Poemas sobre Água
A água cai do chuveiro até atingir as minhas costas e percorrer as curvas do meu corpo. Olho até o líquido no chão que segue para o ralo. Ao entrar em contato com a minha pele, a água assume tons distintos. As cores diversificam-se conforme meu estado. O líquido é tingido pelas minhas emoções, ele sofre metamorfose ao tocar e correr pela minha pele que exala uma porção demasiada de sentimentos. A raiva faz a água contrair um tom vermelho sangue, a luz do banheiro adquire autonomia acendendo e apagando em intervalos incalculáveis. A felicidade gera um líquido verde, um aroma viciante, tranquilizante e sedutor ocupa o pequeno cômodo. O ódio gera uma lama escura, os músculos se contraem, as sobrancelhas tornam-se uma só linha, a locomoção é impossível, a escuridão domina o pequeno cubículo, os olho se tornam incapazes de ver. A água funde-se em tons marrons e cinzas ao deparar-se com a tristeza, o corpo se contrai, a respiração fica ofegante. As lágrimas são incontroláveis pelo consciente, jorram dos olhos como cachoeiras em meio a uma tempestade.
O amor transforma o transparente da água em azul reluzente, feito água do mar quando atingida pelo sol de fim de tarde, a água purifica o azulejo tirando a sua cor, focos de luz cintilante saem das paredes,do teto e do piso, o corpo assume uma postura leve, como se não existissem partes palpáveis. A respiração invade o interno, atinge todos os pontos e extremidades do corpo. Minha alma salta, gira freneticamente sem medo de obter lesões ao atravessar, com braços e pernas, as paredes. Um sorriso abrilhanta a minha face, a benevolência domina todos os cômodos da casa. Sou sentimento em carne e osso, meu corpo é um depósito formado para comportar minhas emoções colossais.
Juro, se eu tivesse a certeza de sombra e água fresca do lado de la eu me arriscaria a pular esse abismo
"Aquele que demonstra um certo compreendimento, derrame sobre ele um copo de água e pergunte porque ela existe. há muitas formas de pensar neste mundo, somos dignos de honra só por existirmos. a água simboliza o conhecimento e o copo a fonte. As pessoas poderiam pensar que seria sobre a água sendo que não é. O conhecimento vem de Deus, a imensidão vem dos rios e nós somos como meros copos, que guardam um pouco do que ele tem."
Não se põem mais água em copo que esta cheio.
Assim também é conosco, se acharmos que sabemos tudo deixamos de aprender então devemos sempre se esvaziar oferecendo o nosso conhecimento aos demais pois só aprendemos mais quando ensinamos.
“As veredas da justiça, são como árvores juntas à regos de água de um rio, cujo fruto vem na sua estação e cuja folhagem não murcha e tudo o que fizer será bem sucedido.”
Amar é água que mata sede, é um peixe na rede, é o sentido de ser; amar é oásis no deserto, é Deus estar perto, é a razão de viver.
Escrevo para todos os tipos de leitores, desde os que querem “água com açúcar” aos que fazem das palavras sua fábrica/fonte para vida. Não que tenha a pretensão de agradar a ambos, pelo contrário, gosto mesmo é de incomodar.
Acabei de ver um passarinho. Ele estava bebendo e pulando numa poça d’água. Devia estar com sede. - Lógico? Lógico, não! - Lógico por quê? Ele não tinha sede! Na verdade, sede tem quem quer água e não tem; sede tem quem vê água e não pode beber.
A água que um dia molhou a pedra, que caiu do topo da montanha, que era magma nos tempos arcaicos, que um dia foi congelado na era do gelado, sendo constituida de um conjuntos de poeira cosmica...enfim perdi o fio de meada
A água no mundo está acabando, então para que gastar chorando se pode engolir a seco e olhar virado?
Quero amar, porque sei que a água que desagua em mim é salgada. Eu só quero chorar as doces águas do amor.
Me procure sem motivo aparente e faça tempestade em copo d’água. Me apavore, me enlouqueça e me envolva numa suposta pretensão. Me instigue, me irrite, invente motivos para pensar que pode ser e depois me alucine parecendo dizer não. Fuja. Passe dias, noites, horas ao meu lado e me conforte. Me acalme, me anime, me faça rir. Depois desapareça, me esqueça, me critique, me hipnotize. Confunda. Se declare, me rejeite, me difame, me oriente e eu, gramaticalmente incorreta, continuarei incoerente, desconexa, envolvida. Procurar-te-ei em tudo, em todos. Não te encontrarei, não saberei quem és. Imaginarei minha vida envolvida, enrolada nos teus braços, nos teus olhos. Em filmes, músicas, pássaros e copos de uísque barato eu me trancarei, esquecer-me-ei, afogar-me-ei. Um, dois, três, quatro modos de loucura. Às vezes cinco, muito gelo e um gole. Entorpecerei logo. Aí, devassados, vestiremos a nudez, compartilharemos o mesmo teto por uma noite, saborearemos o melhor vinho: fel. Transmitiremos calores incansáveis, incessantes e adormeceremos exaustos apenas sabendo que o inferno é o máximo. Depois fingirei que nunca te conheci e te encararei no meio da pista. Dançarei contigo como se tivéssemos dezoito anos e ficarei contigo, transarei no primeiro encontro. Esquecerei tua nobreza e me insinuarei para ti, seduzir-te-ei e enfim te terei novamente aqui.
O que somos? Somos água, felicidade, amor, ódio, tristeza, dor, paixão, matéria, egoístas, generosos, merdas, almas, sorrisos, lágrimas, vermes, sangue, coração, pensamentos, ação, ruins, bons, bandidos, políticos, religiosos, destruição e construção... Somos humanos? HUMANOS.
Senhor, obrigado por mais esse dia. Obrigado pelo ar, pela água, pelo alimento. Obrigado pelo meu solo e o meu teto não serem no Haiti.
Deus misturou um sentimento perfeito, uma imagem perfeita, um som perfeito, misturou com água, e assim, o mar nasceu.