Poemas sobre a Escrita
Minha bagagem agora são as dúvidas. A cada livro volto ao ponto de partida e ao coração agitado de todos os primeiros tempos.
Durante meu crescimento – infância e adolescência –, as mulheres sempre estiveram mais no meu radar afetivo. Na escrita, a personagem feminina me parece mais profunda, com mais camadas, um desafio.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que escreves. Suas palavras duras podem destruir por completo o dia de alguém.
Percebeu que num diário, as coisas que você omite são mais importantes do que aquelas que você coloca?
O medo de que alguém descubra os seus mais profundos medos e desejos é maior que a necessidade de expressá-los.
Vivíamos então... aquela maneira de esperar pelas coisas que cabe a nós prosseguir de direito, para depois reivindicar de tal maneira.
Estranho pensar que bem no fundo existe pessoas que pensam ser as coisas diferente do que são, elas fariam diferente... procurando essa chance que só encontramos uma ou duas vezes numa vida toda.
Este é o segredo: quando eu me encontro na página, fico chocada com o quão corajosa pareço. Na página eu sou forte, porque é aí que coloco a minha força.
Como é difícil ser escritora nesse mundo! E ter que lutar o tempo todo para se impor como tal e até se justificar quando há pessoas de fora, desconhecidos, e até familiares, gente próxima, que não acreditam na gente, no trabalho que a gente exerce e que acha que escrever não é trabalho! É muito triste! É doloroso! Parte dos meus familiares não acreditam no meu trabalho com a escrita, não levam a sério como eu levo e não me apoiam de jeito nenhum quando eu já tenho gente suficiente na internet que tenta me fazer desistir do meu sonho e do meu caminho na escrita!
Ser poeta nos dias atuais é sofrer duas vezes mais do que em épocas passada, porque o mundo hoje em dia vem se mostrando mais ainda cruel, o poeta sofre em todos os lados, a poesia busca sobreviver ao tempo!
Sempre escrevi. Esse é meu exercício de compreensão do mundo em que vivo. Penso melhor o mundo e os conflitos quando os coloco no papel.
Você sabe o que eu fiz depois que escrevi meu primeiro romance? Calei a boca e escrevi mais vinte e três.
Pensei que só a literatura salvasse. E não salva nada! Acho que se eu tivesse feito outra coisa, estaria mais salva.
Meu escritor favorito, Ganymédes José, datilografava só com três dedos, o que não o impediu de deixar mais de 150 obras.
Eu digito com apenas dois dos meus dez dedos. A saber, com meus dois dedos médios, de preferência, que é com os quais eu mais tenho facilidade, e posso dizer, equilíbrio, para digitar, desde que aprendi e comecei a digitar.
Somos parte de tudo o que existe no mundo. Quando compreendemos esse fato, veremos que não estamos escrevendo, e sim deixando que todas as coisas escrevam através de nós.
O ato de escrever não foi exatamente um momento de alívio ou cura – nem gosto muito dessa palavra. Mas quando eu escrevia acontecia algo ali que me conectava de novo ao mundo. Ou à minha filha. Hoje eu nem entendo como fiz isso. Eu estava completamente destruído e, mesmo assim, escrevia.
Para escrever, como para viver ou amar, não devemos apertar, mas soltar, não segurar, mas desprender.
Quando escrevo algo, frequentemente penso que aquilo é muito importante e que eu sou uma grande escritora. Acho que acontece com todos. Mas há um cantinho de minha alma onde sempre sei muito bem o que eu sou, isto é, uma pequena, pequena escritora.