Poemas sobre Livros

Cerca de 3368 poemas sobre Livros

⁠Se você me amasse um tantinho assim!!
Se você me amasse um tantinho assim, só em ouvir te amo já estaria feliz, pediria pra repetir para lembrar quando quisesse, te faria minha rainha e seu súdito eu seria, nada me importaria, você ao meu lado é tudo o que eu mais queria, se assim fosse, a vida pra mim sorriria, nunca mais de amor sofreria.
Hà se você me amasse, ao menos um tantinho assim, o suficiente pra me agradar, pois não preciso de muito, com esse amor posso ao menos te abraçar, e assim fazendo, nosso amor vou cultivar e em cem por cento esse pouco amor vou transformar, e com tanto amor você vai regozijar, e feliz será.
Se você me amasse um tantinho assim, com certeza esse amor transbordaria em mim como se fosse um tesouro dos anjos e serafins, em uma arca colocaria você que seria o maior dos tesouros que Deus daria pra mim, e mantinha o seu brilho, para meu coração pra ti sempre sorrir.
Se você me amasse um tantinho assim, saberia que respirar o mesmo ar que você nesse imensidão de mundo já me faz feliz, imagina colher esse ar com a minha boca através da sua, em uma só respiração, nos tornando um nessa mesma imensidão.
Hà se você me amasse um tantinho assim!
J C Gomes

Inserida por Carlos_Gomes_CG

⁠Criança ser.
Quando corríamos feito loucos, quando os sonhos corriam soltos, quando a realidade era uma utopia, quando todas as invenções aconteciam, quando ser criança era somente criança ser.
Que tempos bons, quando sentávamos em roda de colegas só para ouvir um mais velho contar histórias que nos faziam viajar, quando entrávamos em seus caminhos e encontrávamos o que só nos sonhos poderíamos ter por lá.
Quão maravilhoso era o tempo de criança, nos meus tempos, não havia preocupação, pois mesmo sem conhecer, uma criança faz a vontade do Criador, não esperar nada do amanhã, pois o amanhã seu mal se fará mas ele bem educado preparado estará.
Na essência, sempre; ontem, hoje e amanhã, toda criança tem o direito de não se preocupar, só brincadeiras e uma mãe e um pai para sustentar e o educar. O futuro de uma criança, não está no fato de criança ser, mas de quem o leva para o caminho do bem conhecer.
Criança, o futuro do mundo, alvo do inimigo do Criador, pois se alguém destruir uma criança, privando-a de criança ser, que futuro terá essa nação, se destruir o maior bem que o criador nos deixou conhecer.
Pais e mães dos tesouros de Deus, que permitiu que fossemos seus tutores, dando-nos poder de decisão por eles, sem tolher-lhes o seu maior poder, o de criança ser.
Quando uma criança nos deixa ainda sem ser, no ventre ou nas guerras, ou nos leitos de dor, partem sem ao mal pertencer, saiba que Deus os levou para ele mesmo criar e sempre com eles viver.
J C Gomes

Inserida por Carlos_Gomes_CG

⁠Na vida me formei
Em nada sou formado a nível superior, não tenho faculdade mas na lida sou doutor, não tenho doutorado pois na vida me formei, trabalhando de sol a sol aprendendo diretamente no campo, tendo Deus como professor e assim ele me formou.
Sou um vaso na mão do oleiro, que não se enche jamais, aprendo um pouco aqui, um pouco ali e sempre quero saber mais, leio de tudo e retenho o que é bom, nada é ruim no total, se filtrarmos com carinho, sempre tem algo de bom para nos ensinar o caminho.
Ninguém é dono da verdade, cada um tem a sua, se ouvirmos cada parte, verá que tem seu fundamento, e com certeza terá utilidade o que aquele quer falar, talvez não saiba se expressar, mas estudando e pesquisando encontramos outros que pensam igual e verás que a suposta verdade nem sempre verdade será.
A palavra de Deus é contundente, mexe com toda gente sacudindo toda mente, mas entre as linhas fala mais que as letras, observe o espaço vazio e verás que mais sabe aquele que sabe como ler, mesmo sem ter um professor para nos induzir a aprender.
Então resumindo, não é um certificado ou um diploma que nos faz sábio ser, mas aquele que ouve e aprende a aprender, o diploma é muito importante para ter um caminho a seguir, mas não significa que esse caminho é o mesmo caminho que tu vais concluir.
Não quero com esse poema induzir a não estudar, queria eu ter tido essa oportunidade, incentivo sim que se estude bastante e se forme no que desejar, só não esqueça que a vida aliada a didática, pode um caráter ainda melhor formar.
J C Gomes

Inserida por Carlos_Gomes_CG

⁠Amor ou Paixão
Homens e mulheres ao se conhecerem não partam logo para uma união, namorem bastante tempo antes de tomar essa decisão, muitas vezes a pessoa só demonstra quem é depois de uns tempos de convívio, se sua escolha foi correta, tudo só vai melhorar com o tempo, mas se você escolheu só pela emoção, as máscaras vão cair e vai causar muita decepção e tristezas em seu coração.
Sou a favor de um casamento para sempre, separação é a pior coisa que um ser humano pode viver, então não deixe a paixão decidir por você, paixão passa com o tempo, amor dura eternamente, e amor só vem com o convívio nos tornando um para o outro, boa gente.
Se um remar para um lado e o outro remar para o outro lado, vão ficar rodando sem sair do lugar. Se um tentar impedir o sonho do outro, um vai ser feliz e o outro vai se frustrar, casal tem de pensar e agir juntos em uma mesma sintonia, não pare sua vida por causa do outro, mas tentem viver uma mesma história em harmonia.
Amor ou paixão, pensem primeiro na união, como pode água e óleo viverem juntos se não podem se tocar, não podem se misturar, e assim como podem “um” se tornar! E uma família para Deus formar! Se família começa da constituição de dois em um, formando no ventre um outro coração, e assim para Deus, iniciando uma nova geração.
JC Gomes

Inserida por Carlos_Gomes_CG

⁠Porque mãe?
Porque mãe? Muitas vezes dizemos que criar um filho é ser mãe, mas temos em mente que várias são as formas de ser mãe, quando sabemos que mãe de acordo com o desejo de Deus, é a que recebe em seu ventre uma semente de seu amor, que durante nove meses o prepara com ainda mais amor, pois agora são dois amores gestando um outro, mas…
Que me perdoem as mães que têm esse privilégio e não dá o devido valor, tem mães que deixam seus filhos contra a sua vontade, é compreensível, muitas vezes conduziu-o até a luz, mas não carregou em seus braços por motivos aleatórios a sua vontade, essa foi mãe de verdade.
Tem pai que cria seus filhos por ausência de uma mãe, por razões mil, às vezes por não conseguir impedir, por uma trágica situação, mas tem os que assim o fazem por não pensarem nas consequências de uma separação, somente homens são, pães talvez, mas somente pai serão de sua atual geração, mesmo criando com afinco e dedicação, não fazem mais que sua obrigação.
Existem mães que nunca deveriam ser, pois foram escolhidas e decepcionaram Deus em sua missão, receberam do Criador tão grande louvor e disseram não! Tiveram a chance de criar um novo ser que pra Deus tinha muito valor, mas não foi capaz de manter isso em sua mão, às vezes até causando muita dor.
Tem mães que por consequências desagradáveis e até trágicas, ou violentas, tiveram de se conter, mas ao sentirem esse ser crescendo em seu ventre, amaram mesmo não sabendo de onde vem a semente, só importando que fará desse intruso um milagre para muita gente.
Tem mães que escolhem ser Mãe, amam a toda criança que em seus braços lhes põem, dedicam suas vidas para criar esse ser, que nem dela nasceu, mas através do amor, a ela vai pertencer e vai crescer e homem ou mulher de caráter vai ser.
Tem muitas formas de ser mãe, mas somente uma tem valor para o Criador, aquela que cuida do ser que Deus lhe confiou.
JC Gomes

Inserida por Carlos_Gomes_CG

⁠Adolescente, quem sou?
Adolescência, fase confusa da vida da gente, tem dias que simplesmente estamos contentes, tem outros que tudo parece diferente, época da vida em que ninguém confia na gente, nos chamam de aborrescentes, mas não se colocam em nosso lugar para saber o que a gente sente.
Deixamos de ser crianças, mas não sabemos o que vem pela frente, adultos ainda não somos para decidir o nosso caminho, pois nem somos crianças para da mãe soltarmos a mão, mas não podemos decidir nada e nem tomar nenhuma decisão.
Sonhamos que tudo é possível, mas não mensuramos os perigos desta vida, como se fôssemos viver para sempre, arriscamos demais sem olhar para trás, não tememos o perigo pois somos adolescentes, e como sabem ninguém confia na gente.
Não planejamos ainda o nosso futuro, pois o que importa é o aqui e agora, pois logo tudo vai passar e se não aproveitarmos esse momento, pode ser que nunca o vivamos a frente, afinal em poucos anos toda essa história vai ficar somente na memória.
Que período louco vivemos nesta fase, sendo somente adolescente desde que não nos casem, pois somente ilusão é o que queremos manter em nossa mão, não pensamos em nada, justamente para não deixar a ilusão escapar, pois a realidade está logo ali a nos esperar.
Só não podemos cometer erros que a nossa vida vai ceifar, ou dias de dores que não podem em um ato cancelar, sendo assim devemos ouvir nossos pais para a vida longa prometida por Deus abraçar, e desfrutar de uma juventude com futuro e lembranças da adolescência cultivar e para o futuro prometido na palavra regozijar.
JC Gomes

Inserida por Carlos_Gomes_CG

⁠Mas antes mesmo de conhecer Noah, havia decidido deixar todos os fantasmas do passado para trás. Fantasmas enterrados não podem afetar seu futuro. Sem mais segredos. Sem mais muralhas. Apenas uma página em branco.

- As janelas da minha casa.

Inserida por asjanelasdaminhacasa

⁠Livra-te das folhas mortas.
Escancara essas portas.
Faz chover na tua horta.
Se feliz! Cultiva o que importa!


Inserida por renato_galvao

Muitas pessoas dizem que gostariam de ter o hábito de ler, mas poucas fazem o necessário para isso.
O importante é começar, sem exageros, mas comece e depois não deixe "esfriar" o ritmo da leitura.
Abasteça sempre sua vontade de ler com títulos interessantes, que são importantes para você e logo o interesse por outros temas surgirão naturalmente.

Inserida por paulocaetanomt

⁠⁠⁠Reconheço que não sou um leitor assíduo e que nem tenho um relacionamento antigo com a leitura, entretanto, nos últimos anos, vejo o bem que faz em ler bons livros, pelo menos, de vez em quando, diversas histórias, surpreendentes, engraçadas, misteriosas, daquelas prendem a nossa atenção, pausam a realidade que nos cerca, que encontramos sentidos profundos nas entrelinhas, os parágrafos são emocionantes, uma aventura diferente da outra,

transitando entre as páginas, passando tanto pelas narrativas reais quanto pelas fantasiosas, frases marcantes, palavras valorosas, tirando lições importantes, instigando o imaginário, vibrando pelas vitórias e descobertas dos personagens, satisfazendo algumas suspeitas, um mundo incrível de possibilidades, um lugar onde não sou nenhum incômodo, que posso usar como um abrigo, afastado de qualquer transtorno, longe dos conflitos,

Rota fuga de certas circunstâncias desagradáveis, que desgastam o corpo e o espírito, além de trazer um pouco de alívio para uma mente cansada, então, se estou lendo, consigo algo que me proporciona um momento muito restaurador em vários aspectos por menor que seja a sua duração, deixando o meu ânimo fortalecido, usando o senso de realismo e o gatilho para minha imaginação presentes em um livro numa significativa interação.

Inserida por jefferson_freitas_1

⁠Vestida de palavras
Era uma vez... (e toda vez, nas difusas da imaginação,
começa assim) um quarto, e ele guardava um espelho grande que se agarrava à parede revelando as verdades.
Do lado impertinente e absoluto, descansado sobre a cômoda, um relógio quieto, mas veloz.
Sobre a cama, derramando intensidade, um vestido vermelho
que o tempo do relógio desbotou, mas o espelho mostrava que ele tinha ainda encanto guardado em lembranças.
Hesitante, perambulando pelo quarto, a mulher ia, de um
lado, ao outro, querendo enganar o relógio, fingindo sua aparente angústia ao espelho que apreciava o vestido, e ele se incumbia de carregar sonhos.
Frente ao espelho descortinou sua nudez, sua brancura. Abriu a lateral do criado-mudo e retirou um pote de creme. Espalhou sobre sua pele para acetinar o trincado do tempo a disfarçar e enganar o espelho por minutos naquele dia.
Recolheu o vestido sobre a cama e se cobriu dele. VERMELHO corajoso ajustado em seu corpo, abraçando os parágrafos de suas curvas, sem brigar por espaço.
Olhou para o relógio, o tempo, ele sim, brigava com ela,
apertava sua alma, não a largava nem um minuto sozinha para decidir e refletir.
Enérgicas são as horas, mostram o compasso.
Ela se mirou vestida ao espelho, olhou o pote abandonado sobre a mesa de cabeceira.
Abriu a porta e saiu do seu mundo, pôs na bolsa a sua
fantasia e decidiu acima das horas, dos segundos e minutos e não enganou a si mesma.
Lembrou-se de alguma frase, riu, saboreou, se revestiu dele,
Fernando Pessoa:
“Mas eu não tenho problemas, tenho só mistérios.”
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Convivendo no meio literário, um dia eu topei com uma escritora que, quando tinha bloqueios criativos, costumava logo buscar um culpado e colocava a culpa de estar assim nas pessoas com quem convivia e conversava no momento. Fosse quem fosse. Desde amigos, novos ou velhos, inimigos e até familiares. Sem dó, nem piedade! Uma loucura! Até eu saí como culpada um dia!
O meio literário não é brincadeira, não; cruzamos com cada louco/a!... Mas também com gente muito "sã" e "sadia", de mente muito "sã" (mas que parece "sofrer" de síndrome de Münchausen, ao mesmo tempo em que parece esconder-se atrás das próprias doenças e usá-las, sempre se vitimizando no fim, sempre saindo e ficando como a vítima da história, para conseguir algo ou chegar a algum lugar!) que não aceita de boa vontade assumir os seus erros e sai culpando os próximos...
Espero sinceramente que aquela escritora com quem um dia topei tenha mudado esse jeito com o qual costumava agir!

Inserida por RoseGleize

⁠Miseráveis
E a vida passa lenta como uma procissão lagarteando à margem da vida, cheia de mulheres adornadas de preto vestidas de morte, viúvas da felicidade .
Agarradas ao terço como se fossem lembranças perdidas, murmurando frases inaudíveis, confusas numa convocação de um encontro logrado no tempo de amar.
Choram as dezenas de anos como mistérios não revelados perfurados pelo tempo.
Todos os dias são Quarta-Feira de Trevas perseguidas por homens encapuzados, carregando “seu Cristo” ferido no andor intermitente a vida inteira.
Não olham para as calçadas da existência, são o extermínio querendo chegar de costas e surpreender a infelicidade.
Algumas nunca saem da procissão, do cortejo escuro atrás de sentimentos que somente sangram.
Adoradoras do infortúnio e da miséria.
Choram sangue e caminham com a indigência, desconhecem “O Deus da Felicidade e da Fortuna”.
Não rezam, lamentam.
Jamais convocam, murmuram frases.
Não confiam, esperam acontecer.
Sempre com receio; em atrição. Deslembradas da contrição.

Inserida por RosanaFleury

⁠Nem doce,nem amargo


Na cozinha, as notícias chegavam mais depressa ao fogo ameno. As criadas afagavam, pajeavam uma geração e fraseavam o inominável. Lembro-me de suas mãos quentes alisando minhas meias e eu sonolenta, bagunçando os cabelos em cachos nas almofadas do sofá da sala de minha avó. Elas me sacudiam e diziam:
– Se não ficar inteira para a missa, não tem doce de cidra nem novela
à noite.
As missas eram sonolentas e as pessoas vestidas do “primeiro dia da semana” se espreguiçavam em minha mente até ao almoço.
Era um dia morno, não havia novelas e a circunferência dos doces era vigiada e eu me frustrava com a falta das babás.
Verdadeiramente, não precisava delas, mas elas me bendiziam de suas falas e eu, como elas queria decifrar esse desejo.
E elas sabiam das promessas, do artifício, da magia de como chegar ao altar.
E sabiam muito mais, do veneno, da nudez debaixo dos lençóis bordados com capricho em ponto cheio.
Ninguém conversava sobre “isso” e, quando perguntava, tinha resposta certa:
– Já é hora de você dormir!
Na minha imaginação nada repousava, ficava na fantasia, esta geografia indecifrável e a língua solta de minha bisavó.
– Minha filha o “it” fica debaixo das saias.
Eu levantava as minhas, debaixo as anáguas e barbatanas e achava tudo tão incrédulo.
Acordava, e a novidade do dia: não entendia como, mas a vizinha havia “pulado a cerca”. Havia um falatório metafórico na cozinha não percebia onde estava o “cerco” onde só existiam muretas.
O “it”, o charme, o magnetismo, o encanto pessoal ainda são um mistério que abrocha do ser repentinamente.
Ferver, pular, ainda pode ser afetuoso e cítrico como doce de cidra. E o descrente ainda perdura nos amores alambrados.


Livro: Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Código

Havia em você uma ética e um código que nunca decifrei
Havia alamedas em seu falar onde nunca andei

Havia sabores em seus beijos que nunca experimentei
Havia muito mais
Que nunca descortinei

Medo
Muito medo

Você não sinalizou
E me perdi

Hoje você passa
Me desconhece
E no paralelo
Desse desencontro
Vestígios

Alucinada
Inesperada
Incendiária
Inconseqüente
Eu fui
Em avançar sobre você

Não me inscrevi
Assediei
Havia exercícios
Que nunca professei
Simplesmente
Tropecei
Na ordinária declaração
Do regulamento

Abri meus braços
Meu coração
Depus minha oração
E você
Não me viu

Me desculpe
Por favor
Não se assuste
Isto passa
Com o tempo

Vira páginas
Mas repagina
Meu
Viver.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Exercício

Não posso ver
Mas posso sentir
Não posso tocar
Mas posso vibrar


Não posso falar
Mas possuo imaginação


Não posso caminhar até você
Mas posso voar até você


Não posso vociferar seu nome
Mas posso flutuar em suas palavras

Posso
Posso
Posso


Até que tudo passe
Vire outra paisagem
E nesta
Miragem
Você ainda
Me pertence.


Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Meu Deus

Quero ir embora
Quero ir para o meu Goiás

Lá ando nu
Pelas savanas
Escondo-me no capim dourado
Vestido de bicho bravo

Quero ir embora, meu Deus.
Quero ir para o meu Goiás
Ficar debaixo do sol
Manobrando meus instintos
Atento aos ruídas do dia
Beber água do absoluto Araguaia
Ficar lá só e somente

Onde nada toca insistentemente
E tudo roça levemente

Ai, meu Deus,
Quero ir embora
Quero ir para o meu Goiás

Onde a lua cheia
Clareia as queda d’água
E polvilha de choro
Que as avista
Quero ir embora, meu Deus.
Mergulhar à noite
Em seus grãos dourados
Sentir-me empoeirada
De ventas de todo Brasil

E neste batismo
Quero ir para o meu Goiás
Chegará planície
E nesta lonjura
Avistar a chuva
Esconder nas vielas
Cheirar outros tempos
Amainar a saudade.


Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Inverno Intenso

Não era verão
Mas choveu

Era inverno
E a água desceu

Não era hora
Mas agora
Aconteceu
E com a terra encharcada
O que há de se fazer?

O frio seria intenso
Com a terra molhada
Brota
Tudo brota

E eu nesse sentimento
Nesta terra sem tempo exato

Vou trocar de roupa
Viver outros sentimentos
Outros tempos
Passar
Outras horas
Até que tudo se resolva
No tempo exato
Do coração.

Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Espera

Você me cozinhou
Não sei dizer se
Por aflição
Ou compaixão

Cozinhou
Verbalizou
Sentiu e
Aconteceu
Do seu lado

Do meu lado
Aqueceu
Dourou sentimentos
Te esperou
Te agradou
E escorreu

Pelo meu rosto
Subscrição
Apalermada
Abalada
Assustada

Do seu rosto
Ousado

Audacioso
Arrojado
Atrevido
Abalanceado

E no tremor
Do quebra-luz
Aquém
Do subornável
No agitar dos sedimentos
Estremecimentos

Nós
Apesar de tudo
Vivemos o todo.

Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Caos interior

A tristeza invade o meu coração,
tudo fica escuro
e mesmo sendo dia claro,
ainda assim a escuridão é plena...

Não consigo falar o que sinto
Me calo...
Me calo, porque palavras magoam

Mas, o que me resta?

Me restam lágrimas, simplesmente lágrimas e vazio
Vazio profundo, deserto, desespero na alma

Quando estou sozinha, choro, choro...
E o choro acalenta, suaviza...

Chorando, mergulho no mais profundo do meu ser
E sinto o caos...

A escuridão traz caos
A escuridão transforma o poço mais raso em profundo abismo
E preciso fugir de caos

Dirijo a minha alma para a luz, caminho em direção à luz...
Mesmo cansada,
não deixo de refletir
que a vida deve ser serena, suave e plena...

Mesmo dilacerada,
procuro ser lanterna para os perdidos
na escuridão, no despenhadeiro...
Consolo os reprimidos, ajudo os angustiados...
Pois as dores do mundo são cruéis
Eu também estou a mercê dessas crueldades

Mas consigo camuflar a minha dor
Que, na maioria das vezes,
é causada pelos próximos

Mas eu entendo...
o dia a dia é um corre-corre,
as pessoas ficam sem paciência
E são capazes de magoar
Magoar com palavras e até com atitudes...
Às vezes, imperceptíveis...

Mas eu entendo...
E o meu pranto, os poucos, vira soluço...
Prantos com lágrimas, prantos sem lágrimas
Pranto silencioso, introspectivo

Então, ouço uma melodia,
Perdoo...
Pego a minha lanterna
E recupero a alegria

Inserida por simproducoes