Poemas sobre Virtude

Cerca de 1927 poemas sobre Virtude

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Virtude e dever são duas coisas diferentes.
O dever é uma coerção, a virtude uma liberdade.
Ambas necessárias, claro, solidárias uma com a outra evidentemente, mas antes complementares.

Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição,
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.

O indivíduo é social não como resultado de circunstâncias externas, mas em virtude de uma necessidade interna.

Não existe vício que não tenha uma falsa semelhança com uma virtude e que disso não tire proveito.

Quem sem descanso apregoa a sua virtude, a si próprio se sugestiona virtuosamente e acaba por ser às vezes virtuoso.

Acredito na virtude dos pequenos números, o mundo será salvo por um punhado de homens.

A utilidade da virtude é de tal modo evidente que os maus a praticam por interesse.

Até a glória e a virtude têm inimigos, pois parecem condenar procedimentos contrários postos em confronto com elas.

Aqueles que não precisam de trabalhar chamam o trabalho de virtude para enganar quem trabalha.

Quando a sinceridade é considerada uma virtude, desconsidera-se o resultado que pode ter.

A estupidez não está de um lado e o espírito do outro. É como o vício e a virtude; sagaz é quem os distingue.

Não julgue um homem pelas suas opiniões e sim pelo que ele se tornou em virtude delas.

Chamamos pomposamente de virtude a todas aquelas ações que favorecem a segurança de quem comanda e o medo de quem serve.

O silêncio (...) é uma virtude que nos torna agradáveis aos nossos semelhantes.

A estirpe herda-se e a virtude conquista-se; e a virtude vale por si só o que a estirpe não vale.

Ao planearmos para a posteridade, deveríamos lembrar-nos de que a virtude não é hereditária.

A prudência não passa de uma qualidade: não devemos transformá-la em virtude.

Como ao bem ocupado não há virtude que lhe falte, ao ocioso não há vício que não o acompanhe.

A virtude é coisa deveras inútil e frívola, caso apenas tenha a recomendá-la a glória.