Poemas que Falam de Homem
O medo do homem
Na sua cegueira contemporânea,
onde os valores foram alterados
o homem se identifica com
o que é errado.
Ser arrogante e intolerante,
passou de repugnante a admirável.
É lamentável o retrocesso,
que somos obrigados acatá-lo
como realidade do homem moderno
que julga o certo como errado
e o errado como algo a ser desejado.
A cada dia que passa
fico mais assustado,
com o que esse homem
seja capaz de fazer
ao resgatar do passado.
Atitudes repugnantes
há tempos superadas.
Assumindo atos condenáveis,
como aceitáveis.
O mundo só será melhor
quando o homem
conseguir enxergar
os outros seres vivos
como um integrante
de um ecosistema
do qual ele faz parte,
portanto, merecedor de respeito.
O homem diante do que
ele não pode explicar
recorre a fé para poder aceitar
a única certeza que ele tem,
mas insiste em refutar.
Nessa introspecção contínua,
ele trava uma luta consigo
para se manter no que chama
de lucidez, sem compreender ainda
o que possa afirmar o que não seja lúcido.
A negação ao inexplicável
é a forma que o homem encontra
para conseguir
continuar vivendo dentro
de um tênue fio entre a razão e o desatino.
O homem contemporâneo
vive uma realidade de hipocrisia
onde ele próprio cria e recria
a sua maneira hipócrita de viver.
A liberdade que o homem contemporâneo
acredita possuir,
é apenas mais uma ilusão
que o mundo atual constrói
ao longo de sua vida,
para que ele possa ser manipulado,
ao ponto de não perceber
que não detém as diretrizes de sua própria vida.
O homem vive em pleno século XXI
com a mesma incerteza de vida, no amanhã,
como viviam nossos ancestrais primatas,
a diferença está apenas no predador,
pois o atual é o próprio homem.
No desejo insaciável do homem
em querer poder e acumular riqueza
nega a sua própria existência racional,
pois elimina a possibilidade do viver
daqueles que ele acredita existir
somente para lhe servir.
Espero que um dia o homem
tenha a capacidade de reconhecer
que o verdadeiro sentido de sua vida
está na sua própria preservação, pois
da forma que estamos caminhando,
se demorar muito esse dia chegar,
ele não terá mais com o que se preocupar,
porque não terá mais a vida.
O homem solitário vive uma felicidade
construida pela sua imaginação que
funciona como mecanismo de defesa
com o propósito de mostrar o quanto
ele é infeliz.
O grande mal do neoliberalismo
é criar no homem
a falsa ideia de excelência,
pois a sua busca
o conduz ao ridículo da hipocrisia.
Homem do campo.
Antes do galo cantar
Preciso acordar
Tomar café
E seguir na fé
De Nossa Senhora Aparecida
Que ilumine a minha vida
Em mais um dia de batalha
Coloco meu chapéu de palha
Sem tempo de me apresentar
Preciso plantar
Pra poder colher
E a nossa mesa encher.
Daqui que saí toda a fatura
Açúcar, cachaça e a rapadura
Feitas da cana
Que plantamos
A mistura, o arroz e feijão
Frutos da nossa plantação
Carne, leite e requeijão
Vieram da nossa criação
Até os bens materiais
Saíram das zonas rurais.
As roupas então
Surgiram do algodão
O dinheiro e móveis do seu lar
Feito das árvores de lá
Tudo saiu do campo
Antes do escampo
Por isso preciso ser respeitado
Também valorizado
Reconhecer a nossa parte
Bem antes da cidade.
O Homem e o Vinho
O vinho bom quando envelhece fica melhor;
O homem bom ao envelhecer também fica melhor;
O vinho de má qualidade ao envelhecer azeda;
O homem de mau caráter quando envelhece também "azeda", fica chato, ranzinza...
Fora do habitat natural e, distante da sua zona de conforto, o HOMEM viril, transforma-se num pusilânime!
180424
Após o conluio feito no sinédrio,
seguiu-se o homem, do que é capaz,
sobrando o espelho dado por Caifás
aos muitos que bebem do mesmo remédio.
O povo, inseguro, ignora a preceito,
as frases de Cristo, na sua missão;
o seu a seu ego, em cada oração,
pra ter mais orgulho em cada defeito.
Nem sempre a história os justos premeia,
nem sempre o juízo é como previsto;
se hovesse eleições no tempo de Cristo
talvez Barrabás governasse a Judeia.
Confundem-se os justos com os vendilhões,
num vasto plenário de todas as cruzes:
acendem-se as trevas, apagam-se as luzes,
e fecham-se as portas dos bons corações.
Zé Canejo é homem sério,
mas envolto num mistério
que apoquenta as redondezas:
diz-se que a sua figura
tem uma ponta de loucura
lá dentro das profundezas.
É filho da Ti Otília,
que é senhora de família
e uma moça resoluta,
mais do Tí Apolinário,
que foi tudo e foi operário,
como foi homem de luta.
Mas o Zé é moço fino,
já talhado de menino
a ser um rapaz diferente,
passa os dias enfadado,
com um ar desconsolado,
quase nem parece gente.
A tortura que o inunda
é ainda mais profunda
que a dum gato num soalho,
e diz-se neste Alentejo
que o pobre do Zé Canejo
é alérgico ao trabalho.
JÁ FOI ILUDIDO? PENSE DIFERENTE...
Depois que vivi uma ilusão, me tornei uma pessoa mais madura.
Percebi que ainda posso ter fé em um futuro.
Qual a graça de machucar um coração só por satisfação ou vingança?
Seria eu uma máquina destruidora? Ah, não! Obrigado. Prefiro ser o menino com o dom das palavras.
Usá-las para levar vantagem no amor? Ah, não, meu mano!
Tudo o que conquistei será sempre para espalhar felicidade.
Um bom sorriso, meu colega, é a verdadeira fonte de energia da quebrada.
A submissão à vontade de alguém.
Tem que ter muita paciência.
Uma ajuda difere de abuso.
Resignação, isso não é vida.
A falta de consideração acaba.
Resfriando até o mais lindo amor.