Poemas Sobre Céu
conspirações
alguma coisa se desprende do meu corpo
e voa
não cabe na moldura do meu céu.
sou náufrago no firmamento.
o vento da poesia me conduz além de mimo sol me acende
estrelas me suportam
Odisseu nos subúrbios da galáxia.
amor é o que me sabe e o que me sobra
outro castelo que naufraga
como tantos que a força do meu sonho
quis transformar em catedrais.
ilusões? ainda me restam duas dúzias.
conspirações de amor, talvez não mais.
Dádiva do Recomeço
De repente o cenário mudou. O céu enegreceu, encobriu o sol, fechou a cortina do dia. Nuvens negras encharcam minha retina, embaçam as lentes da razão, afogam meu coração... A noite torna-se assustadoramente escura. No coração apenas o peso insuportável das memórias... E eram tantas! Assustada encolhi-me no ventre do tempo e, ali permaneci por horas, dias, talvez meses!
Até que o dia amanheceu. Ele sempre amanhece trazendo consigo o milagre do novo, a dádiva do recomeço. Abri os olhos lentamente e, sorri agradecida com o espanto uma cega que pela primeira vez vê-se refletida no espelho da vida.
LOBRIGAR
Sentado a beira da praia
vejo areia veja espuma
vejo azul do céu e as brumas
se perder nas andas do mar.
Ouço os cânticos das sereia
banhar os meus sentimentos
espumas e mares cheias
balançar a todos momentos.
Vejo as asas das gaivotas
bater palmas de felicidades
a alegria bater nas portas
do horizonte e das cidades.
A calma vem ao meu peito
com jeito de paz mundial
no rosto um riso satisfeito
acordando o alto astral.
Antonio Montes
CERRADO NUM SONETO
Bendito és tu, cerrado de cascalhos
que em tuas ramas o belo derrama
num céu imenso e cheio de drama
de exóticas flores e tortos galhos
Escancaraste a janela num monograma
dum horizonte rubro e de secos borralhos
num contraste de luz e sombra em talhos
que a admiração esculpe num panorama
Bendito sejas tu, trançado em retalhos
de relva rastejantes que no chão flama
refrescantes nascentes, e áridos atalhos
E do seu sol poete, poemas declama
ipês florescentes e avoengos carvalhos
que encenam vida, e a vida proclama...
Luciano Spagnol
Outubro, 2016
Cerrado goiano
QUERO-TE!
Olha amor... Em meu peito emoldura tua imagem com fulgura.
Como um céu azul refletindo êxtase no mar que o esmera.
Os teus olhos são como voos levitando meus sentidos com doçura.
Feito bailado de aves ao vento nas sublimes primaveras.
Quisera-te agora aqui a aquecer meu corpo com tua leveza.
Ofertar-te meu coração num cálice primaveril de amor.
Oh, por que tão sozinho meu peito flutua em tua beleza?
Bem que poderias estar aqui agora cobrindo este frio com teu calor !
Vem amor ! Vem que prometo ser tua única estrela
A incendiar-te de beijos demorados, de suspiros e carinhos de seda
A aconchegar-te nos braços com a canção da eternidade . Prometo-te !
Vem anjo! Vem que em meus seios cálidos em paz deitarás.
Vem que meus cabelos serão a lua que no céu dormirás .
Cada dia conto os segundos com sede de ti . Ah, Quero-te!
O céu ╰❁╮ o inferno
Os dois estão sempre conosco
Eles dependem das coisas que fazemos
Durante a nossa curta ou longa vida.╰❁╮
"Procure influências boas"
Por causa de um, à terça parte do céu, caiu pro mundo.
Mas, por causa de outro, o mundo todo tem a oportunidade de subir ao céu.
A vida é de fases .
Dias no chão
Outros no céu !
Não há nada que um dia não se modifique
Tudo que um dia foi perdido ...
Pode ser suplantado ali na frente.
E tudo que é verdadeiro ...
Jamais se perde no tempo.
Tudo é questão de paciência e fé !
Não há nenhum mal no mundo
que seja eterno e
um dia Deus não
o cure!
Liberdade
A tempestade desaparece
E o céu enaltece
Acabaram-se as friezas
E os gritos de tristezas
Foram longos anos de escravidão
Sem previsão de quando acabariam
O homem lutou e venceu
Homens felizes
Como pássaros livres
Cantando a sua liberdade
Ó liberdade!
Cantos de alegria
E que comece um novo dia
Gritos de glória
Enaltecendo a sua vitória.
SONETO MELANCÓLICO
Chove, embrusca o céu do cerrado
o horizonte ribomba em trovoada
nuvens prenhas, parindo gota d'agua
"cachoeirando" o telhado poeirado
Tomba galhos, ventos na esplanada
um cárcere sombrio, espírito calado
a alma com os seus ais embrulhado
contempla os sonhos em disparada
E o tempo a ver, o chão ensopado
escorrendo devaneios pela fachada
dos sonhos, em rodopios atordoado
Salpica na janela, medos em pancada
melancolia, num espanto não desejado
dos meu olhos em pranto, numa cilada...
Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano
FOI DEUS
Márcio Souza. 06.11.16
Foi Deus quem vez você.
Criou o céu, a terra, as estrelas e a lua,
Fez a bela imagem sua,
Linda e bela de viver,
Fez das curvas do seu corpo,
Os meus sonhos e sedução,
Que me deixam pouco a pouco,
Cheio de amor e paixão.
Fez a luz do seu olhar,
Seus abraços, seus carinhos,
Do sorriso e seu beijar,
Meu destino e meu caminho.
Fez da vida, o meu encanto,
A razão do meu viver,
Fez da música o meu canto,
Ao meu coração aquecer.
Fez você esse amor tão belo,
Fez esse doce coração,
Que amo, adoro e sempre quero,
Com muito amor e paixão.
Fez o mundo, a vida e você,
Me fez ver e acreditar,
Que apesar dos pesares,
Vale a pena viver e amar.
Foi Deus quem fez você.
Bela, altiva e faceira,
E a colocou num céu de azul,
Pintou com o Cruzeiro do Sul,
E com uma chuva de estrelas.
Márcio Souza
De tudo que há
Entre o Céu e a Terra
Apesar de parecer confuso
Não existe
nenhum caso conhecido
Em que o acaso tenha prevalecido
Sobre a lógica
O Rio que secou
A flor que não nasceu
O pássaro, cujas asas
Jamais serviram pra nada
Tudo está onde sempre esteve
E sempre estiveram
No lugar onde se pede
E na exata medida
Nesta vida
Tudo cabe, nada excede
O dia em que o Sol
brilhou além da conta
Tantas vezes que ocorreu
De uma simples nuvem
Bloquear a luz do Sol
As coisas parecem saber exatamente
O tempo que lhes cabe
E o tamanho que se mede
Nada além
O tempo caminha sempre em frente
Nada retrocede
Pra fazer a nossa vontade
Pois, a bem da verdade
Há tanta gente neste mundo
E nenhum de nós, jamais
Foi capaz de dizer com precisão
O que deseja desta vida
Portanto
A harmonia sempre reinou
dentro da mais absoluta ordem
cada folha que caiu
e cada amor que nunca existiu
obedecendo
a organização deste caos
Os perfeitos
Com todos os seus defeitos
bons e maus
Fazendo guerra
Se odiando em harmonia
e o amor reinando imperfeitamente
Perfeita medida da desordem
As águas inundam
As chamas ardem
Conforme a vida procede
Aleatoriamente
Obedecendo a ordem
conforme dias se sucedem
Nada se perde
Edson Ricardo Paiva.
DOIS PERUS
Dois perus... Glu, glu
pássaros novos...
Pelados embaixo do céu azul.
Lá vem o tempo,
tempão...
Nuvens carregadas d’água...
Levadas por ventos
relâmpagos
trovão.
É hoje que água cai...
Cai liquida molhada,
correndo enxurradas
apagando poeira
fazendo sementes nascer.
Cai pra mim,cai pra você
cai para amar, cai para se vê
Peru, vasa! Vasa! Lá vem a chuva
cuidado com o natal
vamos correr.
Antonio Montes
Eu x Você
Quando eu quis ser céu
Você quis ser mar
Quando eu quis ser peixe
Você quis ser estrela
Quando eu quis ser pássaro
Você quis ser borboleta
Quando eu quis ser árvore
Você quis ser terra
Quando eu quis ser sol
Você quis ser lua.
Mas quando eu quis ser teu
Você não quis ser minha.
Não deixe
Na linha do horizonte.
Vejo o céu beijar o mar...
A lua se esconde,
Para ver o sol brilhar.
Quando as estrelas se juntam,
Num só clarear...
Admiro o momento vespertino,
Fim de tarde a encantar.
Já na manhã seguinte,
Tudo vai recomeçar...
Momento matutino,
Bruma e brisa de arrepiar.
Jardins, flores e frutos...
Florestas, rios e mar...
Desertos planaltos e vales.
Tudo isso pode acabar...
Natureza que encanta,
Os seres desta terra.
Não deixe que os maus destruam,
Sua linda aquarela...
Eu aprendi que o céu é azul
mas não é azul para todo mundo.
Alguns o vêm cinza
outros com nuvens
e outros nem céu
Então vou sempre entender que não se agrada a todos.
Olhar pra mim
O céu, tão escuro
Deserto sem luar
Sem estrelas à criptar...
No terraço,
Também observo a imensidão de tijolos e ferros em forma arquitetônica
E vejo a distância que à selva de pedra nos separa
Os quilômetros até seu ouvido
Contudo
Pego-me esboçando um leve sorriso
Recordando os traços tão únicos de sua face
O dilatar-se e contrair-se de sua pele
Quando presenteia-me com sua gargalhada envolvente e marcante
Esses olhos
Que tanto brilham ao me refletir
E aprisiona-me neles
Não deixando quaisquer espaço para vislumbrar o vão mundano
SONETO ENCARNADO
Cerrado, pinta o céu de encarnado
por não poder pintar a noite estrelada
assim, vesti a sombra da esplanada
de prata, do luar em tom apaixonado
Pra extinguir o rubro desta tal cilada
e aprisiona-la até o arrebol no prado
o sol se demole num gesto nacarado
tão cansado, retirando-se em toada
No breu, a cor, escarlate enevoado
permanece, então, na noite trancada
pra de novo no dia surgir encantado
Então, no empalecer da luz arrozada
dorme desmaiada, do dia acalorado
no ciclo do cerrado, em sua jornada...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano
Ruas, becos, vielas
É grandiosa ela, gigantesca!
Suas cores que vibram, seu céu...
que céu.
Azul com cinza, colorido das casas
e vermelho. O vermelho que não gosto.
Vermelho dela, que volta e meia lava ela e que motiva a queda daquela pesada, gelada e salgada lágrima.
Corpo estirado no chão!
Mais um menino morreu, cena alterada, o porco de farda atirou e falou "É bandido!"
Prova implantada e enquanto agoniza — Essa arma não é minha, senhor...
Era tarde!
Pobre menino, sua voz ecoa na consciência do gambé, bradando "sou estudante, senhor!"
Ele sabe... A mãe que chorou, a favela que acordou, a vida que ele tirou, os fantasmas que para si levou.
Para eles suplico em prece encarecida:
Não o deixe dormir, não! Ele tem que pagar!
Farda macabra, mãos eternamente manchadas. — Lamentamos o caso... Disse o Governador.
Genocídio, violação, desrespeito...
Ainda sim, adoro as cores dela e imagino um futuro de igualdade pro povo que vem de lá.
Paz é utopia, eu quero é respeito para ela
Respeito pra favela!
COISAS INGÊNUAS
O que fizemos ontem
O céu azul, o vinho, o blue e a caatinga
A arder a seca, a derramar carências
Santa demência,
Poeira branca do que foi o Jaguaribe
Deus me livre daquele olhar
A inquirir os meus desejos
Chama ardente a queimar na alma
Que quanto mais olhava mais incendiava o meu olhar
Sempre acreditei no amor das coisas ingenuas
Sempre declamei a grandeza das coisas pequenas
Mas se desvirtuei foi por paixão,
Foi por paixão que derramei o meu querer
Foi por querer que perfurei seu coração
O que fizemos ontem nunca mais se fez
A caatinga ainda rasteja, arde esparsa
Parca, incendeia, mas se chove, floresce e viceja
Porque vicejar é da flor...
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