Poemas sobre arte
Infelizmente no universo curatorial, ambiente dos curadores das artes plasticas e visuais no Brasil, dentro dos hemisférios públicos e privados são regidos por equívocos direcionando para um verdadeiro desastre conceitual com diversas criticas infantis e impregnadas de uma falta de conhecimento que distanciam se em muito da tradicional acadêmica apreciação da arte, da distinção clássica da técnica e do reconhecimento atemporal de valor da verdadeira obra de arte.Um exemplo claro disto aparece quando os ditos curadores atuais, assistentes e museólogos referem se ao tema da obra de gênero, da pintura da anatomia, da figura humana ou animal, ditando erradamente que estas obras são simplesmente, retratos.Conotando assim um menor valor e inespecificidade.Um erro gigantesco nacional brasileiro, afinal para todo o universo das artes no mundo inteiro, que não seja manipulado por nocivas opiniões mercadológicas de alguns ditos tubarões, as visões, valores e reconhecimentos são diferentes.
A exemplo disto temos o Retrato do Dr. Gachet, de Van Gogh que foi vendido a alguns anos passados por US$ 82,5 milhões. A Gioconda ou a Mona Lisa como um dos retratos mais emblemáticos da história da pintura, de Leonardo da Vinci e os retratos realistas de Lucian Freud (1922-2011) que chegou ao fim da vida, neste seculo XXI com rótulos: de artista vivo mais caro da história, com uma tela arrematada por mais de U$ 30 milhões em 2008 no mercado de arte internacional mas isto aqui no Brasil não vale nada, são obras sem valor, são simples retratos.
Na verdadeira avaliação artística o local aonde está a assinatura do autor é um simples detalhe.Na avaliação meramente comercial a assinatura do artista na obra deve estar na frente e preferencialmente em tamanho grande da mesma forma que no cheque bancário que aparece detalhadamente de forma legível o alto valor e a assinatura do pagador.
Meio que na contra mão de um tempo egoísta e de vaidades usurpativas menores, ainda acredito na ampla generosidade intelectual que deva ser ofertada por quem sabe em qualquer boa e digna conversa sobre arte e cultura. Uma cultura trancafiada entre poucos eleitos, não vale nada, apodrece e morre.
Em um lugar como o Brasil de precariedade e falta de vontade politica nos investimentos para com a educação, a arte e a cultura. É imperativo que se a população não vai aos museus, a arte e a cultura deve ir as ruas. Com ações simples e de baixo custo operacional, pode se espalhar em eventos públicos, praças e logradouros de grande passagem e movimento cotidiano, imagens digitalizadas de obras celebres da arte nacional brasileira que se encontram engessadas nas instituições .Dentro da nova economia e industrias criativas é importante levar de forma fácil a arte e a cultura a população simples, democratizar verdadeiramente a arte em seu vigor. Que o homem comum o trabalhador possa ver que a arte de sua nação espelha grande parte de suas emoções, sonhos, realidades e sentimentos.Por meio deste projeto ideia eu já vinha propondo a democratização da arte junto a RioArte na década de 1970, dentro dos projetos de arte publica para a cidade do Rio de Janeiro junto ao saudoso amigo Gerardo de Mello Mourão, mas na época a vontade politica não alcançou a força do projeto e da valorização de nossa identidade. Mas ainda o projeto vivo, sei que dias melhores virão, na mão certa da arte, da cultura e da educação.
A sexualidade e a criatividade são dois dedos do mesmo braço da criação.Assim como o amor e a solidão são os combustíveis da loucura e da realidade que movimenta em seu próprio tempo a inimaginável ilusão.
Atribuir um valor aleatório qualquer a uma obra de arte é relativamente fácil mas quero ver o avaliador falar sobre a trajetória do artista, saber em que fase a obra foi feita, qual a técnica utilizada e mesmo fazer uma projeção fiável de realização de venda e certificar. Logo existe sim um divisor super escancarado entre colocar preço e avaliar.
Usar um nome ou sobrenome, de tradição no mercado de arte que não lhe pertence é a forma mais estupida, covarde e dissimulada para tentar alcançar méritos imaginários por incompetência e falta de personalidade.
Algum dia a historia da arte e o mercado de arte universal, entenderá que a arte do desenho, não é um esboço e sim uma arte final, com toda sua maestria, valorização e importância.
Todo imbecil que adentra no mercado de arte brasileiro, em pouco tempo ganha uns trocados e se diz especialista de tudo.
Em curadorias, precisamos cada vez mais de mentes sensíveis e inovadoras para que com a obra de arte converse com uma nova linguagem e um novo sentido, com o mundo.
O sentido, a genialidade criativa, a beleza e importância da mensagem de uma obra de arte nas diversas plataformas está principalmente nos olhos,na alma, na vida de quem a vê, que passa a ser o mais imperativo critico, censor e expectador.
Personagens com sua vida e personalidade torta, perturbada e dissimulada espelham se com medo e horror desencadeado por reflexo sombrio de sua lamentável existência. O feio, o imoral, o grotesco e o escandaloso estará sempre dentro dele mesmo, e nunca vai mudar, nem mesmo diante da mais renomada e reconhecida obra prima universal da historia.
A obra de arte nunca foi e nunca será uma opção de investimento ágil com retorno imediato.
O único investimento com ganho rápido dentro da historia da riqueza do mundo e com liquidez automática é e sempre será o próprio dinheiro.
A arte não é só uma forma de expressão de sentimentos, percepções, movimentos, de sons, de cores. É também um caminho para a sensibilização do ser. É um catalizador de realidades mentais capazes de ressignificar a vida dos seres humanos enquanto seres dotados de imaginação.
As feiras de arte pelo Brasil ainda são vitrines para os interesses meramente comerciais das galerias nacionais e estrangeiras, distantes da verdadeira cultura nacional, do desenvolvimento e oportunidades para o setor, dos trabalhos e projetos inclusivos e sustentáveis dos maiores profissionais do mercado e da maioria dos artistas.
Serviço profissional na arte, de graça por escusos interesses, não poderá reclamar. O barato sai caro.
''A Arte é complexa, não se confunde com o ser difícil. Todo dizer sobre ela é apenas uma tentativa, sempre frustrante, de captura-la''.
Dizem que a oportunidade faz o ladrão da mesma forma que a falsa oportunidade submetida a um avido colecionador pouco honesto em querer obter vantagens perante o valor muito baixo de uma importante obra de arte, faz o mesmo de tolo, pertinente cego e bom receptor final, diante de uma ilusão concedida pelo torpe ego mesmo diante de uma grosseira contrafação.
A melhor forma de deixar um pedaço de você na terra, é fazendo música. A arte transcende qualquer barreira. Independente da sua cultura, religião, e escolhas politicas.