Poemas sobre Destino
Nada é coincidência, tudo está escrito! Não acredita no destino?
Acha que foi mesmo por acaso que você entrou aqui? Que a gente se conheceu?
Tava escrito, assim como tá escrito que você vai voltar.
Destino travesso
Me tira o sono
Revira do avesso
Sinto abandono
Hoje não me alegra o mar
Lembro de ti
Me pego a chorar
Quero fugir
Já vi que não dá
Evasão, fuga
Tentativa frustrada
Ilusão, luta
Não deu em nada
Saudade, amor
Tanta saudade
Que me vira do avesso
E revira o meu avesso
Não sei se mereço
Desse jeito sofrer
Só sei que padeço
Não consegui te esquecer
Cada um com seu destino,
Lutando por seu valor se caminhar na trilha da paz
Nunca vai passar terror.
Os maus, não querendo reconhecer-se por autores do mal que praticam, atribuem ao destino, à sua estrela, os desgarramentos das suas paixões.
Um homem sensato acreditará que é mais importante o que o destino lhe concedeu do que o que ele lhe negou.
Natureza nobre é aquela / que tem coragem / de olhar nos olhos / o destino comum, e que com franca língua, / sem subtrair nada da verdade, / confessa o mal que nos foi dado como destino / e a condição baixa e frágil do homem.
O destino de todos os grandes homens é serem ignorados ou caluniados em vida e admirados depois da sua morte.
Os homens inventaram o destino para lhe atribuir as desordens do universo, que têm por dever governar.
A quietude... É o bem daqueles que escolheram para sempre uma parte do seu destino e que enjeitaram a outra.
O Destino tem a mesma lei para todos: tira à sorte entre o humilde e o grande; a sua urna é vasta e contém todos os nomes.
Tenha sempre bons pensamentos
porque os seus pensamentos se transformam em suas palavras
Tenha boas palavras
porque as suas palavras se transformam em suas ações
Tenha boas ações
porque as suas ações se transformam em seus hábitos.
Tenha bons hábitos
porque os seus hábitos se transformam em seus valores
Tenha bons valores
porque os seu valores se transformam no seu próprio destino.
Errante
Sou como a ave
errante…
sem ninho,
sem morada.
Meu caminho
liga ao nada,
e do distante
venho e vou,
pois sei que sou
errante…
nada tenho,
nada guardo,
nem espero.
Venho e vou…
distante.
Hoje, eu chego,
como cheguei um dia,
igual,
como partirei,
sem mais nada
que a dor gritante
de ir e vir,
errante.
Caminhada
Entre palavras,
Murmúrios,
Entre silêncios
E mentiras…
Entre amores, desilusões
E iras…
Segue a vida-busca
A buscar a vida.
Nas ruínas
De antigos castelos,
Derrubados
Ao longo dos caminhos;
Dia-após-dia
Ano-após-ano.
No cerrar do pano
Que marca o fim
De mais um ato,
Sem aplausos,
Sem consagrações,
Sem esperanças.
E eu parto
Mais uma vez,
Com um pouco menos
De mim,
Com um pouco menos
De tudo;
Mudo,
Na correnteza humana,
Insana!
Na força
Que meu corpo arrasta,
O coração dilacera,
Devasta a mente
Na espera
De um outro dia
Igual.
Caravana infernal
De solitários,
Homens-máquinas,
Sem razão,
Sem fim,
A carregar mil cruzes
Sem nexo,
Sob as luzes
Do grande palco.
Mas, eu sigo,
Perplexo,
No andar
Dos que apenas andam,
Sem destino.
E, atrás de mim,
Eu sinto o ranger
De um infinito
Que caminha,
Que ri
E chora.
Mas, eu sei,
Agora
Que já sem rosto
Esse infinito,
Como a própria vida,
Também é morto.
Túnel do tempo
Apenas uma folha ao vento,
no túnel do tempo, solta,
a vida é apenas um momento
entre alegrias e tristezas
de quem nas vitórias perdeu
o sentido maior de crescer.
Passageiro de seu destino,
segue só, ao sabor de viver
sem um rumo seu e verdadeiro,
escravo de um futuro incerto,
vivendo a vida no presente
e olhando o tempo que passou.
Caminha para o nada e o escuro,
mas quem sabe sejam as trevas
a luz dessa vida que nos leva
desse mundo tão cheio de misérias.
Descaminhos (II)
Procurei antigos livros para tentar saber
como se pode virar as páginas da vida,
mas, nessa longa e intensa busca percorrida
nenhuma linha que foi lida, me deixou perceber
se é possível, enfim, mudarmos nosso acontecer,
para poder recriar novos caminhos e destino.
Sem qualquer chance de escolha e mesmo sem querer,
aprendi finalmente então, que não somos somente nós
a conduzir nossas vidas em todos os atos e passos
e, para não cometermos nenhum engano ou desatino,
vamos vivendo segundo a sinfonia de velhos compassos
que é regida sem nuances, bem de longe de nosso ser
para ficarmos, como autômatos, presos ao que foi escrito,
na ilusão efêmera que estaremos então a conduzir
nossas vidas, por tudo aquilo que já temos dito
que fizemos, que construímos, somos ou faremos.
Mas, sem condições reais de poder modificar
tudo que já somos, imediatamente ao nascer,
seguimos obedientes no caminho que recebemos.
Meu trem
Parte meu trem
Da gare escura,
Pela manhã que não veio,
Ainda.
Do escuro da noite,
Que não finda,
Parte meu trem
Escuro e sujo.
Trem de perfumes
Extravagantes,
Em misturas exóticas
De odores;
Miss dior, num certo azêdo
Do suor
De mil axilas.
O cheiro de peixe
Que exala
De caixotes, em jornal
(sem igual).
Ah, meu trem que parte,
Escuro e sujo!
Trem de luxo
No cotidiano,
Com portas abertas
(incertas)
Que são bocas famintas
(de gente).
De janelas sem vidro,
Com chuva, com vento
Num só lamento,
Do pó que levanta
Do chão,
Juncado do lixo
De muitas mãos
E das bocas que cospem
A miséria de um povo.
Meu trem…
Do cotidiano,
De professoras azuis,
De bêbados cansados,
De suados operários,
Dos peixeiros
Que espalham na manhã
A presença dos mares,
Em horários incertos
(invulgares).
Trem democrático.
Prático!
A professora ao lado
Da lavadeira,
No mesmo trem,
Escuro
E sujo,
Com cheiro de peixe,
De roupa lavada
(ou suja?)
Com o lixo espalhado
No perfume francês.
Quem nos fez
Assim tão irmanados
Nós….Os subdesenvolvidos
Do sul?
Num mesmo trem
Escuro
E sujo.
Com vento
Com chuva
Com frio,
Mas sem cheiro
Do sangue
Da luta de irmãos.
O branco no preto
O preto no branco,
Livres
Num mesmo trem
Escuro
E sujo,
Com vento,
Com chuva,
Com frio,
Mas sem o cheiro
Da pólvora
Da guerra,
Que me aterra
Foi assim……ode a meu povo
Foi assim…por mero acaso
que cheguei , certo dia,
à terra de meus pais.
Ainda um menino, pouco sabia
ou um quase nada
sobre os campos distantes
de ventos frios e cortantes
do extremo sul do País.
Essa terra guasca e lindeira
de gente pura e acolhedora
plena de simpatia e lealdade.
Terra de encantos, protetora,
que em realidade era a de todos
meus mais antigos ancestrais.
Rio Grande do Sul, uma nação
orgulhosa de seus feitos e tradições;
uma nação verdadeira,
cuja bandeira, tremulando,
carrega os traços rebeldes
de muitas guerras e peleias
nação com sangue forte nas veias,
curtida no amor à terra e,
a defendê-la fez jorrar esse sangue
por várias gerações.
Menino carioca, da capital
me achando soberano, o tal…
aprendi , muito cedo
a domar o potro da vaidade
e a me entregar de alma,
sangue e corpo
ao minuano campeiro.