Poemas que Falam sobre Ilusão

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Fantasmas no vagão
Letra: Renê Góis

Já não sei dizer quanto tempo faz.
O prazo terminou, final de uma ilusão.
Não posso mentir pro meu coração.
Alimentar a velha dor, a dor de uma paixão.

Não sou mais o mesmo de ser.
Tinha que morrer pra renascer.
Todo tempo é pouco pra viver a esperança de sentir um novo amor, nova paixão. Viver feliz é ser feliz com o seu novo amor.

Não me importo mais com os fantasmas no vagão, perdidos pela noite em vão, soprando minha vela então. Não posso mentir, talvez admitir, alimentar a velha dor... A dor de uma paixão.

Inserida por ReneGois

⁠Você não me enganou. Eu é que me apaixonei pela versão que inventei de você!
O pior de tudo é descobrir que você não mudou, simplesmente porque você nunca foi o que eu queria acreditar que você fosse...e a culpa não foi sua!
A culpa foi desse meu coração, que teima em ver flores, onde só há espinhos

Inserida por SiviaEsbano

⁠Num espaço dedicado ao cultivo do corpo e do espírito, surge um homem cuja alma anseia desvendar os mistérios do Karaté. Vestindo o cinto branco, emblema de pureza e iniciação, ele comparece aos treinos, embora o seu esforço seja tão efémero quanto a brisa fugaz.

Encantado não tanto pelo rigor do treino, mas pela camaradagem e pelas conversas pós-luta, regadas a cerveja, ele busca mais do que a maestria técnica: procura a camaradagem que tanto anseia, numa jornada onde o esforço parece ser um mero detalhe.

Entretanto, à medida que o tempo avança, ele percebe que o reconhecimento do mestre não lhe é concedido, não obstante a sua presença constante. Tal constatação desperta nele uma chama de insatisfação, alimentando a decisão de se desviar do caminho estabelecido.

Assim, unindo-se a outros de espírito semelhante, ele empreende a criação de um novo dojo, onde as promessas de ascensão rápida e a promiscuidade social são as novas moedas de troca. Adquirindo o cinto negro não pela via da dedicação, mas pelo poder monetário, ele ergue-se como o grande Sifu, iludindo-se com a miragem da autoridade.

Neste ambiente que ele próprio forjou, rodeado por almas cúmplices na sua ilusão, o fracasso torna-se motivo de celebração, enquanto a excelência real é eclipsada pela máscara do sucesso fabricado. Na encenação do poder e prestígio, refugiam-se, ávidos por uma validação que não encontram nas suas vidas para lá das paredes do dojo.

Os verdadeiros buscadores da arte, ao vislumbrarem a futilidade deste teatro de vaidades, logo se retiram, deixando para trás aqueles que preferem o simulacro do conhecimento à árdua jornada da aprendizagem genuína. E assim, o dojo prospera, não pela luz da verdade, mas pela sombra da ilusão, onde o ser e o parecer se entrelaçam numa dança sedutora.

⁠Há um silêncio que corre nos dias,
um cansaço de pensar profundo,
preferem os homens a sombra breve
da resposta fácil, como abrigo.

No caminho certo, há pedras e vento,
mas a verdade é um lume que aquece.
Escolhem o engano de olhos fechados,
na ilusão doce que adormece.

Mas há quem busque, mesmo exausto,
no labirinto da mente, o sol nascente,
e encontra na complexidade do mundo,
a pureza de um rio transparente.

Nas margens do pensar, floresce a vida,
onde o esforço se torna luz constante,
e a verdade, lenta, desabrocha,
em cada alma que não se cansa e avança.

⁠Venha, venha, venha a mim, ó pilim,
em toda a tua vil glória, cintilante e fugaz,
talvez não traga felicidade, é verdade,
mas nunca vi um rosto entristecer
ao encontrar-te perdido, esquecido no chão.

Ah, doce ilusão de papel e metal,
não devemos viver sob teu jugo,
nem erigir altares em teu nome,
mas, quando vens, és bem-vindo,
como a chuva inesperada em tarde de verão.

Traz contigo o conforto, o alívio momentâneo,
não a essência da alegria, mas um suspiro,
um descanso breve na jornada.

Não te idolatro, pilim, mas acolho-te,
com a mesma simplicidade que acolhe a flor,
sabendo que, apesar de efêmero,
teu brilho pode, por um instante,
aliviar o peso do cotidiano.

Venha, venha, venha a mim, pilim,
não como senhor, mas como servo,
um convidado que chega sem aviso,
e cuja partida deixará apenas
um eco suave, uma lembrança de luz.

Desilusão amorosa

⁠Oh, como meu coração se entristece
Em desilusão amorosa
Alma que padece
Palavras belas, formais e antigas entoo
Versando a desventura que em mim ecoo.

Triste jovem, em desalento me encontro
Suspiros profundos, sentimento em confronto
O amor não correspondido é cruel e austero
Minha alma sofre em dor e desgosto sincero.

Meus olhos outrora brilhantes, agora opacos
Refletem a mágoa em prantos opulentos e fracos
Minhas palavras, outrora doces e serenas
Hoje são eco de ilusões perdidas, uma pena.

Mas ergo-me, jovem e resiliente,
Pois no tempo encontro alento e alívio presente.
A arte de amar é um caminho sinuoso,
Mas um novo amor há de vir, radioso.

Desilusões são mestras nas lições da vida,
Moldando o coração, fortalecendo a lida
Ergo-me, avanço com força e esperança,
Pois a felicidade aguarda minha dança.

Com palavras belas e antigas declaro,
A desilusão não é um fado amargo
É apenas um capítulo nessa trajetória,
Que me guia ao amor e à plena vitória.

Inserida por derllanya3

⁠Eu vejo o mundo perdido naquilo que eles mesmo acharam.
Vejo os meus desejos Pisoteado pela consciência.
Vejo tão pouco os que se salva, do amarrado e achado ilusão.

Inserida por LAPYERRE

⁠Soneto Cruel - A Ferocidade da Verdade Humana

No olhar infecto, a turba ignóbil rasteja,
Afogando-se na podridão sem rumo;
Vãos são seus gritos, seus gemidos sumo,
Na selvageria humana, onde viceja.

Riem-se a ciência e a filosofia insana,
Enquanto o mundo, em seu delírio, padece;
E a multidão ignorante se esquece
Da alma em trevas, da agonia taciturna.

Vertem-se visões de sangue e desespero,
Em vastidão de almas em decomposição;
Ecos abafados de um grito último e sincero.

Desperta, consciência, e enfrenta a provação!
Pois somente tuas chamas refulgem
Neste reino grotesco de bestas e ilusão.

Inserida por AugustoGalia

⁠A Falsidade das Aparências

No toque suave, insídia no aceno,
Em gestos gentis, oculta-se a maldade,
A dualidade humana, eterno terreno,
De bondade e perversidade vivendo em igualdade.

Sob a pele macia, a ganância se disfarça,
Neste mundo de interesses corrompidos,
Na ilusão de nobreza, onde o ego abraça,
A avareza que se esconde em sorrisos fingidos.

A falsidade sorri onde o ego se inflama,
Enquanto a vida e a verdade se desfazem,
No jogo das sombras, o homem se aclama,
E a alma se perde nas ilusões que trazem.

No término da jornada, a verdade há de emergir,
Na mente do homem, um sábio discernir,
Para transpassar o véu da falsidade,
E abraçar redenção na autenticidade.

Inserida por AugustoGalia

⁠E quando todas as mentiras ditas por ele, preenchem mais o seu vazio, do que todas as verdades que já te foram ditas?
Como explicar que tais mentiras preenchem silêncios, silêncios esses que fizeram com que seu coração se transfomasse num imenso abismo?
Quando você sabe que tudo caminha para o nada e mesmo assim você quer viver esse nada que se faz um tudo, no seu pequeno e findo infinito?
Quando tudo e todos te dizem não, mas você quer adormecer naqueles braços, mesmo que aquele momento só dure uma noite...
Não seria essa grande mentira a maior verdade dita pelo seu coração?

Inserida por campodetesouros

⁠SORVETES

⁠Te avisei que minha sobremesa favorita era bolo, com uma xícara quente de café, e você mesmo sabendo, trouxe-me sorvetes gelados e sem sabor. Não fui egoísta em esclarecer, pois, meu estômago não aceita nada frio, e você sabia disso, mesmo assim os trouxe outra vez. Por muito tempo aceitei machucar a mim mesmo a ter que recusar o teu sorvete, mas você não teve a sorte de me encontrar assim dessa vez. Machuca ver a tua indiferença, assim como me machuca ter que agir da mesma forma. Se ao menos o bolo não for trazer-me, não me venha com sorvetes gelados.

Inserida por JuanVicthor

⁠HORMÔNIOS

Apenas falando, você me injetou serotonina. Fiquei louco de alegria e minha única vontade era de partilhá-la com o mundo. Assim o fiz, compartilhei, compartilhei, compartilhei, até o momento em que o efeito da injeção passou, e eu me vi carente do teu afeto. No dia seguinte você não me aplicou serotonina, fiquei triste, e mesmo sem intenção, compartilhei...Custou entender que meu humor já não pertencia mais a mim, e sim ao reflexo da forma que você me tratava. Bobamente acreditei que tudo era reciprocidade, quando somente perdia-me em ti, a ponto de, agora, não saber quando realmente estou feliz.

Inserida por JuanVicthor

“Soneto sentimentos”

— Dou Asas a imaginação, e permito que as doces lembranças do passado sobrevoem sem indagação
— A poeira acumulada pelo tempo é regalia, relíquia do muito que se foi vivido.
— Um verdadeiro privilégio

— Imagino o paraíso,
— Isso é tudo que preciso
— Enxergar através do coração

— Embora a felicidade não seja fácil de se encontrar, uma hora ou outra ela se achega a nos visitar
— Daí então percebemos, que não devemos guardar palavras, deixar coisas por dizer
— Às coisas precisam esclarecer
— Às vezes ficamos ausentes, perdidos na gente

— Vivendo de ilusão, tentando enganar o coração
— No martírio do desencanto, banhado em pranto
— Mas quando abrimos espaço para a paixão, aí vem a emoção, chega como turbilhão, se apodera por inteiro
— A lareira volta acender, e o coração retorna a aquecer!!

Inserida por Rosely1705

TREM DAS 05:00AM

O dia mal havia raiado e você estava lá, acordada, na estação de metrô, esperando por ele. Tantos "bom dia" lhe foram dados, visto que todos ali já te conheciam. Ninguém nunca entendeu o porquê de sempre chegar no mesmo horário, sentar muitas vezes no mesmo lugar, e não fazer nada, além disso. Você esperou tanto por ele, e ele sempre esteve lá, vivendo como sempre vivia. Você desmarcou compromissos para encontrá-lo, mas quem disse que ele abriria mão dos próprios compromissos? Quem disse que ele retrocederia a própria vida por você?! Você o amou e esperou, e agora estava ali, entrando no primeiro vagão daquele trem, pois percebeu que devia amar alguém, que pudesse te encontrar na mesma estação.

Inserida por JuanVicthor

AMOR CEGO

⁠Uma vez disseram-me que o amor é cego, acreditei em parte; outra vez falaram que ele estava cego de amor, e por mais contraditório que isso represente, eu acreditei sem hesitar. Ao contrário do amor, há pessoas que cegam seus próprios olhos, pois assumir que está amando outro alguém, é difícil demais, e quebraria toda ética interna do bom samaritano. Então não, o amor não é cego! Ele é puro, verdadeiro, envolvente! Mas sim, alguns estão cegos de amor.

Inserida por JuanVicthor

⁠365 DIAS

Nosso amor contrária toda lógica existente. Somos como a lua cheia que ainda aparece durante o dia, como o vento no dia de calor. Já me perdi tantas vezes entre te amar ou não, que já não sei ser constante. Nosso amor é sobre o chocolate que um dia perderá sua validade, mas quem sabe não estejamos dispostos a enfrentar uma dor de barriga, a troco do nosso encontro.

Inserida por JuanVicthor

A UNIÃO DOS PONTOS

⁠Na escrita posso entregar os meus sentimentos de bandeja, ou, camuflá-los a ponto de causar dúvida. Escrever me faz livre, dado que por mais que tentem, nunca saberão a minha real dedicatória, sem que eu os conte. Algumas vezes me faltam palavras, pois comigo não aceitam ser tratadas de qualquer maneira, nem unidas em prol de mágoa. Sobre você, elas nunca terminaram o pensamento, apenas me trataram como distração, fugiriam deixando em aberto o fim, foram um verdadeiro espelho seu, mas não se turbe a mente, o ponto se depôs a ficar, e se agora te escrevo, significa que...

Inserida por JuanVicthor

PLATÔNICO DESDE DA ALMA AO AMOR

Muitas vezes sofri por não te ter, mesmo sabendo que se tivesse, fugiria como um covarde. Eu amo desafios, coisas que visam o impossível, e esse foi um dos motivos pelo qual te amei tanto. Amar aquilo que não se pode ter, traz o conforto de está sempre estagnado, e a certeza de que ninguém partirá o coração outra vez. Me enfado todas às vezes que me vêm somente como alguém sensível, que enxerga amor em tudo, que sorri para toda tristeza. Estou farto de me acharem forte, e por isso machucarem meu coração, acreditando que tudo posso suportar. Se hoje luto por empatia, reflito o pouco que recebi. Se almejo o amor, exalo que isso me falta. Se mergulho nesse lago, sei que a luz me fornecerá oxigênio.

Inserida por JuanVicthor

⁠A GAIOLA

O passarinho havia nascido na gaiola, recebia comida diariamente, podia viver repousado. Certa feita, a casa entrou em chamas. A mãe da casa abriu a gaiola, na esperança que o passarinho fugisse sozinho, enquanto isso, foi salvar os seus dois filhos que estavam no quarto. Todos que ali residiam correram para fora, mas o passarinho por lá ficou. De tanto amor que recebeu, se acostumou a não fazer nada, mas quando as circunstâncias da vida o empurrou contra a parede, ele não soube voar, mesmo tendo lindas asas.

Inserida por JuanVicthor

⁠AMOR A PRIMEIRA VISTA

Você chegou de surpresa, mas eu já sabia que você vinha. Era a cena de filme perfeita; o personagem entra em câmera lenta, até o momento em que os olhos se cruzam, tornando-se um só. Há quem diga que somos avisados antes de receber a morte, eu acredito que também somos avisados antes de viver. Disseram-me por muito tempo que o diálogo era essencial para construir uma conexão, mas não lembrava como as pupilas poderiam conversar tão bem, sem citar uma palavra se quer. Sempre questionei se fora tudo fruto da minha imaginação, mas a sensação de ver o mundo sendo paralisado durante nossa conversa, não me deixava dúvida alguma de que era tão verdadeiro, a ponto do julgamento não valer de nada. Como alguém coberto de incertezas, podia ter certeza de algo tão rapidamente?! Como alguém que tinha tanta certeza, poderia perder o chão em menos de uma hora?

Inserida por JuanVicthor