Poemas sobre arte
A ARTE DE NOSSO TEMPO
(Bartolomeu Assis Souza)
Os homens e a existência...
Pálida e sem graça
Haverá gestos honestos sem sentença
Os bons têm medo
de exercitarem a bondade
essa rotulada de hipocrisias
Vivemos o absurdo, um outro lado
Vivemos virtudes ridículas, inversões de valores
Essa é a arte de nosso tempo,
pálido e insano, cruel e bronco
Essa arte tramada é a mentira
Maquinações e falsidades...
Que nos levam a desconfiar
de nosso próprio testemunho.
O que é Arte?
O que desvenda, que encobre?
O que traduz, que segrega?
O que reprime, que liberta?
Algo que delimite o pensar, que desvenda a História?
Que apropria das vivências, que degusta das memórias?
Que demonstra apropriação do objeto, que eterniza ou enfatiza um gesto?
O que permite a constatação de estilo, que orienta na construção do sentido?
Arte pra mim, arte pra ti?
Arte pra nós, pro outro, pra gente!
Defende um lugar, um ponto de vista?
Confunde um ideal, emerge a conquista?
Desenham com traços, pincéis, letreiros, a origem da vida, as águas, os terreiros?
Se a arte permite a apreciação, por que na história reprime a emoção?
Resulta da ideia de um pensador, retrata o segredo, a paz, a dor o amor.
A arte eterniza, critica, simboliza...
Edifica, moderniza, difere, equilibra...
Permite reconhecimento, demonstra atitudes.
Experimenta momentos e difunde virtudes.
Mantém-se viva através do olhar.
Suscita interpretações adéqua o sonhar.
Resume o desejo, um compasso singular.
É falso, verdadeiro?
É real, inventado?
É supérfluo, importante?
É pintura, desenhado?
Conversa entre manifestações, da construção à telinha.
Convergem as emoções no encantar das entrelinhas.
Ocupa um espaço que os olhos não veem.
Para alguns inspiram surpresa, para outros, causa espanto.
Amadurece a loucura, instrumentaliza o desejo, ecoa em todos os cantos.
Está na música? Nas pinturas? Na fotografia? Nas palavras do texto entoado?
A conheço por outros seres, em virtude do meu contato.
Oferece um prazer!
Impulsiona reflexão!
O que é a arte, ao certo não tem explicação!
Arte e virtude fizeram moradia,
Naquela das espumas formada,
Do vigor de Urano nascia,
Romã de néctar dulcificada.
Egito, Macedônia e Síria...
Souberam da obra e beleza,
Sedução encantando a natureza:
Afrodite de virtude e alegria.
Grécia, o amor com Troia repartia;
Ares, com Hefesto, o mesmo fazia...
Rugiram por teu amor incondicional.
Logo Páris e Helena a empatia...
Encontraram uma bendição natural,
Tal os traços da artista tocar o mortal.
Eu sou a Arte,
Não espero compreensão,
Raramente inspiro-me em razão,
Deixo que meus sentimentos voem,
Se entrelascem em olhares,
Apaixono-me com facilidade,
Mas, o que faz a estadia,
Somente recíprocidade,
Pessoas pra mim são Almas,
Almas não se "pegam",
Isso é pífio,
Fulo,
Eu vivo é de histórias,
Poetiso-te,
Pinto em letras meu Amor,
Amo intensamente,
Como combustão incontrolável,
Ainda que só por alguns instantes,
Ainda que só intrínsecamente,
Uma vida inexistente,
Somente na mente,
Simplesmente vôo,
Mesmo sabendo que na maioria das vezes,
Enrosco num fio,
Quebro às asas,
Desmorono.
Nessa vida não há um roteiro pré estabelecido sobre coisa alguma.
Viver é transpirar arte do desconhecido, trasparecer sentimentos, não controlar os instintos.
Nos carece reconhecer, deveras, a essência de cada pessoa, momento e lugar.
Viver é sinônimo de se entregar!
BIPOLARIDADE
A casa do artista é seu recôndito secreto, onde busca sua arte nos porões e também no alto da infinitude. É um subir, e um constante descer.
Solidez
Solitude
ovacionar
longitude
intensa
dotada firmeza
extasiado
zelado pela arte pulsa o teu viver.
Não sou rascunho, que se apaga quando quiser
Sou obra de arte, que deve ser guardada com muito carinho...Na galeria de um coração sincero
Simone Lelis
O amor é arte que se revela
Assim quando surge uma aquarela
É fogo na brasa que se espalha
Maré que de repente vira cheia
SONETO CHOROSO
Choroso soneto, meu, tão chorado
Sem leveza, sem arte, sem ternura
Traçados pela sorte em desventura
Em vagidos manhosos desentoado
É tristura na trova, e desesperado
O estro. No papel cheio de ranhura
Sem condição de uma doce leitura
Afrontando o coração desgraçado
E nesta tal tirania de infeliz criatura
Ditosos algozes. No peito abafado
Surgindo da sepultura da amargura
Ó sátira mordaz, de sentido perverso
Deixe o teu jugo imóvel e silenciado
Guie só fausta melodia ao meu verso
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
A ARTE DE FICAR CALADO E PENSAR ANTES DE FALAR
Andamos tão preocupados e sobrecarregados com os afazeres da vida pessoal e profissional, que não paramos para refletir sobre nossos atos.
FICAR CALADO
Quando presenciamos determinadas situações ou conversas nas quais não estamos envolvidos, automaticamente entramos com nossas opiniões e críticas.
Com isso acabamos despertando um desconforto e indignação nos outros.
Melhor ficar calado e construir amigos do que falar sem pensar e fazer inimigos
PENSAR ANTES DE FALAR
É importante observar e analisar todas as situações em nossa volta.
Procurar conhecimento para ter respaldo na hora que for solicitado nossa opinião.
Falar palavras certas na hora certa constroem pontes para uma vida saudável e amigável.
Escrever torna minha vida mais agradável
e menos amarga.
A arte de escrever é a presteza de tornar minha vida menos ignorante.
A arte do Pangolelê...
A marcha compassada do Bertrano, era breve e indicava duas realidades: a idade já avançada do pardo cavalo e o peso da carroça que puxava, uma velha carroça coberta em lona colorida, tatuada em desenhos que remontavam à lembrança a magia da arte circense.
Era nela que o palhaço Bambolin, seguia à frente da caravana e nela, cabia tamanha alegria que ia do nariz de bolinha à peruca vermelha e todas as peças que ele vestia: roupas de cetim com formas de toda cor, todas bem cuidadas, guardadas em baús de madeira, que juntos, servia de cama para dormir, durante a viagem, a trapezista que também era atriz e não abria mão de fazer de sua arte, motivo para todo povo se emocionar e também, sorrir.
Circo sem bicho, sem cobertura, sem bilheteria, sem bancos nem cadeiras, sem hora nem lugar pro show que não pode parar.
As atrações eram tantas que cabia um mundo de sonhos na imaginação de menina, de menino, de gente grande, que viam nas trapalhadas do palhaço e no voo do homem bala, no estranho gigante João correndo atrás do anão trapalhão, na curiosa mulher de barba e se admiravam com Gismundo, o homem mais forte do mundo.
Mas havia um momento de tensão, a apresentação da bela trapezista, que também era atriz e, de um lado pro outro, recitava, cantava e encantava a plateia!
A cartomante, nascida em Lisboa, além de interpretar o que via nas cartas, “lia mão”, adivinhava o futuro e dizia que bastava um tostão pra pagar a adivinhação.
O circo Pangolelê, era itinerante! Tinha somente artistas da vida, operários da felicidade, gente que tinha por regra, a falta de regras, naqueles eternos minutos que a atenção que recebiam, em encanto se fazia.
Ali, não cabiam sentidos e nem lembranças de sofrer, e pelo querer, transportavam a plateia para um universo de emoção e ficção!
Perseverança, é a arte de dizer para você mesmo: estou cansado, não estou aguentando mais, estou desanimado, etc. porém não vou desistir!
Perseverar é ir além do que diz a sua realidade.!
Então persevere e não desista!
Ela é arte,
mesmo sem fazer nada.
Mas quando faz, ah, quando faz.
Torna-se também amor.
Ela é assim:
impossível não amar!
Edifício do professor
Ser professor é uma arte muito difícil.
É difícil a arte, edifício é arte,
É difícil. É arte. É ensinar.
Há dias que me sinto edifício,
Há dias que me sinto arte,
Há dias que nem me sinto.
Em Minas sou fessor
Na Bahia dizem pró
E eu? Eu me sinto arte!
Arte que constrói seu edifício,
Que se destrói, mas é difícil,
Mas assim são os meus dias.
Em alguns planto palavras,
Noutros colho sonhos.
E há os que não colho nada.
Mas como eu disse antes,
Ensinar é uma arte, é difícil,
É também amor!
(Blog: Tg-Doxa)
A arte de respeitar
está em saber aceitar,
as diversas maneiras,
que cada um tem
o seu jeito de pensar.
A Arte
"A arte é uma redenção — Ela livra da vontade e portanto da dor — Torna as imagens da vida cheias de encanto — A sua missão é reproduzir-lhe todas as cambiantes, todos os aspectos — Poesia lírica — Tragédia, comédia — Pintura — Música; a ação do gênio é aí mais sensível do que noutra arte. "