Poemas sobre a Escrita
Por que uma pessoa começa a escrever? Porque ela se sente incompreendida, eu acho. Porque nunca sai com bastante clareza quando ela tenta falar. Porque ela quer refazer o mundo, para pegá-lo e devolvê-lo novamente de forma diferente, de modo que tudo é usado e nada está perdido.
Você possui tudo o que aconteceu com você. Conte suas histórias. Se as pessoas quisessem que você escrevesse com mais carinho sobre elas, elas deveriam ter se comportado melhor.
É muito difícil colocar aquilo que sinto no papel, mas, às vezes, o sentimento transborda e escorre pelas letras...
Escrever é transferir para um conjunto de caracteres uma imagem da sua mente, na esperança de que outra mente não a descaracterize.
Mesmo as pessoas mentindo ou falando a verdade sempre existe um pouco de sentimento em cada palavra que é dita ou escrita .
Nossa vida nesta existência pode ser comparada a um livro em branco, como muitos dizem: "Você escreve a sua história", porém, entre a primeira página e a segunda, existe a verdade. Só a verdade é vida (o Todo), tudo mais é ilusão (Maia), e 99,99% das pessoas não passam da primeira, mesmo que seu livro tenha mais de mil folhas.
Queria criar quadrinhos assim que descobri que os humanos estavam por trás deles, que esses livros não eram fenômenos naturais como árvores e pedras.
Escrever é um trabalho, um talento, mas é também um lugar para ir na sua cabeça. É o amigo imaginário com quem você toma chá à tarde.
Tenho inveja, por exemplo, de pessoas que são obcecadas pela Guerra Civil, que transborda de detalhes, mas é circunscrita. No meu caso, os monstros recuam, mas nunca desaparecem. Estão mortos há muito tempo e nascem enquanto escrevo.
Eu não consigo escrever de modo forçado, sob pressão e a curto prazo.
Bato palmas para as pessoas que conseguem.
A vida é dolorosa e desapontante. Não tem qualquer utilidade, por isso, escrever romances realistas. Nós em geral sabemos onde estamos em relação à realidade e não queremos saber mais nada sobre ela.
Todo o escritor tem os seus bloqueios, mas só alguns possuem a capacidade de os aceitar e saber que fazem parte de um processo criativo com uma extrema complexidade.
Eu tenho que editar antes de postar, todas as vezes acabo esquecendo, acho mais facil escrever a proprio punho do que digitando.
Quando não estiver produzindo, ler, pensar e não escrever. Levante-se, busque o ar, encoste em uma árvore, saia para passear, diga "oi" para uma moça. Seja feliz. Retorne e escreva.
A história nunca é a mesma. Algumas, bem floreadas, são as que reinam nos jardins. Mas, passado o tempo, suas folhas são cortadas e as partes secas caem espontaneamente. É o destino e fim da história. Existem muitas histórias que não estão, mas que deveriam estar orvalhadas de grandeza; sempre em capa de revistas.Sem perceber que o cartaz, tal como o tempo, é fugaz. E na perda da velocidade, vai sozinha com a saudade para as lembranças. Pode assim, ao peso da dor, o escritor compor textos de alegria? Pode outro festejando o amor escrever em versos a dor e a nostalgia? A história do escritor sempre vai existir. Mesmo aquelas dos escritores mestres do fingir. Eles sim, talvez... Eles que, ao peso de uma dor pungente e triste, ainda fazem o leitor rir. Seriam capazes de tanta falsidade ao dizer em palavras o que não estão sentindo? Como abandonar inspiração e narrar falsa sensação embora ciente de que está mentindo? Vejo sempre nelas, até nas não tão belas, algo agradável. Seja o tom, a expressão, a inteligência, a afabilidade, enfim, a simpatia e admirável atitude que demonstram em relação à sinceridade assumida, naturalmente, por meio dos sentimentos. Mas vou selecionar as salvadoras e que me fazem voltar o verde à natureza. As histórias de águas redentoras e que trarão mais fartura e riqueza. Vou procurar as histórias criadas por irrigações celestes, mas que na terra investiram suas vidas em prol do escritor. Histórias que lembram a fome no Nordeste e a falta de água no sertão agreste. Histórias de um povo que sofre há varias gerações. Histórias de um povo que se tornou presa fácil daqueles que iludem com a prometida solução do açude.
A tinta e o papel são, por vezes, amantes apaixonados, muitas vezes, irmão e irmã e, ocasionalmente, inimigos mortais.