Poemas sobre a Morte
Quanto mais cauteloso, mais tarde vou morrer, pois assim posso viver sem culpas.
Logo, quanto menor o medo, menor o perigo!
Se hoje passei pela tarde
foi porque ela estava lá
Se depois de amanhã não morrer
foi porque eu não estava lá
Tenho duas certezas na vida. A primeira que vou, como todos vamos, morrer.
A segunda, se ainda não morri é porque continuo vivo.
Por isso, até morrer, vou viver de Viver.
A HORA
Morrer, Senhor, de súbito, eu quero!
Morrer, como quem vai em sua glória
Despedir-se do mundo em ato mero
De repente! Na bagagem só memória
Morrer sem saber, estou sendo sincero
Rogo, por assim ser, a minha tal hora
Morrer simples, sem qualquer exagero
Onde o olhar de Deus a minha vitória
Morrer, sem precisar ser feito severo
Das estórias que fique boa história
Fulminando sem lágrimas e lero lero
Assim espero, digno desta rogatória
Morrer fruto do merecimento vero
De ser ligeiro, cerrando a trajetória
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Paráfrase Augusto Frederico Schmidt
Morrer,
Não é só ausentar da vida
Tornar-se lembrança parida
Morrer,
É ir além (literalmente)
Ser e não ser um alguém
É também, nascer recorrente
para um espírito refém
dos Céus, se foi benevolente.
Amém!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
FUNERAL
Quando eu morrer, atenção
É do mar o rumo da cidade
E não o cerrado a direção
Saudade
As mãos enterrem em Madureira
O coração levem para Ipanema
Na Coelho Neto a alma por inteira
Suprema
No aterro joguem a minha admiração
E meu sotaque mineiro anexado
Na Igreja da Glória, minha oração
Largo do Machado
Os ouvidos deixem na São Salvador
Degustando os chorinhos de domingo
Sepultem a cabeça na pedra do Arpoador
Gringo
Na "SAARA" depositem minha ambição
Em Botafogo os olhos na sessão de cinema
Do Redentor as cinzas que restaram
Poema
O juízo abandonem aos seus
Que desvivam como viveram
Assim seja, o espírito em Deus
Adeus
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
09/04/2016, 18'00"
Cerrado goiano
(Parafraseando Mário de Andrade)
Revinda
Vim morrer em Araguari
Cidade sorriso, eterna
Que a mocidade é daqui
E o meu berço governa
Em uma banda a revinda
Na outra a fonte fraterna
Entre ambas a falta ainda
De a história que hiberna
E sinto, sinto: ganas nuas
O sentimento na berlinda
A ternura vagar pelas ruas
E rir. Antes que tudo finda
Vim morrer, no aceitar vim
Cá para as bandas das gerais
Vim. Outrora chama por mim
E, e por fim, não chama mais...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03/04/2020, 08’01” – Cerrado mineiro
Viver é difícil
Como é difícil viver
Mesmo na felicidade
Eu penso lentamente em morrer.
Se eu pudesse voltar
A ser poeira cósmica
Com certeza eu estaria
Muito mais feliz.
Eu tenho incerteza
Nada exala clareza
Nem mesmo a pureza
De um ser divino.
Meu senhor,me mate
Ou melhor,me salve
Antes que se apague
A esperança que eu ainda tenho de viver.
NÃO ME DEIXE MORRER
O segredo de escrever bem é escrever com o coração, meus poemas são reais, nada disto é uma história de ficção.
Por favor, Deus não me deixe morrer, meu coração se enfraquece todas as vezes que decido viver. A dor me pega de surpresa, o choro vem em meio a avareza.
Meu travesseiro conhece meus pensamentos, minha família é cheia de sentimentos, mas nada tenho a oferecer se não for pra tentar vencer.
Um dia o meu coração sentiu, um dia os meus olhos foram luz, um dia minha alma sorriu, um dia, um certo dia, eu me encantei pela cruz.
Jesus, você era a minha esperança, o motivo do meu viver, diante de tanta tristeza e avarença, mas eu decidi começar a temer.
.
Minha alma chega a ponto de falecer, meus olhos estão perdendo o brilho da inocencia, tanta maldade chego a tentar esquecer, meu corpo não tem mais essencia.
MELHOR SE EU CHORASSE
Acompanhei-lhe todo o sofrimento.
Vi-a morrer tranqüila, como santa
Que entrega a Deus a alma, no momento
Em que a força da vida se quebranta.
Tentei chorar. Foi vão o meu intento...
Muito embora a vontade fosse tanta,
O choro não me veio, e um nó cruento
De dor ficou-me preso na garganta.
E se manteve assim por várias horas,
Até que, bem baixinho, ao meu ouvido,
Alguém me perguntou: - Por que não choras?
- Ah! Bem melhor seria se eu chorasse,
Pois dói bem mais o pranto reprimido
Do que o que jorra, em lágrimas, na face.
Não poderás vencer a morte. Mas impõe-lhe a vida como um bandarilheiro e verás que muitas vezes ela marra no vazio.
A morte nunca se aprende, mas pode-se saber-se de cor. As guerras sabem-no. E as epidemias. E um simples agente funerário.
A velhice não se me afigura, de modo algum, (...) o melancólico vestíbulo da morte, mas antes como as verdadeiras férias grandes, depois do esgotamento dos sentidos, do coração e do espírito que foi a vida.
A morte, que há-de vir para todos, chegará nobremente se dermos as nossas posses e a nossa vida para ajudar os homens a viverem.
Numa epidemia a morte é desvalorizada. Porque se não desvaloriza no nosso quotidiano, que é como se houvesse também uma epidemia, embora ao retardador?
Toda a gente forceja por criar uma atmosfera que a arranque à vida e à morte. O sonho e a dor revestem-se de pedra, a vida consciente é grotesca, a outra está assolapada. Remoem hoje, amanhã, sempre, as mesmas palavras vulgares, para não pronunciarem as palavras definitivas. E, como a existência é monótona, o tempo chega para tudo, o tempo dura séculos.
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