Poemas sobre Horizonte
O cerrado é plano
O cerrado é plano e some
no horizonte do nosso olhar
Cada torto galho envergado
desenha a arte de se imaginar
O teu céu tem mais estrelas
que qualquer um outro lugar
A diversidade vive pelo chão
enleando sabores, belo florar
Na imensidão do árido cerrado
tem espanto, encanto, e poetar
Luciano Spagnol
Maio de 2016
Cerrado goiano
O cerrado é plano e some
no horizonte do nosso olhar
Cada torto galho envergado
desenha a arte de se imaginar
Para onde se vai, como saber?
O vento toca e não dá sinal
Na esquina dobrou o viver
O horizonte é além do final
No fado sempre tem um haver
E no amor é que se tem ideal
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO MELANCÓLICO
Chove, embrusca o céu do cerrado
o horizonte ribomba em trovoada
nuvens prenhas, parindo gota d'agua
"cachoeirando" o telhado poeirado
Tomba galhos, ventos na esplanada
um cárcere sombrio, espírito calado
a alma com os seus ais embrulhado
contempla os sonhos em disparada
E o tempo a ver, o chão ensopado
escorrendo devaneios pela fachada
dos sonhos, em rodopios atordoado
Salpica na janela, medos em pancada
melancolia, num espanto não desejado
dos meu olhos em pranto, numa cilada...
Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano
MATUTINA (soneto)
Na manhã matutina do planalto
Vagueia o horizonte tão rubente
Numa dança de cor em contralto
Cintilando o azul do céu nascente
Ultrapassa os jardins do asfalto
Sem esquinas, nuvem ausente
No espetáculo como ponto alto
Riscando o cerrado num repente
E o vento chia, é julho, tão frio
Brasília de curvas retas, feitio
Sereno, num panorama pleno
Rompi o dia em arauto gentil
Ipês floridos, de sertão bravio
E amanhecer nunca pequeno
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Planalto central - Brasília
ALADOS (soneto)
O largo cerrado é um efeito alado
De asa tingida e horizonte intenso
Duma flora varia e chão rebelado
Encarnado em um céu tão imenso
O teu cheiro num diverso intenso
Acoplam o raro em sinal denodado
Feiticeiro, espantoso e tão denso
Em um plural do árido cascalhado
Onde vemos empoar os passos
Entrelaçados entre tortos traços
E prados de dourados alumiados
Aos poucos sucumbimos por ele
Num pouso instável, caindo nele
Suavemente, de encantos alados
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
DO PLANALTO
Ó horizonte além do olhar atento
Onde agacha o sol na tua entranha
Escondendo o dia a teu contento
Rajando de rubro o céu que assanha
Chão de encostas e poeirado arbusto
Tal qual a composição de um verso tosco
És dos pedregulhos e riachos vetusto
De robusto negalho (cristal) luzido e fosco
Daqui se vê o céu com mais estrelas
Que poetam poemas que a ilusão cria
Debruçadas com a emoção nas janelas
De contos e "causos" que pela noite fia
Eu sou cerrado e sua rude serenidade
Eu sou da terra, e a terra é para mim
Dum canto que não tem início, metade,
e nem fim.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
A TARDE CAI (soneto)
A tarde fria, ressequida, no cerrado poente
Escorrega no horizonte escarlate de junho
Em brumas desmaiadas e tão lentamente
Deixando os suspiros como testemunho
Manso, e de uma realidade inteiramente
O entardecer tão árido e sem rascunho
Vai descendo pela noite tão impaciente
Silenciosamente na escureza antrelunho
E a tarde vai caindo, pelo céu vai fugindo
Presa na imensidão do anoitecer infindo
Esvaindo o sertão indolente e acetinado
Nesta tarde fugidia, as estrelas já luzindo
Cobrindo de melancolia, o sossego vindo
É a tarde que cai, lânguida, pelo cerrado...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
contraste
o cerrado é melancólico
no igual do seu irregular
o horizonte é eólico
no vento a lhe soprar
mas tão diverso e assistólico
que faz a admiração pulsar...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro 2017
Cerrado goiano
AS PIPIRAS E SEU CANTO DE ADEUS
Quando o sol se despede, no horizonte a brilhar,
As pipiras se reúnem, começam a cantar.
Com vozes suaves, em harmonia sutil,
Entoam um lamento, um canto de perfil.
Oh, pipiras dançantes, que voam pelo ar,
Teu canto é um eco, um sussurro a flutuar.
Nas tardes serenas, sob o céu em cores,
Teu canto de adeus é cheio de amores.
As folhas se agitam, em reverência ao som,
E a brisa se une, numa dança em tom.
É um hino à despedida, à vida em transição,
Um lembrete gentil de que tudo é canção.
Quando o dia se vai e a noite se aproxima,
As pipiras se elevam, como estrelas na rima.
Elas nos ensinam que o adeus não é fim,
É um ciclo que se fecha, um recomeço assim.
E ao ouvir seu canto, sinto a alma tocar,
Uma melodia antiga que vem me abraçar.
É como se o tempo parasse, em um instante,
E a beleza da vida se tornasse vibrante.
Oh, pipiras queridas, com seu canto tão puro,
Vocês trazem a esperança, um amor que é seguro.
Que ao soar do adeus, surjam novos começos,
E que o eco da vida ressoe em nossos versos.
Assim, celebro as pipiras e seu canto de adeus,
Pois na fragilidade, revela-se a força dos céus.
E mesmo na despedida, há sempre um renascer,
Um convite à jornada, um eterno florescer.
Lado Bonito
Navego no Lindo horizonte do teu sorriso
Teus olhos devasta meu ser
Tuas mãos conectar minha alma
Teu abraço traz sensações maravilhosas.
Abóbora - o laranja do nascer do sol
No horizonte, um manto laranja está presente.
Onde o sol se despede de forma suave e melancolia,
A cor que embala a noite está se aproximando.
É o laranja de uma abóbora que sonha.
O amor é, assim, um fruto de encantamento.
Que cresce em silêncio e toques profundos.
É o caso da abóbora, que se enche de calor.
É doçura, em seus múltiplos tons.
Imaginemos o amor, na simplicidade da sua simplicidade.
Como a abóbora, nutrida pelo tempo,
que se alimenta pelo tempo.
A beleza está em todo lugar.
Como o pôr do sol, que tem um toque lento.
Ele se expande, torna-se grandioso,
Em cada movimento e olhar profundo,
Assim como a abóbora, em sua plenitude,
Em sua essência,
O amor cresce e nos enche de felicidade.
Deixe-se levar pelo fruto da tarde,
O sol, pelo brilho suave que deixou,
Sinta o amor crescer, assim como uma abóbora.
Em cada sonho e desejo que surgiram.
No horizonte
O por do sol esta sendo engolido mais uma vez pela imensidão do oceano no se perder do horizonte. Sentado em uma pedra com os pés sobre a água vejo a beleza acontecer e me emociono ao recordar de momentos tão ricos vividos neste mesmo lugar tempos atrás.
A brisa chega trazendo nos seus encantos grandes lembranças do que foi bom naquele verão, consigo ouvir aqueles sorrisos, consigo imaginar aquele rosto perfeito de perfil olhando para o mar, são tantas emoções reunidas que em palavras é difícil caracterizar.
Uma música começa a tocar e a melodia é o retrato idêntico daquele dia, lágrimas descem, a saudade aperta, mais o que fica é guardado no por do sol aos braços do horizonte sem pressa de um novo amanhecer.
Você alargou meu horizonte
Quando me levou ao cume do monte
Você mudou minha visão
No momento em que segurou minha mão
Fez-me descobrir que eu tinha um coração.
Depois de andar por vales e desertos
Depois de vagar pelo caminho incerto
O destino te trouxe pra perto
Foi como nascer uma flor no meio do concreto.
À minha volta
Talvez eu tenha passado muito tempo olhando à distância, sonhando com o horizonte e tenha me esquecido de observar os milagres que ocorriam ao meu redor e as pequenas grandes maravilhas que me cercavam.
Quando voltei os olhos para meu redor, descobri que olhar para os pequenos não me apequena, não atrofia minha visão, nem anestesia minha sensibilidade.
Desde então, descobri o valor dos detalhes e que são eles que tornam o universo maravilhoso e que fazem a vida valer a pena.
Energia radiante
O pôr do Sol no horizonte de um rio ou no mar é um espetáculo que mexe com as emoções no fundo da alma
O espelho na água a refletir um esplendoroso encontro entre a luz e a água revigorando os sentimentos a cada entardecer
Ao anoitecer um outro espetáculo da vida nos contempla com o brilho das Estrelas e da Lua
No dia seguinte o Sol chega de mansinho no final da madrugada
Trazendo a esperança de um dia radiante de alegria
Para mostrar que nada é impossível
Quando esta energia radiante brilha dentro de nós.
Além do horizonte e das montanhas
Existem lugares fascinantes com paisagens maravilhosas
Que propícia a quem lá estiver momentos felizes
Mas nada se compara a energia radiante
Que existe dentro de cada ser humano deste planeta.
Que todos possam compartilhar desta energia positiva com muita intensidade, radiantes de alegrias.
No horizonte uma terra com árvores e um céu azul.
No encontro dos rios, uma lição da natureza a mostrar que viver, amar e ser feliz é simples...
Como os quatro elementos:
Ar, água, terra e fogo são essenciais para a vida.
Paraíso encantado!
No rosto uma brisa agradável
No horizonte um céu azul
Que reflete no espelho das águas
Deste rio maravilhoso
Como querendo a nos ensinar que são nestas pequenas coisas, que estão o verdadeiro sentido da vida.