Poemas sobre Ruas
Pelas ruas divaguei meus sonhos,
procurando em cada rosto o brilho do teu olhar...
Semblantes lânguidos misturavam-se aos prantos,
não estava ali o que eu queria encontrar.
Não estava ali o teu sorriso
e a minha incerteza era só mais uma na multidão...
Em passos trôpegos e já de sobreaviso
voltei pra casa e entreguei-me à solidão!
Os nossos corações foram ponteados
e cuidadosamente zelados por uma flor,
que a partir do seu desabrochar
testemunhou e com carinho apadrinhou
uma estória linda, que mesmo sem mais existir,
nunca acabou!
Molha-me, oh chuva
e enxagua-me de quaisquer intempéries
que madrugaram em mim...
Esperarei o vento brando bater à minha porta
trazendo notícia de que foi só um dia
que amanheceu assim!
Meu grande poeta, talentosíssimo brasileiro...
as pedras que um dia se foram, continuam no caminho
iluminei-me com os teus versos, de janeiro a janeiro,
mas sem você me perco e me sinto tão sozinho!
O teu itinerário poético ainda me inspira,
os diamantes de Minas já não são tão "gerais"...
O nosso lábaro timidamente tremula
pois quem te viveu não esquece jamais!
As flores do meu jardim
já não são as mesmas...
Levaram delas o néctar sem pedir licença
e num ato de indecência,
plagiaram a fragrância que a natureza lhes deu!
Liberte-se de todas as amarras
e esqueça o amargo beijo que a vida lhe deu...
O seu equilíbrio reconduzirá os seus passos,
devolvendo-lhe a paz que um dia você perdeu!
Imersos em minh'alma
estarão sempre os meus versos,
com a fragilidade e ingenuidade de um beija-flor...
batendo as asas e colorindo sonhos
e acreditando sempre que a vida é amor!
Não enchi a taça
com a bebida que você provou...
o seu vinho era seco;
o meu, ameno, tinto suave,
levemente degustado
sem a pressa que acaba uma festa,
quando a ressaca se transforma em dor!
Não faça do teu sentimento um wi-fi...
A senha disponível pode muito te machucar
e coração é lugar de um só morar!
Já não tenho em mim
o gosto amargo da partida...
Sinto-me leve com a despedida,
pois não mais há motivo pra ficar!
Levo comigo o teu sorriso
numa marca de batom
e deixo pra ti o meu cheiro
que ficou no edredom...
Lembranças de uma noite
em que o dia não amanheceu,
porque o que brilhava estava em nós,
éramos o sol!
Descontraída estava a Mona,
toda lisa e sedutora,
insinuando sensações
com um sorriso abrasador...
Quis desbancar a Vênus,
como sua sucessora,
erotizando os versos pincelados pelo autor!
Que seja farta a tua mesa,
que a prosperidade esteja sempre em ti...
mas que nunca falte a sutileza
e a sabedoria para o bem do mal discernir...
Que seja intensa a tua forma de amar,
que o teu clamor seja um clarão de paz...
que se formem distantes os redemoinhos,
que o perdão seja um gesto costumaz!
O vinho que em ti derrama
lava os arrebatados sonhos
e embriaga os teus desejos!
O corpo absorve esses profanos pensamentos
sem tempo para a mordida na maçã...
O dia já amanheceu!
Não há distância
quando a saudade aperta,
não há obstáculo quando existe
um grande amor...
o coração sai pela boca e acelera,
reacende a chama num desejo abrasador!
Que a chuva venha em forma de bênçãos
regando os grãos que o seu coração plantou
trazendo a luz para iluminar os seus dias
e trilhando o caminho que o leve ao amor!
Meu coração,
descompassado como um blues,
fica reggae'ndo flores quando te ver chegar...
Apaixonado soul !
Arraial...
d'ajuda
d'a cura
d'a jura de amor
que em mim perdura!
Arraial...
um olhar encant(a)dor
quando se perde nas brumas
e se acha num sorriso noturno
das noites em mim!
O beijo que você não deu
ficou perdido nas tuas noites sem dormir...
pensamentos infindos se perderam no breu
e só era teu o silêncio que estava em ti!
Traduz-se em dor,
vôos rasantes que pressentem a solidão
de um corpo que se entrega à tristeza...
em busca de respostas
às perguntas do seu coração!
Devolva-me o brilho do meu olhar,
você levou parte do que em mim era amor...
Siga para nunca mais voltar;
ou venha buscar a metade que você deixou!