Poemas Sombrios
Em toda luz alguma sombra habita,
Em todo amor habita algum pecado Em Em toda mãe, uma mulher bonita,
Em todo kamikaze, um ex-soldado.
Em toda tempestade há uma bonança,
Em todo sofrimento, evolução;
Em todo ancião há uma criança,
Em todo amanhã, recordação.
Em todo bar uma ilusão flutua,
Em todo copo há riscos de naufrágio;
Em todo mar noturno há uma lua,
Em todo grande engano, um mau presságio
.
Em toda liberdade há um limite,
Em toda independência, algum grilhão;
Em todos os totais há o que se omite,
Em todos ideais, imperfeição...
autoria registrada
Ele passou a tarde lendo 'A Sombra do Vento'
E na rua chovia com gosto,
gosto de chuva e cheiro de terra molhada
Ao lado um copo de café, seu camarada
Ele passou a tarde lendo um bom livro
Quem diria...
Seu melhor amigo!
Não vivo mais na sombra de ninguém ..
Aprender a mim da valou ...
É deixa o amor passar com o vento ...
Agora vivo pelo ódio que crie pelas pessoas..'
Mulher
Um dia morremos de amor, mas no outro renascemos puras, como um lírio sob a sombra da lua, exalando toda nossa beleza, e perfume de mulher.
o último toque...
O último toque para o silenciar da noite
Ainda vejo os cílios na sombra...
Da lagrima no chão!
Ainda ouço, o silencio da mente...
Por tantas vezes errante pela emoção.
Ainda ouço, o ultimo toque para o silenciar da noite...
Assim, prendendo a respiração.
Nada é exato, nem mesmo o silêncio...
Não podes ser absoluto!
Pois ainda ouço...
Meu coração pulsar, sem poder parar!
E as cores, desfocadas estão.
Aos poucos a se apagar...
Aos poucos a se fechar...
Fechando meus olhos para o sono que veio
Junto às pálpebras quietas.
De um sonho que chegou!
O ultimo toque...
É o ultimo cheiro da rosa que se desfez em meu jardim
O ultimo dos muitos...
Das muitas noites em que passei acordada pensando, e sozinha lembrando.
Do silenciar da noite que não és absoluto!
Mas ainda ouço a velocidade do relógio, a correr meu tempo.
Encurtando um pouco mais a minha vida
A cada segundo que passa, eu passo em minutos!
A hora que vai, e voa tão rápido... Que o tempo se esvai
E a vida simplesmente deixa de existir
Simples...
Como uma pétala de rosa ao cair!
Abantesma da sombra
Ó meu prazer um quarto escuro quiçá
Pois seu deleite e seu apetecer pela luz me ofusca o viver
Queres sair pro mundo, olhar pra tudo, se conhecer
Eu quero escapar, largar de tudo e me perder
Você quer ousar, zombar do absurdo e se atirar
Há eu quero me poupar, me volver e me entranhar
Quem sabe arrefecer o calor do fogo sem me queimar
São tantas mascaras que aspiro ao cair
Subo num palco de vidro onde o teto é espelho de mim
Vozes gritando a minha volta, me recuando a terra de puerícia...
Ali habita o medo; que aborda, entrega e me fustiga tão cedo que me entrego por fim!
O sertanejo passando na sombra
Com seu cavalo negro se espanta
Quando olha pro céu vê que a saudade é tanta
Que até sua alma se amedronta.
Sabe que pediu a Deus
E ele não ouviu
Sabe o medo dessa terra
Atiçou o cão que fugiu
Olha pro céu e a saudade é tanta
Que nem se tem mais lembrança
Da chuva que não mais viu
O céu não está mais enfeitado
Com as nuvens negras que um dia chorou
O passarinho passou cansado,
O urubu de tanto morto se alimentou
E o sertanejo com seu cavalo
Acreditou no Deus salvador.
O chão se alimentava do seu sangue
Disse: você não viu?
Daqui fico de pé!
Esse é o mió pedaço do Brasil
E se a chuva ainda não desceu,
É talvez porque não assubiu.
Senhor
Hoje foste a minha sombra fresca...
que me cobriu durante todo este dia.!!
Foste a água que matou a minha sede.
Foste o pão que saciou a minha fome.!
Como é bom estar de joelhos....
Olhar para Ti e dizer que amo-Te!!
Tu perdoas-me,consolas-me....
e dás-me a paz eu tanto preciso.!
No silêncio a Tua voz diz-me...
Coisas....que jamais ouvi.!!
Quero dizer-te apenas que estou aqui ...
Eu sei que não sou nada sem Ti.
Entrego-te a minha vida...
Seja para sorrir....ou para chorar.!
Toma o meu humilde coração!!!
Enchendo os olhos com as imagens encontradas
A cada movimento a visão é transformada
A sombra de suas bailarinas com adornos prateados
Em forma de uma medusa sob os lampadários.
A arquitetura que vem p'ra roubar nossa visão
Os signos em eterno estado de transformação.
A cidade se consome em sua própria construção
Só podemos transitar em estado de contemplação
Sua arquitetura desmonta a linearidade
A exuberância reconstrói a sua simplicidade
As miragens nos enganam enquanto andamos no deserto
Os imensos edifícios que nos afastam do que é perto
Ela está parada mas em eterno estado de mutação
Os transeuntes que figuram essa procissão
Explorando suas carnes em busca do pão
Sofreando seus desejos por medo da punição
Somente olhando para cima observamos o sol
Só olhando para a luta que encontramos um farol
A morte das suas casas já anunciam um final
Tudo observado por uma visão multilateral
Tentando compreende-la não me compreendo
Tentando controla-la não me contenho
Sua existência continua em suas particularidades
E os olhos sempre seguirão em busca dos olhares...
As cidades brincando com os olhos...
Os olhos brincando com as cidades...
O olhar transformando o cotidiano...
E a visão transformando a realidade...
No mais, queria dizer-te:
- Que na sombra dessa solidão,
onde a minha única companhia é o FACE...
- Dou-te o meu coração,
pulsando e vivo, para o seu deleite...
- E espero que o aceite sem nenhuma humildade,
como prova viva de nossa AMIZADE !!!
Tempo doce como um suspiro...
amargo e giro como o vento
Sombra perdida, sopro vindo do céu..
espanto irradiante do momento com auge
Pensamento leve como o tempo onde
a minha alma transborda de silêncio
das tuas mãos que me acolhem e acalmam-me.
Arrefece e dão-me calma, onde tantas vezes
perco-me, anseio-te, escuto-te, nos teus braços.!!
"Desejo"
Desejo a todos...
Que hoje toda sombra vire luz para enxergarmos a vida,
Que toda inveja vire fé para alcançarmos o bem,
Que toda intolerância vire voz para lutarmos pelo certo,
Que toda fraqueza vire força para erguermos mais uma vez,
Que energia negativa vire combustível para a felicidade!
Desejo em dobro...
" Sendo a sombra o resultado desta luz que a gente tem
Quem não for iluminado
Nunca faz sombra a ninguém "
" Sonhei com a liberdade, e ao acordar fiquei triste
Por ter sonhado a verdade,
Que só nos sonhos existe "
Fantasia de Céu
Esse batom rosado escrito em tua boca
Essa sombra cuidadosamente desenhada em teu olhar
Esse esmalte cobrindo a pele das unhas
É o que faz você mulher?
Ou será esse teu afago leve nos cabelos
A mão macia traduzindo a dor
A voz feito brisa numa manhã primaveril?
É com raiva que te observo ficar mais linda
No modo como contorna o dia com as palavras
Cada cena, movimento, ritmo...
Tudo repetidamente belo
No fim, quem conta histórias sou eu!
Me sentia do avesso, pois o meu exterior era você.
Caminhava via tua sombra em mim,
Ouvia sua voz sussurrando no meu pé do ouvido.
Sem perceber tinha mais de você em mim do que eu mesmo.
..
O deserdado
Um homem velho pede abrigo à sombra
trás consigo o resto do que foi
um mísero nada
tem o tronco empedrado
não se move
parece atado
suas pálpebras caídas
resguardam as trevas da luz
mantem o olhar fixo
tremeluzente
seus lábios não salivam
murmuram palavras cavernosas
que de súbito vem alarmar:
vou chorar, vou chorar, vou chorar!
ouve-se gargalhadas
tudo silencia
inspira fundo
abraça os dedos enquanto pensa
suas memórias transpiram
sobre a pele do rosto ósseo
maculado pela desonra do ser homem
sente saudades?
sente medo?
sente aversão?
liberdade imperativa
puro lirismo
olha para um lado, para o outro
reclama o prometido:
eu vou chorar, eu vou chorar!
ouve-se gargalhadas
o nada acontece
e o velho bufão de barba cinzenta
é feito invisível
aos olhares daqueles que o espiam
Seja você, não a sombra de alguém.
Você pode, você consegue!
O que te impede se chama MEDO E INSEGURANÇA!
Mas, são rebatidas facilmente por CORAGEM E DETERMINAÇÃO!
Então tente.
E se eu me tornar uma sombra e esquecer como era estar na luz?
E se minha vida se tornar tão complicada que o desespero possa parecer uma saída?
E se eu passar a sentir calor mesmo quando estiver sozinho no frio?
algo se move pela sombra,
no vale bela tarde,
muita cachoeiras florescem na alma,
disperso pelo descampando,
a luz reflete esperança,
nos olhares esquecidos da terra,
ermo caos do precipício,
a chuva transmite gotas de sonhos,
no qual despõem os trovões
que acalento deslumbra o coração,
o caminho se perde na escuridão,
abrupto sentido o olhar vazio...
enobreci as falhas nas rochas das montanhas,
até que luar aterrador se virtua...
nas maiores aparições reaviva a ternura...
neste compasso que a solidão
dos meus pensamentos se torne palavras.