Poemas sobre Ruas

Cerca de 1631 poemas sobre Ruas

Céu Purpura

Sob ruas nevoentas, não enxergo justiça
Sem horas para contar minha insônia
Divago louco, envolto no pálido tato
Segurando a linha tênue da vida
Em pele conflitante a minha
A morte possui senso de humor
Rindo ele esteve, do nosso genuíno amor
Pintando-a, assim, de provocador roxo
Jus as suas vestimentas fúnebres
Destoante de seu cerne perfeito
Forçado estou, ao fardo doloroso
De carregar a obra-prima mortal

Sublime aroma angelical a fugir
De seus cabelos sem luz a revirar-me
Sua essência absoluta, do meu lado a ficar
Zombeteira aos olhos impudicos
Sua posição transcende sangue e carne
Me isolando de ti, abriu celebres asas
Largando a existência antiga
A qual amei perdidamente
Mas pouco me falta

Não serei capaz de dá-la a terra
A mim sempre pertenceu e assim será
Dissipado em eterna aflição
Deita-se em mim sem mais tensão
Inabilitado do pensar
O que me resta é apreciar
Juntos as suas preferidas Violetas
O céu purpura de seus lábios.⁠

Inserida por cawan_callonny

⁠" NADA! "

Passaram-se já alguns anos e nada, permaneço igual
Tal igual as ruas esboracadas do meu bairro
Já fui tanta coisa mas nada, arranca de mim o que Eu tenho de racional
Como a dita fantasia dos sonhos acordados

Ás vezes me sinto tão insuficiente para mim mesmo
Eu tenho medo de fechar os olhos e abri-los quando velho
Meu pensamento tornou-se insignificante como todo o resto
Perdi meu ser crítico para este senso comum modesto

Ainda ontem tinha catorze e hoje celebro os meus vinte e três
Passei por tantas transformações e lições dos quartéis
Não sei se estas palavras surgem da embriaguez
Mas nada produz um sentimento como se Eu tivesse alguma invalidez

Não me arrependo de ter sido Eu mesmo
Mas de cada acto meu que foram tão pequenos
Quando precisei ser grande fui sereno
Como se Eu fosse as gotículas de águas que chamam sempre pelo o inverno

Os sonhos desgastam-se quando nos desapontamos
A paciência e a persistência ás vezes nos abandonam no combinado
A coragem segue os fracassados
Pois nada ocorre conforme pensamos

Inserida por MONTEIROPH

⁠Caminho a cada momento Olhando
O chão das ruas
Admirando suas cicatrizes.
Lendo as histórias deixadas por pegadas:
Quê sobre à terra partilharam intimidades.
Lágrimas derramadas dentre
Sorrisos rotineiros em orvalho
Transvestidos em lama
Aonde anônimos contextos
Ao pisar em terrenos alheios:
Deixaram seus, pequenos pedaços!
Junto as lembranças de tua partida.

Inserida por solitudxnegrx

⁠A pandemia chega aos seus últimos dias agora em 22 de abril de 2022. Vozes nas ruas, pessoas nos bares mais relaxadas, o entra e sai dos lugares sem aquele pânico de que tem um vírus a te surpreender tem melhorado o estado de espírito das pessoas.
Neste aspecto, sim.
Mas ainda há uma patologia remanescente na alma das pessoas, surgida bem antes da pandemia de corona vírus.
Ela vai sobrevivendo às pandemias pelos séculos e não se sabe se um dia a humanidade estará livre.
Sabe-se bem quando uma pessoa está em crise disso quando, recebendo carinho, cuidado ou amor, regurgita de imediato.
O que fazer? nada, é só deixar voar, deixar a pessoa bater asas por aí reclamando da forma do amor que recebeu, convencida de que não era amor, recebe patadas pelos ares e volta.
Estou esperando tantas que não sei onde vou acomodar essa multidão...

Inserida por jozedegoes

⁠Era apenas um vilarejo
Onde ouvia-se realejo
Ruas feitas de sensibilidade
Seu entardecer era escrito com amor.
A noite sua brisa já sentia a alvorada.

Inserida por AdrianaBoeno

Se ontem te respeitava e hoje anda pelas ruas falando mal de ti com os amigos, não precisas te assustar esse é o comportamento de bugigangas. Mesmo fazendo o bem, sempre te rebaixam.
Daniel Perato Furucuto

Inserida por Furucuto

⁠MINHA TERRA

Minha cidade, um cromo mineiro
Ruas largas, a Matriz, árido chão
Maritacas na praça, povo faceiro
Pasmaceira, tudo calmo, ramerrão
Curicacão em bando no ar, ligeiro
Os sonhos além duma porteira, vão
O tempo no seu tempo corriqueiro
E o passado descascado no casarão

No alto da planície, cerrado e serra
Araguari, das Gerais, a minha terra
Altaneira, hospitaleira, bela cidade
Cada canto um encanto de sensação
Do meu peito canta numa só emoção
Já ida a mocidade, aboio de saudade!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 dezembro, 2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Nas ruas ladrilhadas
Bosques de solidão
Anjos sobre a terra
Roubando coração
Uma doce brincadeira
De ao outro querer bem
Me roubaste o coração
E o seu roubei também

Inserida por EricJoLopes

Não era nada
apenas a fantasia
de te querer
por perto.Condenada,
andando pelas ruas
feito alma penada.

Poesias
em letras nuas
a céu aberto.

Inserida por AndreaDAngelis

⁠(Des)Campanha politica -

Há p'las ruas da cidade
Muitas caras em cartazes
Uns sinceros, com verdade,
Outros disso tão incapazes!

Quem são uns ou quem são outros
Não me cabe a mim saber
Mas que saibam aqui todos
Há um ratado a bem d'zer!

Que haja ratos na cidade,
Já sabemos, teem manhas!
Mas comem por maldade
Os cartazes das campanhas?!

Ainda há uns impecáveis
Limpos, claros, sedutores,
Mas os mais indesejáveis
São rasgados por doutores!

Foi só um o maltratado!
Até um dente lhe faltou!
Mas quem seria o irritado
Que ao seu charme se curvou?!

Ora deixa lá Henrique
Que o teu nome já é Sim
Que este gesto prejudique
Quem traçou nele o seu fim!

Há muito que nesta Praça
Não se vê que haja Lei
O que irritou foi teres Graça
Só por teres o ar d'um Rei!

Inserida por Eliot

Eu trabalhava com meu irmão pegando papelão nas ruas

Um dia agente achou uma caixa com vários brinquedos, aquele dia foi tão incrível
Que agente até esqueceu de voltar pra casa, porque ficamos brincando na rua até tarde

As vezes não temos tudo o queremos, mais nada pode nos atrapalhar de sonhar

Inserida por Amorasp

⁠Relato nas calçadas
A reflexão ausente
De uma falta de
Mim,
Uma decisão amuada
Pelas ruas solitárias
De vultos e memórias.

Inserida por adrianovox

⁠Nas ruas da cidade nua

Sob o frio orvalho da noite,
sombreiam-se os meus cabelos brancos,
cansados da vida severina,
pingada nas ruas da cidade nua...

Vagueiam infinitos fantasmas,
repousam castelos assombrados,
escondem-se os gritos de medo por entre
as ruínas dos sonhos que não brotaram...

Quando o sol chega no horizonte.
É hora de levantar...
Recolher o papelão,
esconder o lençol da miséria
e Zumbitear pela vida.

Inserida por Valnia

⁠Bom dia,
Um belo dia
Um casal andava e sorria
Pelas ruas de Paraty
Por aqui e por ali,
Mas uma guerra veio a surgi.

Dos prédios ao forte,
Nem os canhões poderiam fazer tanto estrago
Como o de um coração que a pouco vai ser devastado

A segurança é mar calmo,
A tempestade é a insegurança em movimento, perto ou longe, tudo agita e tudo vai bagunçar.
Apesar disso,
As boas almas continuam a dançar,
Longe de imaginar, como tudo viria a terminar.
Nessa batalha, em terra ou mar.
Quem perde é quem quer realmente amar.

Paraty, 15 de Setembro de 2022.

Inserida por leoopro

⁠Não posso continuar na mesma cidade que você
Andando pelas ruas com a ânsia de te ver
Porque ainda não aceitei te perder
Sei que um dia vou superar
Mas por agora não dá
Eu queria tanto estar onde você está
Pra gente conversar, se apoiar

Inserida por renecarvalho

⁠Quando o vento adormece e surge a lua...
Um canto triste e longínquo ecoa nas ruas...

E as estrelas caladas e do meu pranto testemunhas...
Elevam minha alma a tão doce e puro encanto...
Fazendo-me lembrar dos amores esquecidos...
Por mim, tão vividos...

A saudade então me abraça...
Que a delirar então me obriga...
Enquanto a mim murmura...
A sonhar na vida...

Minhas partidas...
Minhas chegadas...
Noites vividas...
Alvoradas...

Ah doce amor...
Que agora beijas minh'alma...
É noite...
E é tão escura...
Nem o brilho das estrelas...
Nem o brilho da lua...
Esconde essa minha angústia...
De não ter minhas mãos junto às suas...

Tudo dorme...
Só eu velo...
Desejando você...

Que é feito de tudo?
Por que tudo assim?
Dormir, sonhar e sorrir...
Ronda rotineira...
Toda noite é assim...
A lhe buscar pra mim...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Na bruma perdida da madrugada
falo com a boca de poucas palavras.
As ruas estreitas,
as frases mal feitas
um radio a encher o vazio de som
e o frio soprando além da janela
o céu com límpidos pontos de luz e a lua prateando telhados
de prédios velhos e condenados
na antiga parte da cidade da Bahia
O odor das ruas
atiça meu olfato
lembra de um tempo
tão longe
porém me é familiar
O cais,o porto
as naus afundadas
cobertas, escondidas
sob as águas
jazem em sussuros
ecos de um passado glorioso
Dia tempestuoso
que as arrastou para o fundo
este mundo que a noite descortina
e se faz adormecer
nas retinas dos meus olhos

31/07/95

Inserida por jair_artesanale

⁠Lord -

Nossos olhos se cruzaram
pelas ruas do Chiado em horas de temor
e em nossos Corações
logo soçobrou a expectativa d'um Amor!

Foi entre gentios que o nosso encontro
brotou! ... e ficamos a sós!

Alvo, esguio, sereno,
trazia charme nas mãos!
- um Lord -

Vivia nas recepções da embaixada
entre a Corte e a Diplomacia
mas era uma Alma atormentada,
quando só, tão só, se revia!
Culto, fino, bem-talhado,
mas só, tão só, se sentia! Dizia!

Mas quem acreditaria,
ante aquele encanto,
que o Cônsul do Consulado
vive-se num pranto
sem Amar nem ser amado?!

Depois de horas de Mistério,
olhares, ternuras e abraços,
num imenso desidério,
o Cônsul do Consulado,
saiu à pressa, muito sério ...

"- Até breve! Em breve regresso …"

Telefonou!

" -Perdão, mas tenho que voltar
àquele que me deixou!
Tenho que tentar ...
Teria sido para Nós um bom começo!
Adeus ..."

E não voltou!

Era o que temia!
Alguém a quem amava
mas que junto a mim não existia!

Tudo desfeito! Conta errada!
Eu de novo sem expectativa,
ele de volta à Embaixada!

Inserida por Eliot

⁠De Mim -

Saio à noite pelas ruas da cidade,
imerso em tristeza, mil horas de solidão!
Ai minha curta mocidade,
já sem orgulho ou ilusão ...

Ausente, alguém me vem à Alma,
e meu triste coração, pensa sempre e sempre em vão,
nesse Amor que grita, clama,
pelas ruas da cidade, pisando folhas pelo chão ...

E o vento chega sem perdão,
deixa sempre um lastro,
gelando o corpo e a solidão ...

Este Outono não tem fim,
já não passa outro Astro,
o que virá a ser de Mim?!...

Inserida por Eliot

⁠Évora Morta -

Évora morta curvada à solidão,
ruas tristes, tristes ermos, calçadas e janelas
que na dolência, ao passar, ansiando por perdão,
gemem pelas horas a desgraça das vielas …

Évora morta deleitada à solidão
terra seca de melancolia
que o tempo leva pela mão,
na brancura, dia-a-dia …

Évora morta num silêncio que vigia,
num espasmo de quimera
numa noite que inicia … e quase desespera!

Mas quando manhã alta o Sol desponta,
Évora desperta, Évora amanhece,
para logo anoitecer, e voltar a ser, Évora morta!

Inserida por Eliot