Poemas sobre Ruas
Você não ouviu o som das
buzinas de gente normal nas
ruas?
Seu telefone não tocou te
chamando para despertar ?
Perdeu o noticiário onde se
encontra tudo o que você chama
de conhecimento ?
Se não percebeu nada disso, você
compreende o sentido do nada
pode estragar uma vida.
Ruas escuras percorro nas sombras da noite um alvoroço.
Viver nessas ruas sem poder circular inteiramente nua, sem pressa e sem meta é falta de alegria, igual a uma epidemia.
Mesmo assim eu insisto em sair na rua, pois cada canto tem um cheiro, um ar e um apelo.
Lá naquela casa que moro, sou apenas mais um corpo.
Ninguém fala, quando falo, ninguém me escuta, estão todos sem astúcia.
Pelas ruas
Pelas ruas da cidade
Ando a pensar
Observo a sociedade
Os vários modos de andar
Na calçada a criança
Que está a brincar
Sinto a esperança
Na inocência do olhar
Lembro da pequena idade
Em que era inocente
E sinto uma saudade
Que me deixa bem contente
Tenho fé na criança
Que mora dentro da gente
Tem amor e perseverança
No coração e na mente
A vida fico a observar
Sua beleza fico a admirar
Maldade também posso ver
Mas a bondade há de vencer
Na praça um casal
Que está a namorar
Como é belo o amor
Toda forma de amar
As pessoas caminhando
Os velhinhos conversando
Os cachorros e seus donos
Juntos felizes passeando
As árvores e suas sombras
E os pássaros cantando
Em um lindo céu azul
As nuvens se desenhando
A imensa luz do sol
Faz do mundo um girassol
Criação humana e Divina
Se misturam em cada esquina
A vida fico a observar
Sua beleza fico a admirar
Maldade também posso ver
Mas a bondade há de vencer
Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei
A noite
Andando pelas ruas
Navega nos pensamentos intensos
Oculta tortura que guarda para si
Extensão de emoções e sensações
Inspira tristeza de quem superou as piores.
Noite escura, pensamentos a milhão,
Busco em mim um pingo de concentração.
Vago pelas ruas, entendendo a mente,
Fortaleço o que me é mais decente
Sou um pedaço de mim e uma parte de você
Sou os seus passos assim
Vielas sujos becos ruas sem fim
Amor retorcido permitido distorcido
Camas remexidas corpos dourados
Cheiro que chama amor de chama
Promessas repetidas, esquecidas
Fé no abraço quando se ama.
Sombra que segue os desejos...
Alma que tanto procura...
Sem encontrar...
Em ruas, conversas vazias...
Fundo de copos se aventura...
Doidos passos incontidos...
Império dos sentidos...
Enfim o copo vazio...
- "Enche outra vez vizinho"...
Vinhas de vinhos de oiro não bebidos…
Ócios e sossegos…
Desejados e outros sentidos...
Noite sucedendo noite...
Vertigem em qualquer leito...
Tanto faz...
Tudo tem jeito...
Amores, esperanças e desejos...
Quase os mal diz...
Eis que entrega seu coração...
De nada serve e vale...
Tudo é ilusão...
Dias mal gastados...
Noites mal dormidas...
Desejos de coisas esquecidas...
Lembranças de velhas feridas...
Incansável a tudo retorna...
Rotina a que se entrega...
Fraqueza que vira resistência...
Quando qualquer hora e hora...
Mas pois por vosso mal seus males vistos...
E todos os dias finjes te-los esquecidos...
Já nem vives...
Nunca aprendeste...
Vem de sua saudade, o que presume...
A ânsia de realmente viver...
Dizes que ficas tonto…
Hás de então ficar louco...
Tonto, o feio fica bonito...
O corpo só arde em desvario...
No entanto, o imaginário
desejo de alcançar...
Já nada mais importa...
Nem mesmo se terá outro amanhã...
Ou se terá...
No dia seguinte se arrependido...
Sandro Paschoal Nogueira
Natal
O Natal chegou,
Com sua magia e luz,
Enchendo os corações
De amor e de paz.
As ruas se enfeitam,
As casas se iluminam,
As famílias se reúnem,
Para celebrar o nascimento do menino Jesus.
É tempo de dar e receber,
De perdoar e esquecer,
De espalhar a alegria,
E fazer o bem ao próximo.
Que o Natal seja um momento de renovação,
De esperança e de amor,
Que possamos viver em paz,
E construir um mundo melhor.
Esquina da Vida
Anda pelas ruas
Esquece a solidão
E se torna solicitude
Intensidade do caminho
Dá direção incerta
Vive a inspiração da dádiva apaixonante.
A criança sorridente corre pelas ruas de asfalto,
voando sobre as rodas da pequenina bicicleta.
Encantada no caminho, segue em zigue-zague,
borboleteando rumo ao futuro...
Um banho de chuva
Uma risada de palhaço
Um jogo da vida...
Quanta beleza soma-se ao deleite do despertar...
Do amar
Do plantar sonhos
Do criançar...
Imagina eu e você andando de mãos dadas pelas ruas da cidade
vendo o amanhecer e o pôr do sol eu olhando nos teus olhos e dizendo o quanto eu amo você.
Para Rômullo A.
Os abandonados da sociedade
Pelas bonitas e importantes ruas de flores,
perambulam fracos e mal vestidos senhores,
com sede e sem teto, sentindo fome e dores.
Sem esperança de futuro e sem amores,
das latas de lixo se tornam frequentes consumidores.
Que cena mais caótica de tanta tristeza!
Quanto abandono e quanta pobreza,
nos pobres a perambular entre os diamantes da nobreza,
diante dos olhos cegos das figuras da riqueza,
que não enxergam senão o que lhes dá prazer e proeza!
Anciãos de barbas brancas como o algodão,
deambulam de roupas velhas e sem ambição,
pedem aos transeuntes apenas um pouco de pão,
sob a luz do sol que brilha para todos em comunhão,
e dá seu exemplo de partilha sem fazer distinção.
Oh quinhão da vida, devorador de tantos desvalidos,
dos vultos viventes no mundo que são esquecidos,
amparados pelas árvores-mães adotivas dos afligidos,
dos sem tetos e abandonados, dos seres humanos sofridos,
dos que fazem de cama os duros concretos batidos!
Rozilda Euzebio Costa
Homem que toda mulher sonha,
é aquele que pegue em suas mãos
e saia pelas ruas do bairro com ela.
É aquele que sem nenhuma vergonha,
carregue a sacola dela...
Que a pé,
lado a lado,
mostre a todos a sua mulher,
sem esconde-la em um carro.
Homem assim é raridade,
um homem de qualidade.
Que ruas escutam vossos passos?
Quais das pedras mudas e inertes testemunham por ti?
Onde anda agora a vossa vida repartida?...
Que outrora foste minha companhia...
E que agora, pelas estradas, tua alma tão sozinha...
Onde um dia fostes rei...
Agora é impuro plebeu...
Já não és importante...
És repudiado pelos teus...
Aos solavancos do destino...
Que embebe o ar de calafrios...
Tudo é orgulho e inconsciência...
E que por isso tanto dói...
Escolhestes o antigo degredo...
Já me tardava este espinho...
Agora tão longe...
Eu cá tão sozinho...
Sandro Paschoal Nogueira
O sol se pôs,
neste dia interminável,
de ruas infindáveis
e pessoas apressadas...
Escureceu.
Estrelas, lua e a
calmaria...
Me verei
no sono cansado
após
mais um dia superado.
Hoje é um dia nublado
Não vejo sol, há silêncio e caminhos
Ruas desertas para andar
Chuva pelo dia, lágrimas a cair de um tempo que não volta
São instantes, quem sabe nostalgias
Enfim a noite chega, há uma queda de energia
E vejo céu estrelado , a vivacidade de conectar com o natural existir.
Eu tenho sumido das redes, das ruas, dos bares.
Tenho buscado a mim mesma no lugar mais difícil de se visitar, o âmago, que por vezes é amargo, mas que assim como o café sem açúcar estou aprendendo a gostar.
Nada contra todos estes lugares, onde as pessoas tanto sorriem, se arrumam para estar em seu melhor, cabelos bem penteados, maquiagens construídas em camadas, perfumes que se misturam no ar; é até admirável a dedicação para ser ornamental.
Tenho apenas neste momento, apreciado mais a cara limpa, as sardas, os linhas de expressão, os cabelos menos alinhados, e os amigos que falam o que pensam sem rodear, que levantam uns aos outros nem que seja a base de chutes, que abraçam pra sufocar, que não medem o riso, o risco, a circunferência do corpo, ou histórico bancário, aqueles que estão dispostos a dividir do melhor ao pior, a ouvir no silêncio e a gritar juntos se precisar.
No final das contas, na multidão, nos pequenos grupos, na solidão e até nas mídias, estamos sempre buscando uma conexão real: conosco, com o nosso mundo, com o mundo do outro e essa colisão de existirmos todos na mesma época, mas ainda assim em nosso próprio espaço e tempo.
A vida realmente surpreende a gente, pega curvas sinuosas, ruas sem saídas, para que possamos encontrar o caminho certo.
E mesmo encontrando o caminho, ainda surgirão dúvidas, questionamentos, será que é o ego querendo nos confundir?
(Fica a dúvida)
Toda a experiência que vivi, mesmo as mais terríveis, angustiantes e dolorosas, me trouxeram para pertinho de mim, atéquando houve uma desconexão de mim mesma, ou quando senti culpa e vergonha por me sentir potente e segura.
Quanta contradição esse mergulho me trouxe! Eu mesma precisei encontrar a resposta e montar todo o quebra-cabeça, peças que perdi pelo caminho, tive que voltar e encontrá-las, o que me tomou um certo tempo.
Algumas situações da vida também me colocaram de frente com meus complexos e inseguranças, relacionados a não aceitação de quem eu sou e a odiar isso, mesmo encontrando o equilíbrio e a paz no perdão e na busca do relacionamento harmonioso com meu autoamor.
Esse amor próprio realmente é uma construção diária, trabalho de ''formiguinha''! Santa paciência!!! (risos).
Mas se eu não tiver, quem terá por mim? É eu que me carrego todos os dias, sejam eles bons ou ruins...
É olhar no fundo do olho da minha criança interior que tem 5 anos e lembrá-la todos os dias que a amo e que pode sempre vir no meu colo quando precisar. Agradecendo por existir e lembrando o quão incrível e única é
.
Apesar de todo o processo doloroso que é olhar para si, é transformador construir e alimentaresseamor.
Do Brás a rua Bresser
Fundamental na cultura boemia das ruas do Brás até a rua Bresser estão presentes os variados rostos com suas infinidades de expressões, no caminhar pelas ruas uma grande união de estilos e suas cores, no falar a preciosidade da mistura linguística de diversos povos e suas tradições.
Belas músicas são cantadas, variados bate papo são jogados fora e no esconder da madrugada quantos acontecimentos, quantas baladas!
Incorporado em cada copo de cerveja/ bebida forte tomados está a preciosa liberdade, o lazer e o prazer tornam-se um só em homenagem a criatividade das letras tocadas e dos abraços trocados.
As noites criativas e tão apreciadas pelos boêmios das ruas do Brás a rua Bresser são silenciadas apenas pela sua característica histórica, ou seja a sua originalidade.
Nos versos uma dedicatória a saudade.
No silêncio das ruas, passos ecoam,
olhares que atravessam, como facas,
cada gesto, uma história não contada,
mas o rótulo pesa, sem compaixão.
Mentes tecem tramas de suposições,
corações se fecham em prisões de medo,
o que parece é um espelho quebrado,
refletindo sombras de quem não somos.
Palavras se tornam pedras, lançadas ao vento,
enquanto a alma anseia por compreensão,
não há um único caminho para a verdade,
cada vida é um labirinto, um mistério profundo.
Escute o que não se diz, sinta a essência,
abra os olhos para além do visível,
pois cada ser carrega um universo,
e a beleza mora na aceitação do diferente.