre vencido!
Guria da Gaúcha Poesia
Lavando a Alma,
Página 09,
1989
Ela imagina, cultiva, cativa, enraíza, irriga e até
fertiliza enquanto ele o sentimento racionaliza e
o pensamento analisa pra ver se lhe oportuniza,
se namora na boa ou vai só ficando à toa na sua
Vida como um amigo, como semente de namorido!
Guria da Gaúcha Poesia
À Flor da Pele
Só será mesmo amor, se
Este amor não lembrar dor,
Se jamais o amar amargar,
Se for capaz de dar paz, se
Amar demais e a mais for a
Vontade de verdade do par!
Guria da Gaúcha Poesia
Parece mentira ou ironia, mas na verdade, de fato,
Neste ato, pensando bem, dele são sinto saudade,
Talvez sinta ainda da mentira que acreditei um dia,
Da fantasia, projeção e até da ilusão do meu coração,
Ilusão que agora some e me consome, por saber que
Ele nunca foi, não é e que jamais será o meu homem!
Guria da Gaúcha Poesia
Na verdade, foi só ilusão da minha mente
Ou projeção do meu coração carente, já
Que, na verdade, dele não sentia saudade
E sim de quem eu imaginei que ele fosse,
Um homem bem menos acre e mais doce!
Parecia mentira ou até ironia, mas na verdade, de
Fato, neste ato, pensando bem, dele mesmo eu não
Tenho saudade e talvez sinta, ainda, da mentira que
Acreditei um dia, daquela fantasia, da projeção e até
Da ilusão do meu coração, ilusão que vejo que some
E me consome, pois só agora descobri que ele nunca
Foi, não é e que jamais poderá vir a ser meu homem!
Guria da Gaúcha Poesia
Nascemos criança, depois colecionamos idades,
Encantos e desencantos por todos cantos, que ao
Longo do tempo vamos enterrando até que venha
A maturidade, a maior e melhor idade, e com ela a
Cativa necessidade de saber e de manter vívida a
Temperança e ativa a esperança da nossa criança!
Guria da Gaúcha Poesia
Sou só um verso liberto, sem nexo,
diverso, reverso, convexo, inverso e
desconexo neste complexo universo!
Guria da Gaúcha Poesia
MAREJANDO...
Ilhada em mim, me abordo à bordo
Do mar do meu pensamento, aporto,
Me reporto, transporto e lacrimejando,
Me transbordo, conforto e aborto meus
Naufragados momentos no oceano dos
Meus afogados sentimentos no tempo!
Guria da Poesia Gaúcha
SIM
Meu bem, sou bem assim, sim:
Tim- tim por tim- tim, de verdade,
Para lá de verdadeira, espevitada,
Serelepe, moleca, traquina, faceira,
Festeira, fagueira, brejeira, matraqueira,
Escrivinhadeira, indecente de tão inocente,
Amorosa, ambiciosa, tinhosa, comprometida,
Aguerrida, vaidosa, feiticeira, gaúcha sim, filé
De primeira, enfim, do começo ao fim brasileira,
Sempre plena e serena, tão intensa quanto inteira!
Guria da Poesia Gaúcha
Por mais que nós saibamos que na vida
A sorte é incerta e a morte é certa, parece
Que não estamos preparados o suficiente
Quando aparece, literalmente de frente, na
Nossa frente, se encarrega, carrega doente e
Desaparece pra sempre com a gente da gente!
Guria da Gaúcha Poesia
Um Natal legal, especial , sereno e pleno
É cheinho de amor, amor que vai te fazer
Merecer conhecer a paz essencial que tu
Precisas ter e manter pro renascimento dos
Teus melhores pensamentos e sentimentos!
Guria da Gaúcha Poesia
MEDÍOCRE
Que vil verdade é esta
Que tua vaidade criou
E que poder de errado
Valor ora te comprou e
Tomou conta de ti, guri
E por que preferes, queres,
Feres, diferes e somente
Digeres o que gera a fama
E ostenta uma boa grana?
Achas mesmo isto bacana?
E por que te alimentas com
O materialismo e te sustentas
Com este doente consumismo?
Enfim, por que tu te concentras
E centras em tantas idiotices e
Nos convites destes teus parcos
Limites e ainda, por que o centro
Do teu umbigo é teu melhor amigo?
Olha, pensa, pega agora tua carteira
De identidade para tentar reconhecer
E ver de perto, autenticada a cara da
Covarde futilidade que se apossou do
Teu nome por pura ganância, arrogância
Da tua genuína ignorância, por louca valia
E pouca serventia, por ridícula, medíocre,
Rasa, temporal, pseudo e irreal soberania!
Guria da Gaúcha Poesia
Pedaços de Mim,
Página 55
1999
QUEM FOI
Quem foi que ousou furtar
O teu sorriso, te fez perder
Abrigo, roubou amigos e te
Colocou em tamanho perigo?
Quem foi que te iniciou nesta
Festa tão funesta, sumiu e não
Assumiu que não saiu desta?
Quem ofuscou o teu olhar que
Era tão genuíno com falso brilho?
Quem foi que atormentou com tão
Errôneo açoite tuas noites, quem
Envenenou de vez os teus dias e
Rasgou tuas saudáveis fantasias?
Quem foi que te fez negar a tua
Realidade, mascarou a verdade
E te fez viver com tanta falsidade?
Quem foi que acordou tua insônia
E te receitou calmantes de forma
Tão perversa quanto perseverante?
Quem foi, anda, me diz quem foi,
Que criou este mundo de lágrimas,
Que arrasou tua alma com mágoas,
Afogou teu corpo quase morto e te
Prendeu com a liberta dependência
Desta tua tão crescente decadência?
Quem foi que estragou a tua cabeça
E te exigiu terapia, incessantemente,
Todos os dias até o fim dos teus dias?
Quem foi esta majestade vil, decadente,
Que de insubstituível é totalmente inútil,
Que de fundamental não serve pra nada
E que de prioritária é a última das coisas?
Tu sabes bem quem foi e como foi porque
Existe apenas uma coisa que é a coisa, só
Uma droga que até no nome é uma droga,
Que há tanto te droga, troca, aporta, torta
Suporta e não vê a hora de te ver morta!
Guria da Gaúcha Poesia
Só hoje eu percebi que a escuridão que aos
Poucos tomou conta do meu coração, que a
Sofreguidão da louca solidão que vivi, que a
Minha sofrência na essência, veio de ti, guri,
Da tua ingratidão, do teu egoísmo, do centro
Do teu umbigo, à margem dos meus motivos
Tão sem sentido ao pé do teu ouvido, que me
Fez adoecer e desta depressão quase morrer!
Guria da Gaúcha Poesia
Metamorfoseando-se
Quando a noite cai faço da lua minha companheira
Brinco com as estrelas
E durmo embalada pelo som do mar
meus sonhos são feitos de aurora boreal
metamorfoseia
Minha alma de tal forma
Que por uma fração de segundo Me sinto imortal, no momento único que somos uno.
Poesia De Tecla
Te fiz um poeminha, meu grande amor
Vem, senta, vou mostrar minha alma
Ela já não é mais campo florido
As flores todas murcharam
Também não corre mais aquele rio cristalino
No qual banhávamos sem pressa
Que fizeste com as cores que circulavam o céu ao qual chamávamos arco-íris
do qual me fazia laços de fitas?
Traz um pouco pelo menos do azul do mar
Do mesmo mar que assistia nossas juras eternas
Olha, as estrelas que me destes
Também sentem sua falta
E... e eu não sou mais aquela menina
Agora sou mulher feita
Vem, senta aqui, mostra-me um pouco da tua alma também
Quem sabe elas se reconhecem no prelúdio dos
acordes de nossos sonhos
Te fiz umas bem traçadas linhas
Vem, vem ver nosso poeminha!
Poesia de Tecla