Os camaleões alimentam-se de luz e de água: / O alimento dos poetas é o amor e a fama.
Os raciocínios do amor-próprio não gozam do crédito das melhores consequências.
O amor é o mais agradável episódio do romance da vida, e o casamento o apagador do amor.
O amor, no seu estado social, talvez não tenha nada razoável senão a sua loucura.
Assim como o amor de Deus é raiz de todas as virtudes, assim o amor-próprio é a de todos os vícios.
O amor cede diante dos negócios. Se queres sair / do amor, entra nos negócios: estarás seguro.
Ovídio
OVÍDIO, Os Remédios do Amor
O amor veemente, o amor apaixonado, por mais perfeito que o queiram pintar, tem sempre intercadências de desalento e de tédio que assassinam a felicidade.
Nunca um amante, por eloquente que seja, crê ter dito o bastante no interesse do seu amor.
De que pode servir ter lido três mil livros,/Quando já velho se é indigno do amor do povo?
O amor agrada mais que o casamento, pelo mesmo motivo que os romances divertem mais que a História.
O amor deve considerar-se como um grande poema, cujo primeiro canto é o casamento.
O amor retorna sempre ao coração nobre / como o pássaro aos ramos da selva; / a natureza não fez o amor antes do coração nobre, / nem o coração nobre antes do amor.
O amor não é o lamento moribundo de um violino longínquo - é o rangido triunfante das molas da cama.
No amor, a economia dos sentimentos e dos prazeres é a única metafísica apreciável.
Quem não sente qualquer amor, tem de aprender a lisonjear, senão não se arranja.
A gente sabe que o amor existe graças aos crimes passionais que a imprensa regista diariamente.
Não há baliza racional para as belas, nem para as horrorosas ilusões, quando o amor as inventa.
O ódio não cessa com o ódio em tempo algum, o ódio cessa com o amor: esta é a lei eterna.
A aurora do amor é a quadra de devaneios e fantasias, em que a vida do coração principia e exerce sobre nós o seu mágico influxo.
O amor que enlouquece e permite que se abram intercadências de luz no espírito, para que a saudade rebrilhe na escuridão da demência, é incomparavelmente mais funesto que o amor fulminante.
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