Poemas Saudade da Mãe

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O casamento é uma grande instituição, mas eu não estou praparada para as instituições.

Mae West
"O Livro de Ouro do Sexo", Regina Navarro Lins, Flario Braga, Pocket Ouro, 2005

Aqueles que ficam facilmente chocados deveriam ser chocados com mais frequência.

Todas as pessoas
que passam pelas nossas vidas
deixam as suas marcas
num ir e vir infinito...

As que permanecem...
é porque simplesmente
doaram seus corações para entrar
em sintonia com a nossas almas.

As que se vão...
nos deixam um grande aprendizado…
Não importa que tipo de atitude tiveram,
mas com elas aprendemos muito…

Com as vaidosas e orgulhosas aprendemos
que devemos ser humildes...
Com as carinhosas e atenciosas aprendemos
a ter gratidão...
Com as duras de coração aprendemos
a dar o perdão...

Com as pessoas que passam
pelas nossas vidas
aprendemos também a
Amar
e de várias formas...
com amizade com dedicação com carinho
com atenção com atração
com paixão ou com desejo...

Mas nunca ninguém nos ensinou
e nunca aprenderemos
como reagir diante da "SAUDADE"
que algumas pessoas deixam em nós...
Sinto muita SAUDADE, meu anjo!

"Saudades"

Sinto saudades de seu ser
De suas mãos me acariciando
E seus lábios tocando os meus...

Saudades de seu abraço gostoso
De seu sorriso as vêzes malicioso
De seu olhar carinhoso
Conseguindo ver o mais fundo do meu "eu"...

Sinto saudades da saudade que tu és
És uma saudade ardente, saudade envolvente
Que se apossa de minha mente
E dilacera meu coração...

És uma saudade que alucina
Que minha alma contamina
Mas meu ser não desespera
Ele para... e te espera...

Espera que venhas
Talvez um dia quem sabe
Para acabar com a saudade que em meu peito
Não da mais pra suportar...

Sei que um dia viras
E com seu grande sorriso
Ira no ar... alegria espalhar...
E por esse dia eu vivo a esperar...

Vêm... é preciso que tu venhas
De longe sua mão acena
Assim como pra me avisar
E eu correrei para em teus braços me aconchegar...

Para teus labios beijar
Meus dedos entre os seus entrelaçar
E juntos, como num encanto
Toda essa saudade matar...

Vêm... pois tu és
Aquele que me faz sonhar

Lembranças

Lembranças são crianças, são momentos,

São praças, ruas, brincadeiras.

São nomes, rostos, pessoas;

São encontros e desencontros.

São risos, alegrias, são dores.

Um forte perfume de jasmim

Da casa vizinha de grades verdes,

Que ficou marcado para sempre.

São gatos, cachorros, são cavalos.

São subidas em muitas árvores,

São mangas, abacaxis, são laranjas.

São a primeira escola, a professora.

São lembranças, são descobertas,

São o amor que nasceu medroso.

São um primeiro beijo, roubado.

São as vitórias, são derrotas;

Conquistas e frustações, são medos.

Lembranças são o primeiro sexo,

Sem graça, desajeitado e rápido.

São as descobertas a dois,

São ganhos, são perdas.

São os sonhos e os pesadelos.

São a vida, são a morte,

Saudades dos que foram.

São gostos, músicas e odores.

São caminhos e descaminhos,

São gritos e são silêncios.

São o tudo, são o nada.

São início sem o fim.

É que de vez em quando dá uma saudade na gente dessas coisas. São todas coisas simples. Meio bobas muito bonitas. (...) Mas tudo bem.

Toda saudade é uma espécie de velhice. É por isso que os olhos dos velhos vão se enchendo de ausências.

Rubem Alves
Se eu pudesse viver minha vida novamente. São Paulo: Verus, 2004.

Nota: A primeira frase pertence a Guimarães Rosa, presente na obra "Grande Sertão: Veredas". Rubem Alves credita a frase ao personagem Riobaldo.

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Aceito viver sem entender. Assim como aceito minha falta de jeito, minha eterna saudade, e essa vontade se ser tantas e tanto e ter apenas um coração.

A alma toma cá um banho de preguiça aromatizado pela saudade e pelo desejo. - É algo crepuscular, azulado e rosado; um sonho voluptuoso durante um eclipse.

O sofrimentos nos torna egoístas, pois nos absorve inteiramente. Só mais tarde, sob forma de saudade, é que o próprio sofrimentos nos ensina a sermos compassivos.

Olho pro lado e sinto uma saudade imensa, doída, desesperançada e até cínica. Saudade de alguma coisa ou de alguém, não sei.

Mas o que vai te fazer falta mesmo, o que vai doer bem fundo, é a saudade dos momentos simples: da sua mãe te chamando pra acordar, do seu pai te levando pela mão, dos desenhos animados com seu irmão, do caminho pra casa com os amigos e a diversão natural, do cheiro que você sentia naquele abraço, da hora certinha em que ele sempre aparecia pra te ver, e como ele te olhava com aquela cara de coitado pra te derreter…

"Lá estou eu em mais uma mesa com risos pela metade. Olho pro lado e sinto uma saudade imensa, doída, desesperançada e até cínica. Saudade de alguma coisa ou de alguém, não sei. Talvez de mim, de algum amor verdadeiro que durou um segundo... Meus amigos me adoram. Mas será que eles sabem que se eu estou morrendo de rir agora, mas daqui a pouco vou morrer de chorar? E isso 24 horas. E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu não sei o que é. Dessa coisa que talvez seja amor. Odeio todos os amores baratos, curtos e não amores que eu inventei só para pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens. Odeio minha fraqueza em me enganar. Eu invento amor, sim e dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade. É tudo pela metade, ao menos a minha fantasia é por inteiro.. enquanto dura. No final bruto, seco e silencioso é sempre isso mesmo, eu aqui meio querendo chorar, meio querendo mentir sobre a vida até acreditar. E aí eu deito e penso em coisas bonitinhas. E quando vou ver, já dormi."

A saudade não tem nada de trivial. Interfere em nossa vida de um modo às vezes sereno, às vezes não. É um sentimento bem-vindo, pois confirma o valor de quem é ou foi importante para nós, e é ao mesmo tempo um sentimento incômodo, porque acusa a ausência, e os ausentes sempre nos doem.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre: L&PM, 2008.

Nota: Trecho da crônica "Matando a Saudade em Sonho"

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❝ E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu não sei o que é.

Não é fácil, muitas vezes eu me sinto sufocar de saudade, de vontade de estar perto.

Quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espírito ou saudade por lhe faltar coisa mais preciosa que ouro – existe a quem falte o delicado essencial.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Eu vou para cama todo dia com 5 livros e uma saudade imensa de você. Ao invés de estar por aí caçando qualquer mala na rua pra te esquecer ou para me esquecer. Porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração. E não me sinto fraca ou boba ou perdendo meu tempo por causa disso. E eu malho todo dia igual a essas suas amiguinhas de quem você tanto gosta, mas tenho algo que certamente você não encontra nelas: assunto.

E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu nem sei o que é. Dessa coisa que talvez seja amor. (…) odeio todos os amores baratos, curtos e não-amores que eu inventei só pra pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens. Odeio minha fraqueza em me enganar e mais ainda a dor que vem depois dos dias entorpecidos. Eu invento amor, sim. E dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade.

Não fosse amor, não haveria desejo, nem medo da solidão. Se não fosse amor não haveria saudade, nem o meu pensamento o tempo todo em você.