Poemas sobre Natureza Sementes

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Errante

Sou como a ave
errante…
sem ninho,
sem morada.
Meu caminho
liga ao nada,
e do distante
venho e vou,
pois sei que sou
errante…
nada tenho,
nada guardo,
nem espero.
Venho e vou…
distante.
Hoje, eu chego,
como cheguei um dia,
igual,
como partirei,
sem mais nada
que a dor gritante
de ir e vir,
errante.

Tarde, noite de natal

A tristeza branca
A derramar,
De novo, os tons
(tão bons…),
Tristes e brancos,
Irmanados,
Irmanando,
Num pôr de sóis
Sagrados e únicos,
Os contornos perdidos
Que brotam do povo
Esperançado….
Crédulo,sob um arco-iris
De bondade branca
E triste.
Tudo é calmaria
Nessa tarde de sol
Que desce atrás
Do mar de dezembro.
Ilusão fugáz,
De amor,
De paz,
Comprimida em doze
Meses de ânseios
E dúvidas;
Em eternos veios
De dores reprimidas.
Aqui, sentado,
Parado e alheio,
Com esse sol
A me chamar pro mar…
Não consigo me afastar
Dos sons
Que me alcançam
No fundo da alma,
A alma triste
Desse natal que chegou,
Trazendo um mundo
Que busca outros mundos
Sem conhercer-se a si próprio.
No ventre dilatado
De uma criança qualquer
Está o espanto
Do século dividido.
No pranto da mãe
Que chora mais um anjo
Está o amargo
Das injustiças.
E o mundo busca
Outros mundos,
Sem volver um só
Olhar de piedade.
Que engenhosidade!
A lua a seus pés
Sob a árvore enfeitada
De estrelas;
Que são as gotas
Rolando das faces
Feias e cruas
Que sem compreendê-las
Não aplaudem,
Não riem,
Na mesmice de seus dias
Iguais.
Hoje, é natal,
é paz,
é bondade,
é dádiva,
Mas, em sua tristeza
Ignorante,
Como poderão
Participar
De nossa alegria,
De nossa vitória?
Debaixo de todas as águas
Salgadas
Desse mar,
Fica o fim de uma história
Enterrada e esquecida, e
é natal!

Viva sua vida de forma que o medo da morte nunca possa entrar em seu coração.
Nunca incomode ninguém por causa de sua religião:
Respeite os outros em seus pontos de vista, e exija que eles respeitem os seus.
Ame sua vida, aperfeiçoe sua vida,embeleze todas as coisas em sua vida.
Busque fazer sua vida longa e de serviços para seu povo.
Prepare uma canção fúnebre nobre para o dia quando você atravessar a grande passagem.
Sempre dê uma palavra ou sinal de saudação quando encontrar ou cruzar com um estranho em um local solitário.
Demonstre respeito a todas as pessoas, mas não se rebaixe a ninguém.
Quando você se levantar de manhã, agradeça pela luz, pela sua vida e força.
Dê graças por seu alimento e pela alegria de viver.
Se você não vir nenhuma razão para dar graças, a falha se encontra em você mesmo.
Não toque o aguardente venenoso que transforma os sábios em tolos e rouba deles suas visões. Quando chegar sua hora de morrer, não seja como aqueles cujos corações estão preenchidos de medo da morte, e que quando a hora deles chega eles choram e rezam por um pouco mais de tempo para viverem suas vidas novamente de uma forma diferente.
Cante sua canção de morte, e morra como um herói indo para casa.

Fim de festa

Louca confusão!
É o final da festa.
Pontas de cigarro
pelo chão,
marcam a realidade
do gosto amargo
pelo sarro,
que ficou na boca,
do cigarro.
Um vazio imenso
ao ambiente empresta,
a presença do arrependimento.

Foram risos,
foi música,
foi farsa.
Busca infeliz de um nada,
estampada, agora,
nos olhos cansados,
descrentes e perdidos.
Copos derramados,
paredes marcadas,
por mãos suadas.

Tudo já é passado.
Alegria-mulher que invadiu,
motivadora, minha solidão.
E nada ficou,
nada de profundo,
de definitivo.
Nada que valesse a pena,
apenas um passo
a mais,
na busca do ego
do eu interior,
que não conhecemos.

Século da cibernética,
das máquinas infernais,
computadores,
robôs,
órgãos artificiais.
Homem-mecânico
do século vinte.
Tudo foi pesado,
balanceado,
meticulosamente dosado!
Para que?
Para nada!

Se teu coração vai mal,
nada de anormal,
terás um novo,
a pulsar vigoroso,
injetando sangue
em teus tecidos.
Genial!
E teu sistema nervoso,
teu cérebro,
tua consciência,
tua vivência
anterior?

Século da genética,
da potência energética.
Situação patética,
o vazio da alma,
no vazio da sala,
que me embala
em mil pensamentos,
em arrependimentos,
que são angustias.

Acorde!
Esqueça seus sonhos
Mude seus propósitos
Apenas acorde e ande.
Viva hoje!
Esqueça o amanhã e o ontem.
Apenas ande... e viva.
Viva! Apenas sobrevivendo...
Sobreviva! Apenas hoje!

Aprimorar.
É um conceito simples.
Significa superar a si mesmo. Mostrar algo especial.
A vida é engraçada às vezes. Pode ser muito dura.
Como quando você se apaixona por alguém que não te ama. Como quando seu melhor amigo te deixa sozinho. Como quando você aperta o gatilho, ou esvazia um frasco de comprimidos e na pode mais voltar atrás.
Dizem que não reconhecemos os momentos importantes quando estão acontecendo. Pensamos nas idéias, nas coisas ou nas pessoas e subestimamos tudo. E até não estar a ponto de perder algo, ninguém percebe o erro. Então você percebe o quanto precisava daquilo. E o quanto amava aquilo.
Meu Deus, eu amo...
Ouviram a frase “O bom da vida é grátis”?
Essa frase é verdade.
Às vezes as pessoas aprimoram. Tentam se superar. Às vezes elas te surpreendem às vezes a gente se decepciona.
E às vezes a vida é engraçada. Pode ser muito dura.
Mas, se você olhar bem, vai encontrar esperança, nas palavras de uma criança, nas notas de uma música e nos olhos da pessoa que você ama.
E se você tem sorte mesmo, se você é a pessoa mais sortuda do planeta, a pessoa que você ama decide te corresponder.

Pois que viver
não é entrar no mar onde dá pé,
mas mergulhar com fé no maremoto.

Nunca é tarde

O depois é o agora.
O sempre, o depois.
O sucesso é o presente que se investe no futuro.
Nunca é tarde pra quem faz do agora, o depois.
O nunca já se foi, num começo que chegou.
O futuro vem depois, numa vida de futuro.
Um presente num instante, de esperança que se vive.
Vale antes, o depois.

A colheita

Um relâmpago
Azul de ilusão
Riscou, no negro
De um céu de dúvidas,
O branco de seu nome…
Afago
De nuvens,
Carícias,
Derramadas
Em grandes gotas,
Que cresceram
E inundaram a vida.
Onda de ternura
Tão pura
Tão querida!
Mas, quando o sol
Brilhou no horizonte
As águas
Tinham lavado a terra,
E não mais vinham
Do alto rolando,
Os risos das mãos
Que plantaram as sementes
Das juras
Do amor eterno.
E a terra lavada
Secou ao sol,
Partiu-se,
Pedaço por pedaço,
Desfazendo-se
A ilusão engano,
Passo a passo
No caminho
De um outro ano.

Dúvidas

Que valemos nós
Em termos do absoluto
Ou mesmo do relativo?
Que valemos nós
Para nós mesmos
E para os outros?
Que papéis representamos
Na vertigem de rostos,
Anônimos e frios,
Que se cruzam
Em paralelas
Pelas ruas
Das grandes cidades?
Como caminhar sozinhos
Em mil encontros?
Como encontrar
Sem nos conhecermos?
Por que multiplicar temores
Somando mágoas,
Sem dividir ternuras?
Qual a resultante
Das forças solitárias?
Onde estará o foco
Das lentes divergentes
Que não nos vêem?
Como medir o calor
Que se trocou em vão?
Quando se encherá de afeto
O coração que sangra?
Quando se cruzarão
Os caminhos opostos?
Dúvidas,
Dúvidas que me acompanham
Por longos anos de procura
Sem respostas!

Hoje é dia de faxina
Pegue todos os seus medos , problemas, ansiedade, sofrimentos, tudo aquilo que te impedi de ser feliz e jogue na lata de lixo.
Faça uma faxina na sua vida, limpe tudo sem medo de ser arrepender, deixei tudo preparado para um novo dia, um novo amor, um novo amanhecer,uma nova vida.
Comece agora mesmo a se desfazer de tudo, não perca tempo, cada segundo é valioso demais.
Não se esqueça de nada que possa atrapalhar sua nova vida.
È preciso ter coragem para se livrar de tudo aquilo que durante muito tempo construímos, é preciso ter coragem para recomeçar, para dar um chance a si mesmo, é preciso ter coragem para seguir em frente sem medos, sem se importa com os outros, é preciso ter coragem para se livrar dos problemas, é preciso ter coragem para não fraquejar no primeiro obstáculo.
Olhe para você , lute por você, não desista de você, lute para que sua vida não se torne pesada, escura, sem vida, sem riscos.
Se olhe no espelho todos os dias e diga a si mesmo. Eu posso, Eu sou, Eu vou conseguir.
Corra o risco de tentar não levar mais a sua vidinha mais ou menos, e comece agora mesmo a construir uma nova vida cheia de coragem.Se livre de tudo que impeça você de tentar começar a uma nova vida, se livre de tudo que impeça você de ser feliz.
Vá hoje é o dia da faxina, limpe tudo e seja feliz.

Coisas da vida

Um beijo, um abraço, um aperto de mão.
União de irmão, nada é em vão.
Alegria e prazer, sensação de bem-querer.
Reflexões do passado, nada de errado.
Futuro incerto, esperança, sonho de criança.
Felicidade e gratidão, amor no coração.
Carinho e solidariedade, frutos da dignidade.
Uma Paixão desmedida.
Coisas da vida.

Caminhada

Entre palavras,
Murmúrios,
Entre silêncios
E mentiras…
Entre amores, desilusões
E iras…
Segue a vida-busca
A buscar a vida.
Nas ruínas
De antigos castelos,
Derrubados
Ao longo dos caminhos;
Dia-após-dia
Ano-após-ano.
No cerrar do pano
Que marca o fim
De mais um ato,
Sem aplausos,
Sem consagrações,
Sem esperanças.
E eu parto
Mais uma vez,
Com um pouco menos
De mim,
Com um pouco menos
De tudo;
Mudo,
Na correnteza humana,
Insana!
Na força
Que meu corpo arrasta,
O coração dilacera,
Devasta a mente
Na espera
De um outro dia
Igual.
Caravana infernal
De solitários,
Homens-máquinas,
Sem razão,
Sem fim,
A carregar mil cruzes
Sem nexo,
Sob as luzes
Do grande palco.
Mas, eu sigo,
Perplexo,
No andar
Dos que apenas andam,
Sem destino.
E, atrás de mim,
Eu sinto o ranger
De um infinito
Que caminha,
Que ri
E chora.
Mas, eu sei,
Agora
Que já sem rosto
Esse infinito,
Como a própria vida,
Também é morto.

Sombras, 2010

Um peso, uma tristeza,
Frustações, cansaços.
Sensação do nada,
Desilusões.
Vazios, sombras,
Passadas.
Não mais reconheço
Minha natureza
De outrora.
Fim de jornadas,
Ciclo de vidas,
Vividas,
Em mil lugares;
Perdidas,
Em mil pedaços.
Dores, alegrias,
Sofrimentos.
Vitórias, conquistas,
Derrotas, arrependimentos.
Encruzilhada do ser
E do não-ser.

Buraco Negro

Tentando dormir,
tropecei em meu sono
e caí no buraco negro
da mente.
No susto, não consegui
achar o caminho da volta,
pois, no escuro
tudo se voltava,
de repente,
num turbilhão
de cenas e pensamentos
difusos, confusos;
era eu….não era mais,
um animal….um cão?
Era tudo ou só momentos
de cenas em confusão,
talvez vividas ou sonhadas?
Sem ordem, sem senso
lógico
nem cronológico.
Sem seguimentos,
sem nomes,ou com muitos,
em gritos, chamados…espantos.
Risos de alegrias,
e longos silêncios,
soluços,
de tristezas.
O belo…sem belezas.
Em cenários sucessivos,
alguns quase mortos
outros muito vivos,
fui herói, fui bandido,
fui aclamado
fui banido,
fui amado,
fui traído.
Mas, traidor,
também fui
e fui perdido,
num mar de ondas
rebeldes e negras,
sem me conhecer
e fui caindo,
ainda mais fundo,
no negro mundo,
sem saber.

O Rio

Da minha janela
eu via o rio.
Um rio imenso,
tenso,
de diferentes cores,
de história, e de estórias,
de vida e de mortes,
de mil valores,
de risos e ais,
brutais.

E todas as tardes
eu vinha à janela
e via o rio,
um braço brilhante
de amante
a envolver as terras
que despencam da cidade
(sem piedade).

Eu via o rio
até aonde a vista
alcança
e se lança
a mente.
Eu via o rio
deitar sobre a terra
em tons variados,
que o céu, de ciúme,
lhe emprestava.

E eu estava ali
a ver o rio,
todas as tardes,
sem alardes,
quieto como o rio,
triste como ele,
nessas horas cinzas
de todas as tardes.

E tantas vezes
eu vi o rio
que aprendi a conhecê-lo
em todo o seu íntimo.
Em um átimo,
eu o senti;
seu braço me envolveu
também.
Brilhou dentro de mim,
e eu senti o rio
a correr em meu corpo.

Nunca mais precisei
chegar à janela
para ver meu rio.

Descaminhos (II)

Procurei antigos livros para tentar saber
como se pode virar as páginas da vida,
mas, nessa longa e intensa busca percorrida
nenhuma linha que foi lida, me deixou perceber
se é possível, enfim, mudarmos nosso acontecer,
para poder recriar novos caminhos e destino.

Sem qualquer chance de escolha e mesmo sem querer,
aprendi finalmente então, que não somos somente nós
a conduzir nossas vidas em todos os atos e passos

e, para não cometermos nenhum engano ou desatino,
vamos vivendo segundo a sinfonia de velhos compassos
que é regida sem nuances, bem de longe de nosso ser
para ficarmos, como autômatos, presos ao que foi escrito,
na ilusão efêmera que estaremos então a conduzir
nossas vidas, por tudo aquilo que já temos dito
que fizemos, que construímos, somos ou faremos.

Mas, sem condições reais de poder modificar
tudo que já somos, imediatamente ao nascer,
seguimos obedientes no caminho que recebemos.

Thereza
Em memória de minha irmã, Thereza Motta Morgan

Em um número uma vida acaba,
e substitui um nome que fica
apenas na lembrança de alguns,
de quem foi, que fez, o que amou,
e o quanto a amamos.

São sombras, apenas cinzas,
de quem antes foi paixão,
esperanças, sofrimentos, alegrias.
De sua energia florecerão vidas
como novas flores, e será eterna.

O Amor do Sol pela Lua

É o amor o maior sentimento do universo.
Maior que a liberdade,
Maior que o espaço,
Maior que o mar,
Maior que as montanhas.

Mais puro que a neve,
Tão puro e generoso quanto
O melhor de cada um.

Se é um beija-flor, sejas
A gota d'água que apaga
O fogo ardente que no meu corpo queima.

Se és angelical, sejas pura.
Se és uma flor, enfeita o meu jardim.
Se queres voar, te ensino.

Se tiveres medo, te dou coragem.
Se tiveres coragem, te dou as estrelas.
Se tens as estrelas, és então a Lua.
Se és a lua, serei o teu Sol.

Se teu coração for tão grande quanto o meu,
Ama-me e te amarei!
Se queres liberdade,
Te dou um pouco da minha
Para que juntos sejamos muito mais livres.

Livres para amar.
E entender o amor.
E ser o amor.

Se existe na Lua algo maior que o amor,
Ensina-me e te ensinarei
O amor que nasce no Sol
De meu coração.

Se Tens amor, sejas amor.
Que sejamos um,
Menino e Menina
Brincando de amar,
Caminhando juntos sob o maior
Sol de todos.
A liberdade de amar.

Liberdade maior que tudo e todos,
Justiça natural do amor.
Se és uma espada do amor,
Finca-te em meu coração
E faze-me acordar e ver
Que o amor é você!

Se queres uma pétala
Te darei uma rosa.
Se és a força do amor,
Seja tão azul quanto o céu que vejo.
Se és a estrela, te levarei a Lua.

Seja sempre maior que a montanha que vês,
Pois se fores, poderá ser tão grande quanto a montanha.
E depois maior que ela.

Quando voares, serei teu anjo,
Quando chorares, serei o ombro,
Quando sofreres serei a cura,
E quando eu morrer, serás Tu a minha vida.

Lembranças Campeiras

No final da noite
fria,
o vento corta,
cortando a pele
queimada,
com cheiro de suor
e terra.
O sol espia
no horizonte
e clareia o dia.
No chão,
o fogo dança
e espreita
por entre toras.
Na trempe,
a água esquenta
pra fazer o mate
dessas horas.
No espeto,
a carne cheira
enchendo o ar
das narinas
rudes e geladas.
A mão que sova a erva
aguarda
a água quente
pra servir à roda,
com rostos marcados,
de boca em boca,
sorrindo ao dia
que nasce nas coxilhas.
No pampa guasca
é mais um dia
de um conto
gaúcho.