Poemas Sem Sentido
Eu vi todos os feitos que se fazem sob o sol, e eis que tudo névoa-nada e fome de vento.
Ec 1:14. (Apud Haroldo de Campos)
A vida tem sentido?
Não sei...
A chuva,
O gato,
As ondas na praia a quebrar,
Um quero-quero a querear?
Talvez.
Um sussurro.
Um murmúrio.
Um zunido.
Uma fala ao pé do ouvido?
Talvez.
Um ir e vir.
Um passear.
Um medo de amar.
Uma lágrima a rolar?
Talvez.
Talvez seja a vida só uma encenação
de uma mente maluca, excêntrica... vazia...
desesperadamente querendo preencher seus infinitos dias.
Talvez.
Já proferia Shakespeare "Life is a Stage..." e com toda a sua razão... A vida é, sem dúvida, um palco. Um enorme palco onde temos o nosso timing para representar os nossos dons. As nossas travessias existenciais. O nosso sentido de oportunidade. Enfim... Os pedaços da nossa vida.
Esse famoso palco tem um maléfico pano que fecha. Caso a nossa performance ainda não tenha terminado... Paciência! Fecha o pano e nós com a vida incompleta. Pois é mesmo assim. Faz o melhor que sabes e consegues dentro do teu tempo cronológico. Caso contrário, o pano fecha, não há aplausos e a peça termina, sem desfecho.
Este é o sentido da nossa vida. Ora pensa...
Deus fez duas coisas que nunca iremos saber.
Que são;
1- Não Saber o que alguém está pensar;
2- Não Saber o dia que morremos
Se o Sentimento
Não Tiver Força para Continuar
Não há Sentido, Nele, Conter Amor.
Pelo amor até se encontra morte. Há luta.
Mas à sua desistência, sua morte. Há luto.
O tempo passa e com ele percebemos o que de fato valeu a pena.
Há lembranças que hoje nada mais são do que meras indiferenças.
O tempo tem o poder de mostrar na realidade o sentido daquilo que realmente valeu a pena.
Sabe o que é só existir?
É não querer ter meta ou objetivos.
Mas ter metas, objetivos e não buscar a realização deles também é só existir.
E se você estiver só existindo?
Se assim for, você deve estar esperando que amanhã tudo se resolva. Lamento, mas esperar também é 'só existir'.
Antissemântico em Fuga
Não. Não.
Não sei mais o que pensar.
Tempo nem pra respirar.
Vontade apenas de extravasar.
Descarregar...
Você daí e eu de cá.
Quando vou te encontrar?
Estou aqui inalando fumaça de stress.
Contemplando o sucesso e o revés.
Nem sei mais de que lado estou.
Só quero de volta meu amor.
Pois quando entro no túnel.
Não vejo luz.
Não sinto paz.
Não tem como voltar atrás.
É...
Parecem até...
Vários ratos atrás de um leite processado.
Todo furado.
Todo quadrado.
Para assim se deleitar.
Mas no fim dessa história.
Só conseguem ter forças pra retornar.
Como vamos superar?!
Como desatar?
Esse nó...
Que foi feito no formato de um O.
Ratinhos, ratenês.
Ratinhos, ratenês.
Estão apáticos como vocês
Turvo Sentido
Quando nos azuis astrais das águas geladas,
O coração não for mais o cavalgar do corcel,
Serei eu nas lágrimas das amenas cavalgadas,
Navarca na luta com a fantasia, ou na rua, menestrel.
Enquanto uns entretêm,
Outros lhes dão sentido.
Muitos riem!
Enquanto os mesmos lhes dão ouvido,
Monocórdico gemido na noite esguia,
Eu no escuro sonho com uma luz que brilha.
Luto ao som da trovoada em noite fria.
Se eu ao menos tivesse sido pardal de gente,
Erigido na mente, renascido diamante do bruto,
Não tragaria de mim constante que se lamente.
Não faria da noite dia, nem da esquiva morte, luto!
Filho do cravo mudo
E da espingarda silente.
De que muitos riem!
Enquanto outros lhe dão com tudo.
Decibel de incertezas turvas no brilho do escuro.
Capitel donde assisto à peça humana no teatro mudo.
E é tudo um drama, onde nada gruda em dia de entrudo!
Enquanto a geada não cresta o fundamentalismo besta,
O arrebatar de um sino toca o feudal preço do cinismo.
Sonho com o fluido escuro que entra por uma fresta,
Sou eu a humanidade que não presta... a sonhar que cismo!
Enquanto o amor for tudo
E tudo o que amei só:
Ridículos riem;
Poucos terão dó!...
E a poucos eu direi,
O quanto eu amei só!
Acho que não existe sentido na vida...
Nem é pra ter na realidade,
Não nascemos com um propósito
Apenas criamos alguns em nossas mentes
Nós nascemos e fazemos uma história,
Mas a vida é a caneta que escreve
Nos somos só o personagem principal
E um dia nos seremos o narrador
Em outro o livro de uma estante que contém um livro só.
Quero sentir nas veias
Os olhos miram
O corpo quer ceder
Os sentidos desaparecem
Tá tudo no lugar
Mas não parece estar
Euforia
Vertigens
Na balada a madrugada é louca
Pode dormir tranquilo
Que esse choro vai cessar
Quando o sol nascer
E aí você vai perceber que tudo fez sentido
Sentido de Sentir
Placas indicam
Pessoas imitam
Nada de 'novo' há.
Um graffiti no muro
Um salto no escuro
Um gato a perambular.
A graça é a desgraça
Que a tudo ultrapassa
E franze a testa .
Não há sentido ,
Coração corrompido
A maldade 'in festa'.
Me chamam de louco
Talves seja um pouco ,
Quem confirmará ?
Um letrado ,
Um doutorado
Quem esteja a questionar.
Se for o meu pleito
Por todos , eleito
hei eu de o seguir ?
Se a dor vem ,
A alegria também
Faz sentido sentir?
Talves seja seguro
Ter o coração duro
Para não se ferir.
O trabalho de se autoconhecer e de encontrar, por meio de mecanismos diversos o sentido profundo da vida, leva pela intrínseca relação da fé do indivíduo no Criador cósmico uma intensa conexão, permitindo que ele supere a subconsciência, alcançando a consciência, e, desta, a superconsciência.
Livro: Inteligência Consciencial - a conquista da autonomia da consciência
Reolhar
"O belo é poliglota e contém em si a capacidade de causar encantamentos vários e apropriar-se de linguagens e expressões diversas, ao olhar, presta atenção nas ausências, no vazio que preenche o ambiente e nos silêncios que transbordam e explodem vibrantes no olhar, a beleza está na (re)descoberta e se faz sentido pra você, faz sentido".
A segurança existencial é resultado da confiança que somos seres em processo de evolução protegidos por uma Grande Energia Amorosa, que chamamos de Deus. Não estamos jogados no universo vivenciando uma vida sem sentido; temos uma destinação: a luz, o bem, o bom, o belo, o amor, a harmonia, o equilíbrio, a felicidade etc.
Livro: Inteligência Consciencial - a conquista da autonomia da consciência
Por que que eu sempre estou a procura de felicidade? Por que eu estou sempre buscando um objetivo, esperando que a felicidade venha do futuro, sendo que, mesmo que esse futuro aconteça, eu estarei recordando do passado e tendo nostalgia, querendo que aqueles momentos voltem. Por que que eu sempre estou esperando ser feliz no futuro e não no presente? Por que mesmo nesse futuro, eu não sou feliz?
Sempre que eu falho em um algum objetivo, eu penso que é o fim do mundo, que eu nunca mais vou conseguir atingir nada, que é minha decadência, será que isso é verdade? Será a vida feita de colheita ou do processo de plantar e esperar para colher?
Depois que eu conseguir um celular novo, um carro novo ou uma casa nova, e então? Estarei a procura de mais bens materiais? Se eu sempre me acostumo com esses objetos, não trazendo a mesma felicidade do momento em que eu recebi e comprei eles, por que eu continuo desejando-os esperando que eles me tragam um pingo de felicidade em dias infernais de trabalho contínuo e estresse?
A vida realmente é feita de momentos minúsculos de felicidade onde você se desespera para não deixar acabar? E então? O resto do tempo você vive uma vida mediocre onde você trabalho por dinheiro que te dá coisas que trazem esse pingo de felicidade? Onde será que a felicidade está depositada? Em momentos, pessoas e lugares? Ou em bens materiais?
Por que eu devo continuar estudando para conseguir um bom trabalho e fazer o que todos esperam de mim: arrumar um bom emprego e deixar outros mais felizes? Por que eu tenho que trabalhar para a felicidade de outros e não na minha própria?
Qual é o sentido da minha vida? Mesmo que eu suma, neste instante, nada no mundo mudará: é este legado que eu quero deixar na minha morte, ou talvez eu trabalhe para realmente fazer a diferença? Se eu fosse me encontrar com o meu eu que eu feliz no final da vida, será que as vidas que nós vivemos foram iguais?
a poesia é como o vento
Bate em qualquer momento
É como o sol no amanhecer
Lindo de se ver
É como o céu em um dia nublado
Triste e acinzentado
A poesia pode ser tudo que você quiser
E na poesia você pode ser tudo que quer
A poesia é como um lápis
Mas a cor quem faz é você
Porque na poesia você é tudo que na realidade você não pode descrever
A poesia é um sonho que lhe dá asas
Para viver,
Mas é poesia, é só sonho
É tudo que você pode escrever