Poemas sobre Virtude
A virtude é o primeiro título de nobreza; eu não presto tanta atenção ao nome desta ou daquela pessoa, mas antes aos seus atos.
Eu espero que eu sempre possua firmeza e virtude suficientes para manter o que eu considero o mais invejável de todos os títulos, o caráter de um homem honesto.
A prosperidade prontamente descobre o vício; mas a adversidade logo descobre a virtude.
A glória é a sombra da virtude, e acompanhá-la-á sempre, mesmo se esta não quiser. Mas, assim como a sombra ora precede, ora segue os corpos, a glória às vezes mostra-se visível à nossa frente, outras vezes, vem atrás de nós.
A virtude neste mundo é sempre maltratada; os invejosos morrerão, mas a inveja é poupada.
Não há virtude, rigorosamente falando, sem vitória sobre nós próprios, e nada vale o que nada nos custa.
A virtude a que chamamos de boa vontade entre os homens é apenas a virtude dos porcos na pocilga, que dormem juntinhos para se aquecer.
Os vícios entram na composição da virtude assim como os venenos entram na composição dos remédios. A prudência mistura-os e atenua-os, e deles se serve utilmente conta os males da vida.
O que caracteriza as pessoas que exibem exageradamente a sua virtude é que, quanto menos ameaçada está a fortaleza, mais guardas lhe põem.
Onde quer que a virtude se encontre em grau eminente, é perseguida; poucos ou nenhum dos famosos varões do passado deixou de ser caluniado pela malícia.
Nota: Versão de trecho do livro "Dom Quixote de La Mancha"
A palavra quando é criação desnuda. A primeira virtude da poesia tanto para o poeta como para o leitor é a revelação do ser. A consciência das palavras leva à consciência de si: a conhecer-se e a reconhecer-se.
Apaixonar-se é a receita que os velhos usam contra o tempo; e há tanta virtude nesse método, que voltam a ser jovens enquanto o praticam.
O amor tem a virtude, não apenas de desnudar dois amantes um em face do outro, mas também cada um deles diante de si próprio.
As particularidades, como todos sabem, são favoráveis à virtude e à felicidade; as generalidades é que são, inteletualmente, males necessários. A espinha dorsal da sociedade não é composta de filósofos, mas de serradores de enfeites e de colecionadores de selos.