Poemas sobre Velhice
As pessoas chamam umas as outras de velha, como se envelhecer fosse feio, fosse crime. Meu bem, envelhecer é privilégio e estar vivo é uma dádiva que nem todos têm a bênção de ter.
Um dos segredos da longevidade atrelada a uma vida feliz está em acolher, cuidar e amar ao próximo.
A fase sênior da vida no corpo físico depende de alegria interior para vencer os naturais obstáculos advindos pelo murchamento orgânico.
A medida que envelhecemos e ficamos doentes, somos tratados pela maioria como mercadoria, com prazo de validade vencida, ou perto de vencer,
as vezes somos descartados, como uma peça já sem utilidade, ai então nos colocam num canto qualquer até virarmos comida de traça.
Mas, a marcha inexorável do tempo foi nos tornando velhos, e o meu amigo, de tanto fazer o bem, cansou. Seu coração parou.
Há momentos de dizer 'não sei e me sinto muito bem com isso'. Mas essa opção só se coloca para os muito jovens e quando já ficamos velhos.
Olhou seu rosto marcado no espelho, analisando cada espaçamento criado pelo tempo. Questionou-se - “quando aquilo lhe aconteceu?” Sentiu a tristeza da velhice, o sentimento mórbido de quem conta os dias ao encontro da morte. Não lembrava como fora antigamente, mas nas fotografias sorria um jovem forte e saudável. “Eu queria tudo, queria que o futuro chegasse rápido, perdi a beleza do presente. Hoje nada mais existe do antes, as pessoas, os lugares. Tudo se foi, até mesmo eu.
MEU CORAÇÃO JÁ NÃO BATE MAIS .... SÓ APANHA...
Um dia vão me esquecer , um dia vou parar de apanhar , isso quando eu ficar velho , corroído pelo tempo e não enxergar mais e desconhecer quem passa pela rua. Um dia vão me esquecer , quando minha voz antes forte e alegre , se tornar rouca com um respirar ofegante. Um dia irão me esquecer quando minhas pernas já não aguentarem meu corpo , quando meus ossos estiverem corroídos pelas artroses. Um dia irão me esquecer quando eu não me lembrar mais por quem lutei, por quem amei. Um dia irão me esquecer quando eu não despertar perigo a ninguém, quando ate de meu nome eu esquecer. Hoje meu coração não bate , apanha, e quanto mais apanha, mais ama , mais esquece o futuro e se firma no presente . Hoje meu coração não bate mais... só apanha, como omelete, e ai só faz crescer amor, amizade, alegria e felicidade. Coração que já não bate mais e apanha é um coração que sabe dimensionar a dor de amar. Por favor não me esqueçam , ficaria muito triste ao chegar na velhice sem ter lutado ou apanhado. Ninguém perde por investir no amor, na amizade, para ser alegre e feliz, mesmo apanhando, tem suas recompensas.
À medida que vamos envelhecendo começamos a notar que demos importância demais a assuntos que não tinham a menor importância, mas que nossa nossa juventude dava aval e discussão. Hoje percebemos quanto tempo e energia foram perdidos. Nem a morte é tão importante assim. A única coisa que levamos de verdade é o amor: esse tem importância nessa ou em outra vida.
Admirava os velhos porque sempre tinham o conhecimento específico sobre alguma coisa: comidas, plantas, televisão, violência doméstica, bebidas, etc. Eu sabia que, possivelmente, eu nunca chegaria a velhice, nunca seria visto da mesma forma, talvez não chegasse nem à meia idade.
Eu não penso em ficar velhinho, se eu chegar lá, lá, talvez, eu pense, não em ficar velhinho ou que fiquei velhinho, mas num monte de coisas que nada tenha a ver com ficar velhinho ou de estar velhinho, provavelmente, continuarei pensando em tudo que atualmente penso, quer seja, nos jovens, na juventude, na força que tem a vida, na vida.
Ser velho é uma experiência que os novos não tiveram e deveriam abster-se de tentar analisá-la.
Só os velhos podem escrever com propriedade sobre certos aspectos da velhice, pois olhar para o precipício não é a mesma coisa que mergulhar no precipício.
A história é semelhante a de uma rosa que reina em todo jardim. Perdido o viço é cortada e às folhas secas lançadas. É o seu destino e seu fim. Há muita gente vaidosa que vive assim como a rosa. Orvalhada de beleza, ao sol da fama e o som da beleza, sempre em capa de revistas, sem perder o cartaz. Mas, tal como tempo, é fugaz. E ao perder a mocidade, vai sozinha com a saudade, pro retiro da idade.
Quem viu daquela pedra o luar... Quem escutou aquele acorde... Se não voltar para ficar, marca encontro com a saudade. Do dividendo alegia, do divisor mocidade, resultou melancolia, que reduzida, também é saudade. Pode o sol nascer ao poente e haver mulher sem vaidade? O que não há certamente, é passar por lá e não levar saudade. As parcelas de paixão sentidas naquelas calçadas ou resultam decepção, ou mais uma vez somam saudade. E quem nega sentir saudade, fingindo ser diferente, ou nunca curtiu a vida de verdade, ou não diz bem o que sente. Constante nesta existência, eu vejo só em verdade a inevitável sequência: o moço, o velho e a saudade. Suplício do meu fadário, que me mata e me dá vida.
O tempo passou como passa todas as coisas. Um dia percebi que havia muita gente velha próximas a mim.
Acha mesmo que sou um velho tentando lhe dar conselhos? Esquece de forma conveniente que já fui como você e fiz todas as merdas que agora você está fazendo e que adquiri a alto custo e sofrimento a sapiência necessária para para me entender? Ok, não vai me escutar mesmo. Todos os velhos são chatos e idiotas, você não. Ainda vai chegar lá, quem sabe.
assopre a vela, corte o bolo, faça um pedido. Posteriormente se sinta mais velho, mais experiente, se sinta um filosofo pensando no tempo que ainda resta, no que vale a pena apostar suas fichas. Nessa hora abrace seus amigos, seus familiares, olhe seu cachorro, gato ou periquito como se soubesse que tudo e todos englobam o dom da vida, o dom de viver. Que tudo faz parte... Nessa hora, que a vela é apagada, depois do com quem será, é que vem a hora psicodelica, para quen sabe o que é se sentir mais velho, para quem sabe o que significa ficar mais velho e suas consequencias.... É aí que você lembra que tem brigadeiro para comer...
A obrigatoriedade compulsiva de tratar os mais velhos de Senhor, tem sua origem na tentativa de esquecer que sob aquele corpo desfeito, está aprisionado um adolescente em pânico.
A idade traz consigo a experiência, a serenidade e a autonomia para decidir as formas mais sábias de aproveitar o tempo.