Poemas sobre música
Para, tá na cara que não tem mais eu e você
E fica com esse cara que tem cara
De quem quer maltratar você
Melhor se afastar de mim
Acho que vai ser melhor assim
Eu quero mais é te esquecer
Se não for por baixo, eu vou por cima
Se não for nessa rua, eu entro na outra
Se não for de carro, eu vou à pé
Se não for ao sol, eu vou à chuva
Se não for de fraque, eu vou pelado
Se não for desse amor, eu vou com o meu amor
Se não for, eu vou assim mesmo
A gente dorme cercado de certezas
Sonha e enfeita com flores da estação
Inventa até mil vidas passadas
E um futuro adorado pra nossa paixão
Mas então a gente desperta
Sem saber ao certo a direção
O que era céu aberto virou nossa prisão
Não precisamos de uma multidão enfurecida
Nós mesmos nos ferimos com a nossa indecisão
A cidade toda azul
Reflete no seu rosto
Azul
Se os segredos doem mais
No início da manhã
As conchas de hoje em dia
Não guardam nenhum som
Calcei um par de sapatos
Molhados
E o som que a chuva faz
Batendo na porta da frente
Me entristece e faz
Já tanto tempo
A roupa atrás da geladeira
E as traças do meu quarto têm
Seus objetos de desejo
Meias novas esquentam mais do que abraços
Você foi má comigo
Magoou meu coração
E me deixou
Sozinho
Duas enchentes de formavam
No meu quarto
Enquanto você
Comprava cigarros
Não quero calma
E deixo a quem não sabe o que quer
Quero uma bala
Pra por na boca e o amargo descer
Por não te ver
Alguém te disse que hoje que você
É uma gracinha?
Tão bonitinha, tão
Tão bonitinha, tão
Dizendo por aí que seu olhar
Corrói a alma e mata
Congela a perna e caça
Se eu tentar fugir
Arranca minha carcaça
Faz dela sua capa
Só pra rir de mim
Medusa
Eu prefiro gostar assim
De longinho
Eu não sei por que não me esqueceu
Me deixa ir
Eu quero ir, ficar sozinho
E o que passou e o que passar
Não vão mudar o que restou
Tem que viver, se aventurar
Hoje eu extinto
Já nem me lembro como era no começo
Quando sabia tudo o que me esperava
E acreditava ser alguém especial
E parecia que aquela vida era mais uma viagem
Se algum momento fomos todos dinossauros
Hoje restamos só poeira espacial
Sem documento, visto ou mapa astral
Chegava ao mundo uma pessoa normal
Nasci assim, pobre de mim
Sentindo o gosto ruim da vida real
Eu me limito à saudação trivial
Muito prazer em conhecer, tchau
Tanta gente buzinando esqueceu de andar
Veio ao mundo por engano, eu vim passear
Disseram que a vida nesse lugar
Depende da temperatura do ar
Televisão, teto solar para ver
Cerveja e cama para sobreviver
Não me preocupa a quantidade de sal
Um dia salva e no outro dia faz mal
Que gosto tem o que faz bem?
Que gosto tem é o que me importa
As palavras vão e vem
Trocam de lugar
Quanta coisa já pensei
Sem considerar
Todas voltas do planeta
E os mistérios ancestrais
Tantas possibilidades
Esperando no sofá
Quantas estrelas cabem no quintal
Me iluminando no final
Quando o silêncio encontra o seu lugar
É confortável se calar
Onde está não sei
Onde vou te encontrar
Estou a te esperar
No escuro do oitavo andar
Como prosseguir
Sem você pra me guiar?
E olha aonde eu vim parar