Poemas Sombrios
No deserto da inocência,
onde meninos se tornaram sombras,
a civilização se despenca,
e a selva grita em ondas.
Coroas de folhas, reis sem trono,
a essência da ferocidade aflora,
o temor e o poder, num jogo trono,
a amizade se despedaça e implora.
Entre gritos e ecos de guerra,
a luz da razão se esvai,
na luta pela ordem, a terra
se torna um abismo voraz.
E ao final, na cena cruel,
os rostos revelam a verdade,
na luta entre anjo e o fel,
a infância se esvai na tempestade.
Além das Sombras, a Luz da Esperança
Esperança.
Aquela que nunca morre.
Aquela que é a luz no meio da escuridão.
Esperança. A que sempre vai estar nos corações dos bondosos.
Esperança. Brota como a aurora,
Trazendo o brilho de um novo dia.
Esperança entre altos e baixos,
Nos instantes de incerteza, esperamos por ela.
Esperança de uma sociedade justa,
Livre da promiscuidade e da vulgaridade,
Esperança de um mundo melhor.
Esperança é como o último suspiro,
De quem, na despedida, já vê a luz.
É ela quem nos encoraja,
Que nos guia na escuridão.
A esperança nos dá sentido,
E nos faz crer que o mundo pode ser mais belo.
A esperança é o sentimento que junta todas as emoções,
Ela nos traz encorajamento, força e idealismo.
É o combustível que nos move,
A chama que nunca se apaga,
Nos dando coragem para continuar.
Por isso, por fim, neste singelo poema, eu digo:
A esperança é a última que morre,
A última que se desfaz,
A última a se desmanchar.
É a única que sempre estará presente.
Apesar da alegria e da tristeza,
Esses sentimentos podem se dissipar,
Mas a esperança sempre permanecerá,
Firme, imutável, a nos guiar.
Tempos perdidos
Em busca dos tempos perdidos,
Nos vales das sombras eu encontrei,
Nos desafios da vida,iludido,
Minha mente vagava e me deparei.
Me deparei com um rosto oculto de mulher,
Que mexeu com todo o meu ser,
Mulher que o meu coração quer,
Mas até o momento não conseguia ter.
Estou em busca do amor verdadeiro,
Nesse caminho de infinita sabedoria,
Preciso ser forte e muito guerreiro,
Para me manter em plena harmonia.
Nos grandes tempos do esquecimento,
Onde se deleita uma boa alma,
Da grande mesa desse momento,
Êxtase e desejos que geram a calma.
Dentro de mim vive uma força,
Que faz meu coração bater forte,
Ao avistar essa linda moça,
Menina que meu deu um novo norte.
Quando olho ao meu redor,
Descubro algo essencial,
Me tornei uma pessoa melhor,
Cheio de alegrias e alto astral.
Astral que brota na gruta da emoção,
Onde os sentimentos são bem aflorados,
Amor que cura um coração,
Coração cansado de viver enganado.
Lourival Alves
Permaneço calado, entre as sombras sou tão frio
Abismo, onde encontra minha dignidade?
Foi levada junto aos ventos de ilusões
Ou fugiu de minha alma obscura?
Em dias de sombras
procure o bem!
É possível percebê-lo entre elas,
pois, por menor que seja a luz
que ele irradia,
é impossível não notá-la.
Tem dias que ela não quer se redescobrir
Quer se deixar inerte, onde nem as sombras são capazes de se mover
Tem dias que não há fome
Não há sorrisos
Não há vontade
E não tem nada de errado nisso
Viver seus dias
Como quiser
Como der
Como vier
Viva suas dores
Viva seu luto
Viva suas tristezas
Dizem que o tempo cura tudo...
Ela segue esperando.
Existe um mal reforçado pela ignorância que é difícil de exterminar, as sombras que existem em nós se exteriorizam em meio ao desconhecido e o ódio que o desconhecido pode causar inflama os corações daqueles que são covardes demais para buscarem o conhecimento.
Bruciare, A Lenda.
SENTIMENTOS
Vivo nas sombras, não sei o que pensar.
Sou parecida com uma árvore, morta e sem vida.
Os variados galhos secos mostram minhas dores escondidas em meus olhos.
Só eu sei da minha dor.
Só eu sei da minha tristeza.
E mesmo ardendo por dentro,
Eu sei como dói lembrar
De algo que poderia ter sido e não foi...
Não consigo sentir mais nada, pois essa tristeza me cala.
Talvez amanhã eu acorde alegre
E me liberte dessa tristeza que em mim se faz presente,
Minha alma senta na calçada
E meu coração chora.
Olho as poças de lágrimas que eu mesma criei.
Ontem eu chorei antes de dormir,
Eu estava triste e deprimida
Briguei com meus pensamentos
Estava pensando sem parar,
Não julgo o dia por amanhecer chorando, até porque hoje eu amanheci chovendo.
Despi-me do horror das sombras da alma.
Senti o fulgor da vida desabrochando;
Beijei o espelho, fiz as pazes com os meus demônios.
Superei sangrando os meus traumas,
Quando uma nova aurora em mim
estava nascendo.
Eu, passeando em mim...
Nas sombras que não quero ver, nos sonhos reveladores do sem fim.
Sou estranha garça que sobrevoa a própria escuridão. Que fecha os olhos, com medo do real que me assola os dias.
Voo pela superfície, por não suportar a dor de quem sou.
Não mergulho, pois sei que, à falta do ar, me entregaria ao chão...
Sempre há alguém nas sombras
de um desânimo que sufoca,
que engana,
então, podemos ser a luz
que emana,
que socorre numa hora oportuna
pra que o ânimo se renove,
a ajuda um dia volta,
isto é um fato,
hoje, iluminamos,
amanhã, talvez, sejamos
os iluminados.
No vasto oceano do silêncio profundo,
Navega a alma solitária em seu mundo.
Entre sombras frias e noites eternas,
A solidão traz suas dores internas.
Em terras vazias, o coração se perde,
Ecoando sua tristeza, tão imenso alarde.
Cada suspiro é como uma brisa fria,
Em meio à escuridão que tudo cobria.
Os passos solitários, sem companhia,
Seguem por caminhos de melancolia.
No horizonte distante, uma miragem ilusória,
A esperança brilha, mas se torna efêmera história.
O vazio preenche cada canto do peito,
Enquanto os sonhos dançam em desafeto.
As lágrimas são gotas que caem no abismo,
Um grito mudo, aprisionado no egoísmo.
Mas em meio à solidão, há um lampejo,
Um fio de luz que corta o despejo.
É o amor que surge como estrela brilhante,
Desfazendo a escuridão, trazendo um instante.
Pois a solidão é apenas uma estação,
Que prepara o coração para a transformação.
E na solitude, aprendemos a nos encontrar,
A valorizar a presença, a aprender a amar.
Portanto, ó solitário, não te deixes abater,
Pois em cada desafio há algo a aprender.
Encontra na solidão um elo de sabedoria,
E transcende a tristeza em pura poesia.
A solidão, embora pareça sombria,
Pode ser uma jornada de auto-harmonia.
Encontra-te em ti mesmo, no mais profundo ser,
E descobre a verdadeira essência do viver.
Nos bastidores... Sem as sombras do brilho da evidência
Revisito-me na nudez das minhas vaidades
Visto-me das minhas verdades empoeiradas, há tanto abandonadas
Para me encobrir em véus de ilusões que enfeitavam minha aparente realidade
E agora, despida de tantas sombras, e em mim recolhida
Resgato minhas verdades empoeiradas, quase esquecidas, e me visto de mim mesma.
Nas sombras da mente, a depressão espreita,
Um peso invisível, que o coração aperta.
Um vazio profundo, que a alma permeia,
Uma batalha silenciosa, que se enfrenta.
A tristeza profunda que não se explica,
O desânimo constante que nos consome.
Um labirinto escuro onde a mente se perde,
A esperança frágil, que quase some.
Mas mesmo na escuridão, uma luz resiste,
Uma centelha de força, mesmo que pequena.
Com apoio e compreensão, a alma se aquieta,
E se inicia a jornada de cura serena.
A busca por ajuda é um passo corajoso,
Abrir o coração e compartilhar a dor.
Com amor e cuidado, há caminhos luminosos,
E a depressão pode ser vencida, meu amor.
Lembre-se, você não está sozinho nesta luta,
Há apoio e esperança ao seu redor.
Você é forte, e a vida há de ser fruta,
Que aos poucos, enche o coração de amor.
Nas sombras da tristeza, meu coração pesa,
A depressão, silenciosa, na alma trespassa.
No teatro da vida, palcos despedaçados,
A ex-mulher partiu, deixando sonhos perdidos.
Caminhos desfeitos, versos entrelaçados,
O amor que foi, em lágrimas afogado.
Lembranças como pássaros em voo,
No céu da memória, traços do adeus.
A dança da saudade, passos lentos,
Na coreografia da dor, sombras em movimento.
No oceano do passado, ondas a quebrar,
Em cada lembrança, uma lágrima a rolar.
Busco refúgio na penumbra da noite,
Entre estrelas, busco algum açoite.
Labirinto de sentimentos, teia de emoções,
Onde a ex-mulher permanece em canções.
Pôr do sol, horizonte a desvendar,
Esperança tímida, a se revelar.
Luta persistente contra a maré,
Na poesia da vida, busco renascer.
Entre sombras e luzes a bailar,
A jornada da alma, persistir, amar.
Cicatrizes que contam histórias,
Versos que encerram antigas glórias.
Nas sombras ....
Na escuridão...
Verdades são ditas....
Sentimentos são ouvidos...
Calor se torna chamas
Em quatro paredes apenas sussurros.
Ansiedade em Verso,
A cada esquina da mente, dançam sombras incessantes,
A ansiedade, sutil, tece seus fios de inquietação.
É um labirinto íntimo, sem jardim, sem findar,
Onde o pensamento se perde em constante aflição.
O coração bate descompassado, respiração ofegante,
Cada instante, um mar revolto, turbilhão interno.
Na ânsia de um não ter querer, sincero.
A vida, peça onde sou figurante,
Interpretando o papel da busca pelo eterno.
Há dias em que o sol não aquece, apenas brilha,
E as noites são abismos de silêncio e dor.
A alma cansada, curva-se, vacila,
Na esperança de um alívio, um gesto de amor.
Mas, na tormenta, encontro força oculta,
Nos versos que escrevo, busco compreensão.
Na luta contra a maré, a alma exulta,
Descobrindo na poesia, a chave da libertação.
Assim, navego nas águas do ser, profundo,
Entre medos e sonhos, perda e ganho.
Na jornada de viver, só neste mundo,
Tentando, dia após dia, encontrar meu tamanho.
Sussurro
Dê-me as sombras oh, cálido cerrado
Das que as poucas nuvens sombrinha
Chore árido orvalho mesmo que forçado
Em um cadinho de brisa, nesta tardinha
- olha que é um sussurro abafado
Dê-me alívio com o rústico vento
Que aspiram as poeiras dos galhos
Em suspiros e frescor em rebento
Foiçando o calor em brandos atalhos
- olha que é um sussurro de alento
Dê-me da tua sequiosa suavidade
Desafogando o peito deste mormaço
- olha que nem peço chuva - raridade
- olha que é um sussurro e cansaço
Nesta seca sufocação, por caridade...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Abril, 2016
Cerrado goiano
As mãos vão esticadas
na altura dos olhos,
há sombras e jogos;
Recordo o gesto da Lua,
quando decidi ser tua,
a potência dos desafios
e a audácia dos sonhos.
As nuvens insurgentes
encobrem o azul
profundo do Universo,
A brisa da noite
balançando o arvoredo
me faz sentir viva,
e esbanjo expectativa.
O silêncio companheiro
inseparável mima
a previsão com sabres
do Sol rompendo sutis
a escuridão no trajeto,
é para os teus braços
quentes que me projeto.
O barulho dos motores
dos carros na vizinhança
desconcentram o transe
e a luz ainda não voltou;
por você o meu peito agita,
és a minha história bonita
e desta orquestra a melodia.
Traz luz para as sombras
Escala montanhas
Pra me encontrar
Derruba muralhas
Destrói as mentiras
Pra me encontrar