Poemas sobre Ruas
Ilusão
Te vejo em todo lugar.
Pelas ruas, ao meu lado andas.
Baixinho, ouço-te dizer:
"te quero tanto, só sei te amar".
Luz que ilumina minha vida,
calor que eu necessito para viver.
O teu carinho junto a mim fica,
pena é: eu não poder te ver.
Sem ti, a vida inexiste, a graça
que ela tem se evapora,
o pensamento esquecido e quieto fica.
Os sonhos de amor, do coração vão embora.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Doa-se urgentemente um bom coração nas ruas sem saída, nas calçadas da tristeza. Um bom coração que foi cortado em pedaços por uma paixão que pensava ser verdadeira. Um coração que não sabe em quem confiar, um coração que acha que as pessoas não têm mais solidariedade, um coração que procura - se loucamente por um amor.
É estranho como os homens tratam vulgarmente as mulheres nas ruas, chamando-as, muitas vezes, por nomes pejorativos, mas basta, por exemplo, se tornarem pais que não se podem sequer olhar para as suas filhas, que já se exaltam.
Por trás de toda menina, de toda mulher existe uma família que a ama infinitamente, que a respeita e que cuida dela como a flor que ela é, pois toda menina, toda mulher é uma flor no jardim da vida.
Será que é necessário termos uma mãe, uma irmã, uma esposa ou uma filha, para que possamos compreender o valor, a graça de termos as mulheres em nossas vidas?
Espirito vitorioso, nobreza monarca sobre suas espáduas
Raios crepusculares lhe anunciam nas ruas
Leve nossos pedidos como uma mensageira divina
Irresistivelmente na direção da luz jovem alerquina
A onde mora o fogo, de onde vem os visionários
Pronta preparada para seus martírios
Peito fechando ar aos poucos escapando
Pele cansada, pernas caindo jovem senhora
Como uma águia sofre a duras penas por seu povo
Renascendo autora radiante, uma volta triunfante
Guerreira rainha, dos jovens oprimidos dos que estão desfalecidos
Dos desesperados consolação fonte eterna de sua salvação
Que seus passos sejam perdidos pelas trevas que ti caçam
Que o guardião herói, se preciso for sofra o suplício.
A FALA QUE ACHA
Enquanto a lua esgueirava pelas ruas,
as sombras esqueléticas...
Esgueiravam-se, pelas formas retas
dos seus totens de concretos,
e as pilastras que ninguém não as vê.
Você não acha...
Eu não acho, eles o que acham?!
Quem é que acha, o que não se pode,
ou não quer achar...
Quem é que acha,
a barca, que se perdeu no mar?
Aquele que não fala, não gosta de achar
a lua acha, mas se cala sem falar
com sua prata, ela apenas ilumina a fala
para, aqueles que gostam de achar.
Antonio Montes
Nas ruas encolhia-se
Do frio escondia-se
Ao vê-lo. Comoção.
Banho, comida, toalhas...
A cada dormida seus olhos sumiam
Sua pele rajada em tons de preto e marrom
A cara feia da morte
Mas, eu, só via um filhote
Esperança estupida em ajudar;
Ele que estava a própria sorte;
Há terra por cima
E em volta dele
Sua dor o sufocou
Mal viveu, mal nasceu...
No fim recebeu amor;
Sou pessoa deserta em ruas cheias de gente,
Busco entender com calma certos conflitos da mente (...)
Bocas cheias de teorias, mas de como viver a vida,
Isso pouco se entende!
Me diz oq é certo?
Mentir, acreditando que ganha-se o mundo quem se acha esperto?
Tantas pessoas vazias tão cheias de si!
Me diz, tudo que pregas é oq realmente habita em ti ?
Ouço tantos, cheios de razão e o que eu consigo absorver são mais pontos de interrogação!!
Quando o apontar tornou-se sinônimo de amor?
Amar o outro como a ti mesmo, isso deixou o Senhor!
Sou pessoa estrangeira no mundo de pessoas iguais,
Tentando entender com calma,
como atitudes de desamor
se tornaram pra grande parte da sociedade as chamadas "coisas normais".!
Thaís C. Migliorini.
VIVER DA CIDADE
As cidades vivem...
Em seus edifício, suas casas,
ruas ruínas, esquinas, frios e brasas...
Suas mãos entrelaçadas suas tranças
com suas, esperanças e suas sinas
... Olhares tristes e felizes
de suas, adoradas crianças.
As cidades vivem...
Seus dias de glorias
dias de luzes, noite de escuridão!
Com seus barulhos seus entulhos
seus gritos, lixos e seus caprichos
suas caretas, alegrias e suas dores,
seus pânicos, medos e horrores.
Vivem dias de angustia, dia de cão
vivem também... Dias de doutores!
Dias de promessas e dia de oração
... Vive um dia de cada vez!
Uma semana, um ano, um mês...
Tudo aquilo, que carregam em sentimento
um momento, para cada um de vocês...
As cidades vivem acordadas
e acordam dormindo...
Vivem dias de feriados e trabalhos
seus pés descalços, seus sapatos
seus olhar franco... Risos, largos e falsos,
vivem o manhã de planos e sonhos
vida de enfado, pesadelos medonhos
vivem as horas e os dias que vem vindo.
Antonio Montes
ARBÍTRIO
As ruas que são minhas
que são suas...
É das meninas inocentes,
dos presentes transeuntes
e dos Meninos de rua.
São ruas de calçadas
de muros altos, cercas elétricas
são ruas de muitas placas
semáforos, e câmaras para multar
ruas de gente que presta
e mentes que não presta.
Elas tem verdes nas paredes
engarrafamentos, tem sede
estrela em cada poste
espelhos pra todos os lados,
refletindo o seu embuste.
Essas ruas que são minhas
que são suas...
Nunca foram, as minhas ruas.
muito menos, as suas ruas.
Antonio Montes
DIREI À MINHA LINHAGEM:
Jamais aceitem ruas, praças
Ou avenidas com meu nome.
Não queiram bustos e estátuas
Em jardins ou mesas de café.
Fujam de homenagens e medalhas
de metal. Tudo é vão!...
Em vida nunca me quiseram!
Depois de morto sou eu quem
Os não quer! E se assim não for,
Será apenas o meu nome
Ou o meu rosto que usarão ...
O Poeta não estará nessa mentira!
Já caminhei por ruas demais
Lugares onde eu sei
Que jamais saberei voltar
Tive todos os problemas
Que a vida nos traz
E confiei demais
Em gente que não merecia
E desmereci ou não fiz por merecer
Muitas coisas boas demais
Daquelas que se vão
Pra nunca mais
Esqueci de verdade
de coisas que não se esquece
Mas a verdade trouxe sempre
Outras quantas eu precisasse
Trouxe tantas
Pra nunca mais eu me esquecer.
Já inspirei tantas estrelas
E suspirei tantos luares
Em todos os lugares onde andei
Que até hoje eu não sei
Como pude me engasgar
Com o ar que me sufocou
A ponto de quase o respirar.
Nesta vida
desenhei muita ilusão
Em folhas de papel
Que outros ventos carregaram
Ilusões demais
Adentraram-me o coração
Foram tantas
Que a simples realidade
Quando de mãos dadas com a verdade
Quase não encontram lugar
Diante dos olhares sonhadores
e das dores que o mundo causou
Pode parecer que não
Mas há dias
Em que o tempo
Nos cede uma pausa
A alma pode a Deus
Que haja
Uma boa causa
Pela qual viver.
Olhos parados no tempo
Enquanto os olhares viajam
Atravessam Mares e Oceanos
Fazem planos
de andar um dia
Por ruas estranhas
Só que dessa vez
Creio que talvez
Eu vá saber sempre voltar.
Edson Ricardo Paiva.
Acorda segunda feira é sua
É folia tem carnaval nas ruas
Guarda a alma nas estrelas esconde a chave na Lua
Em prédios, elevadores, casas, lojas, ruas, muros...vivemos cercados de câmeras, escutas, gravadores... e temos que nos habituar à desagradável sensação de sermos vigiados.
A grande maioria dirá "é por segurança"...
Mas que triste constatar que todos, sem exceção, estamos
cada vez mais reféns do que se alastra para a vida em geral...
Em qualquer situação tornou-se um hábito julgar que o outro é
pouco sincero, nada confiável e muito suspeito,
quando o ideal seria julgar apenas ante a constatação
da falha ou do crime.
Cika Parolin
A noite sempre foi mais bela que o dia,
devido o silêncio das ruas vazias.
sussurros trazidos pelo vento,
falam de seres consumidos pelo tempo
com o coração tomado em agonias.
clamando pela extinção da dor,
e na esperança que surja um doutor
que traga a cura da melancolia.
Em Busca
Mochila nas costas,
mapa nas mãos.
As ruas são desconhecidas.
O olhar repentino para os lados,
busca conhecer o desconhecido.
As pessoas estão imóveis,
poucos andam pela rua
na manhã de céu nublado.
O café quente da xícara,
esquenta a alma do ser inquieto.
A mente em movimento,
ás vezes, acaba ficando dispersa.
O mapa é complicado,
não diz onde vai parar.
O objetivo fica cada vez mais longe,
e aparenta ficar cada vez mais perto.
Pausa para um café,
observando o casal na outra calçada.
Ela tem cabelos vermelhos,
eles pintam o cinza da manhã.
Por fora, ele é frio como este vento gélido,
e seus olhos demonstram o quando a ama.
Calor no coração...
O casal some, o café acaba, a conta é paga.
Olhos no mapa, rumo ao objetivo.
Pela rua, pela floresta, pela estrada
que aos lados não se vê nada.
A música que toca diz:
"Se começar foi fácil, difícil vai ser parar..."
E move o corpo que vai em busca do novo,
do desconhecido, do belo, do indecifrável.
Do objetivo que está no mapa,
que nos leva ao que aparenta ser impossível,
inconquistável.
Às adventures...
-Chris Reis
Saudade então,
saudade são:
dia sem sol,
as vezes me vejo pela ruas lembrando de você,
tentando fingir, querendo te ver
PERMEIO DE SAUDADE
São ruas calçadas e praças,
com seus jardins...
Com suas flores...
É gente que vai
é gente que passa,
namorados, amores...
E eu aqui, n'essa solidão
permeada de saudade
o timbre dessa verdade...
É de doer meu coração.
Antonio Montes
Carnavais
Coloco a minha melhor fantasia
e saio pelas ruas a dançar
Norte a Sul só alegria
haja fôlego para aguentar.
Tomo um café bem esperto,
como um delicioso pão de queijo
dançando subo as ladeiras
da famosa Ouro Preto.
Me despeço das Minas
lá na serra o sol se pôs
e quase como uma passista
já caio no samba
no embalo da bateria.
Com muito brilho e glamour
exausta de tanto sambar
já de longe escuto os tambores
e já começo a me animar
Digo olá para a Bahia
eu já tenho abadá
visto logo a camisa,
o show não pode parar.
Muita festa e alegria
nesta data de tirar o fôlego
uma pausa para o descanso,
comtemplo os bonecos de Olinda
amanhã começará tudo de novo.
Cinco dias de euforia
é festa em todo lugar,
É carnaval, é amor,
é alegria.
é cultura popular.
PANFLETOS
P'ra defender o seu inteiro
o panfleteiro sai pelas ruas
da noite, e da madrugada
com panfletos que não são seus
e vão panfletando... Frestas,
portas, janelas e calçadas.
E os panfletos com suas falas mudas
... Mudas que falam, que movem
os sentimentos e os instintos,
e como, se tivesse zonzo embebido,
pelo cálice do vinho tinto, resvalam.
Olhem a promoção!
venham ver e apreciar o preço
nesse ínterim, expõem o marido
da barata... Tudo barato!
lá vai o fogo citado na queima...
Queima de estoque, porque não
ao sotaque do norte, quem sabe...
Vá moço vá, vá antes que se acabe.
Antonio Montes
NOVO E O VELHO
As novas, os novos,
não gostam...
Dos velhos, das velhas...
Mas as ruas, das cidades velhas...
Estão permeadas de:
Novos e de novas, felizes
e eles, riem de alegrias
de fazerem parte da cidade
e de verem, a velha
arquitetônica da cidade velha.
É com essa velha
é com esse velho passado
que se chegou ao novo
desse novo estado velho.
Antonio Montes