Poemas sobre a Morte
"E pouco a pouco
Se esvai meu corpo
Mas não fico louco
Por morrer assim.
E pouco a pouco
Se esvai minha mente
Mas fico contente
Por morrer assim.
E se eu morrer,
não queira doar meu coração,
já pensou alguém sentindo toda essa dor?
Muita judiação.
VERSOS DE OBITUÁRIO
Nos versos de um poema
Que não nasceu
Um obituário se faz
Pra morrer outras vezes
Se viver a morte
Num verso controverso
Num pensar disperso
Nos versos feito a corte
Já morri muitas vezes
Parece até controverso
Que não sei dizer
Foi a morte o derradeiro verso
Foi a morte o primeiro verso...
Tenho duas certezas na vida. A primeira que vou, como todos vamos, morrer.
A segunda, se ainda não morri é porque continuo vivo.
Por isso, até morrer, vou viver de Viver.
"Nascer, viver e morrer é atravessar pontes, transitar entre o visível e o invisível, ora tocando sonhos, ora os perdendo pelo caminho. Mas depois de aqui chegarmos, nos tornaremos eternos de todas as formas imagináveis em átomos e memórias. Isso é ter em si o mundo inteiro e o mundo inteiro nos ter, e ainda assim a jornada do viver será sempre uma incógnita!"
(Do livro Caos de Mim-Daiana Calixto-2024).
Se é pra morrer quero morrer de amor.
Se é pra morrer, vou morrer de tanto beber!
Quero morrer de cansaço, e viver até cansar.
Se é medo da morte o problema, vou viver até a última gota sangue, pra que a morte só leve o que a vida não consumiu.
Vou morrer de saudades, morrer de felicidade e por mais que a morte um dia chegue, quero inspirar até nas memórias póstumas a arte de viver sem medo.
Se pra morrer basta estar vivo, vou viver até morrer! E que morra os problemas, morra o vitimismo, morra a falta de fé. E eu viva.
NÃO
Não morri ontem, hoje
Mas posso morrer amanhã
Morri com as palavras
De trapos velhos, rotos
Dos que se desfizeram de mim
Sem respirar, sendo sufocada
Morri vestida de negro
Como leitor ou escritor
Que já viveu, morreu muitas vezes
Naquele dia em que eu morri
O meu corpo queria estar
Envolto no teu corpo
Suado, quente, amarrotado
Morri de amor, de desejo
Mas também pequei, rezei
Só morri quando te perdi.
Viver ou não viver
Querer ou não querer
Já não sei o que fazer
Eu quero morrer!
Ai vida esta
Que me detesta,
vou te dar o prazer
De me veres morrer.
Vida a minha
Que me encaminha
Mal encaminhada,
Aii se eu pudesse cair envenenada...
Nunca mais ninguém me via
Só minha alma pedecia
Ia para a cova
Punha-me à prova.
Apenas te pergunto,
Eu mereço isto?
Agora vou virar defunto
Eu já não resisto!
FUNERAL
Quando eu morrer, atenção
É do mar o rumo da cidade
E não o cerrado a direção
Saudade
As mãos enterrem em Madureira
O coração levem para Ipanema
Na Coelho Neto a alma por inteira
Suprema
No aterro joguem a minha admiração
E meu sotaque mineiro anexado
Na Igreja da Glória, minha oração
Largo do Machado
Os ouvidos deixem na São Salvador
Degustando os chorinhos de domingo
Sepultem a cabeça na pedra do Arpoador
Gringo
Na "SAARA" depositem minha ambição
Em Botafogo os olhos na sessão de cinema
Do Redentor as cinzas que restaram
Poema
O juízo abandonem aos seus
Que desvivam como viveram
Assim seja, o espírito em Deus
Adeus
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
09/04/2016, 18'00"
Cerrado goiano
(Parafraseando Mário de Andrade)
Quem me dera morrer de mar
Como voar, olhar o horizonte, sentir brisa
Abrir os braços e fechar os olhos
Sentir-se um pássaro a alçar vôo
Peitando o vento como se fosse o mestre dele
Exigindo que tamanha força invisível exista em benefício de si
No desejo de caminhar na praia
Olhar a linha fina que separa mar de céu
Parece tão delicado, uma cama aconchegante para deitar
Mas é uma enganação
Porque esse pedaço de lençol azul que toca apenas as pontas dos seus pés
Pode em poucos passos te afogar
E quem me dera poder escolher minha morte
Por mais dolorida e aflita
A morte no mar é bonita
Em desespero afogando você vê turbilhões de vida em volta
Tocando sua pele buscando te reconhecer
Eu tentaria não me debater
Mas contemplar toda a vida brilhante que me cerca
À medida que meu espírito se esvai
Quem me dera morrer de mar
E fazer do oceano pro meu corpo morada!
Precisam de coragem pra poder morrer na guerra
E eu preciso de coragem pra viver fazendo as pazes
Ou quase
Se me der guerra, eu quero mais
Quando eu morrer, sim eu vou.
Digam que foi de vida.
Morri porque escolhi viver e a vida me transbordou.
Como era viva, ela.
Morri de tanta vida, morri vivendo toda ela.
Foi o que escolhi.
Poderia sobreviver um pouco mais, mas parti antes. Não valeria nenhum só dia sem esse transbordar que me afogou.
NÃO ME DEIXE MORRER
O segredo de escrever bem é escrever com o coração, meus poemas são reais, nada disto é uma história de ficção.
Por favor, Deus não me deixe morrer, meu coração se enfraquece todas as vezes que decido viver. A dor me pega de surpresa, o choro vem em meio a avareza.
Meu travesseiro conhece meus pensamentos, minha família é cheia de sentimentos, mas nada tenho a oferecer se não for pra tentar vencer.
Um dia o meu coração sentiu, um dia os meus olhos foram luz, um dia minha alma sorriu, um dia, um certo dia, eu me encantei pela cruz.
Jesus, você era a minha esperança, o motivo do meu viver, diante de tanta tristeza e avarença, mas eu decidi começar a temer.
.
Minha alma chega a ponto de falecer, meus olhos estão perdendo o brilho da inocencia, tanta maldade chego a tentar esquecer, meu corpo não tem mais essencia.
Se a felicidade fosse um oceano
e eu um nadador aprendiz...
Sei que morreria afogado
contudo morreria feliz!
Por que temer o julgamento? Se hei de morrer no final.
É no sufocamento de uma grande caixa que qualquer poder se finda. Tal caixa, consegue ser forte o bastante para suportar o peso dos pisos e da terra, mas fraca o suficiente para não manter o corpo intacto. Hemos de morrer! E quão amarga precisa uma alma, para julgar no dia do sepultamento!? Se porventura julgar, qual poder terá sobre mim? Nenhum; um dia há de está no meu lugar.
Serdes ricos, influentes, pobres, frágeis, abatidos psicologicamente, serdes apenas um comum, no fim, chegaremos no mesmo lugar, alguns com um caixão mais bonito que outros, mas do que importa a mais beleza ilusão, se ela não me pode trazer a vida de volta. Hemos de morrer. Isso já não é suficiente? Porque, então, deixar que as palavras alheias antecipem a minha morte!?
Em suma, seremos pó do mesmo chão, lama de um grande temporal, mas basta-me de minha alma, essa, sorrirá orgulhosa, chorando a alegria de lhe ter sido fiel até a morte. Que me tirem a vida, mas a alma alegre, não me poderão arrancar.
quando eu morrer
esqueça-se de mim
o quanto antes
se possível
agora mesmo
não deixe um só rastro
de minha imaginada existência
nada disto importa
muito menos
este pedido
não compreende?
se pudesse soltar
agora mesmo
tudo, tudo, apenas soltar
entenderia
Um dia você
vai querer sentir
o meu amor ...
E não vai ter.
Se eu morrer, acabou.
Nada restará de mim
poucas lembranças,
nenhuma saudade.
Talvez nesse teu coração
ainda exista um
pouco de mim ou
não restou nada.
Eu te amei
como amei a mim...
te desejei muito mais
do que ir para o céu.
Eu errei, eu mentir, eu fingir
me sufoquei
Com tanta dor
intalada dentro de mim...
Você agora traz flores,
não posso mais vê- las
nem sentir o cheiro
de suas pétalas.
Agora você diz
que me ama,
não posso te ouvir
Tampouco sentir esse amor....
Eu morrir, mas antes
eu estava morta por dentro.
E você nem percebeu.
Antes, você me amava,
e deixou que o tempo
congelasse esse amor.
E quando ele descongelou,
já era tarde.
Não posso mais sentir
o teu abraço
Tampouco sentir o teu toque.
Esperou o meu "fim"
para perceber
que me ama?
Agora não há mais
nada a se dizer
ou fazer. Não posso
Sentir que me ama.
Portanto jogue
essas flores fora,
enxuga essas lágrimas
E deixe-me em paz!
Eu não existo mais....
Faz-me morrer pras coisas desse mundo
Faz esquecer das coisas que me afastam de Você
Teu nome é como unguento derramado em minhas feridas
Que me cura, restaura a alegria
Do teu perdão é tudo o que eu preciso
Cura minh’alma, restaura o meu sorriso
E quando Tu chegas, fica tudo colorido