Poemas sobre Água

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⁠A mentira disse à verdade:
"Vamos tomar um banho juntas,
a água do poço é muito bonita."

A verdade, ainda desconfiada, experimentou a água.
E descobriu que ela era muito bonita.
Então elas se despiram e tomaram banho.

Mas de repente
a mentira saiu da água e fugiu,
usando as roupas da Verdade

A verdade, furiosa,
saiu do poço para recuperar as roupas.

Mas o mundo, vendo a verdade nua,
desviou o olhar, com raiva e desprezo.
A pobre verdade voltou ao poço
e desapareceu para sempre,
escondendo sua vergonha

Desde então, a mentira gira pelo mundo.
vestida como a verdade,
satisfazendo as necessidades da sociedade.
Porque o mundo não alimenta nenhum desejo
de conhecer a verdade nua.

(Pintura: A verdade saindo do poço, de João Leon Geroma, 1896.)

Hoje acorde, tomei meu banho e fui fazer café. Enquanto a água fervia, eu comecei a passar as mãos sobre meu corpo e sentir as cicatrizes deixadas por uma ilusão.

Naquela noite em que dormi ao seu lado, quando te conheci, eu confiei em você. Estar ao seu lado, era o único antídoto que aliviara tudo o que eu sentia: dores. Dores essas, causadas por você. Dor e remédio, é tudo o que eu sei que você era. Estar próximo de você era o que me deixava dormente, ate que adormeci, por dois anos. Quando acordei, lembro-me, que despertar, não era tão bom como adormecer. Mas, literalmente acordei, ou você foi embora? Será que em algum momento você realmente esteve aqui? Bom, eu não sei, hoje, nada mais me resta do que marcas, talvez, de uma ilusão que, na minha cabeça, foi criada por mim mesmo, expectativas criadas por mim mesmo, dores sentidas por mim mesmo, choros chorados por mim, resultado, de um amor que senti por você.

MEU REFLEXO


Viu a própria imagem refletida na água,
e seu coração entristecido deu um pulo.
O que via não era a criatura desengonçada e feia,
cinzenta e sem graça de outrora.
Enxergava as penas brancas, as grandes asas e um pescoço longo e sinuoso.
Ele era um cisne!

⁠Se tua voz fossse segundos viveria uma eternidade
Se teu sorriso fosse água seria o próprio oceano
Se teu abraço fosse cor seria o moraria no arco íris

Se teu olhar fosse uma música, ela seria a melhor melodia
Se teu beijo fosse uma flor, seria o encanto dos mais apaixonados e guia dos amados
Se teu cheiro estivesse em mim eu sentiria o melhor aroma
Se nosso amor for como o fogo, que nunca se apague
Se nossa dor for por ausência
Que se encha de afeto e espante sua dor que venha apenas o amor

⁠(Des)calça está minha alma
nua na serenidade
batismo sonho água mar
(Des)água rio mar coração

corpo santo em rebentação
navegação contramão
cais porto tua mão

somos tripulação
rota céu terra mar estrelas lua sol
voo em mão dupla
dentro

⁠PONTE NO HORIZONTE

De nuvens sou...
de água, correnteza
versos com certeza...
seja dor ou amor
sou leveza...
voar é preciso...
navegar no céu dos teus olhos
de chão você é...
terra firme, sua conduta
pragmática labuta...

de ponte sua literatura...
pra terra me puxa...
imã sagrado abraça
minhas asas...
fazemos alados nossos sonhos!

Sonhos de nuvem
sonhos de chão
sonhos feitio terra
sonhos céu em urdidura...
pontes entre terra e céu!

Encontro alinhavado e bordado
em água benta e benção
na terra e no céu...
Agora e sempre!
Amém

⁠Enxoval lua de mel

camisola dourada pra noite demorada
anágua de água pra dia pausado
camisola de seda pra noite estrelada
calcinha de florzinha pra tardezinha
camisola prateada pra noite enluarada

calcinha vermelha pra tomar café
camisola de bolinha pra manhãzinha
meia arrastão pra final de semana
luvas de pétalas de rosa toda noite
grinalda furta-cor pra ver o pôr do sol

Colar de arco-íris pra colorir tua íris
anel de crepúsculo pra cumprir o oráculo
pulseira de ipê pra adornar a dança
na cintura uma ruma de rosa
sem espinhos...

⁠Cafezinho quando nasce
vira um lindo grão
Ah pronto, já começa a sedução!
A água a ferver
O pó a dissolver
Acelera o coração
Pimpinela Golden
Por você morro de paixão

⁠Flertes

flertava com a dor
como a criança que
pisa em poças d'água,

por vezes tal flerte
era como uma valsa
dançada sobre nuvens,

vestes nuas
à brilhar
à luz da lua...

flertava com a dor
nos ventos dos tempos
de amaguras de distâncias,

flertava com a dor
até esquecer-se
de si mesmo,
perder-se no tudo

do nada que; no que nunca encontrou,
e não procurar-se mais..

⁠Má-água
Agua-má
Mágoa
Amarga água
Sentimento acuado
Aguado
Ancorado no cais do coração
Água ressentida
Sentida
Não corre
Represa
Envenena o viver
Não rega, inunda
Não nutre, des-nutre
Faz moer, roer, sofrer
Doer...

⁠Acolhe todos os teus "eus".
Vê o rio, que em sendo leito, água e margem
Ainda assim, flui...e segue em paz.

LuDarpano

⁠Calmaria

Depois do temporal a calmaria.
Surge um céu brindando um novo dia.
Chuva raivosa foi aguar em outro lugar...
Deixou espaço para o Sol brilhante no horizonte raiar.
Brisa suave a manhã vem suavizar.
Pássaros cantam um novo dia a chegar.
Borboletas coloridas... sobre flores perfumadas... no jardim estão a bailar.
Novo dia. Dia novo.
Sol... calor de manhã de verão.
Sopra um vento meigo de novo.
Folhas das árvores a cobrir o chão.

⁠Há quem transforme limões em limonada.
Tempestade em pingos d'água.
Há quem caia e se levante com um sorriso.
Quem no fundo do poço consegue encontrar abrigo
Há quem saiba o valor das coisas que não têm preço.
Para elas todo dia é um novo recomeço.

⁠Domínio


sou protegido pela água e pelo fogo.
Pela altura e pela profundidade.
Pela rosa e pelo espinho.
Por vilões e mocinhos.
Pelo Anjo e o Demônio.
Pela mentira e pela verdade.
Pelo Céu e pelo Inferno.
Pelas TREVAS e pela Luz. Pelo homem e pela mulher. Pelo preto e pelo branco.
Pelo TODO -PODEROSO Deus e pelo Diabo.
Pela noite e pelo dia.
Pelas duas estações frias e pelas duas estações quentes.
Tenho a proteção do mundo invisível no visível mundo.

⁠RENASCER DAS CINZAS

Deixa que a água do chuveiro
Se misture com as tuas lágrimas
Deixa que a tua almofada
Seja testemunha dos teus soluços
Olha que tu és forte e corajosa/o
E Deus é testemunha da tua fraqueza
Da tua coragem, da tua luta
Neste teu novo renascer das cinzas

⁠Chuva.

Cada gota de água que cai do céu é absurda, as vezes tudo que precisamos é sentir o cheiro de terra molhada. As vezes um único banho de chuva, serviria para refrescar nossa alma. O céu cinzento e o vento gelado são as coisas mais belas. Tem pessoas que preferem o calor, o suor, o sol , afinal, tem gosto pra tudo. Mas saber que depois daquele temporal você vai conseguir enxergar o arco-íris, não tem preço. Porém para isso, vai ter de suportar-lo primeiro. Várias pessoas se escondem dentro de casa, ou apenas decidem abrir seu guarda-chuva. Molhe-se. Respire. Mas saiba sempre que depois, pode haver um resfriado.

⁠ÁGUA NOSSA
Água nossa, que estás na terra,
Vivificado seja o teu nome,
Venha a nós o teu manancial,
Seja feita a nossa vontade
Assim sempre neste mal.
A água pão de cada dia nos dai hoje.
Perdoa-nos os crimes cometidos
Contra a natureza-mãe,
Que nós não sabemos perdoar
Aos ofendidos;
Nunca nos deixes sem uma gota
Que seja do teu bem.
............................................
E o povo rezava e o mundo orava
Aos deuses da água...
Mas a água não não veio.
Voltou o povo a rezar e o mundo a orar
Às luas das águas...
Mas as águas fugiram.
Então, o povo e o mundo não rezou mais!
Vieram todos e choraram,
Carpiram ao mesmo tempo
Em louco lamento...
Depois, a terra seca
Ficou inundada de água
Das lágrimas caídas
Vertidas
Pelo povo infecundo
E pelo mundo.
Amém!
(Carlos De Castro, in Poesia Num País Sem Censura, em 16-08-2022)

⁠O pó da terra, a lama da água, a vida em transmutação impermanente. Vida, morte, renascimento. A tríade indivisível.

Soraya Rodrigues de Aragão

A nuvem que reconhecia seu valor, não ansiava ser o pássaro livre.

A água que reconhecia sua importância, não desejava ser o mar grande e salgado.

O livro que reconhecia sua riqueza, não cogitava ser o folheto que conhecia várias pessoas.

O espelho que reconhecia seu poder, não almejava ser papel, pois sabia que veria a tua face outra vez.

A "certeza" não pretendia ser o "ou", pois sabia que não precisava se comparar quando se tinha certeza.⁠


O amor é liberdade
E não tem religião
Vive na passividade
Tranquilo no coração
É agua que mata a sede
É chuva deixando verde
Os rebentos na plantação

Foi no laboratório do céu
Que se criou o amor perfeito
Pra ser espalhado na terra
Sem distinção ou preconceito
Não se compra não se vende
É uma luz que se acende
E explode dentro do peito