Poemas sobre a Morte
Ele foi curado.
Não mais dor, nem sofrimento,
não mais pranto, nem tristeza!
Como cristã acredito na vida que se inicia após a morte onde haverá alegria, vida e paz.
Meu jeito de anunciar que meu pai faleceu
04/04/14
A PASSAGEM
Vai passar
Sempre passa
Tudo passa
Tudo muda
Tudo vai
Tudo morre
Assim como o momento
A vida é efêmera
Que olhos são esses, morena?
Negros sem distinção.
Tão negros que, nem o meu reflexo posso enxergar.
Tão negros que, nem sei admitir se realmente existe um fim.
Nossa morena, é tanta escuridão que você carrega nesse olhar, que resolvi te chamar pra dançar.
E daí, se não tem música, ou som, ou ritmo ?
Eu quero dançar.
Nós vamos dançar.
E o que dançaremos? Dançaremos a noite sem luar, escura e profunda, como seu olhar.
Que beleza sublime é essa que me atrai?
Tão oculta, misteriosa e sombria.
Morena, não feche esses teus olhos, por favor!
Porque hoje, eu te farei bailar.
Pedaços de mim. Pedaços de mim espalhados pelo chão podre e sujo do centro da cidade.
São pedaços tão pequenos que não consigo mais juntar.
Cada pedaço num ponto. Cada ponto me lembra você.
Me lembra da vida que deixei de viver....me lembra que você sempre fez parte de mim.
Como juntar tão pequenos pedacinhos?
Como? Se a cada novo momento um novo alguém pisa nos caquinhos, e os transforma em farelos.
Então eu pego um caco....o mais pontiagudo...e cravo-o bem fundo na minha carne, suada de tanto andar sem rumo. Cansada de tanto chorar.
Não dá mais. Eu não consigo mais respirar.
Quero me lembrar do amanha
Quando eu nao estiver mais aqui
Nao verei o passaro voar
Nao ouvirei o galo cantar
Nao sentirei o vento soprar
Nao falarei de amor por ai
Minha mae, pobre mulher, de desgosto nao vai mais me ver
Meus amigos de desgosto nao vão mais sofrer
Quando eu me for por ai
Quando eu me for por ai
Morrerei apenas uma vez
E nao todos os dias
Quando morro de ansiedade
Quando morro de vontades
Quando morro das dores
Que carrego comigo
Do peso da cruz da razão do inimigo
Existencia do por vir...
Quando eu me for por ai
Com o país a ruir
Com as palavras cair
Com a alma sair
Com a morte parir
Um ideal
Uma ideia genial
Um espetaculo sensacional
Por que tudo o que é vivo morre
Tão natural
Nada mais normal do que por à pena um ponto final
Quando eu me for por ai
TESTAMENTO...
(Bartolomeu Assis Souza)
Faço em vida meu testamento,
minha história...
Que tudo fique ao vento!
Há uma luta cega
Fica meu oco olho
Meu cadáver enrijecido
Nunca mais que quente
Somente o frio o tempera
Em guarida construída
Faz macia minha sepultura...
O morto que sou,vou
Ressuscito em outra vida...
“Cemitério”
O véu negro da noite caiu sobre o enorme campo de construções sombrias e elegantes,
A luz gélida da lua cheia iluminava pouco o enorme jardim das lápides.
Lugar silencioso.
Para muitos o destino final,
Mas não para o viajante.
Vestido de negro e deitado sobre o túmulo enquanto observava o céu estrelado.
Ele não tinha medo da noite, nem dos mortos.
Para ele, aquilo era apenas um lugar silencioso e calmo,
Para refletir e pensar.
Seria um dia sua casa?
Não!
Naquelas paredes tantos rostos que um dia foram alguém,
Hoje são apenas lembranças na memória de quem ficou.
E em pouco tempo nem isso sobrará.
Você só morre quando ninguém mais lembra de você.
Caminhando entre as lapides vejo tantos rostos sonhadores.
E fico imaginando,
Quantos conseguiram realizar seus sonhos?
E o quanto importa seus sonhos agora?
Estão todos no mesmo lugar.
Mais iram acabar ali?
Se te prendes ao presente das coisas cotidianas
Te iludes,te enganas
Nesta falta de projeto
Chega a ser um retrocesso,
Não pensar no futuro.
Desse abismo escuro de inautenticidade,
Te arranco quando mostro a fatal realidade.
Só há vida porque há morte.
Parece devaneio, mas te mostro sem receio que caminhas para lá.
E sendo lá destino certo
Um ser para a morte nasce
E antes do desenlace
Agita-se, caminha, corre
O tempo já escorre por entre os dedos das mãos.
Tomando de mim ciência,
Não pereces na inércia,
Pois a morte te apressa a uma atitude tomar.
Diga aqui, pense o futuro
Jamais fique no escuro de uma vida a contemplar.
OUTRO LADO
- Oi, moço. Uma informação por favor... a loja que ficava aqui ao lado fechou?
-Não, minha senhora. Só mudou pro outro lado da rua.
-Hã? Como assim?! - perguntou enquanto olhava pro outro lado tentando enxergar o que procurava - Acho que você não entendeu a pergunta... A loja que ficava aqui ao lado fechou, não foi?
- Sim. Fechou aqui e reabriu do outro lado. Está logo ali. Bem de frente. Basta a senhora atravessar a rua.
Ela olhou mais uma vez pro outro lado. Desta vez mais demoradamente... Me pergunto se talvez o hábito, a tradição e o costume a tenham deixado desconfortável em aceitar mudanças e se isso, de certa forma, a tenha cegado (ou pelo menos limitado sua visão).
Incapaz de enxergar a realidade, não atravessou a rua. Simplesmente agradeceu e foi embora balançando a cabeça lamentando a loja ter fechado (e possivelmente ponderando a integridade de minhas funções cognitivas e estabilidade mental).
"Moço doido"
Acontece o tempo todo.
E não apenas sobre lojas.
"Somos pontos luminosos no universo, que acendem e apagam num constante pisca-pisca. Apaga um aqui, outro acolá outro ali, até que chega a nossa vez."
Osvaldo Lopes Cavalcante, Em: O livro 400 ANOS 11/10/2013
EDITORA: PLANETA AZUL. www.planetazuleditora.com.br/
►A Visita do Guarda
Por favor, tenha cuidado lá fora
O silêncio da cidade me apavora
Não esqueça de trancar a porta
Volte antes das onze horas
Me preocupo muito com você, senhorita
Preste atenção ao atravessar a avenida
Desculpe, eu sei que já possui uma mente desenvolvida
Só quero que esteja segura, oh margarida
Tenho medo que outro homem te arranque de minha vida
E, ao sair pela porta me relembro como és linda
Pela janela meus olhos te observam na esquina
Eu te imploro, volte logo da casa de sua tia
Não quero que, pela rua seja engolida
Volte logo, já sinto tua falta, minha querida.
Já anoiteceu, o ponteiro já bateu
Onde estás? Você me prometeu
E, quando escuto o bater da porta, abro, e uma lágrima me nota
Um guarda não me conforta, segurando tua bolsa, mas sem dona
Ele veio me dizer que algo terrível veio à acontecer
Disse para me sentar, disse para me preparar
Espere, seu guarda, o que o senhor está à me contar?
Mentiras, eu não posso acreditar
Onde ela está?
Oh minha linda, eu disse para se apressar
Veja, sobre teu rosto agora estou a chorar
E pensar que jamais poderei lhe ver caminhar
Que jamais poderei te abraçar
Jamais poderei te beijar
Um assalto tirou-me a princesa do conto encantado
Viverei agora sem ti ao meu lado, com o coração despedaçado.
O amor é o mais forte sentimento que possuímos.
Por ser eterno, não respeita o tempo e muito menos o espaço!
Pois nada separa quem se ama.
Nem mesmo o fim desta vida terrena.
A essência que há em nós e que nos uni permanece para sempre.
Perfil de Tales - 2
Dizia ainda que
precisamos recordar dos amigos presentes e ausentes;
cuidar do nosso comportamento mais que da nossa aparência;
não enriquecer de modo injusto e não cair em descrédito com aqueles com quem fizermos um trato.
Tales sustentava que a morte não é diferente da vida. E se alguém lhe perguntava porque então ele não morria ele dizia que era porque não tinha diferença entre vida e morte.
Viver requer perícia e sorte.
Sorte para ter uma boa mãe e perícia para ser um bom filho.
Perícia para ser um bom pai ou mãe e sorte para ter bons filhos.
Sorte, por exemplo, para que sua casa não desmorone sobre você pela imperícia dos que a construíram.
Viver não se resume em respirar, ver, falar, ouvir, andar... é muito mais: é ser capaz de ter aspirações, de entender e aceitar que ninguém consegue sobreviver sozinho.
Viver requer perícia e sorte.
Sorte para ser amado e perícia para saber amar.
E ainda perícia e sorte para se ter uma boa morte.
Pássaro Dócil.
O pássaro, enquanto voava, calava;
E quando encantado, assobiava;
Subia, voava livre como gostava;
De longe, sempre sussurrava;
Falava sobre felicidade, amplidão;
Desprovido de malícia, sobre justiça;
Por ser provido de asas, sobre tubarão;
E pela liberdade, em árvores, sobre preguiça;
E se aproximava sempre... para perto;
Para ver a mais bela proeza;
Beleza do certo e do incerto;
E se em, cantava com a natureza;
Mal sabiá ele, que seria levado;
Com força, desprezo e angústia;
De suas penas foram tomadas um bocado;
Penas que escrevem com harmonia;
Em uma gaiola foi enfiado;
Levado também foi o carrasco;
Que com um assobiar debochado;
Entre dentes amarelados mostrou se rouco;
O pássaro bateu suas asas fracas;
Com uma confusão de sentimentos e agitação;
Porém a prisão com farpas;
Tornou gaiola, libertação.
Morreu de amor
E quando tudo nele a cansou, ele morreu de amor, mas ela continuou, pois nuncá o amará, pois do amor não se cansa, não se esquece, o amor é eterno, e pra continuar vivendo matou tudo que viverá, tudo o que sentirá, matou a si mesmo, pra só assim continuar vivendo.
Zé pedreiro,
acorda cedo
vai trabalhar.
Morre todo dia, compra arroz, feijão e ervilha.
Zé pedreiro,
bate o ponto
pega o ônibus.
Renasce todo dia, em casa, com o abraço da filha.
Que loucura é a vida... encontro e desencontros, amores que viram conhecidos, amigos que viram lembranças...
Caminhar para a morte... talvez não seja um bom angulo de ver a vida, mas aceitar que é a única certeza que temos é necessário... e viver como se fosse o ultimo dia, tem que ser feito, nem que seja em pequenos detalhes do dia-a-dia... como mudar o percurso de volta para casa, mandar uma mensagem para aquela pessoa que vc morre de medo de não te responda, experimentar novos gostos, sensações, sentimentos...
VIVER DE VERDADE, NÃO APENAS SOBREVIVER...
Vc já fez algo diferente hoje, que te faça sorrir ou até mesmo chorar?! FAÇA... coloque vida, na sua vida
Vou embora da minha vida para não mais voltar.
E se quiseres saber de mim, me procure em suas memórias.
Nas mágoas esquecidas.
Na vida sofrida, cuja a qual não quero mais voltar.
São três os dias de loucura:
Quando a paixão floresce
Quando o coração se aquece
Quando alguém te esquece
São três os tempos da vida:
Quando a semente germina
Quando a flor se anima
Quando a morte elimina
São casos difíceis os três:
Quando a fome atormenta
Quando o ódio alimenta
Quando a vida se ausenta...
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