Poemas para Pessoas Tristes
Em meio à escuridão, profano eu canto,
Palavras impuras, quebrando o encanto,
Um poema escuro, sem rimas santas,
Desafiando os deuses e suas tantas.
Aqui, não há espaço para a santidade,
Nem para sermões, nem para moralidade,
Liberto-me das amarras do divino,
Para trilhar um caminho clandestino.
Versos ousados, cheios de pecado,
Na imundice da vida, meu ser é banhado,
Ergo meu olhar para as sombras sinistras,
Onde o prazer se esconde nas noites bruxas.
Desafio as normas, os dogmas, tabus,
Realço os desejos mais obscuros, nus,
Com letras impregnadas de luxúria,
Desperto a alma de práticas impuras.
O céu e o inferno são apenas fachada,
Na carne e na alma, a verdade é desvairada,
Transpiro exploração, transgressão,
Semeando o caos por toda a criação.
Então, venham, perdidos e condenados,
Acarinhem meus versos profanados,
Aninhem-se no abismo dos meus versos,
Onde o sagrado vira um mero inverso.
Neste poema profano, liberta-se o ser,
Desnudando a alma, sem medo de sofrer,
Pois na imundice, no impuro, no profundo,
Encontro a verdade que me faz fecundo.
-R.C.O
Embora eu acorde, respire, tenha noção de estar vivo, não me sinto vivendo.
Me sinto apenas existindo.
Viver está longe daquilo que estou sentindo.
- Alma
Meus cílios são como barras de ferro aprisionando meus olhos
eu os sinto pesarem, ando olhando para o chão
a loucura é um espelho que liberta meus dragões
enfurecida, incendiosa
voo, subo alto e sou puxada de volta
não posso ultrapassar muros
as sombras nascem junto com o sol
antes que a realidade queime minhas retinas
vou arranhar paredes, roer as unhas
preciso ser mais leve
me desfazer de mim
comer a boca, me consumir inteira
serrar as grades
e todo dia engolir um sol,
pra fazer parar de chover aqui dentro.
Só queria ser feliz
Mas feliz eu não posso ser
Porque ser feliz me custa muito
E eu não tenho nada a oferecer.
Um dia produtívo, criativo, incrível e amoroso...
Uma noite de lágrimas e dor na garganta...
Aliás, só o laríngeo grita, e eu?
Eu estou congelada, escondida na armadura que achei no sótão dias atrás.
Agora estou um pouco apática, um pouco nostálgica, e um pouco sonhadora ainda...
Meus sonhos talvez nunca desistiram de colorir uma página ou outra.
Eu não estou sozinha, mas continuo perdida, medrosa e acuada.
Um pouco desesperada as vezes...
Aliás alguns momentos eu desisto um pouco, me canso (é raro, mas acontece muito!)
Amanhã será outro dia...
Pri Augustta
Vinte e três
Quis fumar meu primeiro cigarro
Ganhei minha primeira aposta
Apostei comigo mesmo que com 23 pra minha vida eu ainda não teria resposta
Briguei com a balança
Apareceram inseguranças
Teve momentos onde em mim não havia nada de esperança
Não a nada mais artístico do que viver
Ter esperança mesmo quando não se a nada de belo a ver
Ainda acho que queima algo em mim
Porém não a ninguém querendo se aquecer por aqui
Junto com a noite chega o tormento
Um sentimento preso ecoando aqui dentro
Você nunca foi e nem será amada
Isso é o que dizem as vozes da madrugada
Perdoando o passado
tento todo dia um novo começo
Mas os gatilhos me chamam pra dançar
e por mais um dia eu faleço
-Thais Lustosa
Quantas vezes acreditei que era verdade.
Quantas vezes olhei pela a minha ótica, e trazia verdades que só na minha mente fazia sentido.
Somente as minhas verdades era absoluta. Quando me deparei com a sua verdade, e percebi que tudo que o que vc dizia que sentia por mim, era ilusão da minha cabeça. Expectativas que o meu eu projetava em cima do que eu pensava que era real.
Agora eu apenas sento em silêncio. Com imagens passando pela minha mente cansada. Sem ponderar mais nada, pois seria inútil. Evitando pensar o que eu poderia ter feito ou falado, se talvez alguma coisa mudaria. Mas acredito que não, as coisas são como devem ser.
E agora eu apenas sento em silêncio. Sem gritos desesperados, sem pensamentos acelerados, sem lágrimas. Apenas me conformo com o que foi e com o que é. O que poderia ser feito, fiz. Se foi ou não o bastante, já nem importa mais, passou. Fiz além do que poderia ter feito e isso é o que realmente me importa.
Mas agora eu apenas sento em silêncio.
Já não há mais certeza do que as coisas são agora. Só resta esperar com paciência que elas encontrem seu caminho. Sem alarde, sem aviso prévio, sem manobras, sem criar expectativas. Sabendo onde quero chegar, sem perder meu próprio caminho e resguardando minhas esperanças. No momento oportuno algo acontece.
Mas só por agora eu apenas sento em silêncio.
E quando o fim chegar, onde não restar mais nada e tudo for jogado no grande abismo.
Onde o caos superou tudo e destruiu as pequenas chamas, restando somente o vazio.
Lá estarei de pé, resquícios do que fui, do que poderia ser, somente eu e meu eterno nada.
Se eu escrevesse um livro sobre a minha vida.
muitos mocinhos...
iriam ser os verdadeiros vilões nessa história.
Já fiz listas e listas de planos a fazer a cada final de ano ...
As listas continuam quase as mesmas, tão pouco foi feito ...
Mas quer saber ... não me julgo e nem acho feio fazer listas talvez não cumpridas ... O importante é ainda listar e me importar com o que acho que devo mudar, ainda acreditar que posso mudar, e ainda esperar que eu possa cumpri-las ... o que me deixaria triste realmente, é não ter mais planos para um ano novo ... é desistir do que não fiz só porque ainda não tive coragem de realizar ... Faça novas listas de planos, faça as mesmas listas de planos, mas nunca deixe de sonhar e planejar um novo ano melhor!!!
Ponto final
Parecia eterno
Mas chegou ao fim
Fora maravilhoso
Não sei se para você
Posso dizer por mim.
As coisas se modificam
Como as ondas do mar
Como o ar na atmosfera
Está sempre a se modificar
E como um barquinho
Nosso amor naufragou.
Aqui não restou rancor
Apenas restou uma paz
De ter me doado por inteiro
E ter entregado um sentimento verdadeiro
Que não fora o suficiente
Para eternizar o amor que existira.
Feche seus olhos
Não quero lembrar
Ainda tenho medo do que aconteceu
As imagens são como monstros
Em minha mente
Como posso simplesmente apagar
As marcas do meu passado
Se respirar tudo vai se acalmar?
Eu terei que ser meu próprio soldadinho
Lutar a minha a minha luta
Pois se eu falar todos não irão
Acreditar
Tropeçando perdido
Nesse mundo sem rumo
Todos querem me governar
Mas serei forte ate o final
Resistirei a lutas mesmo que
Você está exausto
Você sempre esta
escutando uma voz que não pode falar
mas quando eu lembro
tudo parece desmoronar
A razão pela qual vivo
Ainda e o soldadinho que vive em mim
Eu estou cuidando de você
Então você corre
Os monstro da minha mente eu irei segurar
Para que você sempre segura possa ficar
Eu já mais deixarei você morrer meu soldadinho
Terei que ser forte e enfrentar esses monstros
Que vivem dentro do meu lar
E algum dia talvez
Eles vão desaparecer
Eles vão desaparecer
Ooh
Você e meu soldadinho
Agora o príncipe obscuro
Vem.
A vida, para mim, é uma sonolência que não chega ao cérebro. Esse conservo eu livre para que nele possa ser triste.
(Do Livro do Desassossego - Bernardo Soares, heterônimo de Fernando Pessoa)
1º de Maio
E falta pouco, tão pouco
A natureza demonstra a beleza
Em minha mente vem a sua imagem
O teu olhar
E falta muito
Muito tempo
Para o meu jardim florescer de novo
E será que vai florir?
Será que irei te encontrar?
Eu sei que nada iria mudar
O seu gênio aventureiro
Confusa me faz ficar
Todas as noites
Em meus sonhos você está
Queria tanto lhe falar
O quão triste é te amar
– Katyellen Cruz.
Pela vidraça
vejo o tempo que passa...
A cidade cheia de graça
indiferente ao que a gente sente
acende suas luzes...
uma a uma
vai revelando os caminhos...
Ouço passos apressados,
o tempo voa aqui deste lado...
Cada dia é uma longa noite
o tempo um terrível açoite...
O tic-tacquear do relógio
a me lembrar
cada um, de novo, mais uma vez...
seu próprio rumo vai tomar...
cada um, de novo, mais uma vez...
em lados diferentes
sozinhos seguiremos nossos caminhos...
tic-tac... tic-tac... tic-tac...
É hora de nos separar...
Se eu não estivesse tão triste
juro... ia ter um ataque
e, contra o dono do tempo, ia me rebelar.
Estou frágil como um vidro caído no chão
Estive tentando sorrir, tentando ser forte, mas outra vez.
Aquele amor que quase me matou voltou como uma tempestade me arrastando quebrando tudo pela frente!
Estive superando por muito tempo
Estive afogando-me cada vez mais em expectativas
E tudo que você fez foi me enganar!
E de repente o dia virou noite
As cores sumiram
Em frio se tornou o calor
As estrelas se apagaram
E o amor virou dor
Fecho os olhos
O medo me dá pavor
Mas acreditando eu vou
Que a vida não se resume em como estou
Poço de sentimentos
Eu sou o mesmo,
Aquele que sentou-se a sua frente,
E tomo café da manhã contigo,
Que confidenciou segredos,
Que lhe deu ouvidos,
Que abriu o coração,
Que mostrou-se seu amigo,
Que quando chorou,
Lhe estendeu a mão,
Lhe ofereceu o ombro,
Se fez abrigo.
Assim sou eu,
Pequeno, pobre e sedento,
Sincero, forte e paciente,
Enxugando as lágrimas de quem precisa,
Amigo, verdadeiro e confidente.