Poemas de Paul Valéry

Cerca de 67 poemas de Paul Valéry

O estado de espírito de negação precede frequentemente a ocasião de negar. Antes que tenhas falado, se me és antipático, a minha negação está pronta, digas o que disseres – pois é a ti que eu nego.

A guerra é um massacre entre gente que não se conhece para proveito de pessoas que se conhecem, mas não se massacram.

Paul Valéry

Nota: Autoria não confirmada. Acredita-se que seja uma adaptação de outro pensamento sobre a guerra publicado em seus cadernos (Cahiers, em francês).

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Há uma espécie de reciprocidade entre a necessidade e o objecto que a satisfará. Não penso em beber; mas este copo ao meu alcance dá-me sede. Tenho sede e imagino o copo de água delicioso.

A revolução faz em dois dias a obra de cem anos e perde em dois anos a obra de cinco séculos.

A mais bela moça do mundo só pode dar o que tem - muitas vezes seria melhor que o guardasse.

Um homem de negócios é um cruzamento entre um dançarino e uma máquina de calcular.

O passado, mais ou menos fantástico, ou mais ou menos organizado posteriormente, age sobre o futuro com um poder comparável ao do próprio presente.

Os corações dos nossos amigos são frequentemente mais impenetráveis que os dos nossos inimigos.

Todos os homens fecundos da natureza se desenvolvem de uma maneira egoísta; o altruísmo humano, que não é egoísta, é estéril.

Quem se apressa é porque compreendeu: não devemos demorar as coisas; surpreender-nos-ia que os mais claros discursos fossem feitos de termos obscuros.

Como fazer para não fazer nada? Não conheço no mundo nada mais difícil. É um trabalho de Hércules, um aborrecimento de todos os instantes.

Verdadeiramente bom só é o homem que nunca censura os outros pelos males que lhe acontecem.

É próprio das censuras violentas tornar credíveis as opiniões que elas atacam.

As coisas a propósito das quais encontramos mais depressa as mais justas e vigorosas palavras, são certamente aquelas que estamos vocacionados para fazer ou para aprofundar.

Uma obra dura enquanto é capaz de parecer bem diferente daquilo que o seu autor a fez.

A história justifica tudo quando se quer. Ela não ensina rigorosamente nada, pois contém tudo e dá exemplos de tudo.

Todos os classicismos implicam um romantismo anterior... A ordem implica uma certa desordem que ela vem reduzir.

Nada na história serve para ensinar aos homens a possibilidade de viverem em paz. É o ensino oposto que dela se destaca – e se faz acreditar.

Nenhuma nação gosta de considerar os seus infortúnios como seus filhos legítimos.

O talento sem genialidade é pouca coisa. A genialidade sem talento não é nada.