Poemas sobre Água
Quando você pede
Um pouco d'água ao universo
E ele te responde numa tempestade
Sinta satisfação por esse momento
Saiba, que por pouco que te caiba
Ele pede em troca ao menos tua sede
Não basta ter coragem de querer
É preciso encarar teu medo
Teu receio de ser ouvido
Se teu meio é deserto
Creia, que se um milagre te escapa entre os dedos
Amanhã pode ocorrer
Que a tua realidade
Sejam lágrimas que evaporam
Ao silêncio se responde com silêncio, às vezes
Mas nem sempre há quietude
Pois a dor mais triste que há na vida
É que a diferença entre o sonho e a realidade
Não existe...mas ao mesmo tempo há de ser enorme
Acontece assim, conforme a tua crença
Porquanto, se não tem coragem ou sede
Quando olhar pra primeira estrela da noite
Quando olhar pro céu da madrugada
Nada queira, nem pede nada.
Edson Ricardo Paiva.
Outro dia
Uma gota d'água
Foi a última vez que te vi
Amor já não existe
Nem carinho Sobrou
Você me machucou
E tornou-se um estranho
A ferida cicatrizou
E o vento me acariciou
Com sua brisa suave
Encontrei a minha paz
Uma liberdade única
E a alma leve ficou
Com asas para voar
E os dias são primaveras
Na sintonia dos pássaros
E a harmonia do bem viver
@zeni.poeta
As plantas sem Água murcham.
O corpo sem a Água desidrata.
Os Rios sem Água os peixes morrem.
As nuvens sem Água não chove.
Não molha à terra para as plantas.
Não enche os mananciais para matar a cede.
Não inunda os rios para os peixes.
Assim sou eu sem você.
Só você Jesus é a minha principal fonte de água viva.
Criamos crianças sem valores e atitudes
Vivemos em mundo violento e sem cores
A água está contaminada e a terra poluída
Mas quem se preocupa?
Consumimos sem pensar, gastamos sem poder
Matamos por dinheiro, julgamos os verdadeiros
Nesta imoralidade tal,
Reinam os chulos e aguentam os pobres
Protegemos os maus e ignoramos o povo
Mas quem se preocupa?
Crianças sem juízo, idosos esquecidos
Nem a fé compreende, esta doença do ser humano
Destrói o que é belo, admira o que é desprezível
Mas quem se preocupa?
“As Últimas Considerações”
Na água escrevi para notar a minha caligrafia
E em tudo o que notei pouco fez sentido
Porque foi como se eu tivesse colocado uma venda nos meus olhos
Tentando enxergar o que nunca existiu
As ilusões me iludiram
Quando acreditei que as estrelas levitavam no céu
Quando duvidei que o brilho do sol chegaria na terra
Ideias fixistas transformando-se em conspiração
Dizem que precisamos do oxigênio para respirar
Mas dele hoje consigo escutar o som da respiração
“No meio do inverno sombrio"
Últimopensador
amar-te é como se luz
(luzindo fráguas
qual água até que fura)
morando nos teus olhos.
é dançar abraço dando
no piar de um ninho em cama
(que nos faz dançando
o chão fugindo)
pisar um céu de luz e chama
e o universo dançará à volta
(enquanto a luz for brilho
envolta no piar do ninho)
no balançar de um riso à solta
mas se tu não estiveres aqui
que farei da água
que farei com os barcos
que viajam no meu coração
e buscam as palavras
mais íntimas
nas charnecas nos baldios
e nas noites inquietas
e como hei de fabricar
o próximo inverno
se não estiveres aqui
se já não puderes contar-me
Todos os dias eu dou água a minha flor
Todos os dias eu converso com ela
Cuidar dela é um prazer enorme
Mas me doi saber que ela nunca vai me agradecer
Nem se quer saber meu nome
Mas embora minha flor não cuide de mim
Não posso evitar de cuidar dela
AMOR EM ÁGUAS TURVAS
Seu amor era rio de água corrente,
Amainava o calor no dia mais quente.
Era piscoso e atraente...
Era navegável, límpido e perene.
Suas águas eram abençoadas,
Calmas e cristalinas.
Tinha desenvoltura,
Sorriso e postura.
Samambaias à margem, alegravam o passageiro,
Cascatas, ao som de cristal
Desfilavam elegantemente no desfiladeiro.
Suas cores variavam conforme a luz do sol,
Seu olhar marcante, belo como o girassol,
Dava guarida ao amor do amante.
Pena que tudo acabou!
Suas águas não são mais perenes,
Pede socorro ao som de sirenes.
O que era piscoso ficou viscoso,
O que era doce se acabou...
Suas águas cristalinas ficaram turvas,
Seu leito foi desfeito,
Seus meandros não têm mais curvas.
Seu perfume não cheira mais jasmim,
De seu verde, não sobraram nem relva e nem capim.
A culpa pode ser minha, pode reclamar de mim,
Não cuidei do jardim, como cuida o jardineiro,
Não semeei o verde, apenas colhi o maduro.
Não cuidei das formigas, abandonei o formigueiro,
Achando que não tinha culpa, pequei pela omissão.
Élcio José Martins
Caboclo índio.
Eu,
Eu sou aquele menino índio,
Um indio sonhador,
Tomo água de coco,
Sou caboclo sinsinhor,
Nasci em uma ilha,
No arquipelago do amor,
Na minha palhoça,
Moro eu,
E comigo mora também Deus,
Tenho um cachorro vira lata,
Que de mim nunca se apartou,
Sou eu que colho os frutos,
E degusto com sabor,
Não sou assassino,
Não mato os animais,
Sou roceiro e muito trabalhador,
Sou de uma visão muito aguçada,
E carrego comigo meus trapulhos,
Sou como uma ave,
Que voa alto como condor,
Corto cipó e pulo de galho em galho,
Aqui é meu parque de diversões,
Não uso lamparina,
As estrelas cadentes me conduzem,
E o luar é meu lampião,
Tenho uma baladeira,
Para as onças espantar,
Não sou de cantar sozinho,
Pois já choro com os passarinhos,.
A floresta é meu lazer,
Quando eu vou dormir cansado,
Me estendo no relento,
Cultivo lavouras,
E a natureza me da o que preciso
Enquanto eu for um indio,
Minh'alma,
Estará sempre evoluindo....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa
"Na minha carroça carreguei água na seca e o meu trabalho para vender nas feiras toda semana”
Senhorinha Maria de Araújo (1895-1986)
Devota de Nossa Senhora do Rosário
O presente e os seus presentes
Sentir a chuva sobre o corpo, a água quente do chuveiro aquecer nosso corpo, a brisa do vento acariciando o nosso entorno, a textura dos alimentos ao se envolverem na boca, o toque do outro, o beijo, abraço, caricias, as próprias palpitações e a do outro, sentir a formação do sorriso após um beijo antes mesmo dos lábios se distanciarem... o movimento do início ao fim... Escutar o som da chuva... As ondas se chocando contra as pedras... O som da ebulição do café... O som do café ou qualquer outra bebida sendo posta sobre o recipiente... Escutar um sorriso, pássaros cantando, uma boa música... Os passos na madrugada, o tique taque do relógio, a respiração ofegante dos corpos se envolvendo na mais pura e íntima sintonia... O balançar das árvores ao vento... O sussurrar ao pé da orelha... O sabor dos alimentos, do beijo... O cheiro da terra molhada, do café pela manhã, do perfume daquele querubim, o cheiro gostoso de bebê e aqueles cheiros que marcam épocas de toda uma vida... E poder ver tudo isso e muito mais... Observar os relâmpagos, as estrelas, as labaredas de uma fogueira posta ao redor de pessoas... O por do sol... A praia com um azul esverdeado...
As trocas de olhares que dizem muito como também podem dizer nada... Tornando o momento intenso e misterioso... Viver o presente... Com início, meio e sem fim...
MINHAS PEDRINHAS DE JOÃO E MARIA
Telhas d’água cobrem casas
copas, vagas, matas.
Dos poucos vãos que restam,
réstias beijam testas.
E, no palheiro da imensidade,
continuo a procura do pássaro perdido.
Perco-me como já perdi o chão tantas vezes.
Mas ouso adiante ir, porque é busca
de uma vida...
As margaridas silvestres da beira da esteira,
semeei-as para marcar o caminho da volta.
Talvez eu retorne pelo cheiro do ouro vivo,
talvez pelo brilho das estrelas rasteiras.
Somos
tão diferentes
como água e óleo.
Quando se quebra por dentro você prefere ficar sozinho e se curar longe.
Eu preciso que você me abrace forte e me diga que um dia tudo isso também será coisa do passado.
E isso não diminui em nada meu amor por você.
Meu eu
Quando você apareceu
A alegria em mim nasceu
Como a água regada na flor
Meu eu por ti se apaixonou
Minha vida deu sentido
Igual a uma frase com artigo
Você me fez um rebuliço
E eu te amo por isso
Aquele cabelo cacheado
É tudo que eu quero
Quando você joga ele de lado
Meu eu fica emocionado
Seu sorriso é inefável
Igual teu rosto é inexplicável
Eu mais você é inumerável
E meu amor por ti é irrevogável
Inspiração...
vem de gota d'água
pétalas de rosas
nuvens no azul sem fim
Inspiração é sentimento
vem do sangue, do rancor,
desalento
Minha poesia é pesada demais
para ser carregada por alguém
Possuo um coração de Poeta
que mais chora do que ri
Prece à R.C.D.L.
Gosto do reflexo da luz nas poças d'água depois da chuva e da minha imagem refletida nos seus olhos quando você me vê
Gosto do cheiro da chuva deitando sobre a terra e de teu cheiro em minha pele mesmo após a despedida
Gosto do sabor da água no mar em meus lábios quando volto à superfície e de afogar-me no gosto de teus dedos tocando, suavemente, minha face
Gosto do som do vento nas folhas e da sinfonia de seu sorriso quando me censura
Só sinto amor no momento em que teu coração pulsa junto ao meu em um único ritmo atemporal
Quero que habite em minh' alma
Para no momento em que a Sra Morte chegar e chegará ...
Será tua presença em mim o paraíso
O Lavar
Escrevo ainda com gotas de água na pele, resultado da breve chuva que me atingiu no caminho da padaria/verdurão até em casa.
As sensações que me invadiram nesse momento a minha adolescência tem uma memória mais vívida, porém a repentina plenitude pareceu ser a leveza necessária para ausentar o luto, a ansiedade dos últimos dias, que é o assunto desse pequeno texto.
A raridade das coisas nos coloca sem saber como processar. Dediquei minhas palavras sobre o período da quarentena e sobre perder há alguns dias atrás para um projeto literário coletivo e me faltou processar como nossa sociedade ocidental, com raras excessões culturais, não sabe lidar com perda, com morte. Prova são as inúmeras obras artísticas das diversas manifestações que se dedicam em mostrar o quanto é péssimo.
Deixar ir significa que vamos ficar e a ideia em si parece solitária demais. Não temos como hábito guardar as emoções e memórias das pessoas quando ainda estamos com elas e revisitar de tempos em tempos. De repente não é possível mais construir e vem o desespero de procurar o que ficou nos baús da mente.
Agora irei secar essa água que veio de cima, talvez não a mais limpa, mas permitiu em meio ao caos o egoísmo de dizer que me senti bem, viva para as possibilidades que buscarei construir. Obrigada pela força renovada pois a luta continua não só por mim, mas por todos nós.
Inverno Intenso
Não era verão
Mas choveu
Era inverno
E a água desceu
Não era hora
Mas agora
Aconteceu
E com a terra encharcada
O que há de se fazer?
O frio seria intenso
Com a terra molhada
Brota
Tudo brota
E eu nesse sentimento
Nesta terra sem tempo exato
Vou trocar de roupa
Viver outros sentimentos
Outros tempos
Passar
Outras horas
Até que tudo se resolva
No tempo exato
Do coração.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
JUNTOS PARA SEMPRE.
Ele é o sol,
Eu sou a Lua.
Ele é o frio,
Eu sou o calor.
Ele é a água,
Eu sou o vinho.
Ele é a vida.
Eu sou o amor.
Ele é a seriedade
Eu sou a alegria.
Ele é a tempestade,
Eu sou a calmaria.
Ele é a liberdade
Eu sou a fantasia.
Ele é a chegada
Eu sou a partida.
Ele é a novidade,
Eu sou a monotonia.
Somos tão diferentes e nos completamos .
Sou ele ,ele é eu, unidos em um só corpo, um só coração e juntos formamos o AMOR.