Poemas sobre Velhice
A velhice é a última página aberta do seu livro, esperando apenas um ponto final para fecha-lo.
72. Reflexões Chá da Vida.
Na Velhice
O último rosto a esquecer, é aquele que nos acompanhou até aqui.
O cansaço me colocou a dormir um pouco mais do que o habitual, o galo não cantou como de costume, danado não me despertou, causou-me estranheza, o que teria acontecido com o velho petrukio, nosso único galo no galinheiro. Quando fui pego pelo cheiro e um aroma delicioso que vinha da cozinha, era de bolo de milho e café, por certo não passa dás dez. Levanto, calço minhas chinelas surradas e a passos lentos vou espichando daqui e alongando ali até chegar na varanda, onde o café está posto na mesa grande, o sol pela janela lambe quase toda a varanda, o manto azul no céu doa aos pássaros a liberdade de ir e vir sem nenhum obstáculo, ouço um som de água borbulhando dentro da chaleira e da madeira a estalar no fogão a lenha, quase que atropelado pelas brincadeiras das crianças, penso, a algazarra está completa pelo pega-pega, pelos gritos e gargalhadas que ecoam nos corredores da velha casa, sinto-me regozijado pelo feito, então o silêncio sobrevém juntamente de uma tristeza sem fim, quando finalmente sou amparado e com suas mãos a cariciar meus cabelos, de uma voz doce e conhecida a me conduzir ao um grande tacho onde ela me banha todas as manhãs, diz-me o presente. O que meu velho anda sonhando acordado?
VELHICE UM DOM DIVINAL
Há um certo ciclo em nossas vidas
Que a cronologia do tempo já não nos
Interessa tanto; mas sim, sabermos
Viver o seu ladino galopar, nas trilhas.
Do nosso arqueado viver.
Criança e a Velhice
Amor, carinho e favores de pais
São coisas que se deve.
Se deve levar para o resto da vida...
Isto são coisas impagáveis.
O que nos filhos podemos fazer?
Retribuir com amor, carinho e favores,
E jamais quitaremos nossas dividas.
Cuidaram de me (criança), cuidarei de você (velhice).
Coisa de melhor idade
Depois dos sessenta
Velhice para muitos
Para outros um ansião
Tem quem diga,
Um velho "sabão"
Quem sabe, sabe e .
Paciência imperdível
Tarefas cumpridas
Alegrias bem vividas
Todo o tempo que é
Vivendo dia por dias
Desfrutando do tudo
Abraçando o mundo
Correndo atrás de tudo
Cuidando de todos
Mas hoje é especial
E muitos anos virão
Pois velhos seremos
Com muita emoção !!!
É velhice? Crendice de terceira idade mental?
Não sei rapaz.
Apenas sinto que já não penso mais em partir
“ Por oposição aos gerontologistas , que analisam
a velhice como um processo biológico , me interesso
pela velhice como um acontecimento estético .
A metáfora mais bonita que conheço para a
velhice é o crepúsculo , o pôr - do - sol .
O crepúsculo é lindo . Faz pensar .
No crepúsculo tomamos consciência da
rapidez do tempo ...
No crepúsculo sentimos o tempo fluir rapidamente .
Por isso muitas pessoas tem medo dele .
A famosa “ happy hour ” foi inventada como terapia para
a tristeza do crepúsculo ...
A juventude eterna , que é o padrão estético
dominante em nossa sociedade , pertence à estética
das manhãs .
As manhãs tem uma beleza única que lhes é
própria . Mas o crepúsculo tem um outro tipo de
beleza , totalmente diferente da beleza das manhãs .
A beleza do crepúsculo é tranqüila , silenciosa ,
talvez solitária .
No crepúsculo , tomamos consciência do tempo .
Nas manhãs , o céu é como um mar azul , imóvel .
Nos crepúsculos , as cores se põem em movimento :
o azul vira verde , o verde vira amarelo , o amarelo
vira abóbora , o abóbora vira vermelho , o vermelho
vira roxo , tudo rapidamente .
Ao sentir a passagem do tempo , nós nos apercebemos
de que é preciso viver o momento intensamente .
Tempus fugit - o tempo foge - portanto , Carpe diem - colha o dia.
E isto nos torna mais sábios e nos faz degustar cada momento como uma alegria única .
Quem sabe que está vivendo a despedida olha para a
vida com olhos mais ternos ...”
No crepúsculo , sabemos que a noite está chegando .
Na velhice sabemos que a morte está chegando
Coisas da velhice
a velhice parece ser motivo de dor
causa sofrimento por ausência
daquele filho que habitava o ventre
que da sua origem só o faz é esquecer
a história da vida parece que castiga
lutas com todas as forças
trabalhos,construções
hoje sem teto, só decepções
a sociedade só destrói
racistas com as rugas de um rosto
tira o remédio que cura
apenas exclusão,dor no coração
o que mais fere,machuca
é a dignidade do valor que já não tenho
a condenação que é a solidão
a vergonha da minha presença nos teus olhos...
A velhice não permite disfarce
Lá está ela
No corpo
Nos ossos
Na carne
Estampada na cara
Nos movimentos
Da cabeça aos pés
Bem Vestida
Maquiada
Lá está ela
E eu ainda vou me lembrar de você mesmo que o tempo passe e nos traga os sinais da velhice.
E eu ainda vou me lembrar de você mesmo que a chuva volte e a vida te deixe marcas que nem o tempo consiga apagar.
Estou me preparando para a velhice.
Não tenho medo das rugas e nem dos cabelos brancos.
O que me preocupa e poder envelhecer com dignidade.
Ao lado da minha família, filhos e netos.
Envelhecer feliz...
Maomé
Sabia natureza
De corpo e alma
A velhice nos outros olhos
Codinomes em grande escala
Perseverança nos números
O dom para a música
Ajuda nos atos
Amizade há todo momento
Uns dos 14 sendo o mais sábio
Confiável nos trabalhos
Velhice
Deixa dessa meninice,
que o amor é mesmo essa tolice
com traços de esquisitice
e não há maluquice
que cure essa burrice.
PEDIDO
Uma coisa peço a Deus, e peço incessantemente,
Ser na minha velhice o mesmo moço que sou
Não com o mesmo viço, os olhos no mesmo brilho,
Não com a desenvoltura física,
Com as mãos pesadas de agora,
Com os mesmos cabelos na mesma cor,
Não com a mesma voz altiva,
O andar desenvolto, com os mesmos anos que conto,
Tampouco que o tempo pare para que eu permaneça só,
Com o mesmo olhar malicioso,
Com as ambições que alimento,
Não quero ser o velho renitente contra os feitos da vida,
Não ser jovem ardente, de sonhos imediatos, meus,
Nem desejar que o mundo me veja como um prodígio,
Alguém que rompeu as leis e permanece,
Incólume às intempéries do tempo.
O que peço a Deus e já faço inconscientemente,
É ser capaz das mesmas boas ações,
Dos sonhos, do bem querer, da alegria
Que sinto com a alegria dos outros,
É ser este mesmo moço formoso,
Preparado pra declinar.
O fim (da vida)
Não obstante curvo-me à velhice.
Como uma correspondência
a Morte cobra seu preço por ter-me deixado viver.
Minha vida, a Ela, a de pertencer.
Esta carcaça velha e cansada,
estupidamente fraca estas a ficar...
Lentamente sinto a força se afastar
e o fim a se aproximar.
Já vejo a luz do segundo andar.
A visão começa a falhar.
Sem lhe chamar, a morte, a me cisalhar
vem para me levar.
Há se pudesse dizer a Ela:
Hoje não, volta outro dia!
NA VELHICE, SENTIMOS A PROXIMIDADE DE DEUS E, POR ISSO, PASSAMOS A PENSAR MAIS NELE.
APRENDEMOS A REDOBRAR NOSSAS ORAÇÕES, AGRADECENDO E DANDO VALOR ÀS GRAÇAS RECEBIDAS.
ANTES DISSO, QUANDO AINDA JOVENS, ALMEJAMOS TUDO E O POUCO QUE CONQUISTAMOS, ATRIBUIMOS EXCLUSIVAMENTE AO NOSSO PRÓPRIO ÊXITO.
LEDO ENGANO."
Um grande equivoco se observa quando, pesarosos, percebemos o inicio da velhice. Esquecemos que o pior seria não chegarmos a ela.
Na velhice o que mais fortalece não é o excesso de saúde, mas sim a falta de lucidez, existem aqueles que já nascem velhos, enquanto que outros poucos, nunca irão envelhecer.
Imortal se fará quem conseguir reunir em si os sonhos da juventude, mesclados com a experiência da velhice.
Os Pais Não Morrem
Transpassam os tempos
não só da infância.
Na mocidade, velhice
os pais não ficam
nem na lembrança.
Não são esquecidos,
não há saudade.
Os pais vivem,
em corpo ou não,
na eternidade.
Os filhos , pelo tempo, limitados
os pais não o são.
Os pais são eternos,
eternos, na de outro ser,
limitação.
Os filhos , reféns do tempo, parados
são “as crianças”.
Se agora adultos,
por hora ficam
pros pais, na infância.
O amor dos filhos,
de ser eterno, incapaz.
Perenes ficam
se um dia os filhos,
virarem pais.
Os pais só morrem
caso vá os filhos, esses, sem fruto.
E se os filhos morrem,
deixando filhos , não há um fim
os pais, eternos, desfaz-se o luto.
Fase difícil essa. Não a adolescência, a fase adulta ou a velhice. Nenhuma em especial, apenas a que passar pela sua cabeça ao ler a expressão "fase difícil". Você, com certeza, já se perguntou de todas as formas possíveis o porquê de tudo isso. Por que não acontece do meu jeito. Por que logo eu? Não é?
Por um momento pense em qualquer outra pessoa carregando seu fardo, mas sob a condição de você se imaginar carregando o dela. Melhorou? Não?
Agora imagine-se sem fardo nenhum. Bem melhor, não é?
Engana-se quem pensa que sim. Não ter fardo é um fardo. Muitas vezes muito mais difícil de carregar.
Quem não sofre não sabe dar valor à felicidade; quem não chora, não tem autoridade para secar a lágrima de ninguém; quem não luta, não pode falar em paz.
Você não pode ser definido pelo que faz da sua vida, mas pelo que você crê que faz bem pela sua vida, e neste processo, um fardo não pode ser tido como apêndice, mas como olhos.
Fase difícil essa, não?
Não.