Poemas Rainha
Meus olhos se inspiraram naquela queda d'água que
ao admirá-la se solidarizou deixando sair do meu íntimo tudo que me causava desconforto e sofrimento.
A cada lágrima escorrida levava consigo as tristezas, inseguranças, dúvidas, medos...
Ao mesmo tempo que contemplava, eu chorava e me curava.
Espaço aberto, ar livre,
aberto como o meu corpo, pra receber só o que me faz bem. Livre como a minha mente que tem a liberdade de vagar, voar bem alto e por onde desejar.
Como a natureza eu floreço no meu tempo e numa intensidade à flor da pele.
Enquanto repousava
sobre o gramado,
meus olhos vidrados
se entretiam com algumas nuvens
que em pareidolia
me contavam estórias.
O corpo aterrizado
e a cabeça voando
em prazerosas memórias.
Eu posso te ver bater por horas sem enjoar... Isso acalma minh'alma.
Mergulho nesse mar de pensamentos que por muitas vezes me deixam a deriva.
Logo sou trazida por uma onda de calmaria, sinto o aconchego no abraço de uma brisa e me despeço.
Esplendoroso mar, observo incansável toda sua infinitude.
Tu que me fazes viajar em pensamentos que vagam em lugares onde só eu posso estar, permita com a sua magia que eu leve comigo quem eu quiser e quem comigo for, não saberá.
Só me leve a lugares onde meus pensamentos sejam livres de qualquer especulação, julgamento e o retorno será quando eu determinar.
Eu prefiro viver navegando por aí, mas dê-me carona na primeira onda, quando algo ou alguém aqui me solicitar.
Quantas lágrimas já
Se misturaram nessas águas?
Quantos aqui deixaram
Suas dores, suas mágoas?
Pra quantos fostes
Fonte de inspiração?
Quantos te buscaram
Em momento de aflição?
Quantos vieram
Só pra se banhar?
Quantos segredos
Vc tem a guardar?
Quantos diante de ti
Clamou ao universo
O seu desejar?
Simone Rainha ✍🏻
Os espinhos que nos fere estão entre as flores mais lindas.
Assim como as pedras que tropeçamos estão nos caminhos irregulares que nos levam a lugares encantadores.
Não deixemos de gostar das flores por causa de algum espinho que nos feriu e nem deixemos de desbravar novos caminhos por causa das pedras que nele há.
Faz parte da vida se ferir na caminhada.
O aprendizado vem da dor e do sofrimento, mas sempre passa.
Há dualidade em tudo e jamais saberíamos de fato o que é bom se não tivéssemos provado o ruim e vice versa.
A vida é maravilhosa pra quem sabe viver e tão efêmera.
Somos presenteados todos os dias ao abrir os olhos e muitas das vezes não percebemos.
Lá fora está repleto de belezas a serem apreciadas, algumas delas oferecem riscos, mas sempre vale a pena apreciar.
Saiam da bolha e bora viver!
Havia naquela menina
um pouco da mulher
que se tornou.
E nessa mulher,
um pouco daquela menina
que até aqui caminhou.
Ainda há tantos caminhos a percorrer
e daquela menina,
Essa mulher não quer se perder.
Pois é dela que vem a sua vitalidade.
E o seu anseio de viver.
Tenho que ser a melhor.
Tudo já acabou, mas eu continuo.
Me esforço sem precisar, só para ego aumentar.
Ninguém se esforça, todo mundo não liga.
Tento sair porém estou presa aqui não consigo parar, no topo sempre tem que estar.
Não há ninguém me pressionando, além de eu mesma.
Essa auto cobrança não para,
Tenho que ser a melhor em tudo para me sentir feliz, é um ciclo vicioso sem fim.
Momentos sentidos
por todos os sentidos,
capazes de criar memórias.
Reabro gavetas
ocupadas com as melhores.
Não desejo revivê-las,
apenas relembrá-las
enquanto as arrumo.
Criando espaçopara
as que ainda virão.
Conversar é como jogar bola,
Passe pra direita, passe pra esquerda.
Da surpresa ao previsível.
Um arremesso fora de campo.
Vem a bola pesada como chumbo.
Esquiva-se enquanto há tempo.
Ou intercepta ferozmente.
Na multidão, são tantos passes
São tão confusas as regras.
Ouço risos trepidantes, palpita o coração
Talvez eu devesse falar qualquer coisa de interessante
Mas quero fugir.
Para onde, meu Deus?
Conversar é como jogar bola
É um olhar que você lança
Que conforta ou confronta.
Eu fico decifrando os sinais.
Se são estes meus oponentes,
São quais meus aliados?
Eu nunca aprendi a jogar bola
Por isso me sento a um canto e imito
Rio se riem, choro se choram.
São sorrisos tristonhos e lágrimas irônicas.
Sinto apagar-me na multidão.
Eu deveria estar aqui, a cumprir papel de tola?
Com você é diferente.
A bola se arrasta até mim num percurso sem fim.
Eu a abraço com ímpeto.
Não, não se vá.
Tenho uma imensa coleção
Bolas de ping pong, de biloca, de neve...
Mas não te mostro, não vejo eu mesma
Coleções são muito perigosas.
Se elas desmoronam sobre nós...
Se rompem como um átomo de plutônio...
Eu não sei jogar bola.
O meu comprometimento com o bem é tão grande, assim como a troca que fazemos com o universo é certa. Por esse motivo, tenho mais preocupação com quem mancomuna contra mim, do que comigo mesma.
Não tenho nada a temer!
E quem sabe o dia de amanhã?
Ninguém!!!
Nem todos terão o privilégio de uma vida longa.
Eu não sei o que está reservado pra mim.
Deixar passar o tempo ou VIVER?
Eis a questão.
Eu escolho viver sem a vergonha de ser feliz, da melhor forma, com responsabilidade e bom senso e sem me importar com a opinião alheia.
Afinal, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.
Gratidão pela oportunidade de despertar.
Gratidão por ser uma privilegiada.
Gratidão pela VIDA!🙏
Não tenho a pretensão de ser poeta, apenas o atrevimento de transformar em palavras, o que sai da minha alma.
Se isso é ser poeta.
Então eu sou!
Anoto frases soltas
Quase todos os dias
As vezes, não sai nada
Outras vezes, sai poesia
Todas guardadas
Num bloco de notas
Um dia, quem sabe
Junto tudo e sai um livro
Ou pra variar, sai melodia.
Eu sorri por teimosia,
Quando a vontade
Era de chorar,
Mas dar chance a tristeza,
Era o que eu não queria.
Eu sorri de agonia,
Enquanto o tédio aqui me consumia.
Saí sem rumo,
A sorrir pra esconder
O que realmente sentia.
Mas é certo que
O sorriso contagia.
E de repente cada ser,
Ao passar por mim
Também sorria .
E isso me encheu de alegria.
Quando me dei conta,
não tinha mais tristeza,
Nem tédio.
Cercada de rostos sorridentes
A vontade de chorar
Se recolhia.
Sentada num banco de infinitas horas de silêncio.
Não, não é um castigo.
É só a necessidade de reconhecer quantas vezes forem necessárias, que eu sou a pessoa mais importante da minha vida.
Portanto, agora aqui,
sou eu comigo mesma.
Aguardando a voz que vem de dentro, com as respostas pra tantas incertezas.
Elas chegam e me dizem tantas coisas,
Me mostram tantas coisas.
Tentam me direcionar e mostrar a forma correta de organizar a bagunça que o vento faz ao passar por aqui.
E tantos ventos passaram e tantos ainda passarão.
Mas as frestas da janela
eu deixarei aberta,
ventos fazem bagunça,
mas eu necessito de ventilação.
Sentada na areia
Aguardando o meu
Pensamento voltar.
Distante ele vagueia
Sobrevoando em alto mar
Meu corpo livre
Entregue ao sol
Que me aquece e bronzeia.
A brisa leve, me arrepia
Enquanto me tateia.
Os meus cabelos soltos,
Como os pensamentos,
Se despenteiam...
Liberdade de pensar e sentir
Que me norteiam
E eu permito por amar essa sensação.
Ah, se eu tivesse esse poder!
Te materializava aqui na minha frente.
Só pra novamente te ver.
Sentir seu cheiro, seu beijo,
Seu toque e textura.
Te sentir em todos os sentidos do prazer.
Tudo em você é luz,
Tudo em você é lindo,
Tudo em você me seduz.
Eu te queria por completo.
Você também queria,
Mas não se decidia.
Nos amamos a céu aberto
Cenário escolhido por mim a dedo.
De uma decisão que não retrocedo.
Desta vez pra despedida.
Da noite de amor
e prazer mais sofrida.
A partir de agora
não nos veremos mais.
Você segue a sua vida.
E eu a minha em paz.